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Konrad
Veterano
# jul/10


Que diga algo a você. Explique... ou não.

Não gosto de simbolistas de uma maneira geral, mas este me parece tão imaginativo, sensível e equilibrado que me fez prender a atenção.

Reparem no uso magistral (mesmo) da sinestesia. Muito diferente da sinestesia barata que se vê no movimento.


Inefável

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas

Cruz e Souza

Black Fire
Gato OT 2011
# jul/10 · Editado por: Black Fire
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Não sei o nome

No meu peito arde em chamas abrasada
A pira da vingança reprimida,
E em centelhas de raiva ensurdecida
A vingança suprema e concentrada

E espuma e ruge a cólera entranhada,
Como no mar a vaga embravecida
Vai bater-se na rocha empedernida,
Espumando e rugindo em marulhada

Mas se das minhas dores ao calvário,
Eu subo na atitude dolorida
De um Cristo a redimir um mundo vário,

Em luta co'a natura sempitema,
Já que do mundo não vinguei-me em vida,
A morte me será vingança eterna.

Augusto dos Anjos

thebassx
Veterano
# jul/10
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E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.

E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.

E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.

E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.
E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.

southbass
Veterano
# jul/10
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/\ +1 pq eu ri, mas estragou o topico.

thebassx
Veterano
# jul/10
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Reparem que é um poema que vai e volta, assim como o cão. É lindo.

kiki
Moderador
# jul/10
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http://farm3.static.flickr.com/2724/4118951800_6c0eb2707d.jpg

L.K.R
Veterano
# jul/10
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kiki
fiquei tentando achar alguma msg subliminar por algum tempo

thebassx
Veterano
# jul/10
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L.K.R

já tentasse olhar de longe da tela ?

qew
Veterano
# jul/10
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Olhei de longe, olhei de perto, não entendi nada.

southbass
Veterano
# jul/10 · Editado por: southbass
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L.K.R
qew

dica 1: um soneto é composto por 2 estrofes de 4 versos e 2 estrofes de 3 versos.
dica 2: a imagem tá de lado.

qew
Veterano
# jul/10
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Puta merda... hauehuahuhea

ChuckNorris_supremo123
Veterano
# jul/10
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southbass
pensei que tivesse algo a mais "/

Konrad
Veterano
# jul/10
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Foi um dia de inuteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!...
Fulgiam nuas as espadas frias...
Dia de sol, inundado de sol!...

Foi um dia de falsas alegrias.
Dáhlia a esfolhar-se,—o seu molle sorriso...
Voltavam os ranchos das romarias.
Dáhlia a esfolhar-se,—o seu molle sorriso...

Dia impressivel mais que os outros dias.
Tão lúcído... Tão pallido... Tão lúcido!...
Diffuso de theoremas, de theorias...

O dia futil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias...
Tão lúcido... Tão pallido... Tão lúcído!...

Konrad
Veterano
# jul/10
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Black Fire

Augusto é um grande poeta. Nada dele é descartável.

Tamehiro
Veterano
# jul/10
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southbass
Acho que todo soneto é composto por isso, não?

Dogs2
Veterano
# jul/10
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Encomióstico

Na esbóltica tesnalha de cavílica,
Escomirando a flântula combúria,
Cautolosia o serpifal da escúria,
Com três hipóticos getais de fílica.

Porém, no pifo, atrás da massenúria
Contamilando a estáfila clastílica,
Cortenovava a sístola esmepílica,
Com menões, com terris e sem mortúria.

E esses portoses áltios se rortam
Na extrêmica perfina do terfalho,
Enquanto as tílicas emchunda se amortam!

E nessa alvítica chalinda em balho,
Eu me consfilio, e em sínase se extortam
Os comaris dos sanafrais de analho!

José Augusto Carvalho

Devil Boy
Veterano
# jul/10
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Soneto do Patriota

Que cumprai todos vosso dever,
Assim espera nosso Brasil!
Que os pátrios anais do vosso poder
gravados sejam com buril!

Servir o Brasil com ânimo audaz
Cumprir o dever na guerra ou na paz!
Sobre o império da Lei, a brisa gentil
E o lábaro estrelado do belo Brasil!

Sempre atentos contra a praga comunista!
Repúdio e desdém à foice e o martelo,
Honrai patriotas o verde-e-amarelo!

Eia! Avante, brasileiros, sempre avante!
Livres as ruas para nosso Exército marchar,
a ameaça vermelha haveremos de aniquilar!

Devil Boy

Codinome Jones
Veterano
# jul/10 · Editado por: Codinome Jones
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edit

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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Dogs2
Na esbóltica tesnalha de cavílica,
Escomirando a flântula combúria,
Cautolosia o serpifal da escúria,
Com três hipóticos getais de fílica.

Porém, no pifo, atrás da massenúria
Contamilando a estáfila clastílica,
Cortenovava a sístola esmepílica,
Com menões, com terris e sem mortúria.

E esses portoses áltios se rortam
Na extrêmica perfina do terfalho,
Enquanto as tílicas emchunda se amortam!

E nessa alvítica chalinda em balho,
Eu me consfilio, e em sínase se extortam
Os comaris dos sanafrais de analho!




escreve direito porra!

Bassist_rsl
Veterano
# jul/10
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Codinome Jones
escreve direito porra!

É linguagem culta, apenas pessoas inteligentes conseguem entendê-la.
Em outras palavras: São palavras dfíceis bagarai prum zé mané qualquer entender.

Igão
Veterano
# jul/10
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Soneto XVII

"Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho."

Dogs2
Veterano
# jul/10
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Igão
cara, o primeiro verso é foda
de quem é?

Igão
Veterano
# jul/10
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Dogs2

Pablo Neruda.

Chespirito
Veterano
# jul/10
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thebassx

E volta o cão arrependido, com suas orelhas fartas, o osso roído, e o rabo entre as patas.

O soneto é repetido 44 vezes, falta 29 p/ completar. :P

Chespirito
Veterano
# jul/10
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A Divagar o Dilema

De certo voltas ao meu coração,
Palpitante a tal ponto trêmulo
De um nervosismo prazeroso até,
E assim recebo com certa euforia...

Causa-me mesmo perturbações;
Pelo que tenho custo esquecer,
Juro, sem forçar o espontâneo...
Mas me atormenta como um fantasma!

Com efeito, de aceitar a indecisão:
Da volúpia, pelos ciúmes... Saudades,
Adoece meu espírito viver assim!
Mas não nego meu prazer nisso.

Quebro minhas palavras e promessas,
Desfaço-me comigo mesma...
O que não é novo é pleonasmo!
Será por bobagem, tudo em vão?

Jamais! Rastejo-me por charme,
Se não seria por pouco mais.
Seu perfume vale mais que uma lágrima,
Seu amor me vale a morte!

Do necessário jogo-me a miséria,
Visto que não temo a dor...
A ferida aberta, da alucinação, de ti!
No entanto, tanto faz meu divagar.



ana cris. - Usuária do FCC. :)

Igão
Veterano
# jul/10
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Chespirito

Legal legal...
















Mas isto não é um soneto.

Igão
Veterano
# jul/10
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Ironia de lágrimas


Junto da Morte é que floresce a Vida!
Andamos rindo junto à sepultura.
A boca aberta, escancarada, escura
Da cova é como flor apodrecida.


A Morte lembra a estranha Margarida
Do nosso corpo, Fausto sem ventura...
Ela anda em torno a toda a criatura
Numa dança macabra indefinida.


Vem revestida em suas negras sedas
E a marteladas lúgubrees e tredas
Das ilusões o eterno esquife prega.


E adeus caminhos vãos, mundos risonhos,
Lá vem a loba que devora os sonhos,
Faminta, absconsa, imponderada, cega!

Cruz e Souza

LadyRay
Veterano
# jul/10
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Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te excuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.

(Soneto 35 - William Shakespeare )

Konrad
Veterano
# jul/10 · Editado por: Konrad
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LadyRay

Legal. =)

Já havia me esquecido desse! Tradução bem interessante! Qum fez? de onde o tirou?


SONNET 35

No more be grieved at that which thou hast done:
Roses have thorns, and silver fountains mud,
Clouds and eclipses stain both moon and sun,
And loathsome canker lives in sweetest bud.
All men make faults, and even I in this,
Authorizing thy trespass with compare,
Myself corrupting, salving thy amiss,
Excusing thy sins more than thy sins are;
For to thy sensual fault I bring in sense --
Thy adverse party is thy advocate --
And 'gainst myself a lawful plea commence.
Such civil war is in my love and hate
That I an accessary needs must be
To that sweet thief which sourly robs from me.

Konrad
Veterano
# jul/10
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Um de nossos poetas mais injustiçados.

Nel mezzo del camim...


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

Olavo Bilac

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