Preciso de indicações bibliográficas de economia e política

Autor Mensagem
Samá Samutte
Membro Novato
# out/15


Ultimamente tenho me interessado muito por esses dois assuntos e gostaria de pedir aos srs. que me indicassem uma bibliografia concisa para eu estudar.

Preciso entender o máximo de pontos de vista possíveis ou, no mínimo, as duas escolas de pensamento mais fortes de cada área. Explico: tenho lido bastante nas internetes e confesso que estou confuso. Não sei se sou ou não a favor das privatizações; não consigo me posicionar se apoio ou não o livre comércio; não sei se me filio ou não ao PC do B (aqui é brincadeira).

Sendo assim, peço que -- por favor -- ao indicarem X, indiquem também Y, que é contra X.

Por exemplo, a priori, quero ler "O Manifesto Comunista" e "A ética protestante e o espírito do capitalismo". Quais os livros são diametralmente opostos aos prismas apresentados nessas obras?

Enfim, acredito que ficou claro o que estou buscando.

Aguardo colaborações.

Desde já agradeço.

brunohardrocker
Veterano
# out/15
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Olavo de Carvalho, Lobão, Roger e Danilo

Hawklord
Veterano
# out/15
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Acho que ler sobre a parte técnica(as curvas, os gráficos, etc) é uma boa também.
Ficar só na parte mais filosófica pode ser meio limitante, então vou recomendar os livros de introdução a economia que meus professores passaram:
Economia: Micro e Macro, Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos
Introdução à Economia, Paul Krugman e Robin Wells

sallqantay
Veterano
# out/15
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Hobbes "O leviatã"

vs

Rousseau "O contrato social"

Olha, "O Manifesto Comunista" é um panfleto, enquanto "A ética protestante e o espírito do capitalismo" é uma obra de história. Tenha bem claro qual é o objetivo da obra, em qual campo ela se insere, pois isso faz diferença.

Eu indiquei dois clássicos da filosofia política que, de algum modo, traduzem um pouco da polarização esquerda vs direita

Fidel Castro
Veterano
# out/15
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O Capital é economia política for dummies, é o melhor começo

Se quiser ser hardcore, comece já pela Teoria Geral do Keynes e depois vá especificando

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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brunohardrocker

É zoeira?

Hawklord

Obrigado pelas indicações. Anotadas.

sallqantay

Grato.

Eu já havia inserido "O leviatã" na minha lista aqui (acho que vi o jones falando dele). Excelente ter algo para contrapor agora.
Quais obras então seriam indicas para eu contrastar o livro do Marx? E do Weber?


Esse "O Príncipe", de Maquiavel, vale a pena?

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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Fidel Castro

Eu preciso de algo básico, café com leite. Necessito ter uma base sólida para depois entrar nesses hardcore a que você se refere.

Devo ler "O Capital" antes do "Manifesto Comunista"?

Fidel Castro
Veterano
# out/15
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Samá Samutte

Acho que você nem deve ler o Manifesto, é um panfleto.

Interessante sob o ponto de vista histórico, irrelevante sob o ponto de vista econômico

sallqantay
Veterano
# out/15
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Samá Samutte
Esse "O Príncipe", de Maquiavel, vale a pena?

claro

contrastar o livro do Marx?

"O caminho da servidão" FA Hayek

E do Weber?

Ver o debate marxista Paul Sweezy vs Maurice Dobb

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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Hawklord

Essa sua primeira indicação são autores brasileiros. Tenho certo preconceito com obras tupiniquins. Ao menos no que concerne à Teologia - que é o meu ramo de estudos - os grandes clássicos foram escritos por autores de fora (alemães, suíços, ingleses, etc) e as obras brasileiras são irrelevantes no cenário nacional. O mesmo princípio não é aplicado à economia e política? Ou a indicação abrange somente a política e economia do Brasil (se for isso, OK)?

One More Red Nightmare
Veterano
# out/15
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Se você entende inglês, há uma porção de cursos de economia no youtube.

Mas pra aprender o básico eu acho que o melhor é pegar um livro texto de macro e micro, do tipo "princípios..". Mankiw é uma boa pedida. Eu estudei Krugman (antes de entrar na faculdade).

Fidel Castro
Veterano
# out/15
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o melhor é pegar um livro texto de macro e micro

mais chato que a bíblia

um livro pra ser legal, o autor tem que ter bite

livro texto é recital de bula

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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One More Red Nightmare

Mankiw é uma boa pedida. Eu estudei Krugman

Por favor, poderia me passar quais as obras especificadamente? Do Mankin seriam os "princípios"? Esse "Introdução à economia dele", vale a pena?

One More Red Nightmare
Veterano
# out/15
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Fidel Castro
Quem disse que aprender tem ser que ser prazeroso?

Livro texto tem que ser receita de bula, não tem como ser pedagógico sem ser simplista.

Você acha que estudar o Teoria Geral agora seria mais proveitoso pra alguém que não manja nada? Ta doido?

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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Fidel Castro

"O Capital", que você me indicou, é do Marx ou do Thomas Piketty?

Hawklord
Veterano
# out/15
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Samá Samutte
Se eu não me engano o Vasconcellos é um professor da USP, uma faculdade bem respeitada na área da economia.
E como o livro é mais uma apanhado de teorias bem básicas e introdutórias não acho que existe muita margem pra erro.
Eu até prefiro esse livro por ser um pouco mais curto e conciso.

No entanto o do Krugman/Wells é mais didático e apresenta mais exemplos, só que é bem mais voltado a realidade americana.

Konrad
Veterano
# out/15 · Editado por: Konrad
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Samá Samutte

Começa pelo básico, não adianta sair lendo coisa densa sem saber do que se trata:

Teoria Geral do Estado; Marcus Cláudio Acquaviva

http://www.submarino.com.br/produto/7171803/livro-teoria-geral-do-esta do

Introdução à Economia - Mankiw

http://www.saraiva.com.br/introducao-a-economia-traducao-da-6-edicao-n orte-americana-2014-4896970.html

Konrad
Veterano
# out/15 · Editado por: Konrad
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....

Black Fire
Gato OT 2011
# out/15
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http://www.mises.org.br/files/literature/MisesBrasil_Por%20uma%20nova% 20Liberdade_BROCHURA.pdf

sallqantay
Veterano
# out/15
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Samá Samutte

ignore o Fidel Castro, ele tá trollando hard

Hawklord
Veterano
# out/15
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Samá Samutte
Marx ou do Thomas Piketty?

O Capital é do Marx.
O do Piketty é O Capital 2: O Retorno

One More Red Nightmare
Veterano
# out/15
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Posso estar falando uma grande bobagem, mas acredito que esses livros texto introdutórios são mais ou menos iguais, variando algumas coisas que no final se cancelam (considerando alguém sem nenhuma instrução em economia).

Escolha algum que seja recente e que fale de Micro e Macro. Depois você seleciona os assuntos que quer e procura bibliografia especializada.


Samá Samutte
Sim, os Princípios é uma boa pedida. Esse autor é Harvard é bastante usado nos cursos de Economia no Brasil.

Uma coisa que você pode fazer (que eu também faço) é olhar as ementas das disciplinas da grade de Economia das principais universidades, e ver quais obras eles utilizam para quais assuntos.

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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Hawklord

Entendi.

Konrad
não adianta sair lendo coisa densa sem saber do que se trata

Isso! Como eu postei acima, é puro café com leite. Preciso do básico do básico; em se tratando desses assuntos, sou praticamente um orangotango (eu tive um chefe que dizia: "me explica esse negócio direito, faz de conta que eu sou um orangotango"; estou na mesma situação).
Obrigado por se dar ao trabalho de me indicar os livros.


Black Fire

Mas o Von Mises não é neoliberalismo? Vou ser influenciado por ele!

sallqantay
ignore o Fidel Castro, ele tá trollando hard

Será?

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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One More Red Nightmare

Uma coisa que você pode fazer (que eu também faço) é olhar as ementas das disciplinas da grade de Economia das principais universidades, e ver quais obras eles utilizam para quais assuntos.

OK.

Fidel Castro
Veterano
# out/15
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não tem como ser pedagógico sem ser simplista.

Nova pedagogia discorda, anyways....

Se me dessem um livro texto de economia no primeiro semestre, eu teria largado e provavelmente hoje seria um jurista safado

apenas minha opinião

o que eu recomendo pra quem tá começando é ler, nesta ordem:

Wealth of Nations - Adam Smith
Principles of Political Economy and Taxation - David Ricardo
Capital - Karl Marx & Freddy Engels
Principles of Economics - Alfred Marshall
General Theory of Employment, Interest and Money - John Keynes

Samá Samutte
Membro Novato
# out/15
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sallqantay
E do Weber?

Ver o debate marxista Paul Sweezy vs Maurice Dobb


É um vídeo? Não estou encontrando.

sallqantay
Veterano
# out/15
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Samá Samutte

não

One More Red Nightmare
Veterano
# out/15
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Já que falaram em Piketty

http://ineteconomics.org/community/events/understanding-inequality-and -what-to-do-about-it

nada como começar uma obra lendo a crítica de seus detratores

Edward Blake
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Edward Blake
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Samá Samutte

Tenha paciência. Ninguém forma (nem deve formar) opinião da noite para o dia.

Geração perdida

Olavo de Carvalho
Jornal da Tarde, São Paulo, 3 de agosto de 2000


Hyppolite Taine conta que, aos 21 anos, vendo-se eleitor, percebeu que nada sabia do que era bom ou mau para a França nem das ideologias em disputa na eleição. Absteve-se de votar e começou a estudar o país. Décadas depois, vieram à luz os cinco volumes das Origines de la France Contemporaine (1875), um monumento da ciência histórica e um dos livros mais esclarecedores de todos os tempos. O jovem Taine não votou, mas o Taine maduro ajudou muitas gerações, na França e fora dela, a votar com mais seriedade e conhecimento de causa, sem deixar-se iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Saber primeiro para julgar depois é o dever número um do homem responsável - dever que o voto obrigatório, sob a escusa de ensinar, força a desaprender.

Taine foi muito lido no Brasil, e seu exemplo deu alguns frutos. Entre os que tiveram seu caminho de vida decidido pela influência dele contou-se o jovem Affonso Henriques de Lima Barreto. Ele aprendeu com Taine que as coisas podem não ser o que parecem. Como romancista, ele fixou a imagem da ambigüidade constitutiva das atitudes humanas no duelo de personalidades do major Quaresma com Floriano Peixoto, onde o passadista se revela um profeta e o progressista um ditador tacanho e cego. Mas a mensagem dessa história, ainda que consagrada pelo cinema, não se impregnou na mente das novas gerações. Talvez não venha a fazê-lo nunca, precisamente porque, amputada da ética taineana da prioridade do saber, que lhe serve de moldura, ela se reduz a uma observação casual que pode ser dissolvida numa enxurrada de lugares-comuns. Hoje, de fato, raramente se encontra um jovem que não queira, antes de tudo, "transformar o mundo", e que, em função desse "parti pris", não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o mundo.

Sim, no Brasil cultura e inteligência são coisas para depois da aposentadoria. Quando todas as decisões estiverem tomadas, quando a massa de seus efeitos tiver se adensado numa torrente irreversível e a existência entrar decisivamente na sua etapa final de declínio, aí o cidadão pensará em adquirir conhecimento - um conhecimento que, a essa altura, só poderá servir para lhe informar o que ele deveria ter feito e não fez. Antevendo as dores inúteis do arrependimento tardio, ele então fugirá instintivamente do confronto, abstendo-se de julgar sua vida à luz do que agora sabe.

Embalsamado num nicho de diletantismo estético, o conhecimento perderá toda a sua força iluminante e transfiguradora, reduzindo-se a um penduricalho inócuo, adorno inofensivo de uma velhice calhorda. Eis onde termina a vida daquele que, na juventude, em vez de esperar até compreender, cedeu à tentação lisonjeira do primeiro convite e se tornou um "participante", um "transformador do mundo".

Eu também caí nessa, mas tive a sorte de minha carreira de transformador do mundo ser detida, logo no início, por uma chuva de perplexidades paralisantes que me forçaram a largar tudo e a ir para casa pensar. Acossado de perguntas que ultrapassavam minha capacidade de resposta, fui privado, pelo bom Deus, da oportunidade de tentar moldar o mundo à imagem da minha própria idiotice.

Mas essa sorte é rara. O Brasil é o país do gênio prematuro, degradado em bobalhão senil logo na primeira curva da maturidade. Quando contemplo esse circo decrépito da revista Bundas, onde cômicos enferrujados se esforçam para repetir as "performances" de 30 anos atrás, que na sua imaginação esclerosada se petrificaram em emblemas estereotipados de "vida" e "juventude"; quando, lendo Caros Amigos, vejo homens de cabelos brancos se esfalfando para recuperar sua imagem idealizada de patota juvenil dos "Anos Dourados", não posso deixar de notar que em todas essas pessoas que falam em nome do futuro o sentimento dominante é a saudade de si mesmas. Não falta a esses indivíduos a consciência de que suas vidas falharam. Mas atribuem a culpa aos outros, ao governo militar que impediu sua geração de "chegar ao poder". No entanto, a desculpa é falsa, porque, mal ou bem, eles estão no poder. Eram jovens militantes, hoje são deputados, são catedráticos, são escritores de sucesso, são formadores de opinião. Por que, então, lambem com tanta nostalgia e ressentimento as feridas da sua juventude perdida? É porque ela foi perdida num sentido muito mais profundo e irremediável que o da mera derrota política. E agora é tarde para voltar atrás.

Edward Blake
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Edward Blake
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