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brunohardrocker Veterano |
# out/12
A Islândia é uma ilha com pouco mais de 300 mil habitantes que parece decidida a inventar a democracia do futuro.
Por uma razão não totalmente clara, esse país que fora um dos primeiros a quebrar com a crise financeira de 2008 sumiu em larga medida das páginas da imprensa mundial. Coisas estranhas, no entanto, aconteceram por lá.
Primeiro, o presidente da República submeteu a plebiscito propostas de ajuda estatal a bancos falidos. O ex-primeiro-ministro grego George Papandreou foi posto para fora do governo quando aventou uma ideia semelhante. O povo islandês, todavia, não se fez de rogado e disse claramente que não pagaria nenhuma dívida de bancos.
Mais do que isso, os executivos dos bancos foram presos e o primeiro-ministro que governava o país à época da crise foi julgado e condenado. Algo muito diferente do resto da Europa, onde os executivos que quebraram a economia mundial foram para casa levando no bolso "stock options" vindos diretamente das ajudas estatais.
Como se não bastasse, a Islândia resolveu escrever uma nova Constituição. Submetida a sufrágio universal, ela foi aprovada no último fim de semana. A Constituição não foi redigida por membros do Parlamento ou por juristas, mas por 25 "pessoas comuns" escolhidas de maneira direta.
Durante sua redação, qualquer um podia utilizar as redes sociais para enviar sugestões de leis e questionar o projeto. Todas as discussões entre os membros do Conselho Constitucional podiam ser acompanhadas do computador de qualquer cidadão.
O resultado é uma Constituição que estatiza todos os recursos naturais, impede o Estado de ter documentos secretos sobre seus cidadãos e cria as bases de uma democracia direta, onde basta o pedido de 10% da população para que uma lei aprovada pelo Parlamento seja objeto de plebiscito.
Seu preâmbulo não poderia ser mais claro a respeito do espírito de todo o documento: "Nós, o povo da Islândia, queremos criar uma sociedade justa que ofereça as mesmas oportunidades a todos. Nossas diferentes origens são uma riqueza comum e, juntos, somos responsáveis pela herança de gerações".
Em uma época na qual a Europa afunda na xenofobia e esquece o igualitarismo como valor republicano fundamental, a Constituição islandesa soa estranha. Esse estranho país, contudo, já não está mais em crise econômica.
Cresceu 2,1% no ano passado e deve crescer 2,7% neste ano. Eles fizeram tudo o que Portugal, Espanha, Grécia, Itália e outros não fizeram. Ou seja, eles confiaram na força da soberania popular e resolveram guiar seu destino com as próprias mãos. Algo atualmente muito estranho.
VLADIMIR SAFATLE escreve às terças-feiras nesta coluna.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/1173483-um-pais-e stranho.shtml
Assunto a título de curiosidade. Particularmente pondero sobre alguma coisa ou outra. Até porque a matéria foi redigida pela visão de um proessor de filosofia da USP.
Dissertem.
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brunohardrocker Veterano |
# out/12
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Post oferecido em sacrifício para que ocorra aqui uma carnificina envolvendo Excel, Tambourine, Joseph, Neologist e cia ltda.
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Cavaleiro Veterano |
# out/12
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Sempre disse:
Países nórdicos > resto.
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tambourine man Veterano |
# out/12
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Países nórdicos = paraíso coxinha
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soruji Veterano |
# out/12
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Esse país não é o cenário de um joguinho antigo, estilo Mario, onde um senhorzinho com barriga d'água sai mundo a fora andando de skate e jogando tacapes nos animais?
Adventure Island >>>> Mário Bros. =D
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dibass Veterano |
# out/12
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Países nórdicos = paraíso coxinha >brasil
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Cavaleiro Veterano |
# out/12
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tambourine man
Coxinha > hipster
Ganhar bem (yuppie coxinha) e viver em país com alto IDH > chamar a atenção fumando um cachimbo neozelandês ao som de uma música catalã.
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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Björk é de lá => Melhor país estranho do mundo.
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Roy.Mustang Veterano |
# out/12
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LOL
Coxinha > hipster
LOL²
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Cavaleiro Veterano |
# out/12
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Como conheci a gíria no FCC, essa matéria foi instrutiva:
http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1078798-tipicamente-paulistana-g iria-coxinha-tem-origem-controversa.shtml
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Benva Veterano |
# out/12
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Cavaleiro
Outro dia ouvi esse termo pela primeira vez.
"-Ah, curto motos pra caralho - Eu também... você pilota? - Sim, tenho uma Harley - NOOOOSSAAAAA, QUE COXINHA!!!!!!!!"
E foi assim.
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Roy.Mustang Veterano |
# out/12
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Coxinha ao meu entender é alguém mais afeminado
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Cavaleiro Veterano |
# out/12
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Roy.Mustang
Esse é o hipster hahah :D
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SODAPOP Veterano |
# out/12
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estranho é pouco, é a terra de Björk e Sigur Rós
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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Roy.Mustang Não, coxinhas geralmente são tryhards... Em tudo, inclusive masculinidade.
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Roy.Mustang Veterano |
# out/12
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Cavaleiro Scrutinizer
bem, pra mim é tudo igual. Não que eu me importe.
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Roy.Mustang Veterano |
# out/12
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@topic
vcs cham que a Islândia fez certo? Acham que no Brasil daria certo (hahahahahaha ai ai...)?
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TimRiddley Veterano |
# out/12
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Scrutinizer Björk é de lá => Melhor país estranho do mundo.
Sem falar de Sigur Rós.
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Piano ON GRACE Veterano |
# out/12
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Parece ser um bom país (quando se vive no Brasil a maioria dos outros paises parece bom).
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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TimRiddley Sigur Rós é... meh...
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Viciado em Guarana Veterano |
# out/12 · Editado por: Viciado em Guarana
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Não é aquele país cheio de vulcões e duendes?
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Atom Heart Mother Veterano |
# out/12
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huahua, caralho, que louco.
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highvoltage Veterano |
# out/12
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Estranho é o idioma...
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tambourine man Veterano |
# out/12 · Editado por: tambourine man
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véi, não dá para viver acima da latitude 30, é muito extremo (frio, calor, sol que frita e depois sol que nem sobe no horizonte, neve, nevasca, etc). O mesmo vale para acima de 3000 mts de altitude.
É bom para fazer turismo e sonhar, mas é muita treta no cotidiano para quem foi criado em um país tropical de clima ameno.
Claro que dependendo do tipo de oportunidade eu vou sem problemas (tipo casar com a bjork)
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Cavaleiro Veterano |
# out/12
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tambourine man
mimimi viva la revolucíon mas tenho medo de pegar um resfriado mimimi
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Scrutinizer Veterano |
# out/12
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tambourine man
coffeecoffeecoxinhacoffeecoffee
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TimRiddley Veterano |
# out/12
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Scrutinizer
Po cara, nem o Ágætis byrjun? Sacanagem.
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CindyFerrari Veterano |
# out/12
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Viciado em Guarana duendes não são irlandeses?
Roy.Mustang jamais daria certo no brasil, talvez daqui a alguns milhões de anos de certo, por enquanto não.
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Strato_Master Veterano |
# out/12
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tambourine man
tipo casar com a bjork
powww véi.... isso é seu sonho?
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Joseph de Maistre Veterano |
# out/12
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brunohardrocker Até porque a matéria foi redigida pela visão de um proessor de filosofia da USP.
Consciência limpa
Olavo de Carvalho Diário do Comércio, 3 de setembro de 2010
Já tendo demonstrado que Vladimir Safatle possui a quota de burrice requerida para o preenchimento do cargo de professor de filosofia na USP (v. “Cabeça de uspiano” em http://www.olavodecarvalho.org/semana/090618dc.html e http://www.olavodecarvalho.org/semana/090623dc.html), não me espanta que ele agora apareça clamando pela implantação de um regime totalitário no Brasil, nem muito menos que o faça com o ar inocente de quem defendesse, com isso, a mais pura normalidade democrática.
Não o acuso de ser fingido, hipócrita, manipulador. Ele não usa da língua dupla orwelliana para nos enganar. Ao contrário, ele deixou-se introxicar de doublespeak ao ponto de que, em vez de usá-la, é usado por ela, ecoando, com a inimputabilidade mecânica de um boneco de ventríloquo, o que quer que ela lhe instile na caixa craniana. Não imaginem portanto que ele tente nos vender, maquiavelicamente, o totalitarismo com o nome de democracia. Não! Ele acredita mesmo, com pia sinceridade, que totalitarismo é democracia, democracia é totalitarismo. Almas caridosas podem nutrir a esperança de que um dia ele venha a tornar-se capaz de distinguir ao menos um pouquinho essas duas coisas, mas para tanto ele necessitará de umas mil reencarnações, e eu não acredito em reencarnação. Safatleza não tem cura.
Em artigo recém-publicado na Folha (onde mais poderia ser?), ele critica os candidatos do PSDB por terem se permitido, na campanha eleitoral, dizer duas ou três coisas que estão um tanto à direita da linha oficial petista. O partido de José Serra e Índio da Costa, proclama o referido, “só teria alguma chance se tivesse ensaiado uma reorientação programática a partir de um discurso mais voltado à esquerda”.
Com toda a evidência, a democracia dos sonhos do prof. Safatle consiste na livre concorrência entre vários partidos iguais ao PT. Insisto: não creio que ele tenha o intuito de ludibriar a platéia ao usar a palavra “democracia” para designar o que é, em substância, um totalitarismo mal e porcamente camuflado – o regime de um partido único com nomes diversos. Ao contrário, ele acha mesmo que democracia é isso e nunca lhe ocorreu nem ocorrerá que possa ser outra coisa, tão funda, natural e espontânea é a sua crença de que à direita da esquerda só existe o inferno. E na cabeça dele – há indícios de que possui uma –, essa crença não é nem um pouco maniqueísta, pois maniqueísmo é coisa da direita, não é?
Eu sempre disse que o PT não era um partido normal, que aceitasse o rodízio de poder com outros partidos de direita ou de esquerda. O PT, repito há duas décadas, é um partido revolucionário, totalitário, firmemente decidido a banir da vida política tudo o que não seja ele próprio ou igual a ele próprio. O fato de que venha realizando esse programa com discrição homeopática e obstinada lentidão, em vez de fazê-lo aos gritos e estampidos como o partido governante da Venezuela, só torna Lula diferente de Chávez desde o ponto de vista estético: cada um é feio a seu modo. Lula é até um pouco mais, porque à força de facadas anestésicas logrou persuadir a direita a deixar-se morrer sem dizer um “ai”, ao passo que sua equivalente venezuelana não só continua gemendo mas de vez em quando arranca uns gemidos do próprio Chávez. O prof. Safatle sente-se inconformado de que a uniformização esquerdista do cenário eleitoral brasileiro não tenha alcançado aquele cume de perfeição em que nenhuma ínfima partícula de direitismo residual pode aparecer nem mesmo por equívoco, nem mesmo por lapso de atenção da parte de esquerdistas leais.
Tanto é assim que, ao chamar de “errática” a campanha de José Serra, assinalando a incoerência entre a denúncia das ligações PT-Farc e os elogios concomitantes – até exagerados – do candidato oposicionista à pessoa do sr. Presidente da República, em qual dessas atitudes vê ele um erro imperdoável? Em acusar o criminoso com provas factuais sobrantes ou em louvá-lo com base na mera opinião pessoal? Adivinhem. No entender do prof. Safatle, o sr. Serra, para ser um candidato sério, honesto, consistente, deveria, ao falar de Lula, ocultar os fatos desabonadores que conhece e mencionar somente as belas qualidades que imagina. O sr. Serra só mereceria o respeito do Prof. Safatle caso resistisse à tentação da sinceridade e se ativesse ao nobre exercício de um coerente puxa-saquismo.
Esse raciocínio não é nada estranho, no fundo. Um sujeito que concebe a democracia como eliminação de toda oposição ideológica só pode mesmo chamar de honestidade e seriedade aquilo que o restante da espécie humana entende por leviandade, vigarice e hipocrisia.
Quando digo que a mentalidade revolucionária enxerga tudo invertido, é disso que estou falando. O prof. Safatle exemplifica-o com aquela candura perversa de quem conserva a consciência limpa porque não tem nenhum contato com ela.
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