Café Central - aqui o Brasil tem jeito!

Autor Mensagem
makumbator
Moderador
# jul/17
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Bizet
acho que quem não entende nada de economia são esses azzie que ficam dizendo que a dilma ia transformar o brasil numa venezuela

não que ela tivesse agindo bem no segundo mandato, claro


Comuna entende de economia tanto quanto um astronauta americano entende de feijoada.

Maestro della Verità
Membro Novato
# jul/17 · Editado por: Maestro della Verità
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Para os alienados que são contra as reformas, aqui vai um texto explicativo redigido pela Marília Fontes


A Constituição de 1988, elaborada logo após o fim do regime militar, é chamada de “Constituição Cidadã”, por ter incluído uma série de direitos para a classe trabalhadora, como redução da jornada de trabalho, abono de férias, 13º salário para aposentados, seguro-desemprego, licença-maternidade, licença-paternidade, direito a greve, liberdade sindical, entre outros.

As mudanças certamente foram positivas do ponto de vista do trabalhador e do aposentado, que ganharam mais benefícios. Mas analisando de forma madura, todo benefício tem um custo, e vou falar mais sobre isso adiante.

Além de direitos dos trabalhadores, foram criados também monopólios do governo sobre alguns setores da economia (mineração, telecomunicação, petróleo, entre outros). Além disso, foram criados 12 direitos sociais, incluindo transporte, lazer, previdência social, assistência ao desamparado, entre outros. O governo passou a ser responsável por transferir renda.

O resultado disso foi a criação de um governo federal paternalista, provedor, garantidor de benefícios e promotor da economia.

Como adiantado nos parágrafos acima, tudo isso foi ótimo, do ponto de vista do trabalhador e do cidadão. Mas certamente teve um alto custo também, e para os mesmos beneficiados. Com uma mão se deu; com a outra, tirou-se.

Em 1988, o governo arrecadava 24 por cento do PIB e devolvia, na forma de investimentos, 3 por cento.

Hoje, o governo, além de arrecadar 35 por cento do PIB, gasta 10 por cento a mais do que entesoura. O que é exatamente a mesma coisa que dizer que a carga tributária aumentou em 11 por cento do PIB, ou em 45 por cento do que era.

Aí você deve pensar: mas isso é positivo, afinal ele arrecada mais por um lado, mas provê transporte, educação, saúde, lazer, do outro!

Só que não! SQN. Não preciso nem comentar sobre isso, preciso? "Metade da população não tem nem saneamento básico", afirma o professor Giannetti.

Então, você deve pensar: "Deve ter ido para investimentos".



Também não. O percentual do PIB que o governo investe hoje é, em média, 2,5 por cento do PIB, e portanto mais baixo que os 3 por cento de 1988.

Com os gastos muito acima da arrecadação, cresce a dívida, e com ela crescem os juros pagos nessa dívida.

Hoje, a conta dos juros "come" cerca de 8 por cento do PIB.

Já a Previdência come 12 por cento, e a cada ano cresce mais. Apesar de termos ainda uma população jovem (apenas 14 por cento de idosos), gastamos com previdência a mesma coisa que o Japão, que é um país que possui 26 por cento de idosos. Além disso, nossa população está envelhecendo rapidamente.

Dos 3,1 por cento de deficit da Previdência, segundo um estudo da FGV, apenas 1 por cento corresponde ao INSS (que beneficia 28,3 milhões de aposentados). Os 2,1 por cento restantes correspondem a servidores públicos da União, Estados e municípios (que representam apenas 4,2 milhões de aposentados, e recebem cerca de 4 vezes mais de aposentadoria).

Por outro lado, enquanto as despesas do RPPS (dos servidores públicos) diminuem ao longo do tempo, as do RGPS (trabalhadores CLT) só aumentam. Ou seja, é preciso reformar os dois regimes mesmo.

Juntos, Previdência e juros, correspondem a 20 por cento dos 45 por cento que o governo gasta. Mas onde estão os outros 25 por cento?

Gastos de custeio da máquina pública, aumento da folha, obras superfaturadas, corrupção?

O governo é extremamente ineficiente em gerir recursos, e o custo dessa ineficiência recai diretamente sobre o nosso bolso. Quando não é custeado por aumento de impostos (que foi o que aconteceu de 1988 para cá), é custeado por aumento da dívida (que é o que aconteceu durante o governo Dilma, e segue acontecendo).

O aumento de impostos reduz nossa renda disponível e isso nós sentimos na pele. O aumento da dívida tem efeitos indiretos: depreciação do câmbio, aumento dos juros, redução do crescimento, desemprego.

Os juros altos beneficiam os rentistas, que possuem alto patrimônio, e recebem juros. Mas prejudica os mais pobres, que pagam juros de empréstimos para consumo, automóvel e casa própria, entre outros.

Os juros altos aumentam a desigualdade social. Os altos gastos, que aumentam a dívida, aumentam a desigualdade.

O pensamento liberal defende o Estado mínimo, porque reconhece o óbvio: o Estado não consegue gerir recursos de forma eficiente. Cada 1 real na mão do Estado é gasto de forma menos produtiva do que o mesmo 1 real na mão do trabalhador.

Embora haja níveis do pensamento liberal, desde aquele que defende Estado mínimo, até aquele que defende que o Estado deve prover apenas para os mais necessitados, a mentalidade liberal é totalmente a favor do combate à desigualdade.

Por exemplo, o Estado não precisa proteger os funcionários públicos através de benefícios, uma vez que eles já possuem salários e estabilidade no emprego. Não estou dizendo que protegê-los é ruim. É excelente e merecido pelos serviços que prestam a todos. Mas como mostrei aqui, não é necessário! E custa um absurdo para os cofres públicos, inviabilizando que 2,1 por cento do PIB seja investido em educação para população carente, escolas, segurança, saúde, infraestrutura, saneamento básico.

Governar é priorizar. Se temos aposentadoria 4 vezes maior para funcionário público, não temos saúde e educação para os mais carentes.

A mesma coisa vale para o professor, que anda exigindo regras diferenciadas. O professor é extremamente importante e é o maior diferencial na vida acadêmica de um aluno. Mas o professor não é o lado fraco da corda. Beneficiar o professor é deixar de beneficiar o mais carente. É não ter dinheiro para o saneamento básico de metade da população.

Nem preciso mencionar os benefícios aos políticos e ao Poder Judiciário. Não são benefícios, são privilégios.

Benefícios são bons, mas são custosos. Uma economia madura deve sempre ponderar se esse custo despejado na sociedade é extremamente necessário. Grupos organizados conseguem defender benefícios (ou privilégios) com unhas e dentes. Mas quem defende os mais pobres?

Quem defende a metade da população fora da CLT? Existe sindicato de trabalhador informal? Se existisse, certamente defenderia a flexibilização das relações de trabalho.

Cada vez que você, professor, funcionário público, político ou militar, defende um benefício, está automaticamente onerando ainda mais a sociedade, e fazendo com que a sua conta seja dividida entre todos nós. É justo? Você se beneficia e a população paga?

Alguns pleitos serão justos! A população não pode virar as costas para um militar que dá a sua vida para defender a sociedade. Mas seu filho precisa de pensão vitalícia? Nada me convence de que um professor precise se aposentar mais cedo que eu para que o ensino público seja de qualidade. Da mesma forma, não entra na minha cabeça por que trabalhadores rurais podem se aposentar mais cedo, enquanto trabalhadores da construção civil não podem. O esforço não é o mesmo?

Na dúvida, acredito que o benefício não deve ser dado. Apenas quando os mais necessitados estiverem amparados, poderemos aumentar a lista de benefícios.

Se realmente nos limitássemos apenas aos mais necessitados (como os 50 por cento que não conseguem entrar no mercado formal, como os mais pobres que não tem saúde, educação e transporte), teríamos um gasto mais baixo, um investimento maior, menor juros e, principalmente, menor desigualdade.

As reformas atacam exatamente esses pontos. E certamente existem outros em que erram — e por isso precisam ser alterados. Mas, no geral, flexibilizar as relações de trabalho e reformar os gastos da Previdência é imprescindível para a redução do tamanho do Estado e para a inclusão dos mais pobres na economia.

Por isso que toda vez que é sugerida uma política liberal, o mercado melhora. Por isso que toda vez que é defendida uma redução de benefício, o mercado melhora.

Por isso que a nossa taxa de juros está tão ligada às reformas. Por isso que os juros caíram significativamente depois da aprovação da PEC do Teto.

Defender aumento de gastos quando não se tem mais dinheiro é exatamente igual a defender aumento de juros e aumento da desigualdade.

Maestro della Verità
Membro Novato
# jul/17
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Lacra menos Marília Fontes...

Snakepit
Veterano
# jul/17 · Editado por: Snakepit
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http://painel.blogfolha.uol.com.br/2017/07/02/advogados-de-temer-dilma -lula-e-aecio-articulam-manifesto-para-questionar-o-judiciario-e-o-mp/

Enfim, todos juntos.

Advogados de Temer, Dilma, Lula e Aécio articulam manifesto para questionar o Judiciário e o MP.

O Lava Jato precisa continuar, mas vão conseguir vão jogar a sociedade contra a operação. Questão de tempo.

JJJ
Veterano
# jul/17
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Snakepit
Enfim, todos juntos.

Estão juntos há muito tempo, cara...

Joseph Conrad
Membro Novato
# jul/17
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LeandroP
Texto muito grande. Vou esperar pelo filme :)

Mas acho que você vai concordar comigo.

Tem até fonte que valida minha percepção pessoal ao estar lá:

Entrevista de um ex-ministro de Comunicação chavista ao Brasil 247 em que a burguesia e os americanos são declarados culpados pela situação venezuelana.

https://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/245397/Venezuela-a-di st%C3%A2ncia-entre-a-crise-real-e-o-retrato-dram%C3%A1tico-pintado-pel a-m%C3%ADdia.htm

JJJ
Veterano
# jul/17 · Editado por: JJJ
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Joseph Conrad

Vou colocar minha opinião sincera sobre Venezuela...

1) foram extremamente incompetentes em diversificar a economia enquanto tinham petrodólares a rodo.

2) incorreram nos erros clássicos da esquerda populista, clientelista, fisiológica, demagógica e burra que assolou boa parte dos países latino-americanos.

3) acreditaram no sonho (pesadelo) "bolivariano", insuflados por um líder delirante.

Dito isso...

Negar que vão existir, diante de qualquer cenário onde o terceiro mundo tenha alguma chance de mudar o status quo mundial (ainda que de forma absurda e errada!), interesses contrários, é, no mínimo, muita ingenuidade.

Não, o Sérgio Moro não é um agente da CIA.

Não, a Venezuela (e o Brasil e a Argentina e vários outros bananões latino-americanos) não precisam da "ajuda" de ninguém pra fazer merda a valer. Já disse e repito: somos muito bons em fazer merda sozinhos!

Mas... negar que existam interesses opostos?

Existem, sim. Desde que o mundo é mundo. E podem usar vários disfarces (moralistas, ambientais, religiosos... o que for necessário para garantir sua hegemonia).

Joseph Conrad
Membro Novato
# jul/17
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JJJ

Que há interesses diversos em uma sociedade plural eu não duvido.

Mas na verdade, para muita gente (inclusive para gente responsável pela formação escolar de jovens), os tais interesses contrários são os responsáveis pelos problemas atuais da Venezuela, do Chile, da Argentina, do Brasil etc.

Essa gente vive de uma História que adora culpar o espectro americano e a classe burguesa nacional por tudo desde sempre (com pequenas variações e ajustes históricos para adequar a figura do opressor). Sempre a mesma ladainha adaptada ao caso concreto.

Só resta rir.

sallqantay
Veterano
# jul/17 · Editado por: sallqantay
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vive de uma História que adora culpar

essa gente vive de uma história onde é possível emitir juízo de valor sobre o passado. Devem ser deuses para conseguir emitir juízos transcendentais no tempo/espaço

deve ser psicografia do espírito da história, aposto 10 marcelas

Snakepit
Veterano
# jul/17
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https://pbs.twimg.com/media/DD_OwKqWAAAt9rU.jpg

LeandroP
Moderador
# jul/17
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E o Aécio voltou...

Maestro della Verità
Membro Novato
# jul/17
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Snakepit
bem interessante esse gráfico, mas daonde você tirou?

nao entendi muito como tem uma diferença tao grande no impacto e como chegaram a essas conclusões... tipo eles tiraram uma média? e baseado em que países

LeandroP
Moderador
# jul/17
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... Com judiciário, com tudo...

Bizet
Veterano
# jul/17
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http://www.nber.org/papers/w16479

We contribute to the debate on the macroeconomic effects of fiscal stimuli by showing that the impact of government expenditure shocks depends crucially on key country characteristics, such as the level of development, exchange rate regime, openness to trade, and public indebtedness. Based on a novel quarterly dataset of government expenditure in 44 countries, we find that (i) the output effect of an increase in government consumption is larger in industrial than in developing countries, (ii) the fiscal multiplier is relatively large in economies operating under predetermined exchange rates but is zero in economies operating under flexible exchange rates; (iii) fiscal multipliers in open economies are smaller than in closed economies; (iv) fiscal multipliers in high-debt countries are negative.

no link tem o pdf com o artigo inteiro, porra, tá na imagem o nome do negócio

Snakepit
Veterano
# jul/17
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Bizet
e o q vc tem a dizer sobre o estudo?

JJJ
Veterano
# jul/17
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O filho do César Maia presidente do Bananão?

Hora de abandonar o navio ou ainda dá pra desviar do iceberg?

brunohardrocker
Veterano
# jul/17
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https://pbs.twimg.com/media/DENE_kpW0AAqIO-.jpg:small

brunohardrocker
Veterano
# jul/17
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https://scontent.fpoa12-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/19756541_141516120523 1611_5024508129117288982_n.jpg?oh=77abd007a97443afa07c32c74167a838&oe= 5A022571

brunohardrocker
Veterano
# jul/17
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JJJ

Com um governo Maia, será nossa vitória contra os Astecas.

Black Fire
Gato OT 2011
# jul/17
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https://scontent.fpoa12-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/19756541_141516120523 1611_5024508129117288982_n.jpg?oh=77abd007a97443afa07c32c74167a838&oe= 5A022571


Já tem cota pra deficiente.

Viciado em Guarana
Veterano
# jul/17
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brunohardrocker
Tu tá ligado que os maias passaram fome e tomaram uma série de cacetes violentos dos astecas antes dos espanhóis acabarem com a porra toda, né?

Nada é por acaso.

JJJ
Veterano
# jul/17
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Viciado em Guarana

Ele quer a forra. Acho que o nome dele na real é Bruno Maia.

LeandroP
Moderador
# jul/17
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https://wikileaks.org/plusd/cables/09BRASILIA1282_a.html

Joseph Conrad
Membro Novato
# jul/17 · Editado por: Joseph Conrad
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LeandroP

Nossa! O nome do Moro aparece em um cable que cita um evento de treinamento conjunto público, colaborativo e bilateral entre a justiça americana e brasileira em que são discutidas as implicações da lavagem de dinheiro no financiamento indireto do terrorismo e, claro, do crime organizado em geral.


Tem Moro + Americanos, e é um documento "vazado" (embora seja unclassified). Logo = Golpe!

Acho que você merece o Pulitzer, hein?

Fidel Castro
Veterano
# jul/17 · Editado por: Fidel Castro
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Joseph Conrad

Ainda assim, eu já não gosto da diretora de Compliance duas salas ao lado, o que dirá uma task force do AML, KYC e o caralho todo envolvendo o grande satã do norte e o juiz pop.

Sai fora tio, preciso de uma corretora de cryptocurrencies.

Para todos os efeitos, aqui é o primo do Fidel

Fidel Castro
Veterano
# jul/17 · Editado por: Fidel Castro
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E em tempo, governo americano não tem o que reclamar dos anos de PT aqui. Portanto não teria pq articular a subida do Temer que francamente tem o capital político de um pepino, logo fica osso de viabilizar qualquer grande complô como assinar um contrato de venda da Amazônia por uma casa em Miami. Aliás, se não fosse a balbúrdia interna do governão inchado de coalizão pós vitória apertada por 50,000001% dos votos, tava sendo um puta negocião long (2017+) Brasil. Isso que ocorreu fodeu qualquer fundamentals possivel.

Os grandes stakeholders malvadões das reformas do arrocho contra o proletariado tão aqui dentro msm.

sallqantay
Veterano
# jul/17
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stakeholders malvadões das reformas do arrocho contra o proletariado tão aqui dentro msm

isso é o que querem que vc pense

Black Fire
Gato OT 2011
# jul/17
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Nossa! O nome do Moro aparece em um cable que cita um evento de treinamento conjunto público, colaborativo e bilateral entre a justiça americana e brasileira em que são discutidas as implicações da lavagem de dinheiro no financiamento indireto do terrorismo e, claro, do crime organizado em geral.


LeandroP

Pare de passar vergonha.

st.efferding
Membro
# jul/17
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Se eu fosse o LeaP, bania todos.

Viciado em Guarana
Veterano
# jul/17
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heuheuheuheuheh! sagaz!

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