No Pain No Gain na guitarra?

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cafe_com_leite
Veterano
# ago/14 · Editado por: cafe_com_leite
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Lelo Mig
ficar fazendo 1,2,3,4 no quarto 10 horas por dia.

Cite em algum momento que eu falei isso. Tu conhece um pouco do que gosto de ouvir e sabe que a ala shederer não é minha praia, salvo alguns guitarristas que são mais que boa técnica, como o Petrucci, Abasi e o Govan (minha opnião e gosto pessoal).

Do jeito que tu falou, dá a entender que o músico só deve tocar por pleno prazer, que não deve se entediar estudando. Isso eu não concordo mesmo, ninguém aprende a palhetar no mínimo decentemente se não por treino, mesmo que treinando com alguma música, mesma coisa serve com as bases. Ninguém aprende a ter precisão rítmica se não com o barulho chato do metrônomo no ouvido (pra quem quer ser um músico profissional isso é necessidade, vide a exigência de estúdio). Ninguém aperfeiçoa a percepção musical se não ficar quebrando a cabeça pra tirar aquela frase legal do Joãozinho bom de solo (tu mesmo já disse que fazia isso).
Eu falo por mim, não sou um virtuose, aliás, to longe disso, mas preso pela técnica limpa, pela nota bem executada. Sem o treino sistemático e com o policiamento pra concertar aquela nota engasgada isso seria impossível. Então acho que esses sacrifícios lapidam o músico como um todo, não só pelo conhecimento teórico e técnico, mas também com a experiência.

Já disse Einsten: 10% inspiração, 90% transpiração.

Abraço.



Edit: Mal do Renato ProfiCional.

MMI
Veterano
# ago/14
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Lelo Mig
Rednef2

O tópico fala de "estudar" de "treinar até sentir dor"......isso é outra coisa!

Eu DUVIDO, não acredito que alguém no mundo, mesmo que seja Sid Vicious ou Kurt Cobain, muito menos o Duff Mckagan um dia resolveram pegar um instrumento que nunca viram na frente, antes serem músicos, e saíram tocando o que fizeram em suas carreiras. Jamais. Mesmo com a "deficiência técnica/ teórica" que um músico possa ter, para ser músico ralou e estudou muito. Pode até ser que estudou muito menos teoria que eu ou vocês, mas que estudou pra caramba, estudou. Não existe essa do cara "iluminado" que de repente saiu tocando.

Um exemplo: os caras do Duofel. Eles são considerados entre os 3 melhores duos de violões do mundo. Tocam demais! Só que no parâmetro que vocês falam, nunca estudaram. Eles não sabem ler partitura, não sabem muita coisa de teoria, assumem isso abertamente, até de certa forma são anti-teoria também. Há 35 anos tocam juntos e tem uma rotina de ensaio diária, todos os dias eles estão estudando e tocando juntos para que tenham essa sincronia, esse feeling, durante as tardes sempre estão juntos com seus instrumentos, as manhãs eles se ocupam com os negócios da dupla. Pessoal, música requer estudo, não tem jeito, formal ou informal, mas é requisito mínimo.

MMI
Veterano
# ago/14
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cafe_com_leite

Já disse Einsten: 10% inspiração, 90% transpiração.

Eu acho que esta estimativa é muito otimista. É muito mais transpiração que isso....

cafe_com_leite
Veterano
# ago/14
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Eu acho que esta estimativa é muito otimista. É muito mais transpiração que isso....



Pois é…

Lelo Mig
Membro
# ago/14 · Editado por: Lelo Mig
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cafe_com_leite
MMI

Caras......em momento algum discordei de vocês, disse para alguém não estudar ou que alguém nasce tocando...eu só deixei claro no meu texto, concentrado no tópico em questão, e na pergunta do autor do tópico:

"exercícios de palhetada alterada... que para que se tenha um desenvolvimento considerável na técnica, teríamos que fazer os exercícios até os músculos se cansarem, ou seja, até doer."

Em minha visão essa afirmativa é idiota, é um grande erro, é um desestimulo, é desperdiçar, com uma pedagogia radical e baseada em conceitos sem fundamentos práticos, garotos talentosos que poderiam ser bons músicos.

Abraço!

Calime
Veterano
# ago/14
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MMI

Como eu gosto de Duofel. Obrigado por postar, tinha tempos que não os ouvia.

BrunoT
Membro Novato
# set/14
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Na minha opinião, qualquer coisa q envolve dor ou sofrimento não pode ser considerada nem se quer uma opção.
O próprio conceito de trabalho, ou "trabalho duro" implica na perda do propósito daquilo que se tem feito. Se eu quero tocar guitarra, minha vontade vem da apreciação e tudo mais de bom e benéfico que eu imagino quando me coloco na posição de estar tocando, meu propósito é ter esta sensação o tempo todo, meu propósito é fazer algo por amor e prazer absolutos...
Se alguém está fazendo, seja lá o que for, de algum jeito que esteja gerando dor ou qualquer tipo de sofrimento, já está com o propósito distorcido ou perdido o que é pior.

Lembro que em uma entrevista do Steve Vai, ele disse sobre o livro dele de treino de 10hs diárias. Perguntaram pra ele se eram 10hs mesmo, ele disse que não. 10hs ele colocou de forma didática pra ser compilado como livro, mas que na real, eram muito mais de 10hs talvez até dormindo o cara sonhava com música...Como é que pode isto estar associado com dor ou sofrimento? Qual estimulo é capaz de manter uma pessoa por anos e anos e anos, muitas das vezes sem ganhar absolutamente nenhum dinheiro, com tamanha dedicação? Certamente não era dor....Certamente isto não gerava trabalho nem esforço e cansaço nele....

Ele ou qualquer outro cara até pode dizer que "trabalhou duro" por isso...mas aposto que é a velha falta de comunicação entre o que se sente e o que fala...Durante estas 10horas ou mais de estudos diários, tira a guitarra dele pra você ver se ele ficaria feliz...Aposto que aí sim, você veria sofrimento e dor na cara dele...
Percebe como não é trabalho nenhum, nem esforço nenhum?10 20 horas é NADA pra um cara desses...se ele tivesse 30 horas diárias ele praticaria as 25 horas e colocaria num livro...Neste nível de estímulo, o cara não tem absolutamente nenhum trabalho é tudo NATURAL...

Pra mim ultimamente em qualquer coisa que tenho feito na vida, tenho procurado pelos caminhos mais fáceis, APENAS ISSO...Por que no que me é fácil, sem esforço é onde estão as coisas que me são naturais...Natural também é o tempo que eu consigo tocar diariamente, nem de longe vou optar pela dor.

Ken Himura
Veterano
# set/14
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Meus pitacos sobre o tema principal do tópico:

Ir além da barreira da dor (como ficou implícito no primeiro post) é um desserviço á evolução musical do intérprete. A aquisição técnica, de qualquer natureza (musical ou não), é basicamente uma atividade de cognição; o que muda é o método. Então, o objetivo do estudo de um instrumento é favorecer a qualidade do que se toca (tocando com mais foco, com menos decisões erradas, por bons materiais/orientações etc), para reforçar seu impulso cognitivo.

A quantidade por si não quer dizer nada - e é um dos grandes pontos problemáticos da didática musical de vários professores por aí. Tem caras que chegam e mandam o aluno repetir mil horas qualquer merda e não falam mais nada sobre aquele assunto (aqui no fórum é fácil achar esses relatos). A repetição burra (este tipo de abordagem) é ineficiente e em muitas vezes até prejudicial.

Mais vale passar 1h com foco total no que se faz, promovendo uma prática de qualidade do que 15h repetindo qualquer coisa, sem nem prestar atenção direito.

O estudo de técnica pura (sem passagens de repertório) não é nada mais que uma questão de resolução de problemas: você tem um problema técnico a resolver e se foca só nesse problema por alguns minutos, por alguns dias - costuma resolver. Tem alguns tipos de técnicas que necessitam de manutenção constante (embocadura em instrumentos de sopro, por exemplo), mas é o mesmo pensamento. Tem problemas técnicos no violino (meu instrumento principal) que resolvo com 5min diários.

Entender que o estudo deve ser feito mais pela cabeça do que pelos dedos é o primeiro passo da construção da técnica musical sólida. Fazendo esses pequenos ajustes na abordagem didática fica fácil de ver que, com vontade, é moleza ficar acima da média. Difícil mesmo é adentrar o seletíssimo grupo do topo ("o grande virtuoso" é um bom apelido), altamente proficiente no tocar. É difícil porque o progresso depois que se atinge um patamar técnico acima da média começa a ser muito devagar, e tudo começa a virar subjetivo demais, porque são questões normalmente ligadas à interpretação - quando se chega aqui, o mínimo esperado é uma técnica instrumental se não perfeita, muito perto disso, então você não trabalha mais técnica (se precisar de algum treino técnico, espera-se maturidade da sua parte para resolver isso sozinho).

Bons estudos, molecada!

krixzy
Veterano
# set/14 · Editado por: krixzy
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Ken Himura
Concordo que ficar horas e horas todos os dias repetindo a mesma coisa não é muito eficiente, é mais produtivo praticar poucas horas, todos os dias, do que ficar se matando o dia inteiro, afinal ninguém se aperfeiçoa em apenas um dia, leva tempo pro próprio corpo se desenvolver e se adaptar ao que a pessoa está fazendo.

Estudante eterno
Membro Novato
# set/14
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Ken Himura

Faço das tuas palavras as minhas.

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