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brunohardrocker Veterano |
# mar/12
HÉLIO SCHWARTSMAN DE SÃO PAULO
O "brainstorming" vs. o poder dos introvertidos
"Como temos boas ideias? A questão não é trivial e já mobilizou de pensadores do porte de Platão, Descartes e David Hume a empresários preocupados em aumentar a produtividade de seus funcionários. Como não poderia deixar de ser, métodos ditos infalíveis para obtê-las enchem as estantes das seções de livros de autoajuda.
A maioria dessas receitas está errada. E a razão é muito simples: o mundo é um lugar complexo demais para ser subsumido por meia dúzia de fórmulas pré-fabricadas. Para tornar as coisas um pouco mais complicadas, muitas vezes topamos com uma boa ideia sem conseguir identificá-la como tal.
Recentes descobertas na psicologia e na neurociência, ainda que não permitam produzir um guia da criatividade passo a passo, pelo menos servem para descartar determinados mitos que insistem em se perpetuar.
"BRAINSTORMING"
O mais célebre deles é o do "brainstorming". Como conta o escritor Jonah Lehrer em recente artigo para a revista "The New Yorker", o conceito surgiu no livro "Your Creative Power" (Myers Press). Nesta obra de 1948, ainda em catálogo, o publicitário norte-americano Alex Osborn, sócio da mítica agência BBDO, prometia dobrar o poder criativo do leitor.
O livro, que foi um inesperado "best-seller", trazia conselhos como "carregue sempre um caderninho, para não ser surpreendido pela inspiração". O ponto alto, contudo, estava no capítulo 33, intitulado "Como organizar um esquadrão para gerar ideias". Osborn dizia que o segredo do sucesso de sua agência eram as sessões de "brainstorming", nas quais uma dezena de publicitários se reunia por 90 minutos e saía com 87 novas ideias para uma "drugstore".
A principal regra de um "brainstorming" era "não critique o companheiro". Para Osborn, "a criatividade é uma flor tão delicada", que precisa ser alimentada com o louvor e pode ser destruída por uma simples palavra de desencorajamento.
A coisa pegou como uma praga. Osborn escreveu vários outros "best-sellers" e virou guru da literatura de negócios. Os pedagogos também adoraram e até hoje nossos filhos perdem precioso tempo na escola se dedicando a atividades de grupo onde o mantra é jamais criticar o coleguinha, mesmo que ele diga uma tremenda besteira.
O principal problema com o "brainstorming" é que ele não funciona. Como mostra Lehrer, o conceito fracassou já em seu primeiro teste empírico, em 1958. Pesquisadores da Universidade Yale puseram dois grupos de 48 estudantes para propor soluções criativas para uma série de problemas.
No primeiro, os voluntários atuariam segundo as instruções de Osborn; no segundo, cada aluno trabalharia sozinho. Estudantes que operaram individualmente apresentaram, em média, duas vezes mais propostas que os do "brainstorming". Mais ainda, um comitê de juízes considerou essas contribuições melhores e mais factíveis que as do primeiro grupo."
Matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1056486-o-brainstorming-vs-o -poder-dos-introvertidos.shtml
Na esperança de deixar o tópico mais "atrativo", colei aqui apenas a introdução.
A quem interessar, os demais tópicos abordados na matéria se referem a Arquitetura, Introvertidos, Experimento, Significado, Patologia e Dúvida.
Um abraço pro gaiteiro e outro pro Cavaleiro!
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tambourine man Veterano |
# mar/12
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aguardo o post do nosso guru da autoajuda pseudocientífica behaviorista: cavaleiro
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brunohardrocker Veterano |
# mar/12
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ARQUITETURA
"Outra noção popular e errada é a de que laboratórios e escritórios devem ter uma arquitetura que praticamente obrigue as pessoas a interagirem, favorecendo "insights" criativos. Essa moda derrubou muitas paredes, e grandes empresas se tornaram um imenso átrio, onde todos se encontravam o tempo inteiro. Estima-se que cerca de 70% dos escritórios dos EUA sigam esse padrão. Um dos maiores entusiastas do conceito de arquitetura de plano aberto era Steve Jobs, da Apple.
Como mostra Susan Cain, no recente "Quiet: The Power of Introverts in a World that Can't Stop Talking" [Crown, 352 págs., R$ 26], a relação entre interações sociais e boas ideias é mais sutil. Num estudo chamado "Coding War Games", Tom Demarco e Timothy Lister avaliaram a performance de 600 programadores de informática de mais de 90 companhias.
A diferença entre os profissionais era impressionante: o desempenho do melhor superou o do pior em dez vezes. E, para tornar as coisas mais misteriosas, as causas suspeitas de sempre --como experiência, salário, tempo dedicado à tarefa-- não explicavam o fenômeno.
Demarco e Lister, entretanto, perceberam que os melhores programadores tendiam a agrupar-se nas mesmas firmas. Investigando essa pista, descobriram que o segredo era a privacidade: 62% dos que se saíram bem disseram que seu lugar de trabalho oferecia um ambiente reservado onde podiam se concentrar, contra apenas 19% dos que tiveram pior performance."
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1056486-o-brainstorming-vs-o -poder-dos-introvertidos.shtml
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Viciado em Guarana Veterano |
# mar/12
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Não entendi nada mas acompanharei este tópico.
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Viciado em Guarana Veterano |
# mar/12 · Editado por: Viciado em Guarana
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Agora que terminei de tomar o meu café eu compreendi um pouco.
Essa técnica é meio furada hein! Idéias inúteis não são coisas boas. Do que adiante você ter um montão de idéias se nenhuma serve para resolver o seu problema?
perdem precioso tempo na escola se dedicando a atividades de grupo onde o mantra é jamais criticar o coleguinha, mesmo que ele diga uma tremenda besteira. Isso definitivamente não acontece no ensino fundamental em diante. Se você falar alguma besteira vão te zoar até não poder mais. Eu sei, eu faço isso.
Aguardo ansiosamente o post do Cavaleiro
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Cavaleiro Veterano |
# mar/12
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brunohardrocker A maioria dessas receitas está errada. E a razão é muito simples: o mundo é um lugar complexo demais para ser subsumido por meia dúzia de fórmulas pré-fabricadas. Para tornar as coisas um pouco mais complicadas, muitas vezes topamos com uma boa ideia sem conseguir identificá-la como tal.
É o que eu sempre digo, tudo dentro da administração e ciências sociais em geral que são prescritivos, ou seja, propõe-se independência de contexto com proposições de fórmulas mágicas para se alcançar o sucesso não tem qualquer validade científica, servem apenas como material de autoajuda.
Recentes descobertas na psicologia e na neurociência, ainda que não permitam produzir um guia da criatividade passo a passo, pelo menos servem para descartar determinados mitos que insistem em se perpetuar.
Isto me lembra um pouco de Skinner no behaviorismo, ele comparava uma poeta que "faz" um poema e uma mãe que "faz" um bebê.
No caso da mãe que "faz" (tem) um bebê, Skinner diz: "...não é responsável pela cor da pele, cor do olho, força, tamanho, inteligência, talentos, ou qualquer outra característica do bebê. Ela deu a ele a metade dos genes dele, mas ela pegou-os de seus pais. Ela poderia, é claro, ter danificado o bebê...poderia ter pego rubéola, usado drogas... mas ela não fez nenhuma contribuição positiva."
E em relação ao poema: "Compor um poema, como ter um bebê, é em grande parte uma matéria de exploração e descoberta, e ambos, poeta e mãe, freqüentemente ficam surpresos pelo que produziram. E porque o poeta não está ciente da origem de seu comportamento, será provável que o atribua à mente criativa, mente inconsciente ou talvez a uma mente que pertença a outra pessoa".
Essa visão converge um pouco com matérias de design que tive no mestrado, em que a empresa IDEO propôs uma visão administrativa com base no que o design faz, que é basicamente obter novas experiências para depois colocá-las em prática, o chamado "Design Thinking" que também é muito relacionado com marketing de experiência.
BRAINSTORMING
Eu nunca consegui fazer uma boa reunião de brainstorming também, prefiro chamar algumas pessoas inidivualmente para me ajudar com determinadas idéias e utilizo muito o mapa mental ou wireframes para expressar algumas idéias.
Acho que o brainstorming não funciona no meio empresarial, precisa de um ambiente que seja propício a formação de idéias (que forneça experiências). Acredito que funcionaria melhor em um bar do que em uma sala de reuniões, por exemplo.
É mais um dos muitos neo-institucionalismos empresariais que tentam independer de contexto e acabam fracassando, só que ainda amplamente utilizados.
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Mary Lennox Pitéu OT 2012 |
# mar/12
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Eu nunca consigo ter ideias relevantes estando em um lugar com muita gente, e mesmo tendo, eu não compartilho.
Ficar pensando sozinha é infinitamente mais proveitoso, pra mim.
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Cavaleiro Veterano |
# mar/12
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Mary Lennox eu não compartilho.
Mas é por vergonha ou porque você prefere ficar com a idéia para si?
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Mary Lennox Pitéu OT 2012 |
# mar/12
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Cavaleiro
Eu sinceramente não sei. Eu pondero, se vale a pena compartilhar ou ficar pra mim.
Algumas vezes é por achar que a ideia não é relevante, ou se for, eu prefiro usar de algum modo que mostre que a ideia foi minha.
Sim, sou um pouco egoísta.
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Roy.Mustang Veterano |
# mar/12
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Eu acho que sim.
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tambourine man Veterano |
# mar/12
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o mano Cavaleiro não decepcionou
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Cavaleiro Veterano |
# mar/12
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Mary Lennox Sim, sou um pouco egoísta.
Todos somos.
Na minha área é bem delicado este assunto.
Na área de tecnologia de informação a matéria prima normalmente é o código para softwares e em hardware silício e componentes, que tem alto valor agregado.
Produz-se muito em relação a P&D mas há pouquíssima patente, então a tentativa de concentrar o conhecimento na empresa para manter um certo diferencial é mantida por contrato.
Já vi uma grande empresa que o contrato estipulava que tudo que fosse produzido, mesmo fora do horário de trabalho enquanto a pessoa trabalhasse ali e até um período depois, era propriedade da empresa, porque acontecia de um cara entrar, aprender como funciona uma arquitetura de software que a empresa levou anos pra bolar e saía publicando ou usando para benefício próprio.
Claro que na justiça é difícil de justificar este tipo de atitude, mas gestão do conhecimento é um assunto bem delicado.
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Cavaleiro Veterano |
# mar/12
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tambourine man
As mira pira num behaviorismo
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-Toolbar- Veterano |
# mar/12
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Um abraço pro gaiteiro e outro pro Cavaleiro!
hmmmm vão comer!
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Atom Heart Mother Veterano |
# mar/12
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Não entendi.
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One More Red Nightmare Veterano |
# mar/12
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Cavaleiro, recomende uma obra boa e didático de Behaviorismo. Que seja digerível.
Aguardo. Mandarei no seu perfil esse recado.
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Comuna CCCP Veterano |
# mar/12
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O Brainstorming aplicado hoje mudou muito... me canso de ver o pessoal postando esses nomes conceituais pensando que todo mundo ainda o usa como ele foi concebido.
O tipo de reunião "Brainstorming" pode ter sido concebido assim, mas em diferentes empresas na área de MKT que trabalhei a atividade era diferente. Acredito que isso tenha mudado com o tempo, para que a reunião seja produtiva. Hoje pelo que vi nos lugares que trabalhei existe sempre: 1º - Orador / Mediador que segue uma linha lógica 2º - Cada membro apresenta idéias acerca do problema proposto 3º - As idéias são discutidas e analisadas 4º - São escolhidas algumas propostas para um estudo mais profundo
Acredito que a interpretação do "não criticar o colega" está extremamente exacerbado nessa matéria. A intenção é apenas não intimidar.
Agora, o que não posso afirmar é que o método sirva para todas as áreas, como citada a programação... na verdade acho até mesmo o perfil do profissional desta área seja mais introspectivo e que obviamente uma reunião onde ele tenha que ser expor, acabe por intimida-lo.
O que falta mesmo para motivar equipes é conhecer o perfil de cada um e como eles se comportam em cada situação, porque não a behavorismo que salve sem isso.
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Guilherme Nau Veterano |
# mar/12
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Não é BrainStorm?
Comuna CCCP
Até onde sei, em agências de publicidade ou até mesmo para se montar um roteiro em grupo é feito o Brainstorm (ou storming, não lembro)
Mas não mudou do que você falou aí acima.
É tipo:
*É juntado em uma sala 8 pessoas, não mais que isso.
*Tem um orientador ou algo do gênero, que será o filtro das ideias e vai montar uma linha do tempo sobre esse roteiro.
*Terá alguém anotando as ideias aprovadas/filtradas pelo orientador.
* As ideias são literalmente jogadas. Alguém lança uma ideia, outra pessoa pode aproveitar essa ideia para montar outra, e assim vai.
* Todos tem uma hora (tempo recomendado o fértil para ideias, mais que isso a coisa não anda) para apresentar a ideia pronta. Depois isso é transformado em argumento por algum roteirista e depois em roteiro técnico pelo mesmo.
Já chegou roteiros de 5 linhas pra mim huahuahuahuahuahu.
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Systematic Chaos Veterano |
# mar/12
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Concordo, um cérebro isolado funciona melhor que vários tentando funcionar como um.
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Guilherme Nau Veterano |
# mar/12
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Systematic Chaos
Depende muito da situação.
Quando se trata da elaboração de um roteiro ou argumento para um curtíssima, curta, média, longa metragem é muuuuito mais fácil se elaborar um roteiro sozinho.
Tanto é que o argumento do roteiro terá uma mensagem pessoal sobre algo. Não tem como um roteiro ter 2 mensagens pessoais.
Agora roteiros para comerciais ou algo do gênero é junto mesmo. Que é muito mais rápido e vai englobar a opinião de todos se ficará bom ou não.
Até hoje fiz uns 2 BrainStorm (ou storming). Um para um curtíssima e um para um média metragem.
Nas duas foi muito difícil desenvolver um roteiro. Comecei a fazer um roteiro sozinho e flui muito melhor, não tem comparação.
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Cavaleiro Veterano |
# mar/12
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One More Red Nightmare
Roger That.
Mandei.
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brunohardrocker Veterano |
# mar/12
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Cavaleiro
Valeu pela partilha de informações, véi o/
Eu nunca consegui fazer uma boa reunião de brainstorming também, prefiro chamar algumas pessoas inidivualmente para me ajudar com determinadas idéias e utilizo muito o mapa mental ou wireframes para expressar algumas idéias.
Acho que o brainstorming não funciona no meio empresarial, precisa de um ambiente que seja propício a formação de idéias (que forneça experiências). Acredito que funcionaria melhor em um bar do que em uma sala de reuniões, por exemplo.
É mais um dos muitos neo-institucionalismos empresariais que tentam independer de contexto e acabam fracassando, só que ainda amplamente utilizados.
Que o diga em empresas familiares. Como tem empresas familiares na Brasil...
Acho que ainda o brainstorming deve ser mais funcional ao departamento de marketing de grandes empresas, em especial as de capital aberto e SA, onde se reunem e observam o ambiente e procuram ideias inovadoras entre os profissionais e sócios, que tragam retorno.
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