Porque o negro americano não toca samba?

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Adler3x3
Veterano
# nov/15 · Editado por: Adler3x3
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Estes pontos sobre o racismo e escravidão devem ser lembrados.
Pois mesmo hoje em pleno século XXI a escravidão e outras formas de exploração do homem pelo homem tendem a voltar se a fiscalização ou a consciência pública assim permitir

Seja por influência religiosa seja por ideologia.
As escrituras ditas sagradas das religiões consideram a escravidão como uma coisa normal. é um grave defeito das religiões baseadas no tronco abraâmico (Judaísmo, Cristianismo e Islã) , ou seja das religiões que dizem ter o monopólio de Deus.
E temos a escravidão capitalista e a escravidão socialista uma pior que a outra..
Não importa o regime e a religião temos que estar vigilantes, pois os donos da verdade, que não deixa de ser aquele que exerce o poder temporal, são sempre injustos e infiéis.

E assim temos na esfera política aqueles que levam uma nação a ruína pela sua ideologia nociva, seja em guerras seja na pura administração.
E temos os fanáticos religiosos em que tudo se pode.
Temos os políticos que levam a guerra.
Temos os generais que tratam os soldados como bucha de canhão, ou seja o soldado raso é sempre enviado para a morte, e com o lucro os fabricantes de armas.
E o patrão ganancioso que explora os empregados pagando baixos salários.
Onde existe uma oportunidade de explorar os outros estes elementos estão presentes.
E o povo que não sabe escolher os seus representantes.
E no Brasil temos a "casta" dos funcionários públicos que exploram e se beneficiam da pobreza do povo brasileiro.
Já viu algum banheiro público decente?
Não tem pois a pessoa depois que passa a ser um funcionário público se nega a fazer este tipo de trabalho, não tem humildade.
O banheiro dos funcionários é mantido limpo por serviços terceirizados, onde estes empregados ganham pouco limpando a cagada dos funcionários públicos, seja no sentido literal como no sentido das cagadas governamentais, e exemplos não faltam.
Então o ponto central é o próprio homem que explora o homem, não importando o regime, ideologia e religião, as nossas instituições são muito falhas.

pianoid
Veterano
# nov/15
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os negros americanos foram armados, digo, instrumentados por judeus entrepreneurs procurando the next big thing depois de shows de minstrels brancos imitando pretos

tinham que tocar instrumentos de brancos, para brancos. Popularizaram o nascente jazz na nascente Hollywood

Calime
Veterano
# nov/15 · Editado por: Calime
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Mauricio Luiz Bertola

Interessante. Percebi suas aspas em: Assim, os africanos eram mais "resistentes" por conseguinte ao trabalho escravo sistemático perpetrado aqui , e por isso irei concordar contigo.

Continuo acreditando que existam diferenças biológicas (força, velocidade, resistência a doenças, etc) que são sim diferentes, mas criadas a partir de situações vivenciadas ao longo de gerações e dos tempos, influenciados pelo estilo de vida, ambiente em que vivem, etc.

Casper
Veterano
# nov/15
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Aprendendo a verdadeira verdade com o Mestre:



Adler3x3
Veterano
# nov/15
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Lelo mig

O melhor foi tirado de lá, e a Africa paga um preço alto até hoje pela saída destes homens.

Pode ter influenciado, mas lembro que muito da escravidão era promovida pelos próprios Africanos.
As guerras entre as tribos resultavam em escravos.
É a questão étnica de tribos que persiste até hoje na maioria da África e outras regiões.
Eles vivem brigando entre si, não superaram este conceito de tribo e vivem desunidos.
Já na Europa e em outras regiões do mundo, chegaram num ponto e se uniram formando uma Nação.
Só que até pouco tempo atrás as armas que dispunhas eram primitivas e os efeitos eram limitados.
Com o acesso das armas modernas com maior poder de destruição, o que era uma simples guerra tribal ganhou proporções destrutivas inimagináveis.
E o que esta acontecendo na Síria, onde a guerra é acima de tudo religiosa.
Tribos e diferentes denominações religiosas se combatiam por séculos, mas agora com o arsenal moderno a destruição é sem paralelo, e o ódio não para de crescer, isto é a base religiosa não é de paz.

pianoid
Veterano
# nov/15
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Adler3x3
As guerras entre as tribos resultavam em escravos.

foi assim em toda parte na humanidade, não só na áfrica

Lelo Mig
Membro
# nov/15
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Adler3x3

"As guerras entre as tribos resultavam em escravos."


A Europa "são tribos" também. Gauleses, Normandos, Vickings, Balticos, Bretões, Romanos e etc...

A diferença é que a Europa teve tempo de "guerrear/conquistar/invadir/saquear/prosperar" por suas próprias tribos e sua própria conta, e assim a roda histórica continuou girando.

Na África, por conta da colonização, houve uma ruptura no tempo. A história parou e os manteve "escravos", dentro e fora de seu continente.

Hoje, que a colonização acabou e eles conquistaram a independência, estão retomando as brigas que deveriam ter tido a 5 séculos atrás.

O mesmo ocorre no oriente Médio, mas por motivo diferente. Lá é por causa dos Aiatolás e seus regimes religiosos totalitários e retrógrados.

O Irã é a antiga Pérsia, muito mais avançada que qualquer País europeu contemporâneo (somente a Grécia fazia paralelo). O Iraque é a antiga Suméria (sem comentários).

Olha a merda que estas duas civilizações super evoluídas no passado se tornaram, por conta de líderes inescrupulosos usando um ser imaginário como desculpa.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15
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Lelo Mig
Lelo, vou dar uma de profissional aqui, me desculpe...
Gauleses, Normandos, Vickings, Balticos, Bretões
Todos esses aí são nomes genéricos de conjuntos de tribos (povos).
Romanos não são tribo, mas um Império baseado no conceito de "Romanitas" e de "Imperium". É uma realidade política, social e ideológica bem distante de tribo...
Na África, por conta da colonização, houve uma ruptura no tempo. A história parou e os manteve "escravos", dentro e fora de seu continente.
Esse conceito vem do filósofo alemão Hegel. Segundo ele, as sociedades africanas estariam "fora do tempo", como se estivessem "paradas". Tal conceito é um equivoco e reflete uma visão eurocentrica e antropocentrica do colonizador. Na atual disciplina acadêmica História da África tal conceito é anacrônico.
Hoje, que a colonização acabou e eles conquistaram a independência, estão retomando as brigas que deveriam ter tido a 5 séculos atrás.
Em 1º lugar a colonização não acabou. Apenas tornou-se indireta, e suas terríveis mazelas perpetuam-se...
Em 2º lugar as unidades políticas hoje existentes são resultado da ação dos colonizadores, portanto "artificiais", e tem que gerir os conflitos inter povos ou inter tribais, que não deixaram de existir na época colonial (ao contrario, foram estimulados pelos europeus).
O Irã é a antiga Pérsia, muito mais avançada que qualquer País europeu contemporâneo (somente a Grécia fazia paralelo). O Iraque é a antiga Suméria (sem comentários).
Essa é uma comparação anacrônica. Eu posso aceitar que as civilizações persas (Aquemênida, Parta e Sassânida) fossem tão ou mais avançadas que a romana ou (nesse caso certamente) a grega clássica. Mas que a Européia atual... Não.
A Suméria é apenas uma (talvez a mais antiga) das várias civilizações mesopotâmicas (ao que se sabe até agora a mais antiga do mundo todo).
Olha a merda que estas duas civilizações super evoluídas no passado se tornaram, por conta de líderes inescrupulosos usando um ser imaginário como desculpa.
Os espaços geográficos das antigas civilizações persas e mesopotâmicas hoje são ocupados por nações e culturas que pouco tem à ver com aquelas; milhares de anos já se passaram...
Espero que vc entenda minhas colocações...
Abç

Calime
Veterano
# nov/15
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Lelo Mig
Mauricio Luiz Bertola

Camaradas, como gostaria de juntar vcs pra tomar um breja ouvindo um som de qualidade e trocar idéias, seria mto legal, parabéns pelo nível da troca de idéias. Eu fico aqui só observando e dando meus pitacos errôneos, kkkk....

Ismah
Veterano
# nov/15 · Editado por: Ismah
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Mauricio Luiz Bertola

De um fã de história, para um professor: concordas que entraremos em conflito, por se tratarem de correntes de pensamentos, e não exatamente fatos comprovados, ou passíveis de comprovação - já que mesmo que fosse cientificamente possível, dizer para o mundo de hoje que um preto é diferente de branco, e ambos devem aceitar isso, é preconceito passível de punição.

Calime
apenas o fato de os negros terem sido subjugados como algo e não como alguém

Como já foi enumerado antes, de fato foram usados indígenas, mas eles eram mais frágeis às doenças, principalmente as que o homem europeu trouxe consigo. Se levou Europeus e eles eram frágeis as doenças locais. Possivelmente devido a essa miscigenação que existe n'África, que os negros eram resistentes aos dois problemas.

Escravos na Europa eram comuns também (e em maioria brancos), porém como havia uma superpopulação, o trabalho braçal extremo da lavoura, já tinha quem fizesse por valores insignificantes.

Existem relatos de prisioneiros de guerra, com origem moura, escravizados que eram copistas e tradutores, coisa digamos assim "nobre" para um "homem comum".

Calime
Continuo acreditando que existam diferenças biológicos
Adler3x3

Não sei, mas se for ver, para existir o capitalismo (basicamente, um lucrar sobre os demais) precisam existir os operários.

E o que esta acontecendo na Síria, onde a guerra é acima de tudo religiosa.

Tenho uma amiga que é Síria, e é paralela aos conflitos... Já me agonizou várias vezes ver os comparativos de fotos do passado, em contraste da atualidade. Praias que no passado se pareciam com nossos esteriótipos de praia, hoje, não passam pequenos de desertos à beira-mar.

Ramsay
Veterano
# nov/15
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Essa questão é óbvia e simples.
O samba foi criado aqui, sendo uma variação (evolução) de certos ritos tribais africanos.
Só que lá na África não existe samba que é uma exclusividade nossa.
Então, os negros americanos não tocam, simplesmente porque mal conhecem e nunca fez parte da cultura deles.
Se a eles, enquanto escravos, tivesse sido permitido o livre uso de tambores, provavelmente teriam criado algum tipo de ritmo derivado da cultura africana, mas, que dificilmente se pareceria com o nosso samba.

Aliás, isso é o mesmo que perguntar porque brasileiro não gosta de tango.
Porque é um ritmo criado em outro país (Argentina) e que não tem nada a ver com a nossa cultura e os nossos costumes.

Agora, existem exceções, tipo, porque brasileiro (não todos) gosta e toca rock?
Porque, desde o início da década de 50, com o fim da 2ª guerra mundial, houve uma globalização massiva da parte dos Estados Unidos e Inglaterra que com o auxílio do rádio e a implementação da televisão difundiram o rock pelo mundo afora.

Ismah
Veterano
# nov/15
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Me atrevo a dizer que o samba, só existiu porque os Mouros levaram o ancestral do violão para Portugal, e então os portugueses a trouxeram para o braZil.

makumbator
Moderador
# nov/15
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Ramsay

O questionamento do tópico não é sobre o samba em específico (citar esse estilo foi meramente uma provocação) e sim sobre o uso de percussões na música dos EUA (e também a agógica e swing das linhas melódicas e de acompanhamento em virtude do uso mais corrente de instrumentos percussivos).

Aliás, isso é o mesmo que perguntar porque brasileiro não gosta de tango.

Então não sou brasileiro, pois adoro tango (tanto o argentino como o uruguaio)

Agora, existem exceções, tipo, porque brasileiro (não todos) gosta e toca rock?

É mero chutômetro, mas não acredito que boa parte dos brasileiros goste de rock. No momento em que o rock foi moda poderia ser uma boa parte da população, mas hoje acho que está bem longe disso.

Ramsay
Veterano
# nov/15
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Mas, o principal componente do samba é a bateria. O cavaquinho, que foi criado a partir do violão, é um instrumento importante, mas, não indispensável.

Calime
Veterano
# nov/15 · Editado por: Calime
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Ismah

Opa man, esqueceu a segunda parte, onde "justifico" o porque dessas diferenças:

que são sim diferentes, mas criadas a partir de situações vivenciadas ao longo de gerações e dos tempos, influenciados pelo estilo de vida, ambiente em que vivem, etc.

Observa-se que são coisas meramente endêmicas, e não algo intrínseco do negro. Ademais, concordo com o fato de ter havido outros regimes de escravidão, e já sabia disso.

Julia Hardy
Veterano
# nov/15
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Saindo desse papo sobre escravidão, é engraçado como o brasileiro não tem(ou deixou de ter)ou hábito de ouvir música de língua espanhola. Mesmo que a música brasileira tenha influência de ritmos caribenhos, cubanos, jamaicanos etc., mas não temos o hábito de ouvir os artistas desses lugares.

Teria a ver com os EUA que no momento que tentaram conter a revolução cubana, passaram esse preconceito pra gente?

O que chega são essas shakiras da vida que são completamente americanizadas. Além de breguices tipo Julio Iglesias e Luis Miguel. Parece que tudo ficou reduzido a isso. Pessoal que entende melhor esse assunto pode comentar.

Julia Hardy
Veterano
# nov/15
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Saindo desse papo sobre escravidão, é engraçado como o brasileiro não tem(ou deixou de ter)ou hábito de ouvir música de língua espanhola. Mesmo que a música brasileira tenha influência de ritmos caribenhos, cubanos, jamaicanos etc., mas não temos o hábito de ouvir os artistas desses lugares.

Teria a ver com os EUA que no momento que tentaram conter a revolução cubana, passaram esse preconceito pra gente?

O que chega são essas shakiras da vida que são completamente americanizadas. Além de breguices tipo Julio Iglesias e Luis Miguel. Parece que tudo ficou reduzido a isso. Pessoal que entende melhor esse assunto pode comentar.

Ramsay
Veterano
# nov/15
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makumbator
O questionamento do tópico não é sobre o samba em específico (citar esse estilo foi meramente uma provocação) e sim sobre o uso de percussões na música dos EUA (e também a agógica e swing das linhas melódicas e de acompanhamento em virtude do uso mais corrente de instrumentos percussivos).

Mas, o título do tópico é "Porque o negro americano não toca samba?".
A percussão surgiu durante o debate, além do que, pode-se tocar samba com outros instrumentos, como cavaquinho, violão, etc.

Então não sou brasileiro, pois adoro tango (tanto o argentino como o uruguaio)

Pois é, vc é uma exceção a regra, pode até adorar tango, mas, não toca nunca.

É mero chutômetro, mas não acredito que boa parte dos brasileiros goste de rock. No momento em que o rock foi moda poderia ser uma boa parte da população, mas hoje acho que está bem longe disso.

Engano seu, pois se fosse assim não teria surgido uma vertente nacional do rock.
Existe alguma vertente nacional do tango ou da rumba, por aqui??

makumbator
Moderador
# nov/15
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Ramsay
Mas, o título do tópico é "Porque o negro americano não toca samba?".

O título é só uma provocação. O tópico incial já deixa isso claro. A questão não é o samba propriamente dito, mas a questão percussiva na música negra dos EUA e as razões dessas diferenças com outros lugares.

Pois é, vc é uma exceção a regra, pode até adorar tango, mas, não toca nunca.

Na verdade já toquei bastante tango, e com argentinos inclusive (um deles aluno de um aluno de bandonéon do Piazzolla).

Engano seu, pois se fosse assim não teria surgido uma vertente nacional do rock.

Não disse que ninguém gosta. Mas duvido que uma BOA PARTE goste. Nos rincões do Brasil neguinho não tá nem aí pra rock.

Existe alguma vertente nacional do tango ou da rumba, por aqui??

Claro que existe. O chamado tango brasileiro nada mais é do que uma mistura do choro, maxixe e habanera com outros elementos europeus. Existe desde o século XIX.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15
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Ismah
Negros e brancos são iguais em tudo, exceto pela côr da pele, cabelo e certos detalhes menores. Se vc fizer a análise mitocondrial e de DNA, e isso é comprovado pela ciência atual, não há diferença significativa. Todas as que existem são de caráter cultural.
Outra raça mesmo eram os Neanderthais; eles eram diferentes de nós... Mesmo entre nós e eles as diferenças de DNA são pequenas
Preconceito é outra coisa... É juízo-de-valôr depreciativo.
Julia Hardy
Muito bem observado!
E é uma lástima que isso ocorra...
Na verdade isso decorre tanto da força da música brasileira (e da Indústria Cultural aqui instalada), quanto de uma política de décadas de isolamento em relação à América Latina, bem como do fator linguístico (o brasileiro, no geral, além de pouco escolarizado e semi-alfabetizado, é essencialmente monoglota). Nada tem à ver com a Revolução Cubana. Mesmo os boleros e guarañas que tocavam no rádio aqui (nos anos 50 era muito comum), eram cantadas em português.
Abçs

Ismah
Veterano
# nov/15
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Mauricio Luiz Bertola

Lebres e coelhos também. Cães e lobos também. Zebras, cavalos, burros também são geneticamente iguais. Irmãos gêmeos univitelinos são o ápice da genética igualitária, e muitos desses são diferentes fisicamente, sendo apenas próximos. Podemos entrar em questões de reprodução selecionada, onde os que se adaptam melhor a X condição, procriam mais e blá blá blá que não vem ao caso. É oposição de ideias apenas.

Não consigo aceitar que se coloque no mesmo balaio duas pessoas, seja lá quem, sendo que são de diferentes regiões, que gera diferentes adaptações.

Pra encerar... Acho que já entendeu, mas vou falar em outro exemplo, caso não, para ver que não estou falando do preconceito, mas de características diferenciarem..

Por exemplo, se fala muito em igualdade entre homens e mulheres, mas boa parte das que proclamam essa igualdade, não são fisicamente tão capazes (isto é, desfavorecidas) de realizar tarefas que homens realizam - entre elas o serviço militar - por as características NATURAIS favorecerem homens com muscular maior desenvoltura. Como o oposto também ocorre, já que devido ao porte mais desenvolvido, fica difícil o trabalho com coisas delicadas, agulhas por exemplo.

Não todos, mas o ar mais rarefeito dos climas quentes faz com que os narizes de humanos desenvolvam mais.
Populações rurais, tendem a ter orelhas menores a longo prazo, que as urbanas devido a perdas auditivas em função da poluição sonora.
Temos N exemplos radicais de populações adaptadas as condições locais, o que nos torna diferentes SIM, e alguns mais resistentes que outros em determinadas condições...

nofear
Veterano
# nov/15
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Lí por cima os comentários do tópico mas me referindo apenas o texto original...

Achei ele ruim no geral. Citar nomes de negros que tocavam instrumentos de brancos não significa muita coisa pois no Brasil existiam contemporaneos à esses, que tocavam instrumentos de brancos como Pixinguinha (flauta), Donga (Violão), Moacir Santos (regente, maestro e multi instrumentista). Não acredito que essa diferença seja apenas por uma proibição dos tambores pois no Brasil também havia muita repressão às religioes afro e ao samba. João da Baiana tinha seu pandeiro apreendido a cada vez que saia na rua.
Lembro também que uma vez ví um vídeo sobre a história do blues e no inicio havia uma imagem de uma pessoa negra fazendo musica apenas com um tambor bem primitivo, essa música nem se assemelhava ainda ao blues que conhecemos.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15
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Ismah
Diferenças de adaptação não são diferenças de estrutura biológica, e, à longo prazo, se o atual escopo de desenvolvimento e fluxo migratório continuar, essas diferenças tenderão a diminuir e até desaparecer em um futuro distante, assim como o atual padrão de superalimentação.
Quanto às diferenças de gênero, essas são evidentes e à séculos reconhecidas.
Abç

Ismah
Veterano
# nov/15
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Mauricio Luiz Bertola

se o atual escopo de desenvolvimento e fluxo migratório continuar, essas diferenças tenderão a diminuir e até desaparecer

Então compreende porque é plausível sim, que se tenha usado negros por serem resistentes as condições precárias e trabalho duro, e o apoio eclesiástico de serem "sujos, portadores do pecado original" apenas uma das justificativas dadas para si mesmos, por essa escolha?

Diferenças de adaptação não são diferenças de estrutura biológica

Hum, são sim... www.youtube.com/watch?v=nHlRz0b-9LY
mas vamos encerrar por aqui.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15 · Editado por: Mauricio Luiz Bertola
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Ismah
Então compreende porque é plausível sim, que se tenha usado negros por serem resistentes as condições precárias e trabalho duro, e o apoio eclesiástico de serem "sujos, portadores do pecado original" apenas uma das justificativas dadas para si mesmos, por essa escolha?
Não tem nada à ver.
O uso de negros africanos (não existem negros só na África...) sistematicamente na escravidão "Atlântica", Mercantil é um acaso da História (um enorme acaso!), pois esse continente estava na rota da expansão marítimo comercial européia e era conhecido por eles em sua parte norte, e não tem nada à ver com tal suposta "resistência" dos negros africanos à essa ou aquela condição de trabalho.
Isso não existe e é uma tentativa equivocada de "recuperar" um conceito à muito banido, ridicularizado e cientificamente refutado das Ciências que é o Determinismo Geográfico.
Aliás, no vídeo que vc "postou" acima, não existe nenhuma referência à supostas diferenças de estrutura física, orgânica ou genética entre negros e brancos, mas sim fala do processo evolutivo do Homo Sapiens em relação ao caminhar ereto e à corrida (e aos glúteos).
Últimamente, nas várias Ciências (na sociedade, na internet) há uma "onda" suspeitíssima de tentativas sistemáticas de recuperar conceitos à muito superados (e até banidos), de pseudo-ciências e cujo mote é a reviviscência da Direita e do Nazismo no mundo em tempos recente. Essas concepções, não apenas equivocadas, mas também reacionárias e criminosas, são veiculadas pela internet ou outros meios por indivíduos e grupos conservadores e/ou fascistas com os objetivos de sempre: Poder, e poder anti-democrático, anti-pluralista e anti-liberdade. Posso ficar horas aqui demonstrando tais questões e tais concepções (isso é parte de meu trabalho). Tais grupos (alguns poderosos), usam o Direito da Liberdade de Expressão garantido nas estruturas legais dos países ocidentais como justificativa e "sustentação" de sua ação, cujo objetivo é exatamente este: Destruir esta mesma estrutura e implantando um Estado e uma Cultura contraria à Liberdade, segregacionista, ditatorial, anti-minorias, anti-democrática, anti-intelectual, oligárquica, etc, etc...
Portanto Ismah, cuidado com o que vc anda lendo ou ouvindo de A, B ou C, sem a devida capacidade crítica para tal, sem saber de suas origens e real posicionamento, pois vc poderá estar, sendo doutrinado por esses grupos sem perceber...
E logo estarias gritando "Heil Hitler!" (espero sinceramente que não!).
Eu, que sou um Professor Universitário e Cientista Social, sou capaz de perceber claramente tais indicações, e muito me espanta o quanto tais concepções e "visão-de-mundo" foi incutida sistematicamente nas pessoas de uma determinada faixa etária e nível sócio-econômico em nosso país (e no mundo), dá até pra perceber aqui, no FCC (e em outros fóruns que contribuo) quem é quem.... Tenho colegas de profissão estudando cuidadosamente tal questão e debatemos tail coisa em sala-de-aula nas Universidades em que leciono...
Aliás, esse é um alerta à todos aqui...
Abç

Adler3x3
Veterano
# nov/15 · Editado por: Adler3x3
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O fato é que os países atualmente existentes tanto na África como no Oriente Médio são o resultado dos acordos entre as potências Europeias.
As colônias que depois se tornaram independentes foram feitas de forma artificial, sem considerar as etnias e as vertentes religiosas.
Os melhores exemplos dos erros e das contradições:
- Síria:
a maioria da população segue a versão Sunita do Islamismo
mas quem governa é a minoria xiita, os alauítas (uma outra variação da corrente xiita)
atualmente tem mais de 40 facções brigando entre si, sejam étnicas ou religiosas, cada uma ou se defendendo do extermínio ou procurando ganhar mais espaço.
E conforme o mapa da guerra, em certas regiões os diferentes grupos fazem alianças, e em outras partes combatem entre si.

- Íemen
Também atualmente em guerra civil numa disputa entre Sunitas e Xiitas.

- Iraque
a maioria da população segue a versão Xiita do Islamismo.
atualmente quem governa são os Xiitas.
Mas até pouco tempo quem governava eram os Sunitas que eram minoria até a queda de Saddan Hussein.
Convive com uma guerra civil.

E este foi o ambiente propício para o surgimento do Estado Islâmico.

As potencias europeias dividiram e criaram muitos países simplesmente traçando linhas demarcatórias visualizando um mapa, estabelecendo novos governos de acordo com a sua conveniência sem considerar as diferenças religiosas e até étnicas.
Muitas vezes simplesmente traçavam linhas retas sem se preocupar com quem ali vivia.
E aí deu no que deu.
E os Curdos por exemplo uma etnia a parte não tem nem direitos de constituir a sua própria nação, são isolados e perseguidos, na Síria, Iraque e Turquia.

O tema da distribuição das tribos e das diferentes opções religiosas é bem complexo, e é a raiz dos atuais problemas.
Pois cada grupo tenta e tem o direito a se auto determinar.

Recentemente a ingerência Europeia se deu na Líbia, derrubaram o ditador Gadaffi, e o pais sofre com uma guerra civil.

A região contínua sofrendo intervenções e influências externas negativas.
Principais atores: EUA, Otan, Arábia Saudita e seus aliados, Iran, Turquia e Rússia entre outros.

Lelo Mig
Membro
# nov/15
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Mauricio Luiz Bertola

"Lelo, vou dar uma de profissional aqui, me desculpe..."

Sem desculpas, você é profissional do assunto, o que escrever irei considerar, com atenção.

"Romanos não são tribo..."
Sim... eu sei. É que fui citando o nome de "tribos europeias" que vieram a cabeça, sem muito critério, e meti um "romano" no mesmo balaio... desculpe..rs

"...conceito vem do filósofo alemão Hegel...Tal conceito é um equivoco..."

Concordo que boa parte da visão de Hegel em relação a este aspecto seja ultrapassada e equivocada..., mas não sendo historiador, concordo com alguns aspectos da visão de Hegel com relação ao "congelamento" das nações Africanas, principalmente devido a exploração e colonias.

Aqui, teríamos um embate/debate, passível de solução apenas no mundo real, numa mesa à beira da praia e com cerveja gelada.

"Eu posso aceitar que as civilizações persas (Aquemênida, Parta e Sassânida) fossem tão ou mais avançadas que a romana ou (nesse caso certamente) a grega clássica. Mas que a Européia atual... Não."

Aqui foi um "mal entendido" de redação. Me expressei mal. Eu me referia as civilizações contemporâneas à Pérsia, ou seja, na mesma época do império Persa.

"Espero que vc entenda minhas colocações..."

Não só entendo, como aceito, aprendo com quem é profissional do assunto e retruco onde acho que posso...kkk. Afinal, sou teimoso prá caramba, um defeito assumido e difícil de vencer... Mas, não me importo de ser corrigido não, muito pelo contrário, sou um teimoso Jedi!

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15
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Lelo Mig
\o/!

megiddo
Membro
# nov/15
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Só vou deixar aqui o trecho de um livro que calhou d'eu estar terminando de ler enquanto o tópico se desenrolava:

"[...]‘Where does Africa’s poverty come from?’ Prima facie, this is a very strange question, for poverty is man’s natural condition and it is wealth that always needs to be explained. Perhaps the question would be better expressed as ‘Why does Africa’s poverty persist, despite the potential for development?’

Two favoured answers are given to this question that supposedly entail a country like Britain’s inescapable moral duty to provide aid. The first is the Atlantic slave trade and colonialism, and the second is the world economic system.

The slave trade could not have been carried out without widespread African co-operation. Until the mass production of the anti-malarial quinine (which did not occur until well after the slave trade was suppressed), Europeans were quite unable in any numbers to penetrate the African interior. The supply of slaves came from purely African sources. No doubt the European slavers benefited more from the trade, economically-speaking, than African slavers; but that was because they came from an infinitely more sophisticated material and intellectual culture in the first place. It was not a moral difference. The fact remains that if there had been no African slavers, there would have been no Atlantic slave trade, at least on anything like the scale approaching that on which it was actually carried out.

Many developed societies have experienced catastrophes that, while not the same as that of the slave trade, were as great, and have yet recovered to the pitch of prosperity. Furthermore, the very large parts of Africa that did not experience the Atlantic slave trade have developed no further than those that did (though some of them, it is true, did experience the Arab slave trade).

As to colonialism in Africa, there can be no doubt that, especially in the earlier phases of its short career, it was responsible for brutality and sometimes devastation. But by the time it receded, its record (from the point of view of economic development) was distinctly more nuanced. At Ghana’s independence, for example, the country had large foreign reserves and a prospering export sector. It was richer, per capita, than South Korea. The almost immediate dissipation of its wealth was not in any direct sense the consequence of colonialism, though it might be argued that the mind-set that produced the dissipation was a consequence of colonialism. However, the moral argument for independence was that the population and leaders of the country had the right to self-determination because they were not moral or political minors. This being so, they, and not the colonialists, were responsible for the disasters that subsequently befell them.

In assessing the material effects of an historical process such as colonialism, it is necessary to balance the harms done against the possible benefits received (the backwardness of Africa being such that the wheel and writing were unknown in large parts of it, and all transport was by human porterage or by canoe). Counterfactual speculation — what Africa would have been like if there had been no colonialism — is… well, extremely speculative. The assessment is necessarily a highly complex one, even without taking into consideration intangibles such as cultural damage done, and no definitive answer is likely ever to be reached. As to the responsibility of people now living for an era that ended nearly half a century ago, this too is a complex question. It might be argued that, if their current prosperity were built on the back of colonialism, as it were, they owe some kind of reparations to Africa, if current African poverty were the consequence of the colonialism that made them, the Europeans, rich. But the overall effect of African colonialism on European economic development is itself a matter of dispute, whether ultimately it enriched or impoverished. No one in his right mind would suggest, if it emerged that Africa benefited from colonialism at European expense, that Africans owed anything to Europeans."[i/]- Dalrymple, Theodore. [i]Spoilt Rotten: The Toxic Cult of Sentimentality
.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# nov/15 · Editado por: Mauricio Luiz Bertola
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megiddo
Esse autor, Dalrymple Theodore (que na verdade é um pseudônimo e não um nome real - ele não escreve com nome real pois não é qualificado para tal), é um conhecido conservador inglês cujo objetivo é "limpar" a consciência dos europeus dos crimes que cometeram ao redor do mundo e que são inquestionáveis, além de propagar todo o tipo de doutrina reacionária... Quase tudo a "obra" dele, além de torcer a realidade e falsear a História, chega a ser risível de tão absurdo... Quem fica por aí dizendo que esse cara é um "grande escritor" é gente como o tal Constantino da Veja, outro direitistazinho que anda, infelizmente, fazendo a cabeça de jovens incautos ou adultos conservadores e mal formados...
A afirmação dele sobre o tráfico de escravos de tão absurda, chega a ser risível...
Goebbels já dizia: "...repita mil vezes uma grande mentira e ela vira uma grande verdade..." A direita, que sempre fez isso, acusa os "esquerdistas" (com boa dose de razão) de fazê-lo, e agora, que está (supostamente na "crista da onda"), o repete com toda a força, inventando as suas novas mentiras... Triste...

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