Porque ser reacionário está tão "in" hoje em dia?

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Excelion
Veterano
# nov/11
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brunohardrocker

Nos EUA um cara me disse:

If you are old and you're not conservative you ain't got no brains, but if you are young and you're not liberal, you ain't got no heart.

Na verdade ele não usou as expressões ain't got no e brains, mas eu coloquei só pra reforçar o estereótipo de caipira.

Excelion
Veterano
# nov/11
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PS: Eu acho pior os reaças ao extremo do que os Che Guevaras de boteco.

Os Che Guevaras de boteco pelo menos leem bastant e têm uma certa visão, estão apenas infectados por professores comunas e tendem ao exagero por isso, com o tempo passa.

Já o típico reaça de plantão chafurda na ignorância pra sempre. Aplicam aquele ditado da vovó "cabeça aberta demais e o cérebro cai" pra tudo. Afinal, isso é coisa daqueles vagabundos maconheiros da fefelech.

brunohardrocker
Veterano
# nov/11 · Editado por: brunohardrocker
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Excelion
If you are old and you're not conservative you ain't got no brains, but if you are young and you're not liberal, you ain't got no heart.

hahaha Interessante!

Excelion

Mas isso aí se torna mais uma questão de "habilidades" mais apuradas (sei lá se usei o termo correto).

Já vi um estudo de neurologia apontando que há uma diferença anatômica cerebral entre liberais e conservadores, mas que não aponta nenhuma diferença em capacidade cognitiva. Mas claro, essa diferença pode vir de alguma consequencia externa. Não mensurável no mesmo método.

E de repente algo explique se os conservadores se dão melhor na vida financeira ou não, se os liberais se dão melhor em questões mais filosóficas, ou não ou quais dos dois se dão melhor ou tem mais aptidão à política.
Tudo entra num emaranhado.

brunohardrocker
Veterano
# nov/11
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Konrad
Depende. A grosso modo, se houver alternância de poder numa democracia saudável isso ai pode ser verdade.Seria até natural, já que ambos os partidos partem de bases ideológicas distintas.

Por outro lado acho que ficaria mais correto falar em oposição como conceito mutável se a premissa anterior for verdadeira.


Isso mesmo! Seria nesse sentido. Ele usou o exemplo de que os burgueses eram inicialmente a oposição, e tinham uma posição liberal comparada a situação. Logo, ao se tornarem situação, os burgueses assumiram o posto de "conservadores" ao passo que os comunistas, o proletariado surge como os "liberais", "revolucionários".

Excelion
Veterano
# nov/11
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brunohardrocker

É que o conservador extremo, como diz o nome, é conservador. Não é receptivo a idéias novas, sejam elas boas ou ruins.

Já o liberal extremo é receptivo demais a idéias novas, sejam elas boas ou ruins.

Acho menos ruim conhecer várias coisas com um filtro podre do que se fechar com um filtro impermeável.

O que você falou de normalmente o azul se dar melhor para as questões financeiras enquanto o vermelho para filósoficas é simples: O azul simplesmente entende como as coisas são hoje e faz o seu pão em cima disso. O vermelho critica as coisas como são hoje baseado na filosofia.

brunohardrocker
Veterano
# nov/11 · Editado por: brunohardrocker
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Excelion
É que o conservador extremo, como diz o nome, é conservador. Não é receptivo a idéias novas, sejam elas boas ou ruins.

Já o liberal extremo é receptivo demais a idéias novas, sejam elas boas ou ruins.

Acho menos ruim conhecer várias coisas com um filtro podre do que se fechar com um filtro impermeável.

Isso é vero. Mas é uma situação difícil ter que escolher entre um e outro. E existem muitos apáticos também, esses vivem a mercê da 'briga" entre os dois e nem sabem o que está acontecendo. Vão sendo levados. O ideal mesmo é somente ter um excelente filtro hehe, independente das opiniões.

O que você falou de normalmente o azul se dar melhor para as questões financeiras enquanto o vermelho para filósoficas é simples: O azul simplesmente entende como as coisas são hoje e faz o seu pão em cima disso. O vermelho critica as coisas como são hoje baseado na filosofia.

Exatamente!
Numa ilusão de não querer "compactuar", acabam querendo tapar o sol com a peneira.

Pedro_Borges
Veterano
# nov/11
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Die Kunst der Fuge
e muitas vezes algumas leis naturais são revogadas ou reformuladas

São? Pelo que eu saiba o que muda é o nosso entendimento sobre as mesmas e não a lei em si.


Mas foi isso que ele deixou subentendido.

O tambourine man, traz uma importante observação sobre o aspecto da competição pelo destaque individual, que nós sempre entendemos como uma característica inerente ao ser humano.

A observação dele nos leva a buscar a trajetória da civilização humana, buscando todos os contextos a partir da horda. Talvez possamos descobrir que muitos de nossos anseios foram plantados e não simplesmente trazidos de nossos primórdios evolutivos.

Penso que a observação foi muito importante e merecedora de reflexão.

Rafiusk
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# nov/11 · Editado por: Rafiusk
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Eu acho que hoje nem existe mais o que fazer oposição, contracultura, seja o que for, porque diversos padrões já foram quebrados, em diversos assuntos, principalmente música, ciência e filosofia. Então, a gente vive hoje numa cultura de padrão que quebrou padrões anteriores, em que qualquer inovação chega alguém e fala "já fizeram isso", e, pô... a maioria das pessoas jovens parecem-me ser muito acomodadas em relação ao comportamento e à sociedade, a atitude de hoje parece que é seguir um estilo, " você é o empreendedor bem quesito e sustentável, mas pensa como é importante ganhar dinheiro, porque o ideal hoje é aliar o bem estar de estar fazendo um trabalho digno e útil para a sociedade e ainda assim se importar com o bem estar financeiro"!! Caramba, isso pode não estar errado, mas é um sonho muito superficial pra mim!! E eu, como alguém que precisa expressar qualquer coisa que seja, acho que a gente somos estrangulados mentalmente pela televisão e internet de uma maneira que ficamos embasbacados, como seres inertes e qualquer informação que nos lançam a gente balança a cabeça...

Insinity
Veterano
# nov/11
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Isso sempre aconteceu, gerações se alternando entre conservadores e liberais, ou seja lá qual o termo usado.

Kensei
Veterano
# nov/11 · Editado por: Kensei
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brunohardrocker
Certa vez "bati o olho" num texto de alguém que afirmava que liberais se transformam em conservadores ao longo da história. Que o revolucionário (político) de hoje é o conservador de amanhã. Vide revolução burguesa.

Na tua opinião, procede?


Esqueça a propaganda da honda e seu conceito "asas da liberdade".

Associe liberdade ao ato de não pagar imposto, é isso. Sou liberal porque sou contra a cobrança de impostos, sua taxação me inibe, cerceia minhas decições, logo não sou livre, e não quero redistribuir aquilo que meus antepassados conquistaram à custas da extração da mais valia de outrem, assim sendo, isso também me torna um conservador, não gosto de alterações, assim está ótimo, minha família tem posses, isto basta.

Também serve para outros tipos de intervenções governamentais nas áreas econômicas (regulação de mercados por exemplo) e/ou sociais;

Caricaturando é mais fácil de explicar, aprendi com os liberais.

Excelion
Veterano
# nov/11
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Kensei

Isso não é o liberal que ele quis dizer, é libertarianismo, ou para os mais dramáticos, anarco-capitalismo.

Sigo a mesma linha na questão econômica.

Comuna CCCP
Veterano
# nov/11
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Excelion

Isso não é o liberal que ele quis dizer, é libertarianismo
Quem?

Kensei
Veterano
# nov/11
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Excelion
Bom, no meu ponto de vista, são nas questões que resultam em alterações pecuniárias que os liberais e conservadores se convergem.

Excelion
Veterano
# nov/11
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Comuna CCCP

O bruno, ele ta falando do caráter social da coisa, o fefelechiano que se sente na ditadura e o cara em casa vendo tv desejando medidas Pinochetianas contra os revoltinhas.

Kensei

Eu acho é que aí que estão as divergências interessantes. Claro que dependendo da alteração, por questão de sobrevivência, o Keynesiano vai acabar seguindo o mesmo caminho que o austríaco neo-liberal. Não há uma propensão a uma greve de fome involuntária.

Joseph de Maistre
Veterano
# nov/11 · Editado por: Joseph de Maistre
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Comuna CCCP
Porque ser reacionário está tão "in" hoje em dia?
Será que é porque os adultos de hoje, eram os filhos das mulheres da geração contra cultura que não gostavam de preparar o leitinhho das crianças de manhã?

Quatro coisas:

1. Não se usa "porque" ("because" no inglês) no início de frases interrogativas parciais, mas sim "por que" ("why", no inglês);

2. Não se coloca vírgula entre o sujeito e o predicado;

3. Minha mãe se casou cedo e nunca foi feminista nem negligente com a minha criação. Aliás, a título de curiosidade, foi ela quem me alfabetizou em alemão ainda pequeno e me ensinou desde cedo a valorizar o conhecimento - o que por si só já evidencia que ela tem muito mais cultura, cérebro, trato com crianças e, portanto, mais adaptatividade à lógica inexorável da seleção natural do que 95% das feministas revoltadas de universidade que não prestam nem para tomar conta de um gato;

4. Ser reaça sempre foi e sempre será "in". Por trás de todas as suas subdivisões, teorias, lemas e até apelos ocasionais à religiosidade das massas, o que define e unifica o pensamento conservador desde os filósofos atenienses é o compromisso de defender a civilização e o modo de vida das pessoas normais contra as Forças do Caos, que atuam na sociedade principalmente através dos agentes patológicos virais (vide as ideologias esquerdistas descritas abaixo) propagados pela militância revolucionária.

Claro que essa é uma definição puramente formal do que é ser reacionário e revolucionário. Do ponto de vista substancial da coisa, podemos dizer que a direita defende a Moral, a Verdade, a Família, os Valores de Bem, o Trabalho, a Liberdade, a Razão, o que é Justo e Correto e todos os princípios greco-romanos e judaico-cristãos em que se alicerça a Grande Civilização Ocidental (exceto escravidão, imperialismo, apedrejamentos, ordálias e outras coisas greco-romanas e judaico-cristãs não muito exemplares).

Sempre com muita Honra, acima de quaisquer outras coisas.

Já a esquerda defende basicamente o oposto de tudo isso: a destruição da civilização através do desconstrucionismo, do relativismo, do feminismo, do libertinismo, do abortismo, do multiculturalismo, do gayzismo, do paternalismo, do sindicalismo, do estatismo, do contraculturalismo, do ambientalismo, do globalismo e, at last, but by no means least, do comunismo.

Em razão de sua própria natureza irracional, anormal, improdutiva e parasítica, esses estilos de vida não-conservadores só podem no longo prazo existir em agrupamentos humanos complexos se estiverem confinados a um número minoritário, ínfimo e culturalmente desprezível de indivíduos desajustados.

Obviamente, em regiões como a Alemanha, Áustria e Escandinávia, esse número há algumas décadas se elevou bem acima do "limite saudável" e os foucaultianos já se tornaram a ortodoxia; mas como, por conta disso, esses países estão experimentando atualmente as maiores taxas de divórcio e suicídio e as menores taxas de natalidade do mundo, tendo já entrado em processo de auto-extinção (de maneira que, no longo prazo, eles estarão todos mortos e os muçulmanos que imigram em massa destinados a se tornar a etnia majoritária), isso só confirma a lei econômica inexorável de que, no longo prazo, os mais reacionários herdarão a terra.

Comuna CCCP
Veterano
# nov/11
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Joseph de Maistre
hahaha, na boa qual foi o seu trauma de adolescência?? ou você é sarcástico mesmo e só eu não saquei?

Excelion
Veterano
# nov/11
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Joseph de Maistre

Invoquemos o Leviatã hobbesiano nesses revoltinhas!

Konrad
Veterano
# nov/11
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Agora falando sério.

Fui dormir pensando nisso ontem. A situação política específica do Brasil é tão bizarramente distorcida que ser contra as práticas do atual governo (não se resume a PT), ou simplesmente propor que sejam discutidas ou criticadas por sua patente falta de bom senso na maior parte dos casos me torna automaticamente "reacionário".

Eu sinceramente não sei se essa classificação faz parte da involução natural do preguiçoso intelecto brasileiro, se se deve a anos de doutrinação acadêmica em gerações cada vez mais desacostumadas ao raciocínio crítico, se faz parte de um plano de governo monumentalmente maior ou se é tudo isso junto.

Eu só sei que é um pesadelo discutir política com tanta polarização e principalmente com tanta ignorância igualitariamente espalhada por todos os lados. E é um pesadelo ainda maior viver num país em que a imensa maioria pensa assim e ainda é obrigada a votar.

Comuna CCCP
Veterano
# nov/11
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Konrad
simplesmente propor que sejam discutidas ou criticadas por sua patente falta de bom senso na maior parte dos casos me torna automaticamente "reacionário".

Ou eu não entendi ou não concordo.

Questionar um sistema de cotas por exemplo não te torna reacionário...

Konrad
Veterano
# nov/11
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Comuna CCCP
Questionar um sistema de cotas por exemplo não te torna reacionário...

Não mesmo.

Mas vá explicar isso para os analfabetos políticos.

Comuna CCCP
Veterano
# nov/11
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Reacionário é todo aquele que se contrapõe à Revolução, entendida como a subversão da estrutura socio-econômica e política da sociedade, para a resolução das contradições sociais em determinado momento histórico. Nesse sentido, entende-se como reação o conjunto de forças que atuam no sentido de retorno a uma situação passada, revogando mudanças sociais, morais, econômicas ou políticas.
O reacionário é o oposto do revolucionário ou progressista. O termo foi empregado pela primeira vez no contexto da Revolução Francesa, no sentido de que reacionários eram os que reagiam contra as mudanças iniciadas pela Revolução e pretendiam um retorno ao Ancien Régime.
No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels afirmam que as "classes médias - pequenos comerciantes, pequenos fabricantes, artesãos, camponeses - combatem a burguesia porque esta compromete sua existência como classes médias. Não são, pois, revolucionárias, mas conservadoras; mais ainda, reacionárias, pois pretendem fazer girar para trás a roda da história..".[1]
Nesse sentido, as religiões são às vezes qualificadas como reacionárias. Isto decorre, em parte, da oposição desses últimos a filósofos religiosos como Louis de Bonald, Joseph de Maistre e François-René de Chateaubriand, e em parte do que Karl Popper chamou de crença progressista (identificada como historicista) no caráter manifesto da verdade, que não conduz à construção do conhecimento mas à procura dos obstáculos à manifestação da verdade. Ao se identificar a religião como geradora de preconceitos, procura-se abolir a religião. "Analisar, afastar esse emaranhado de forças e tendências conflitantes e conseguir penetração em suas raízes, atingindo as forças de impulsão universal e as leis de transformação social – essa a tarefa das Ciências Sociais, tal como a vê o historicismo." [2]

Chupa que é de uva!

ZXC
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# nov/11
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Retorno de Jedai ?

tambourine man
Veterano
# nov/11
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Die Kunst der Fuge
Pourra, não fala em "Darwinismo Social" que eu tenho vontade de abrir um crânio com um paralelepípedo.

eu também, pois naturaliza um comportamento que tem origens sociohistóricas

Mas você não acha que podem existir os dois? Determinados aspectos obedecem uma lei natural rígida

sim, mas a separação entre os dois sempre vai ser problemática [como a questão da divisão mente/corpo, por exemplo]

tambourine man
Veterano
# nov/11
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para Devil Boy

Título original: O erro de Foucault

por Luiz Felipe Pondé


bica: http://www.paulopes.com.br/2011/11/ciencias-humanas-e-seus-atores-soci ais.html

Você sabia que o pensador da nova esquerda Michel Foucault foi um forte simpatizante da revolução fanática iraniana de 1979? Sim, foi sim, apesar de seu séquito na academia gostar de esconder esse "erro de Foucault" a sete chaves.

Fico impressionado quando intelectuais defendem o Irã dizendo que o Estado xiita não é um horror.


O guru Foucault ainda teve a desculpa de que, quando teve seu "orgasmo xiita", após suas visitas ao Irã por duas vezes em 1978, e ao aiatolá Khomeini exilado em Paris também em 1978, ainda não dava tempo para ver no que ia dar aquilo.

Desculpa esfarrapada de qualquer jeito. Como o "gênio" contra os "aparelhos da repressão" não sentiu o cheiro de carne queimada no Irã de então? Acho que ele errou porque no fundo amava o "Eros xiita".

Mas como bem disse meu colega J. P. Coutinho em sua coluna alguns dias atrás nesta Folha, citando por sua vez um colunista de língua inglesa, às vezes é melhor dar o destino de um país na mão do primeiro nome que acharmos na lista telefônica do que nas mãos do corpo docente de algum departamento de ciências humanas. E por quê?

Porque muitos dos nossos colegas acadêmicos são uns irresponsáveis que ficam fazendo a cabeça de seus alunos no sentido de acreditarem cegamente nas bobagens que autores (como Foucault) escrevem em suas alcovas.

No recente caso da USP, como em tantos outros, o fenômeno se repete. O modo como muito desses "estudantes" (muitos deles nem são estudantes de fato, são profissionais de bagunçar o cotidiano da universidade e mais nada) agem, nos faz pensar no tipo de fé "foucaultiana" numa "espiritualidade política contra as tecnologias da repressão".

E onde Foucault encontrou sua inspiração para esse nome chique para fanatismo chamado "espiritualidade política"?

Leiam o excelente volume "Foucault e a Revolução Iraniana", de Janet Afary e Kevin B. Anderson, publicado pela É Realizações, e vocês verão como a revolução xiita do Irã e seu fascínio pelo martírio e pela irracionalidade foram importantes no "último Foucault".

As ciências humanas (das quais faço parte) se caracterizam por sua quase inutilidade prática e, portanto, quase impossibilidade de verificação de resultados.

Esse vazio de critérios de aplicação garante outro tipo de vazio: o vazio de responsabilidade pelo que é passado aos alunos.

Muitos docentes simplesmente "lavam o cérebro" dos alunos usando os "dois caras" que leram no doutorado e que assumem ter descoberto o que é o homem, o mundo, e como reformá-los. Duvide de todo professor que quer reformar o mundo a partir de seu doutorado.

Não é por acaso que alunos e docentes de ciências humanas aderem tão facilmente a manifestações vazias, como a recente da USP, ou a quaisquer outras, como a dos desocupados de Wall Street ou de São Paulo.

Essa crítica ao vazio prático das ciências humanas já foi feita mesmo por sociólogos peso pesado, em momentos distintos, como Edmund Burke, Robert Nisbet e Norbert Elias.

Essa crítica não quer dizer que devemos acabar com as ciências humanas, mas sim que devemos ficar atentos a equívocos causados por essa sua peculiar carência: sua inutilidade prática e, por isso mesmo, como decorrência dessa, um tipo específico de cegueira teórica. Nesse caso, refiro-me ao seu constante equívoco quanto à realidade.

Trocando em miúdos: as ciências humanas e seus "atores sociais" viajam na maionese em meio a seus delírios em sala de aula, tecendo julgamentos (que julgam científicos e racionais) sem nenhuma responsabilidade.

Proponho que da próxima vez que "os indignados sem causa" ocuparem a faculdade de filosofia da USP (ou "FeFeLeCHe", nome horrível!) que sejam trancados lá até que descubram que não são donos do mundo e que a USP (sou um egresso da faculdade de filosofia da USP) não é o quintal de seus delírios.

Agem com a USP não muito diferente da falsa aristocracia política de Brasília: "sequestram" o público a serviço de seus pequenos interesses.

No caso desses "xiitas das ciências humanas", seus pequenos delírios de grande "espiritualidade política".

Die Kunst der Fuge
Veterano
# nov/11
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tambourine man
eu também, pois naturaliza um comportamento que tem origens sociohistóricas

Ah, agora entendi o seu problema com a diferença entre "naturalizar" e "natural".

Eu não gosto de "Darwinismo Social" porque não é nem hipótese científica, e ainda usa o nome do Darwin só pra ter algum tipo de projeção.

Mas não confunda qualquer conclusão comportamental obtida através da teoria da evolução com "Darwinismo Social". Há um mundo de diferenças entre os dois.

sim, mas a separação entre os dois sempre vai ser problemática [como a questão da divisão mente/corpo, por exemplo]

Não entendi como a questão da divisão mente/corpo se encaixa na questão.

tambourine man
Veterano
# nov/11
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Die Kunst der Fuge
Não entendi como a questão da divisão mente/corpo se encaixa na questão.

é só um outro exemplo de separação problemática

Excelion
Veterano
# nov/11
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Eu si divirto nesses póticos.

Dental Floss Tycoon
Veterano
# nov/11
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Estamos fadados ao libertarianismo?

One More Red Nightmare
Veterano
# nov/11
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Os Che Guevaras de boteco pelo menos leem bastant e têm uma certa visão

uhashsauhsahusa não os que eu conheço.

TaylorBass
Veterano
# nov/11
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E se você não vê solução em nenhum dos lados, dicotomias, chororôs e etc.. comofas?

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