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Cavaleiro Veterano |
# set/12
Outra pesquisa bem interessante conduzida por professores de Stanford, Carnegie Mellon e Northwestern, e publicada no Journal of Personality and Social Psychology . Segundo eles, normalmente associamos status social com altruísmo: quanto mais generosa a pessoa, maior seu prestígio no grupo e, por consequência, maior o seu status social. Mas status social, na verdade, é o resultado não de um, mas de dois fatores: prestígio e dominação.
Prestígio é algo atribuído pelo grupo social a um indivíduo e depende de seu grau de altruísmo. Quanto mais uma pessoa faz por sua comunidade, maior é seu prestígio. Mas dominação é algo imposto ao grupo. Ele é fruto do receio gerado naqueles que são dominados. Enquanto altruísmo é o auto-sacrifício em nome do bem comum, dominação é um ato egoístico: é o sacrifício de muitos em proveito próprio. Líderes como Madre Teresa ou Dalai Lama são exemplos de um alto ranking social obtido através do prestígio por condutas generosas. Líderes como Hitler e Napoleão, por outro lado, são exemplos de um alto ranking social obtido com a dominação através do medo.
Baseado nisso, os pesquisadores conduziram três experimentos diferentes com grupos de participantes. No primeiro experimento, no qual o grupo não percebia nenhum risco interno ou externo, os participantes mais egoístas foram percebidos pelos demais participantes como tendo baixo prestígio e alta dominação, e o grupo preferia não ser liderado por eles. Até aí, nenhuma surpresa.
Mas quando os pesquisadores modificaram o experimento para que o grupo enfrentasse competição imposta por um segundo grupo, as pessoas simplesmente mudaram de opinião e preferiram ser lideradas por pessoas mais dominantes, enquanto os mais altruístas caíram para o fim da lista de potenciais líderes. Ou seja, enquanto vivem em um mundo sem perigos e competição, as pessoas aparentemente preferem ser lideradas por pessoas benévolas, mas tão logo elas percebem um perigo externo, elas parecem aceitar sacrificar elementos como justiça e igualdade em favor de sobrevivência, e passam a preferir a liderança de pessoas dominadoras.
E o que isso tem a ver com segurança? Muito.
Lembra-se do que foi explicado no segundo parágrafo? Pessoas mais dominantes também são mais egoístas. Elas estão mais preocupadas consigo mesmas do que com o bem dos seus liderados. E porque elas estão preocupados apenas consigo mesmas, elas tendem a tomar decisões menos justas, a explorarem os outros e a se corromperem mais facilmente.
A vida em sociedade é uma contínua competição. Logo, se as evidências da pesquisa estão corretas, nossa tendência é de escolher pessoas naturalmente mais egoístas – e, portanto, menos justas, mais exploradoras e corruptas – para nos governar. Ou, em outras palavras, se as conclusões dessa pesquisa estiverem corretas, não é o poder que corrompe as pessoas, mas nós é que tendemos a conferir o poder de nos governar às pessoas mais corruptas.
http://direito.folha.uol.com.br/4/post/2011/11/no-o-poder-que-corrompe -as-pessoas-ns-que-preferimos-os-corruptos.html
Dissertem sobre a dominação do leviatã e o ciclo vicioso de violência para perpetuação no poder.
O poder é de vocês.
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Cavaleiro Veterano |
# set/12
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Sucesso
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Lìív Veterano |
# set/12
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Interessante.
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brunohardrocker Veterano |
# set/12
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Logo, se as evidências da pesquisa estão corretas, nossa tendência é de escolher pessoas naturalmente mais egoístas – e, portanto, menos justas, mais exploradoras e corruptas – para nos governar.
Talvez um desafio a essa conclusão seja a linha do tempo da história. A grosso modo, quanto mais próximo ao presente temos menos imposição de poder, se levarmos em conta nossos sistemas de governo.
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Cavaleiro Veterano |
# set/12
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Lìív
haushsauhsauashsauhu
Só faltou o tadico.
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Cavaleiro Veterano |
# set/12
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brunohardrocker
Mas não é uma evolução linear e sim cíclica, como o próprio tempo aponta. No meio dos períodos em que a escolha é feito pelo dominador, há uma quebra de paradigma e uma evolução feita no ciclo em que as coisas estão mais "tranquilas".
É como um movimento circular seguido de um movimento retilíneo imo.
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brunohardrocker Veterano |
# set/12
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Cavaleiro
Um bom filme sobre isso seria o Die Welle (o qual não consegui assistir inteiro por ter sido importunado no dia). Já viu? É sobre um estudo sobre a possibilidade de formação de um novo regime nazista em nossa época. Pretendo achá-lo para ver de novo e absorver por inteiro.
Uma coisa que eu acho legal, é a aplicação daquela curva do CVP sobre todas as coisas. Na minha opinião as formas de governo e nossa cultura passam por isso.
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Lìív Veterano |
# set/12
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Cavaleiro :x
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Cavaleiro Veterano |
# set/12
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brunohardrocker
Sim, eu também vejo as coisas mais com menos no sistema de ciclo de vida dos produtos.
Lìív
I'm sexy and i know it
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# set/12
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Esse estudo aqui é bacana também:
http://en.wikipedia.org/wiki/Stanford_prison_experiment
Tem um filme legal inspirado nele:
http://www.imdb.com/title/tt0250258/
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d.u.n.h.a. Veterano |
# set/12
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Bacana hein Bem legal
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Cavaleiro Veterano |
# set/12
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Die Kunst der Fuge
Muito bom esse filme, deu vontade de ver de novo.
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tambourine man Veterano |
# set/12
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por isso que vencer o medo é tão importante
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Joseph de Maistre Veterano |
# set/12
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Ok, e a variável "quão ansioso e ávido o líder em questão está por redistribuir a riqueza de terceiros" (provavelmente a variável mais importante de qualquer estudo sério sobre política desde que Platão escreveu A República), onde ela entra nisso?
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One More Red Nightmare Veterano |
# set/12
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blé³
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