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Zwipek Membro Novato |
# mar/21 · Editado por: Zwipek
Olá, tenho uma dúvida que deve ser bem simples, mas que trago para que os nobres colegas de fórum possam discorrer.
Se trabalho uma harmonia de blues I-IV-V em uma tonalidade como Dó, estarei executando então apenas acordes maiores, Dó, Fá e Sol respectivamente.
No solfejo ficará relativamente simples de registar a notação para harmonia, certo?
Mas ao executar uma escala pentatônica de Dó menor na parte melódica, terei um som característico de blues. Porém aqui chegamos no ponto determinante da questão: Se a tonalidade de Dó Maior não possui acidentes e Dó menor conta com 3 bemóis em sua escala, como deve registrar a abertura de clave?
Qual é a regra nesse caso e como posso registrar a música corretamente? É possível determinar diferentes aberturas de claves em uma partitura composta para mais de um instrumento?
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Ken Himura Veterano |
# mar/21
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Ou você tá em Dó Maior ou em Dó menor. Se tá nas duas ao mesmo tempo, das duas uma: tem algo errado ou você tá num contexto bitonal esquisito. Bitonalismo com tonalidades homônimas é muito incomum.
Dito isto, é bem possível que sua harmonia esteja em Dó menor: os acordes básicos são Cm - Fm - G. Dá pra fazer umas substituições e usar acordes das tonalidades homônimas ad libitum, mas se for um lance simples, é tudo dentro do mesmo modo certinho.
É possível determinar diferentes aberturas de claves em uma partitura composta para mais de um instrumento? Só em instrumentos transpositores (cada transposição diferente de oitava vai mudar a armadura). Em contextos gerais, você coloca todo mundo na mesma armadura, mesmo em politonalismo - aí é comum não colocar nada nas armaduras e mostrar cada acidente junto da nota quando ele acontecer.
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fernando tecladista Veterano |
# mar/21
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Se a tonalidade de Dó Maior não possui acidentes e Dó menor conta com 3 bemóis em sua escala, como deve registrar a abertura de clave?
pelos acordes a tonalidade será dó M C- F e G então a clave fica limpa
agora se na melodia aparecer b em ou # em qualquer coisa, você anota do lado de cada nota que aparecer, não coloca na clave ----------------------------------------- agora se está fazendo certo essa coisa de usar uma escala X em uma tonalidade Y e isso ficar bom é outro assunto --------------------------------------------
há casos em que a música muda de tom, modula, ou usa refrão Maior e estrofe menor... se for um trecho grandinho é de se mudar a armadura da clave, se for coisa ai só de trecho curto,(tipo 4 compassos....) se mantem a armadura e coloca os $ e b ao lado da nota
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Zwipek Membro Novato |
# mar/21
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@Ken Himura
Sei que parece incomum. Mas embora não seja habitual no Blues adotar o solfejo como prática, as vezes gosto de registrar formalmente ideias na pauta.
@fernando tecladista
Ficou bem ilustrado o exemplo. Obrigado.
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LeandroP Moderador |
# mar/21 · Editado por: LeandroP
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A pentatônica de Dó menor soa melhor sobre o IV7 (IVº grau blues), principalmente se for a "penta m6". Isso porque as notas da penta m6 seriam: C, Eb, F, G e A, onde fica implícita a tétrade de F7(9). Na armadura de clave não haveria acidentes se for um blues maior de Dó; sendo que os acidentes (como já foi dito pelo fernando tecladista) apareceriam na nota individualmente, somente quando ocorrer de fato a mudança. A altura da música não foi alterada, continua sendo em Dó, e portanto não deve ter acidentes na armadura de clave. E aproveito "o gancho" pra deixar claro a diferença entre tom e tonalidade. O tom é a altura, e quem determina a armadura. A tonalidade neste caso é maior, e ainda pode receber outro adjetivo: maior blues. E mesmo que o acorde de C seja do tipo dominante (C7), a armadura segue sem acidente nenhum. Não seria correto colocar um bemol sobre a nota Si na armadura porque estaria dizendo que a música está no tom de Fá (na altura de Fá), quando não está. Eis a diferença entre tom e tonalidade.
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Zwipek Membro Novato |
# mar/21
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@LeandroP
Boa resposta, agradeço as dicas.
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