O matemático peruano que resolveu um problema de quase 300 anos

    Autor Mensagem
    st.efferding
    Membro
    # out/15


    Quando tinha oito anos, o peruano Harald Helfgott se colocava questões matemáticas que talvez só fossem feitas aos seus colegas bem mais adiante, no ensino médio.
    Por que 0,99999 até o infinito pode ser igual a 1? Como achar a raiz quadrada de -1? Como achar a raiz quadrada de um número imaginário?
    Harald encontrava as respostas e se sentia maravilhado: "Era um grande prazer responder às minhas próprias perguntas no colégio", disse ele, em entrevista à BBC Mundo.
    O matemático Helfgott, nascido em Lima, em 1977, frequentou uma escola na capital peruana e, com o passar dos anos, potencializou sua curiosidade matemática. O resultado disso foi uma carreira brilhante.
    Uma bolsa de estudos na Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, acabou resultando em um doutorado em Princeton e um pós-doutorado em Yale, essas últimas, duas das mais respeitadas universidades do país. Depois disso, Helfgott tornou-se pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris, na França.

    Em 2015, Helfgott tornou-se o primeiro latino-americano e também o cientista mais jovem a ganhar o Prêmio de Pesquisa Humboldt, concedido pela Fundação Alexander von Humboldt, da Alemanha.
    Ele receberá US$ 3,9 milhões por ter respondido uma pergunta que vinha desafiando matemáticos do mundo inteiro há quase trezentos anos: É verdade que todo número ímpar maior do que cinco pode ser expresso como uma soma de três números primos?
    A pergunta fazia parte da chamada Conjectura Fraca de Goldbach.
    Em 1742, o matemático prussiano Christian Goldbach enviou uma carta a seu colega suíço Leonhard Euler na qual propunha que todo número par maior do que dois podia ser expresso como a soma de dois números primos e que todo número ímpar maior do que cinco podia ser expresso como a soma de três números primos - números divisíveis por apenas quatro números (o próprio, 1 e os respectivas negativos), com por exemplo, 3 e 17.
    Nem Goldbach nem Euler foram capazes de provar as afirmações, por isso permaneceram como suposições, ou conjecturas.

    A segunda ficou conhecida como "fraca" porque estava contida na primeira, que passou a chamar-se "forte".
    "O trabalho sério para provar a conjectura fraca começou no início do século 20", disse Helfgott. "Antes, não se sabia nem por onde começar".

    Em 2005, o matemático começou a estudar o trabalho de outros cientistas que haviam provado a conjectura fraca para determinados números.
    O enunciado de Goldbach soava simples, mas prová-lo para todos os números ímpares até o infinito era algo muito complexo.
    Helfgott começou a buscar uma prova em 2006.
    Em fevereiro de 2012, já bem perto de encontrar a prova, a rotina do matemático era a seguinte: levantava-se muito cedo todos os dias para se dedicar à sua missão e chegava ao laboratório durante a tarde. Só então conferia a caixa de entrada do correio eletrônico e fazia buscas de informações.
    Isso porque havia suspendido a conexão com a internet em casa. Não queria se distrair. À noite, voltava a se concentrar no trabalho da conjectura até a hora de dormir.
    Em junho de 2013, sete anos depois de ter iniciado a busca, Helfgott finalmente encontrou a resposta. Em um trabalho com 79 páginas, demonstrou que a Conjectura Fraca de Goldbach estava certa.
    Para que serve a conjectura?

    A demonstração da conjectura, por si só, talvez não sirva para nada, ele explicou.
    "Por outro lado, as ideias e ferramentas usadas para se obter a demonstração serão úteis para a teoria dos números - entre outros usos adicionais", disse Helfgott.
    Graças ao seu trabalho, o matemático peruano foi convidado para dar aulas na Austrália e em vários outros países da América, Europa e Ásia.
    Agora, está fazendo pesquisas sobre a teoria dos números no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro.
    Em seu tempo livre, o matemático pretende cozinhar pratos peruanos para os amigos e voltar às aulas de tango.
    E será que ele pretende tentar demonstrar a Conjectura Forte de Goldbach?
    "Falta desenvolver ferramentas, ideias para que possamos prová-la", explicou.
    "Não acredito que isso esteja ao alcance da comunidade matemática no momento."

    Bica: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151004_matematico_perua no_helfgott_mv

    sallqantay
    Veterano
    # out/15
    · votar


    metemágicos piram nos números primos, qual o porquê dessa fixação?

    st.efferding
    Membro
    # out/15
    · votar


    sallqantay

    porque primo não é parente.

    Viciado em Guarana
    Veterano
    # out/15
    · votar


    E a chance do scrut se foi.

    pianoid
    Veterano
    # out/15
    · votar


    peruano Harald Helfgott

    :/

    metemágicos piram nos números primos, qual o porquê dessa fixação?

    porque são os números essenciais, sendo os outros apenas compostos deles

    e porque queremos saber o número da casa das primas

    -Dan
    Veterano
    # out/15
    · votar


    Curioso. Estudo estatística na UFMG e lá tá cheio de peruanos. Alunos e professores. Esse pessoal é bom mesmo.

    Insufferable Bear
    Membro
    # out/15
    · votar


    Viciado em Guarana
    chance de que?
    o Ártur Ávila já foi o primeiro a pegar a medalha fields

    sallqantay
    sei lá, não curto teoria dos números, mas o negócio parece ser mais pelo aspecto de quebra cabeça. as perguntas são super simples mas as respostas são quase sempre bem cabeludas

    Insufferable Bear
    Membro
    # out/15
    · votar


    -Dan
    Acho que metade de cada turma em que eu tô é de peruano, esquisito mesmo...

    Wade
    Membro Novato
    # out/15
    · votar


    Quando fiz Engenharia, o professor de Cálculo era peruano e dava a aula em Espanhol. Não Português mal falado, Espanhol mesmo.

    Ken Himura
    Veterano
    # out/15
    · votar


    Qual é a próxima?

    Mathematics Trench

    sallqantay
    Veterano
    # out/15
    · votar


    ^
    epic

    pianoid
    Veterano
    # out/15
    · votar


    eu vi

    boa

    sallqantay
    Veterano
    # out/15
    · votar


    professor de Cálculo era peruano

    Nunca vi. Mas na minha vida cruzei com vários do leste europeu/rússia

      Enviar sua resposta para este assunto
              Tablatura   
      Responder tópico na versão original
       

      Tópicos relacionados a O matemático peruano que resolveu um problema de quase 300 anos