Alessandra Veterano |
# jul/06
OTville - Ressurreição
Há muito tempo, as areias cósmicas de Hooverhanger - o pirata mau, haviam sido derramadas sobre Otville.
O holocausto se instaurou.
Não havia mais as cores, a alegria, o glamöur, o fetiche e a sedução de antigamente.
O velho bar onde Ed_Vedder cantava Peal Jam, a hospedaria ao estilo nerdeano, a piscina de ladrilhos em forma de pirocas, tudo estava vazio abandonado.
Maggie nunca mais achou a bolinha do seu piercing do clitóris.
Urubu_Rei foi extraditado por trazer para a hospedaria uma orda de 15 ****** de xoxotas ardentes, corrompendo a idoneidade das pessoas.
Tudo indicava o esquecimento completo.
Até que um dia, um dia desses quaisquer, nesses em que Bramires, o dono da hospedaria, hoje de barba crescida, cueca furada, e mão cabeluda (após a fuga de Mary J), cortava as unhas dos pés com o cortador enferrujado, e na Jukebox tocava Velhas Virgens, chega uma moça com capa cheia de pó, com 4 malas visivelmente pesadas nas mãos, entra na hospedaria a passoa curtos.
-Eta! Eta! Brasileiro quer... - tocava a Jukebox.
-BUCETA!!!! Grita Bramires em alto e bom som. No mesmo instante, ele vê a moça de olhos verdes que está parada na sua frente, pronta pra fugir ou pedir um quarto.
-Olá, eu... - começa a calar a moça
-Opa, opa... -Bramires fica envergonhado e começa a espanar os pedaços de unha de cima do balcão com pressa, a cuspir as pelanquinhas de dedo que estava mastigando e a passar as mãos no cabelo nervosamente.
-Eu queria um quarto... existe algum disponível? Pergunta a moça de olhos verdes.
-Claro, temos os melhores quartos aqui... acho. Deixa eu checar. Ele se vira para uma porta onde havia uma placa 'Almoxarifado' e grita:
-NIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIILAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA A!
Aparece então uma moça ruiva-loira-morena, com algo que aparentemente um dia foi um uniforme de camareira, com um desentupidor de pia na mão e um pano na outra, que atira tudo emcima do balcão, e começa a falar:
-Escuta aqui, você me fez concordar a não ir pro convento, me prometendo que ia me tratar feito RAINHA. E não como empregada, seu largador de freio em cueca velha, então, se quiser a privada desentupida, é melhor começar a me tratar com res...
Bramires começa a fazer gestos de Wanderley Luxemburgo, abrindo e fechando os braços na frente dela, pra fazer Nillaketty ver que haviam uma hóspede no recinto.
Nilla se recompõe e sauda gentilmente a moça:
-Não tem nenhum quarto com privada funcionando, mas se quiser ficar, eu posso arrumar uma cama com uns lençóis limpos. Nillaketty põe as mãos na cintura e encara a visitante de cima abaixo.
-Ah... tudo bem, não tem problema não. E sorri.
Enquanto isso, Bramires havia corrido pra dentro da hospedaria, onde os compañeros gsprs, Alexandre Souza e Cabeça de Balde jogavam truco emcima de um balde de chicken wings.
-Ow, ow, seus putos!!
-TRUCO, PORRA! Grita gsprs, batendo no balde e espalhando feijões por todo o recinto.
-Cala a boca Gps - Diz Bramires
-Não é Gps, é gsprs. - retruca o rapaz com nome sem vogais, ergendo o topete e peitando Bramires.
-Que que foi? Pergunta Alexandre Souza, coçando a virilha e espreguiçando as pernas, deixando a vista suas havaianas Ipanema Gisele Bundchën, uma de cada cor.
-Tem uma mulhé aí! Ela quer um quarto!! Sapateia Bramires quase como um alce em época de acasalamento.
- Opa, opa, opa, como que ela é? - Quase que acordando de um coma induzido por Balalaika, com uma camiseta do Parmera desbotada feito pano de chão, Cabeça de Balde pergunta.
-Ah mans, ela é assim! Bramires faz gestos sinuosos no ar imitando um violão.
- Ó! - Os 4 homens saem em disparada rumo ao hall de entrada, erguendo as bermudas pra esconderem os regos a mostra, onde Nilakketty conversava com a nova hóspede.
No percurso entre o quarto e o saguão, gsprs tropeça numa tábua solta e bate com a testa numa mesa, mas se levanta bravamente e continua cambaleando.
-Então eu vim antes da minha mãe pra cá, ela vai chegar em um dia ou dois, eu vim da Bahia... - explicava a hóspede recém chegada a Nillaketty, que já estava gostando da moça, quando os 4 cavalheiros chegam no hall.
-Öi...Alexandre Souza, mas você pode me chamar de Corazón - Diz Alexandre Souza, coçando o cavanhaque mais comprido do lado esquerdo..
-Prazër é meu nome, cherrie. *hic - Cabeça de Balde tenta fazer um 4 'sençual' numa pilastra, mas erra e cai no chão.
-Grprs, moça, a seu dispor. - Se aproxima o rapaz consonantal, com a testa sangrando.
-E nós... (ergue uma sobrancelha) já nos conhecemos, me chamo bramires, mas não sei seu nome, raposinha da noite! (coçadinha na barriga).
-Eu me chamo Carla... Carla Andréa.
-E ela vai ficar no quarto do lado do meu, pra evitar ataques noturnos de vocês. - Completou a simpática camareira Nillaketty.
As mulheres subiram as escadas, enquanto os homens confabulavam sentados no sofá encardido de zebrinha do hall.
-Vai ter putaria de novo? Os olhos de Alexandre Souza brilharam de esperança
-Sei não mans... Mas pra garantir, eu vou fazer a barba - Respondeu Bramires.
-E eu vou tomar um banho. Erguendo os braços, Cabeça de balde cheirou seus suvacos e fez uma careta.
O único que sobrou no sofá foi grprs, com o galo na testa, que depois de sozinho, lembrou de pedir:
-Ei cara, me traz gelo? Caras...? Minha testa... Ow...
A noite chegou, e as luzes da hospedaria se iluminaram novamente, indicando que uma nova era de sigarös, mulherës e putharya estava prestes a começar.
***
Tem lugar pra todo mundo, calma gentë, é só o comezzo.
(acho)
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