Sobre Grunges II

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yield
Veterano
# mar/05 · Editado por: yield
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aFFF

Além das que Ed_Vedder falou e do TEN e do YIELD se tu gostar baixa
Go,
Animal
dissident
I am mine
parting ways
light years
love boat captain
can't keep
off he goes (essa é uma das baladas mais bonitas do pearl jam)
State of love and trust (essa tbm é muito, mais muito boa)

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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yield

Acho que vamos acabar convertendo o cara hehehehe

maggie
Veterana
# mar/05
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O Mudhoney seria o grupo cult.

Nossa, se cult é underground essa afirmação aí tá errada.

ServeTheServants
Daí, veio muita porcaria glorificada. Nessa época, um vocalista de nome G. G. Allin, famoso pelos rituais escatológicos em seus concertos, faleceu por overdose de drogas
É heresia colocar o nome de Deus num tópico grunge.


Bah
Só porque o cara fazia horrores com as próprias fezes... musicalmente ele não era tudo isso.

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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O Mudhoney seria o grupo cult.

Nossa, se cult é underground essa afirmação aí tá errada.


Como assim Maggie?

JediKnight
Veterano
# mar/05
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Cult é papo de quem quer dar a bunda e não se assume. É radical, mas é isso ai.

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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JediKnight

ahahauhuahuaua

Falando sério... respeito o Mudhoney pra caramba... mas acho o som deles um saco.

Pra mim eles tem relevancia muito mais pela história do que pelo som que fazem.

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Alice In Chains. Banda orgulhosamente grunge nascida na densa Seattle. Muito antes do falecido Kurt Cobain estourar para o mundo com o Nirvana, o Alice In Chains já era respeitado nos porões de Seattle, criando música similar a outras grandes bandas da cidade na época, e que viriam a fazer relativo sucesso: o Soundgarden e o Screaming Trees. Com uma postura profundamente depressiva, o Alice In Chains figurou uma das mais importantes bandas do movimento então intitulado "grunge". A parceria entre Layne Staley e Jerry Cantrell se destacou pelas letras, que eram referências sinceras ao uso de drogas e suas drásticas conseqüências, o destaque enfático da dor física e psicológica, enfim, retratavam o lado obscuro da humanidade.
Tudo isso adicionado à característica um tanto "dark" que a banda adotou, refletida em músicas melódicas, pesadas, que deram naturalmente margem para comentários negativos. O Alice In Chains foi depreciado por soar sombrio demais, e também por ser de difícil compreensão [leia-se deprimente], pois abusavam dos vocais arrastados, e das guitarras distorcidas. Juntamente com o Soundgarden, eles foram as bandas de Seattle que mais flertaram com o heavy metal, e no seu som foram percebidas influências de grandes nomes como Black Sabbath e The Doors.

Os vocais sobrepostos de Layne Staley e Jerry Cantrell tornaram-se marca registrada da banda, pois criavam o clima vertiginoso e perfeitamente melancólico apropriado para as letras mórbidas que falavam sobre solidão, decadência e morte. E foi justamente dessa maneira que Layne Staley, um atormentado do rock, teve seu fim: solitário e decadente. Viciado em drogas há muitos anos, já no segundo álbum a banda retratou em letras de duplo sentido a luta dele contra os entorpecentes.

O Alice In Chains foi uma grande banda, com músicos notáveis, virtuosos e completos que sabiam alternar momentos de peso absoluto com calmarias acústicas. Souberam mesclar a violência das guitarras sujas com solos de violão contínuos. E no meio de tudo isso, inseriram letras atordoantes sobre o caos da alma humana, [e porque não?], dos próprios integrantes. Scott Weiland do Stone Temple Pilots, outro vocalista também atormentado pelo vício em heroína, já cantou em uma de suas músicas "Sell more records if I'm dead...", levando a crer que se a morte de um ídolo do rock nessas condições não servir para alertar as pessoas dos perigos do vício, pelo menos servirá para vender mais discos. Uma frase categórica é verdade. O Alice In Chains agora vai vender mais discos do que o de costume, pois a morte de Layne Staley serviu para mitificar a banda, e enquadrá-lo no estereotipo do "jovem vocalista famoso morto por overdose", potencializando isso o fato dele ter tido uma morte em circunstâncias não muito bem explicadas...O Alice In Chains, mesmo estando fora do circuito há uns bons anos, vendeu milhões de álbuns mundo afora e deixou uma boa discografia, contendo álbuns de estúdio, coletâneas com material inédito e discos ao vivo.

Então houve tempo para o Alice In Chains. Houve tempo para sua música modelar um estilo, servir de influência para tantos outros, fixar padrões, quebrar outros, e se sobressair no mundo do rock. A morte de Layne Staley serviu para eternizar na história da música o som do Alice In Chains. Layne libertou-se de si mesmo e de seu vício pela heroína. Mesmo tendo sua vida devastada pelas drogas, para Layne a morte foi sua redenção. Para a história da música, sua consagração.

JediKnight
Veterano
# mar/05 · Editado por: JediKnight
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Ed_Vedder
Então velho, eu não conheço essa banda, mas eu falei pelo "movimento" no geral ta ligado, outro dia um amigo me convidou pra ir numa baladinha, e ele disse q era um pico cult, alternativo, so faltou o "indie"e ah ta louco, só os caras homosexxx, haha mas td bem respeito a opinião deles hahahahah só não volto lá.

Edit: AnC é do caraio

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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A vingança de Seattle
Carreiras que o grunge destruiu

A mídia impressa adora grandes manchetes catastróficas do tipo "o rock morreu" ou "o grunge morreu". Aliás, o rock já foi assassinado não sei quantas vezes. Por quem, cara pálida? A própria mídia é a encarregada de desmerecer o rock em nome de ondas passageiras tipo trip hop (por onde anda o Tricky?), techno (alguém ouviu o que o Prodigy andou fazendo nos últimos 5 anos?), e agora electro.

Se for para generalizar, é uma obviedade que a música eletrônica, independente dos rótulos ou da onda do momento, tem o seu espaço, aliás, sempre teve nas duas últimas décadas. Agora, pegar um sub-gênero de vida curta para contestar a legitimidade e o futuro de uma verdadeira instituição que é o rock n'roll beira o absurdo.

Por outro lado, o rock n'roll também tem os seus sub-gêneros de vida curta. Coisas malucas como shoegazing, dreampop e afins. Entre eles figura o grunge, que, se for para aplicar ao termo o sentido de sub-gênero de rock n'roll, de fato teve vida curta. Mas mesmo ao tratar a existência do grunge como uma onda passageira de morte anunciada, percebe-se que foi uma Senhora onda passageira, um verdadeiro cataclismo que rende algumas marolinhas até hoje. No meio do cataclismo, rolou um verdadeiro salve-se-quem-puder na indústria fonográfica, já que o abalo provocado pela revolução capitaneada pelo Nevermind rendeu inúmeros mortos e feridos. Praticamente nada ficou imune aos estragos, desde o império do pop e seus reis intocáveis, passando por figurões milionários do rock e até mesmo tendências emergentes do próprio rock alternativo. Seria uma heresia dizer que afetou até a música eletrônica? Aí já é mais complicado, mas ainda assim, dá para levantar alguns casos para reflexão.

E agora chegamos ao melhor dessa história, os casos para reflexão! Durante vários anos a mídia vem insitindo com a afirmação de que "o grunge está morto". Tudo bem, isso já é quase como chover no molhado. Mas está na hora da vingança: para o regozijo da galera, vamos as bandas que o grunge matou!!! Sim, vamos remexer entre os escombros do cataclismo de Seattle para resgatar alguns nomes de que nos livramos ou ficaram um tanto esquecidos ao longo do anos 90.

MICHAEL JACKSON: Assim como o seu rosto, a música de Michael Jackson também caminha há tempos para a auto-destruição. Independente do que aconteceu em 1992, a trajetória dele durante os anos 90 seria a mesma.

Mas para os roqueiros de plantão, não dá para negar o simbolismo do fato do rei do pop ser destronado do número um da Billboard pelo Nirvana. O Nevermind veio do nada e foi escalando a parada americana, degrau por degrau até chegar ao primeiro lugar, e quem estava lá antes era justamente Michael Jackson. Foi a partir daquele momento que Jacko (para cair no lugar comum: um cara de enorme talento que se tornou uma paródia de si mesmo) iniciou sua decadência.

INXS: O INXS era muito grande nos anos 80. Com milhões de discos vendidos, a banda australiana conquistou o mundo e detinha uma popularidade impressionante em vários países.

Vinha de uma seqüência de dois discos altamente conceituados, "Listen Like Thieves" e "Kick", e ganhou tudo o que podia de prêmios grammy. Em 1990, a banda fez um show no estádio de Wembley completamente lotado e o disco "X" foi lançado. Mas já estávamos em meio ao cataclismo e o disco não vendeu o esperado. Dali em diante foi só ladeira abaixo, e olha que eles tentaram, foram mais três discos que ninguém ouviu antes de um final melancólico em 1997. Simplesmente não havia o que fazer, ninguém queria saber de "pop dançante" (a exceção do U2) depois do Nevermind.

NEW KIDS ON THE BLOCK: Por falar em pop dançante, o New Kids foi um verdadeiro fenômeno no final dos anos 80 até o início dos 90, não há quem não se lembre da abominável Step By Step.

É uma verdade que a vida útil de boy band não é uma coisa muito duradoura, ou seja, eles iam sumir do mapa de qualquer jeito. Mas ao menos o fato de não surgir um substituto pode ser creditado à turminha de Seattle. Simplesmente boy band não era uma coisa autêntica naquela época e não tinha aceitação. Mais alguns anos depois, precisamente 1996, Hanson, Spice Girls e Backstreet Boys viraram o jogo, mas com certeza todos eles seriam figuras risíveis em 1992, presas fáceis para o cataclismo.

POISON: Autenticidade é a palavra chave que destruiu o Poison e uma dezena de bandas similares. Imediatamente depois do Nevermind, o som do Poison e afins se tornou datado e ultrapassado.

Mesmo durante na década de 80 eles já eram chamados de posers, mas a máscara caiu definitivamente a partir de 91, quando se tornou impossível levar a sério o som dos caras. Só para fazer uma analogia, já são mais de dez anos desde o lançamento de um disco como Badmotorfinger, por exemplo, e se o som já não parece inovador ou revolucionário, é um atestado de integridade da época, onde a agressividade ou qualquer outro sentimento transmitido pela música era com um mínimo de legitimidade.

Outras bandas:
MÖTLEY CRÜE: Depois de Seattle, até o rótulo dessas bandas se tornou depreciativo. O que antes era conhecido simplesmente como hard rock, se tornou hair metal, em função da preocupação dos caras (e o Mötley Crüe parece ser um caso típico) ser maior com seus cabelos estilo poodle do que com a música.

WARRANT: Tem gente que hoje chama o hard rock dos anos 80 de glam, mas pelo amor de Deus, não caia nessa! O que tem a ver um lixo descartável como Warrant com o grande Bowie dos anos 70?

VAN HALEN / MR. BIG / EXTREME: Instrumentistas "virtuose" são o suficiente para fazer uma boa banda? O destino de Mr. Big e Extreme respondem a essa pergunta. Não adianta o cara ter só a técnica. Até o maior deles, Edward Van Halen viu a sua banda ficar marcando passo depois do Nirvana.

WINGER: A banda que chegou a ser tema daquelas propagandas radicais do Hollywood nos anos 80 (com a radical "Miles Away"), virou motivo de piada pós 1992. Stuart, o loirinho boa-praça que era feito de palhaço por Beavis e Butthead, usava uma camiseta do Winger no desenho.

UGLY KID JOE: O Ugly Kid Joe teve muito azar. Só teve tempo de faturar um único hit (Everything About You) antes de ser atropelado pelo grunge e sumir do mapa. Era uma das bandas mais simpáticas da última leva do hard rock anos 80. Aliás, surgiu já em 92.

BON JOVI / SKID ROW: O Bon Jovi nadou contra a maré e foi um dos poucos a sobreviver na década de 90. Qual foi o segredo? Será que o Jon Bon Jovi é bonito demais para fracassar? Talvez não seja isso, pois Sebastian Bach do Skid Row dividia com ele a preferência das meninas e sua banda sucumbiu. É provável que o mais justo seja reconhecer na banda de Jon e Richie Sambora o talento para fazer o que faz. Jon Bon Jovi não precisava berrar e chorar como Sebastian para tornar suas baladas mais palatáveis e acessíveis, em geral elas naturalmente tinham mais consistência do que as dos concorrentes.

DEF LEPPARD: Mas o Def Leppard é a prova de que só o talento não teria sido suficiente para o Bon Jovi. Os caras do Def Leppard são muito talentosos, o disco Pyromania estabeleceu um padrão de sonoridade que se tornou referência para programadores de FM, executivos de gravadora, produtores e técnicos de estúdio. Ninguém tinha baladas tão grandiosas e melosas quanto eles. Se pelo menos seus integrantes fossem mais atléticos quem sabe eles poderiam ter a mesma sorte do Bon Jovi...

GUNS N' ROSES: O Nirvana foi o principal responsável pelo Guns n'Roses ter deixado de ser a maior banda do mundo (provavelmente um motivo de orgulho para Kurt Cobain).

A discussão aqui não é o Nirvana ter tomado o posto do Guns como a maior banda do mundo (mesmo com o fenômeno Nevermind, talvez a maior banda durante 92-93 era o U2, que vivia o auge da Zoo TV Tour), nem está sendo questionado o talento ou o carisma do Guns n'Roses, ambos inegáveis. A questão é a seguinte: o Nirvana era o contraponto de tudo o que o Guns representava. O Nirvana gostava de shows em lugares pequenos, onde o contato com o público era mais próximo e a energia era mais presente, enquanto que o Guns preferia os estádios e grandes multidões. Kurt não se importava com a roupa que vestia no palco, poderia ser a mesma calça velha de três anos atrás. Já Axl trocava o figurino várias vezes durante o show. O Nirvana consistia em três caras, baixo-guitarra-bateria, o power trio. O Guns no palco tinha backing vocals, piano, tecladista e o escambal. Os videoclips do Nirvana em geral eram simples, só com a banda tocando, em alguns momentos seus integrantes não faziam cerimônia de se expor ao ridículo e debochar de si mesmos ao usar roupa de mulher e tudo o mais. Já os clips do Guns eram superproduções com efeitos especiais, perseguições, helicópteros, tempestades... sempre com Axl como ator principal, o mocinho, o herói.

O Nirvana era a antítese do Guns e aparentemente levou a melhor. O Guns ainda está na ativa, e com certeza teria cacife para virar o jogo. Mas é possível que o problema do Guns para lançar material inédito durante esses anos todos seja o receio de Axl em não ser mais o número 1.

FAITH NO MORE: O Faith No More fez muito sucesso com o disco The Real Thing, capitaneado pela música Epic e vários outros hits (From Out of Nowhere, Falling To Pieces, Edge of the World).

Um futuro glorioso parecia estar a caminho, não fosse o fenômeno Nirvana ter deixado a banda meio fora das expectativas do mercado. Uma pena, pois trata-se definitivamente de uma banda de talento que construiu uma carreira respeitável. Mas o FNM teve um final feliz, hoje em dia, Mike Patton, além de comandar o alucinado Mr. Bungle, acabou montando uma gravadora, onde lança seus novos projetos (Fantômas), além de bandas amigas, como o Melvins.

SMITHEREENS: O quê? Você não conhece o Smithereens???
Não é para menos, o Smithereens nunca saiu do circuito do rock alternativo/underground.

A banda passou boa parte dos anos 80 cultivando uma respeitável base de fãs no underground. Quando assinou com uma grande gravadora, já no final da

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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JediKnight

entendo... mas sei lá... acho que de cult eles não tem nada...

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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DEZ FRACASSOS DOS ANOS 90

As vezes isso acontece. Uma banda emplaca uma série de sucessos, vende milhões, conquista o topo das paradas e, de repente... flop! Aquele disco que todos esperavam com tanta expectativa desaparece do mapa sem deixar saudade poucos meses depois de seu lançamento. Os motivos são os mais diversos, desde o simples fato de uma banda se recusar a fazer videoclip culminando com as imprevisíveis, complexas e recorrentes mudanças de rumo do Sr. Mercado, que deixa muitas bandas perdidas pelo caminho.

Um dos casos mais bizarros é o do disco que foi solenemente ignorado quando de seu lançamento e alguns anos depois conquistou pouco a pouco o culto e a devoção de uma dedicada legião de seguidores. Não é novidade na história do rock que discos sejam reconhecidos anos depois de seu surgimento ou até depois da morte de seus autores. Mas o que dizer de uma banda já consagrada, com mais de 3 milhões de cópias vendidas em 1994 e em apenas dois anos depois caiu no esquecimento, vendendo cerca de 20% disso de seu novo álbum? E, sim, esse mesmo disco desprezado acabou voltando com força alguns anos depois...



Weezer - Pinkerton (1996)
- 500 mil cópias vendidas
vendagem do álbum anterior -> 3 milhões


O grande "Pinkerton" foi considerado um belo fracasso logo que foi lançado. Hoje é quase uma obra-prima indiscutível, mas o disco esteve longe da unanimidade em 1996. De início, a banda se recusou a gravar videoclips e a Geffen, vendo o disco desabar rapidamente na Billboard, forçou a banda a mudar de idéia. O video de "The Good Life" foi lançado, mas a situação não se reverteu. Não foram poucos os que falaram que o Weezer não passou no 'teste do segundo álbum'! A ironia é que "Pinkerton" provavelmente vai chegar no milhão de cópias, mas grande parte da vendagem se deu muitos anos depois que a banda parou de divulgar o disco.

A grande interrogação que fica disso tudo é o porquê de um disco como "Pinkerton" ser inadequado em 1996 e ser bem aceito hoje em dia? Talvez a única resposta seja os humores voláteis do mercado fonográfico, que assim como a cotação do dólar em tempos de George W. Bush, não é nada confiável. Esta talvez tenha sido a razão para um certo disco de capa em preto e branco ter ficado encalhado nas prateleiras...



R.E.M. - New Adventures in Hi-Fi (1996)
- 1 milhão de cópias vendidas
vendagem de Monster -> + de 4 milhões


O que diabos aconteceu com o "New Adventures"? O público não gostou? Quem ouve o disco tem certeza de que trata-se de um trabalho primoroso, muito bem acabado, que pega a espontaneidade do Monster aliado a qualidade das composições do REM. É um disco eclético, e por isso, completo, cobrindo todos os caminhos trilhados pelo REM até então, e buscando novos territórios.

Artisticamente é superior ao "Monster" e ainda assim vendeu bem menos. Só pode ser coisa do Sr. Mercado, não tem outra explicação. Alguns observadores culparam o primeiro single pela impopularidade do disco. Acontece que "E-Bow The Letter" é uma das músicas mais bonitas do REM a ser lançada como single. E "Drive", o primeiro single do fenômeno "Automatic For The People" era tão introspectiva quanto.

Depois de "New Adventures in Hi-Fi" a carreira do R.E.M. nunca mais atingiu os números de antigamente nos EUA, embora a banda continue contando com todo o respeito do mundo e ainda tenha muito sucesso em vários outros países importantes. É uma trajetória semelhante a de uma outra banda que lançou um disco no fatídico 1996...



Pearl Jam - No Code (1996)
- 1 milhão de cópias vendidas
vendagem dos 2 álbuns anteriores
do Pearl Jam -> + de 5 milhões
vendagem de "Ten", de 1992 -> + de 10 milhões



Será possível que nove milhões de fãs do Pearl Jam desapareceram em apenas quatro anos? Onde foram parar essas 9 milhões de pessoas que compraram "Ten" e não compraram "No Code"? Estariam todos ouvindo Spice Girls, que foi o grande fenônemo de 1996?
O fato é que o sumiço dos fãs do PJ não foi um acontecimento gradual. Vs, o segundo álbum dos caras bateu o recorde de vendagens na primeira semana de lançamento, quando atingiu a fantástica soma de 900mil cópias vendidas em uma semana. No total, 6 milhões de americanos compraram o disco. Os números de "Vitalogy", que sucedeu "Vs" também impressionaram. O álbum foi primeiramente em vinil, o CD só surgiria algumas semanas depois. E mesmo assim, o disco figurou entre os 50 mais vendidos da Billboard, a primeira vez que um vinil figura na parada em toda a década de 90. Os números totais de "Vitalogy" ultrapassaram os cinco milhões.
"No Code" por sua vez, representou uma queda de 80%!!!!
O fato é que a briga com a Ticketmaster e a impossibilidade de fazer uma turnê ostensiva em 1995-96 certamente prejudicaram o disco, mas diferentemente do que aconteceu com "New Adventures in Hi-Fi", o disco dividiu opiniões dos fãs mais ardorosos. Um primeiro grupo acreditava que a banda tinha perdido a sua força, que o disco era insosso e inconsistente enquanto um segundo grupo considerava "No Code" uma obra-prima, um passo adiante na carreira do PJ. Esse segundo grupo acreditava que a banda encontrou a maturidade a partir de "No Code", e essa história iria se repetir dois anos depois com uma outra banda que marcou época nos anos 90...


Smashing Pumpkins - Adore (1998)
- 1 milhão de cópias vendidas
vendagem do álbum anterior -> 5 milhões



O disco mais maduro do Smashing Pumpkins não pegou o público em cheio, embora seja um trabalho maravilhoso. Reduzido a um trio a partir da perda do baterista Jimmy Chamberlin, o Pumpkins foi obrigado a repensar toda a sua sonoridade como banda, e o resultado foi revolucionário. A reinvenção da banda, que incluiu um sumisso nas guitarras chocou alguns fãs, embora quem tenha prestado atenção no Mellon Collie já poderia ter algumas pistas do que viria pela frente. Na verdade, Mellon Collie é um disco tão completo, que qualquer caminho que o Smashing Pumpkins seguisse dali em diante, teria uma base plenamente identificável no Mellon Collie, já que o disco cobre praticamente todas as direções.
O que resta apontar como causa os humores do Sr. Mercado, já que o Pumpkins estaria colhendo os azedos frutos pós-1996.

Ainda há um outro aspecto a ser ventilado. Depois do Mellon Collie, o Smashing Pumpkins passou a ser um dos nomes mais fortes do rock alternativo. Tendo o Pumpkins um notório líder semi-ditador como Billy Corgan, fez com o que o vocalista fosse presença marcante em entrevistas e capas de revista. E, digamos que o sujeito tenha posições firmes e opiniões formadas que nem sempre tem o potencial de agradar a maioria. Conclusão: Por volta de 1998, Billy Corgan (e por extensão, os Pumpkins) tinha se tornado um sujeito muito idiossincrático para o grande público. Ao mesmo tempo que seus fãs cada vez mais se aproximavam do grupo, consumindo cada detalhe da sua existência com toda a devoção e culto, também surgiam legiões de pessoas que simplesmente não suportavam Billy Corgan e cia. Não eram poucas as acusações de megalomaníaco e pretencioso, que encontravam eco em muitas pessoas.

Injustiça com o Billy? Certamente. Um equívoco atribuir somente à isso a queda dos Pumpkins como um grupo das massas? Com certeza. Mas talvez não para uma outra influente banda que não acreditava no ditado que diz que o jacaré morreu pela boca (ou algo assim)...


Oasis - Be Here Now (1997)
- 1 milhão de cópias vendidas (USA)
vendagem do álbum anterior -> 4 milhões (USA)



É provável que por volta de 1997 ninguém mais aguentasse as briguinhas dos irmãos Gallagher. Hoje em dia, nem se fala. Tanto é que, ao contrário das outras bandas desta lista, o Oasis viu seu público desaparecer nos Estados Unidos. Esse é o termo, desaparecer! Enquanto as outras bandas apenas tiveram que se acostumar com cifras e proporções menores, o Oasis despencou, o último disco, "Heathen Chemistry" ficou na casa de um décimo de "Be Here Now". O Oasis foi a primeira banda do chamado Brit pop a se tornar realmente grande nos Estados Unidos, mas hoje em dia está comendo poeira atrás de nomes como Radiohead, Coldplay e até do Gorillaz. Damon Albarn deve ser um sujeito feliz da vida.

O disco em si dividiu opiniões, e os adjetivos não são novos. Megalomania e pretensão exagerada eram os usados para descrever "Be Here Now". As comparações e acusações de plágio dos Beatles tampouco ajudavam. Mas uma coisa é fato, "Definitely Maybe" e "What's The Story (Morning Glory)" eram tão derivados dos Beatles quanto "Be Here Now", mas foram discos elogiadíssimos e com justiça.

Aliás, justiça seja feita, a banda continua enorme na Inglaterra, mesmo que lá seja o único lugar do mundo onde isso aconteça.

Existe uma outra banda que também viu sua carreira sumir do mapa nos EUA depois de um disco que não teve o sucesso esperado...



Soul Asylum - Let Your Dim Light Shine (1995)
1 milhão de cópias vendidas
vendagem do álbum anterior -> 2 milhões




O Soul Asylum batalhou uma década inteira no undeground, na sombra das grandes bandas de Minneapolis, a saber, Hüsker Dü e Replacements. Quando o sucesso finalmente bateu a porta, em 1992, a banda já não era mais uma dissidente pós-punk/hardcore. O Soul Asylum tinha evoluido para um som mais clássico, extremamente acessível para as rádio, e com o disco Grave Dancers Union e o megahit Runaway Train a banda foi lançada a extratosfera. Três anos depois chega as lojas um aguardadíssimo álbum produzido pela estrela Butch Vig. A Columbia apostava muitas fichas, mas o disco não decolou. Na verdade, a vendagem do disco foi altamente respeitável, mas ficou abaixo do esperado e não foi suficiente para evitar um desgaste da imagem da banda com a mídia. O Soul Asylum se viu numa encruzilhada mortal. Os novos fãs se mostraram meros passageiros num Runaway Train e os velhos fãs dos tempos de underground não toleram que uma b

yield
Veterano
# mar/05
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Ed_Vedder

Muito legal esse texto dos fracassos dos anos 90. O no code eu até entendo que não tenha vendido bem, é mesmo o disco menos bom do pearl jam. Agora o Adore do Smashing Pumpkins é uma obra-prima. As vezes daqui ha alguns anos é que alguns desses discos vao ser reconhecidos, como aconteceu com o Pet Sounds do Beach boys

maggie
Veterana
# mar/05
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Li e gostei no geral, só acho que puxa o assado pro grunge com frases como essa:

Mas para os roqueiros de plantão, não dá para negar o simbolismo do fato do rei do pop ser destronado do número um da Billboard pelo Nirvana.

Ed_Vedder
O Mudhoney seria o grupo cult.
Nossa, se cult é underground essa afirmação aí tá errada.
Como assim Maggie?


O Mudhoney nunca foi cult, por algum motivo não era popular, mas ainda assim estava no mainstream.

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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maggie

sim... o texto é tendencioso mesmo

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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yield

Cara o No code eu gosto... o Binaural que eu não sou muito fã... tirando Insignificance, Nothins as it seens, sleight of hand.

yield
Veterano
# mar/05 · Editado por: yield
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Ed_Vedder

Do No Code eu gosto pra caramba de off he goes, present tense, sometimes, red mosquito, who you are e do encarte que é muito foda hehe, é bastante até mas dos outros albuns (tirando o yield que tem umas musicas muito chatas) eu gosto de todas.
O Binaural eu não curtia muito mas depois comecei a ouvir direto. Parting ways, nothing as it seens, evacuation, light years (pra mim a melhor do cd), insignificance, sleight of hand, thin air e até soon forget são muito boas.

JediKnight
Veterano
# mar/05 · Editado por: JediKnight
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Nothing as it seens, se eu morresse escutando essa música, não seria nada mal... está entre as 500 músicas q considero dentre meu top 10

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Esta entrevista foi publicada na Melody Maker de 21 de Maio de 1994.

Eddie Vedder foi entrevistado por Allan Jones em 17 de Abril, quando o Pearl Jam tocava um dos seus "últimos shows previstos" no Paramount Theatre, em Nova York.

É principalmente sobre sua reação à morte de Kurt Cobain.

************************************

"Sabe", diz Eddie, com voz trêmula, sussurando, quase um suspiro, "eu sempre achei que iria acontecer primeiro comigo."

Nenhum de nós diz nada por um bom tempo depois disso. O silêncio é tamanho que eu posso ouvir as batidas do meu coração, um pulso insignificante. Eddie olha para o chão, procurando segredos na pedra. O silêncio é enervante. "Eu não sei por que eu achava isso," ele diz, finalmente. "Só parecia que ia. Quer dizer, eu não conhecia ele de rotina - longe disso. Mas, de certa forma, eu nem sinto estar certo estar aqui sem ele. É tão difícil acreditar de verdade que ele se foi. Eu ainda falo dele como se ele estivesse aqui ainda, sabe. Eu não consigo entender. Não faz sentido."

"Eu me lembro quando ele passou mal em Roma - eu não percebi naquela época que era mesmo uma tentativa de suicídio - eu estava em Seattle. Eu saí pra arranjar alguma coisa pra comer e olhei as manchetes. Que ele estava em coma. Eu me assustei, cara. Eu fui pra casa e fiz algumas ligações, tentei descobrir que porra estava acontecendo. Aí eu comecei a andar pela casa e a chorar.
"Eu só ficava dizendo, 'Não se vá, cara, porra, não se vá... não faça isso.' Eu ficava pensando, 'Se ele se for, eu estou fodido.'"

Onde você estava quando soube que ele tinha se matado? "Estava num quarto de hotel em Washington, D.C. Um quarto de hotel que eu detonei."
Sua voz se extingue de novo, num silêncio assombrado, problemático. Ficamos dessa forma, sentados, por um momento; o tempo passando, nenhum de nós se apressando para dizer alguma coisa.

Está quente aqui. Estou muito cansado e começando a perder um pouco a atenção quando o Eddie manda uma cadeira girando pelo camarim na direção da parede, que ela acerta com um "crash" putamente poderoso que me traz de volta à realidade.

"Foda-se, toda essa porra", ele sibila com uma veemência terrível, e eu não sei pra onde ele vai agora.
"Você sabe, todo esse povo, cara", ele diz, "todos se alinhando pra dizer que a morte dele era inevitável... bom, se era inevitável para ele, vai ser inevitável pra mim também, também, se isso continuar."

"É por isso que este podia ser a porra do nosso último show, pra mim. A morte do Kurt mudou tudo. Eu não sei se eu posso continuar fazendo isso.

"Viu, pessoas que nem ele e eu, a gente não pode ser real. É uma contradição. A gente não pode ser essas pessoas que escrevem essas músicas reais. A gente tem que viver de acordo com as expectativas de um milhão de pessoas. E a gente não pode fazer isso. E aí tem uma porra duma mídia cínica no topo de tudo isso. Foda-se, fodam-se eles. O tempo todo, eles questionam a tua honestidade. Não importa o que você diga, não importa o que você faça, eles acham que é só um ângulo. Eles acham que é tudo uma porra dum jogo. Porque é tudo com que eles estão acostumados. É o que eles pensam que é, um jogo idiota. Eles não sabem o que é real e o que não é. E quando alguém vem tentando ser real, eles não sabem a porra da diferença.

"Então, se você diz "Não, eu não vou jogar a merda do teu jogo, eu quero sair fora... eu não vou fazer isso, eu não vou fazer aquilo..., eles ainda pensam que você é parte dele. Eles simplesmente não podem aceitar que você não quer ser parte disso, que você nunca fez parte disso. Eles acham que é só um ângulo. Algum tipo de ângulo de merda. E isso faz tudo ficar tão difícil pra alguém que só está tentando ser honesto. Então, foda-se."

Eddie pára para respirar, e você pode sentir seu cansaço e alguma coisa perto da histeria vindo dele em ondas. Você está começando mesmo a se perguntar se ele já tinha falado tudo o que conseguia, quando ele arranja um segundo fôlego.

"E outra coisa," ele grita de repente, e eu recuo. "A gente nunca falou sobre isso, mas é como se você estivesse dizendo que apesar da gente ser muito diferente, existia provavelmente um monte de coisas que tínhamos em comum. Histórias familiares, é, coisas que aconteceram com nossas faílias e essa merda... e acho que isso é alguma coisa que aparece no que a gente escreve nas músicas, definitivamente. É meio parecido, às vezes. Mas o que faz tudo ainda mais similar é a forma como as pessoas responderam ao que a gente escreveu e cantou, a identificação intensa."

"E eu acho que talvez tenha sido um choque para nós dois que tanta gente estivesse passando pelas mesmas coisas. Quer dizer, eles entendiam tão completamente o que a gente estava falando. E isso foi a merda que a gente achava que só ele e eu íamos ter que lidar só com isso. Porque a gente meio que escrevia essas canções para nós mesmos, na verdade. E de repente, todas essas outras pessoas que se conectam com elas e você de repente é o porta-voz de uma porra duma geração. Imagina isso!", ele grita.

"O...porta-voz...de uma...geração," ele continua, e você já não tem mais certeza se ele acha que isso é triste, terrível ou engraçado demais para descrever. "Eu te digo, cara," ele diz, mais calmo agora, mas só, "quando o nosso primeiro disco saiu, eu estava chocado sobre quantas pessoas se espelharam em alguma coisa daquilo. Algo como 'Alive', tantas pessoas que lidaram com a morte através daquela música. Como as pessoas que lidaram com a morte do amor através de 'Black' e tantas pessoas que lidaram com o suicídio com 'Jeremy'. O tipo de cartas que chegaram até mim sobre essas músicas, algumas delas eram assustadoras.

"É tão estranho. Você escreve sobre essa merda, e de repente é o porta-voz de uma porra de geração," ele ri, e é uma risada amarga, assutadora, nada de engraçado nisso tudo.
"Pensa nisso, cara," ele diz. "Alguma geração que pegaria Kurt ou eu como porta-voz - deve ser uma geração bem fodida, né? Quer dizer, essa geração deve estar muito fodida, cara, muito, muito fodida...."

Estamos no backstage no Paramount Theatre, sentando num camarim pequeno em algum lugar na vasta feiúra do complexo de esportes e entretenimento do Madison Square garden. Em algumas horas, o Pearl Jam vai estar tocando no seu último show da parte atual de sua turnê americana. Nove dias antes, Kurt Cobain tinha sido encontrado em Seattle com sua cabeça estourada.

"Eu não sei como a gente conseguiu passar a semana passada," Eddie diz, arrastando a cadeira de metal por esta cela de paredes brancas. Poderíamos ser pacientes em alguma instituição, esperando algum tratamento desagradável. "Foi difícil pra caralho, cara," ele diz, fatigado. "Tão difícil. Por vários motivos, eu não queria continuar essa turnê, e a morte do Kurt foi um. Mas a gente decidiu se refazer, passar por aquela semana e esquecer isso por um tempo."

A voz dele ainda está cheia de pó e cascalho, usada, quase sumindo. É um gemido de quatro-da-manhã-cheio-de-uísque-e-cigarro. E ouvindo ele, você pode sentir seu humor pendendo entre o cansaço e a violência. Ele parece, num só momento, cansado além das palavras e pronto para algum tipo de ação, uma declaração física que desconte o seu pesar e desnorteamento dos eventos dos últimos dias e o impacto que eles tiveram no seu precário senso de si próprio; ele ainda não desistiu da briga.

E ver os humores de Eddie se erguerem e cambalearem, da instropecção dolorosa a explosões de ódio pálido e impaciente, é como assistir a um trovão se dividir nos céus de verão. Num minuto, ele está falando num suspiro tênue, no seguinte ele está gritando, xingando. Num minuto ele está enfiado na sua cadeira, pequeno, virado para si mesmo, cada vez mais remoto; no seguinte, seu fisível explodiu e as coisas estão voando pelo camarim. Descrever seu humor como "volátil" seria pouco.

Você estava esperando algo parecido, lógico. Quase na hora em que você começou a pegar as notícias sobre o suicídio do Kurt Cobain, você começou a pensar no Eddie e como ele deveria estar lidando com isso. Eles deveriam ser inimigos, arqui-rivais; este era o drama que se encaixaria, as duas maiores estrelas no rock americano num conflito inconciliável. Mas você havia encontrado Eddie há um ano atrás em Londres e acreditado genuinamente que ele estava além de tais bobagens, apesar dele não poder falar por Kurt, que poderia muito bem ter a intenção mesmo de cada palavra rude e azeda que disse sobre o Pearl Jam. Kurt, você achava, poderia ser bem rancoroso.

"Teve um monte de coisa que foi dita, mas nenhuma delas faz diferença," diz Eddie agora, pensando sobre isso. "E eu gosto de pensar que ele pode ter relevado algumas das coisas que ele disse, sabe... Quer dizer, tem uma pessoa que nós dois conhecíamos, que me contou que Kurt havia perguntado muito sobre mim. E eu achei isso legal. Me fez me sentir bem, sabe. Porque tanta merda estava sendo escrita sobre a gente. E a gente conversava, a gente conversou algumas vezes. E uma vez, ele me jogou um parágrafo inteiro sobre o respeito que tinha pelo que eu fazia, e ele percebia que era puro."

"Isso," ele lembra de repente, "foi no MTV Awards. 'Tears of Heaven' estava tocando no fundo, dança lenta. Eu lembro de ter saído para surfar na manhã seguinte e pensar como aquele momento foi legal, e 'Porra, cara, se a gente não tivesse tido tanto medo um do outro...' Porque a gente estava passando por tanta da mesma merda. Se a gente pelo menos tivesse conversado, talvez a gente pudesse ter ajudado um ao outro."

Em dezembro passado, MM de fato tentou colocar Eddie e Kurt lado a lado. Tínhamos uma senhora capa de Natal em mente. Começou como uma extravagância. Imagine a nossa surpresa, então, quando as pessoas estavam falando que apesar de qualquer animosidade previamente anunciada,

aFFF
Veterano
# mar/05
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mto massa essa entrevista.

os 2 aparentam serem bem parecidos...

Kirk Hinrich
Veterano
# mar/05
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Pearl Jam--Love Boat CAptain eh uma das musicas mais belas e emocionantes q o planeta Terra jah escutou....Quem escuta o ten descobre realmente o q eh um disco bom de cabo a rabo....

Alice in Chains--O q pode-se falar do disco Dirt e de músicas como Would , Them Bones e No Excuses???? Simplesmente animal.......

Nirvana--Nevermind esta, sem a menor sombrea de duvidas entre os 50 objetos indispensáveis ´para a sobreviv/ência....

Stone Temple Pilots--Contraste mto bom de baladinhas e sons pesados tal qual Creep , Plush, Big Empty, Inhterstate Love Song

Agora, uma banda mto especial nesse movimento e q na maioria das vezes eh esquecida por alguns desinformados, eh o SOUNDGARDEN--
Outshinned e Rusty Cage são muitissimo boas...mas nao tem jeito.....o soundgarden manteve a tradição das bandas grunge e lançou o seu album indispensavel....Superunknown....A musica titulo, The Day I Tried to live, fell on black days e a inesquecivel black hole sun dispensam comntarios

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Kirk Hinrich

Cara eu respeito pra caramba o Soundgarden... mas é uma banda que nunca me desceu... até escuto, tenho um Cd e tal... mas não faz a minha cabeça.

Harry Podre
Veterano
# mar/05
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Eu sou o cachorro que apanha
Enfio meu nariz na merda
Você não vai vir me salvar? Salve-me.
Alice in Chains
< Isso é que é grunge>

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Harry Podre

realmente... essa é a idéia :-D

sayuri axl rose
Veterano
# mar/05
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MELHORES MUSICAS DO PEARL JAM, JEREMY, BLACK, LAST KISS, DOUGTHER, EVEN FLOW, THE EVOLUTION, BETTERMAN, ITS OK, ENTRE OUTRAS, NA MORAL PEARL JAM É A MELHOR BANDA DE GRUNGE QUE TEM. AGORA DE HARD ROCK, GUNS, SKID ROW E LED Z.

yield
Veterano
# mar/05
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ITS OK

Não conheço essa, é rara?

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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yield

Its Ok é um cover cara... eles normalmente tocam no fina de Dauhghter... eles tocam ela no DVD Touring Band. Ficou bem legal

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Its Ok é um cover cara... eles normalmente tocam no fina de Dauhghter... eles tocam ela no DVD Touring Band. Ficou bem legal

bah analfabeto total... eu quis dizer no final de DAUGHTER :-D

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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Texto extraído do site Dying Days

Era uma vez...
(explanação, longa, mas necessária)

Talvez o termo "revolucionários" soe exagerado para a maioria, mas o que não se pode negar é que o tal do grunge trouxe de volta valores que estavam há algum tempo perdidos no mundo do rock 'n' roll, e que deu uma nova vida ao underground do referido estilo. Meio este que estava em um grau de marginalização e hibernação profundo (talvez desde os Sex Pistols ele não tinha a merecida atenção) e a partir daí voltou a dar grandes bandas para os fãs do bom e velho rock 'n' roll, cansados do marasmo de criatividade e conteúdo pelo qual passava o estilo por aquela época.

Essa cena, cujo palco foi uma isolada cidade no noroeste dos EUA chamada Seattle, veio a explodir ao redor do mundo no começo da década de 90, com bandas tocando com muito feeling músicas pesadas e melodiosas (a principal influência sempre pareceu ser o hard rock/metal da década de 70, de bandas como Black Sabbath e Led Zeppelin, misturada a energia punk das décadas de 70 e 80) e pregando atitude (de forma simplista) de rebeldia com relação às muitas coisas que seus artistas se propunham a falar. Sim, pois algo que havia tornado-se raro também era conteúdo. Não era um movimento proposto, premeditado e disposto a mudar algo, mas nota-se forte lirismo na maioria das bandas. Outro fator responsável pela popularização do grunge (aí já começa a parte negativa do negócio) foi a imediata caricaturização de seus personagens: camisas de flanela, cabelos compridos, o modo desleixado de ser, o "live fast die soon", etc. Mesmo superficialidades ridículas viraram febre comercial, deixando os locais atônitos. Seattle virou assim o centro das atenções, com o cenário underground voltando a ter sua força reconhecida e o respeito do público, mas, infelizmente, com as mazelas recorrentes a esse inesperado foco começando a aparecer também rapidamente. Antes, não podemos deixar de citar dois responsáveis diretos pela apresentação dessas bandas todas ao mundo: Bruce Pavitt e Jonathan Poneman. Eles foram os fundadores de um pequeno selo local chamado Sub Pop, cujo objetivo era divulgar e ajudar os potenciais grupos da cidade. Estes eram, até então, não mais do que bandas de garagem e tocavam apenas nos bares e pequenos shows da região, como tantas outras que existem em todo lugar, inclusive em nossas próprias cidades. Uma iniciativa louvável e imensuravelmente bem sucedida. A história que veio em seguida é aquela que todos conhecem. Indústria, consumo, oportunismo, esteriotipação, mídia, tudo veio de uma só vez e com uma voracidade nunca vista antes. Os artistas e bandas de lá tentavam não ligar e minimizar o que estava acontecendo (alguns o fizeram bem, outros não), riam quando falava-se em "grunge", mas foram vítimas impotentes do que se transformou, das proporções que a coisa toda tomou. Melhor assim, talvez.

Acabou convencionando-se chamar esta cena de "grunge", convenhamos, um termo esteticamente bastante apropriado. Mas, da maneira como foi exposto e estuprado, o grunge como cena acabou perdendo a credibilidade e secou bastante prematuramente, se considerarmos o potencial e o talento de seus heróis-sem-querer. Mas não sem antes nos deixar um legado eterno. Seu fim foi decretado rapidamente (a morte de Kurt Cobain foi um dos elementos que aceleram isso) quando a identificação dos jovens ao redor do mundo já não era a mesma e o negócio já não lucrava tanto. Ainda mais naquela época onde a palavra globalização já era habitual mundialmente. O grunge foi também o princípio do casamento efetivo que perdura até hoje entre todos aqueles personagens citados: música, público, mídia (personificada na MTV), indústria, tudo ligado por muito dinheiro e oportunismo. Obviamente isso, a medida que esses personagens foram entrando em cena, foi se desenhando desde muito antes, mas Seattle foi o caso mais latente até então de música transformada em produto acessível e descartável.

Hoje em dia o termo grunge é quase pejorativo e serve para muitos daqueles que percebem a ligação suja entre mídia-indústria-música como argumento para desancar aquilo com que não se identifica ou não se gosta. "O nu-metal é uma porcaria inventada pela MTV assim como o grunge, e vai desaparecer logo". Foi dessa maneira, ridicularizado pela crítica de "mais alto nível" e menosprezado por parte do público que começou a comprar discos e a ouvir rádio a partir de 1995, que o grunge foi envelhecendo. Injustiça maior não poderia ter lhe restado, ainda que a grande maioria que viveu naquela época continue adorando sua coleção de discos e lembranças. E também o tempo todo muita gente nova descobre e torna-se fã de sons como Alice in Chains, Soundgarden, Nirvana, Mudhoney, Screaming Trees. Estes percebem a fonte de influências de muita coisa atual, percebem ecos dos grandes mestres de antigamente, percebem o ciclo da história musical se desenrolando, a despeito de todo o capitalismo ao seu redor. O grunge foi um dos primeiros, mas não o último, a ter esse destino. Virou um esteriótipo, engraçado para uns tantos, mas para aqueles que o viveram, inesquecível e único.

O objetivo inicial da Dying Days e que preservaremos para todos aqueles que viveram e se identificaram com aquela época de ouro reside nesse ponto: resgatar e manter viva a lembrança de todas aquelas bandas, os discos perfeitos, a sonoridade forte, a honestidade musical, o feeling e a poesia. E também um pouco do que veio antes e muito do que veio depois (afinal, é a nossa época).

As bandas e suas músicas falam por si só e são elas que sobreviverão para sempre. A caracterização do que houve como "movimento" é quase que desprezível, mas desconectar completamente algo desse porte da época e da sociedade correntes é historicamente ingênuo. O berço foi os EUA, o país que todos adoram odiar, mas façamos um esforço e pensemos em um mundo sem fronteiros, onde seres humanos são seres humanos iguais independente do chão em que pisam. Assim, vemos claramente que a música de Seattle foi também um espelho da realidade cultural e social de muitos jovens ao redor do mundo. Refletiu uma parcela significativa e representativa o suficiente para "incomodar" bastante gente e ainda hoje ser objeto de estudo e reflexão. As mortes trágicas de Andrew Wood, Kurt Cobain, Layne Staley, as letras auto-destrutivas, o individualismo, o senso de "do it yourself", a naturalidade no consumo de drogas, e o esteriótipo da "geração X" formam um legado característico e nem sempre positivo, mas que faz parte de nossas vidas, nossa juventude, nossa bagagem para histórias pessoais. Uma lembrança nostálgica, cheia de referências, descobertas e boa música para todos aqueles que viveram com intensidade e estavam começando de verdade suas vidas por aquela época. Trilha sonora perfeita para momentos de tristeza mas também de alegria, esperança, crescimento e reflexão. E deixando de lado toda essa parte "sentimental" envolvida, se quisermos apenas sentir a música e apreciá-la unicamente como manifestação artística (ou barulho indistinguível, como costumam dizer nossos pais), então aí estão obras do quilate de Nevermind, Facelift, Ten, Down on the Upside, Temple of the Dog, Dirt, In Utero, os acústicos, Jar of Flies, Dust, Vs, Superfuzz Bigmuff, Sweet Oblivion, Inhaler, Vitalogy, Bleach, Stardog Champion, Superunknown, Above, Whiskey for the Holy Ghost e muitas outras. Cada uma dessas com sua história e suas canções perfeitas. Tudo isso e muito mais lançado em um período de mais ou menos 7 anos, entre bandas praticamente irmãs. E sem contar o impulso dado a muitas outras bandas e cenas ao redor do mundo, que resultou em um renascimento perante a mídia e o grande público (pois, como todos sabem, o rock nunca irá morrer) do estilo mais importante da música.

O grunge sucumbiu e hoje, quase uma década depois de seu momento mais brilhante, é uma mera lembrança. Muitos negam-se a ver a importância histórica de Seattle, mas isso é normal. Esperamos que em nossas páginas você consiga relembrar de uma parte da magia que existiu, e do espírito que mantém-se vivo em tudo que veio depois: novas bandas, novos estilos, novos discos e cenas alternativas. Ou para os novos fãs de Seattle, esperamos que aprendam bastante lendo as biografias e conhecendo as discografias e letras. O site cresceu e continua desenvolvendo-se nesse ritmo, com novas bandas e seções sempre sendo adicionadas, mas não esqueceremos nunca da semente que deu origem a tudo isto... obrigado Seattle, obrigado Nirvana, Pearl Jam, Mother Love Bone, Soundgarden, Alice in Chains, Melvins, Trees, Mudhoney, Sub Pop... e longa vida à boa música!

Para terminar, fica o consolo da frase de Neil Young, que Kurt Cobain soube usar perfeitamente (e profeticamente) para descrever, não apenas a si, mas ao grunge também: "It's better to burn out than to fade away".

ServeTheServants
Melhor arranjo
Prêmio FCC violão 2008
# mar/05
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maggie
Bah
Só porque o cara fazia horrores com as próprias fezes... musicalmente ele não era tudo isso.


Bah
Para você, o cara iniciou a cena punk de Boston, só isso... e tem mais de 200 músicas gravadas, claro que uma grande parte é ruido inaudivel, mas ele era bem produtivo eheh.
E aposto que a maioria não conhece os albums Troubador dele, de música Country.

Ed_Vedder
Veterano
# mar/05
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E aposto que a maioria não conhece os albums Troubador dele, de música Country.


Bah, realmente... confesso que não conheço.

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