Joseph de Maistre Veterano |
# abr/15 · Editado por: Joseph de Maistre
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“Quando hipotetizam sobre a contrarrevolução, os homens frequentemente assumem que ela deve e somente pode ser o resultado de uma deliberação popular. ‘O povo teme’, dizem eles, ‘o povo quer, o povo nunca consentirá, isso não convém ao povo, etc.’ Mas que lástima! O povo não tem importância alguma para as revoluções -- no máximo, serve como um mero instrumento passivo. Quatro ou cinco pessoas, talvez, bastarão para dar um novo rei à França. Algumas cartas chegarão de Paris anunciando às províncias que a França tem um rei e elas, as províncias, apenas proclamarão ‘Vida longa ao rei’. Mesmo em Paris, apenas um vigésimo da população, talvez, descobrirá algum dia que são governados por um rei. ‘Será possível?, espantar-se-ão eles. ‘Mas que coisa estranha, não? Alguém sabe por que portão ele entrará na cidade? Talvez seja interessante começar a alugar as janelas com vista para a rua, pois haverá uma multidão esmagadora’. Se a monarquia for restaurada, o povo não será mais responsável por sua restauração do que fora por sua destruição ou pelo estabelecimento de um governo revolucionário". (MAISTRE, Joseph de. Considérations sur la France. Lyon: J. B. Pélagaud, 1880, pp. 133-134).
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