Sobre o coração partido e a arte.

Autor Mensagem
Parte Grave da Banda
Veterano
# nov/17 · Editado por: Parte Grave da Banda
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Lelo Mig

"Nas histórias do passado não existem relatos de amor romântico, regado a paixão, ciúmes, desejos ardentes, vingança, traição e etc."

Discordo parcialmente da tua primeira resposta nessa conversa toda.
Como relatos de traição e amor romântico existe o poema Annabel Lee do (excelente escritor e expoente do terror) Edgar Allan Poe datado de 1849, a peça de teatro do Goethe chamada O Fausto (1775) que conta uma história mórbida e diabólica de amor, um pacto que acaba por destroçar a alma de um mero mortal, e só por citar sem pensar muito, o relato histórico da guerra de Tróia que fez rolar várias cabeças por causa da paixão por uma mulher.

Parte Grave da Banda
Veterano
# nov/17
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Em tempo, é preciso definir a que tipo de amor estamos nos referindo nesse papo todo... é o amor Eros? Agape? Storge ou Filia? Estamos concebendo outras formas de amor ou somente aquelas que contemplamos? Só vale o amor sadio ou também tá na lista o doentio?

Da minha parte eu concordo com certeza que o amor é combustível em todos os aspectos possíveis na música.

PguitarMaxx
Veterano
# nov/17
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Parte Grave da Banda
Acredito que esse papo todo gira em torno de eros, embora todos os tipos de amores sejam muito funcionais na arte em geral.

Entretanto, não sei se citar Poe seria correto nessa discussão. Ele já tratava de amor no século XIX. "The Raven", entre outras coisas, toca no assunto. "The Black Cat" também, de certa forma. Mas da forma que eu vejo o amor em sua obra sempre foi "pano de fundo" para que ele pudesse explorar outras possibilidades. Não sei se encaixa nesse papo de "coração partido"

Na lenda da Guerra de Troia, por mais que façamos um esforço pra acreditar que aqueles personagens realmente existiram, o mais provável nesse cenário hipotético é que essa história tenha sido extremamente romantizada
(e aqui entra o que o Lelo disse), não falo nem da parte divina, mas da relação dos personagens em si. Assumindo que algo realmente aconteceu, eu diria que as cabeças rolaram não por paixão, mas sim por orgulho.

Lelo Mig
Membro
# nov/17 · Editado por: Lelo Mig
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Parte Grave da Banda

Amigo voce citou autores e obras do seculo 17 e 18. Este periodo é justamente o inicio do Romantismo e da Era Moderna.

Excetuando as liberdades individuais, o casamento e a formação familiar era praticamente a mesma de hoje.

Quando falo em histórias antigas, me refiro a antiguidade, anterior a idade média, século 5 para trás.

entamoeba
Membro Novato
# nov/17
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Olhando por cima, menos de 30% da minha playlist atual fala sobre amor, e menos de 10% fala disso de uma maneira convencional.

Por outro lado, 99% das músicas bostas são sobre amor ou pegação.

Não que o tema seja inerentemente ruim, mas é difícil não cair na vala comum quando se versa sobre ele.

PguitarMaxx
Veterano
# nov/17
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entamoeba
Tudo depende da forma como você aborda o tema, da sua capacidade de versar (gostei dessa palavra) e sobre o que, dentro do tema, você quer falar.

Escrever uma boa música de amor é difícil pra caraleo, justamente por que é muito fácil cair em clichês.


As vezes eu escrevo. Algo que eu tento fazer é evitar coisas como "eu te amo". Isso me força e procurar outras formas de me expressar, e ainda que não dê resultado, isso me ajuda a exercitar a criatividade. Não estou dizendo que minhas músicas são melhores ou piores, não me entenda mal, isso nem passa pela minha cabeça. Mas é uma forma que eu encontrei pra tentar fugir dessa vala comum.

Lelo Mig
Membro
# nov/17 · Editado por: Lelo Mig
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PguitarMaxx

"tentar fugir dessa vala comum"

Também tento fazer isso. Até tenho 2 ou 3 canções de amor e nenhuma tem estes clichês.

Mas, as mais antigas. As minhas canções mais recentes, tento evitar inclusive temas comuns. Procuro falar sobre assuntos que ninguém ou poucos falam.

Mas, claro, não componho para dupla sertaneja ou pagodeiro.

Ja disse e repito, sem medo de parecer prepotente, se quisesse compor musicas no estilo Marilia Mendonça, faço meia duzia por semana. (Se seria sucesso é outra coisa).

Já, musica para a Anitta, por exemplo, não seria capaz de fazer, porque falam de coisas e usam expressões de um mundo que não tenho intimidade.

PguitarMaxx
Veterano
# nov/17
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Lelo Mig
Eu também escrevo pouco sobre o assunto, mas escrevo. É aquele negócio, escrever esse tipo de músicas da Marília Mendonça não é difícil. Essas músicas falam sempre da mesma coisa e da mesma maneira. Fazer sucesso é difícil por que essas músicas não precisam de qualidade, mas sim de muito trabalho de marketing em cima. Precisa tocar. E eu imagino que deve existir uma verdade mafia por trás desse mercado

Tenho um vizinho que vive tocando essas porr@s, as vezes parece tudo a mesma música, as vezes tudo o mesmo artista. Nada se destaca.


Mas pra fazer justiça, eu acho quela música que fala das borboletas interessante. Não gosto, mas acho que foge um pouco do Comum no sertanejo universitário.

PguitarMaxx
Veterano
# nov/17
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E francamente, da Anitta eu não conheço absolutamente nada. Só sei que não é exatamente funk.

Lelo Mig
Membro
# nov/17
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PguitarMaxx

"eu acho quela música que fala das borboletas interessante"

Esta não conheço.... Vou procurar ouvir.

Não sou preconceituoso (quer dizer, tento evitar ser), procuro dentro do possivel conhecer e criar opinião pessoal.

Mas gosto das letras regionais, de Tiao Carreiro a Luiz Gonzaga, de Jackson do Pandeiro a Tio Bilia...

Acho que este "sertanejo fake" tirou o espaço do regional verdadeiro da midia. E, acho empobrecedor.

Estes caras sim, falavam de coisas interessantes.

xmarhunterx
Membro Novato
# nov/17
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Mas pra fazer justiça, eu acho quela música que fala das borboletas interessante.
Essa aqui?


PguitarMaxx
Veterano
# nov/17
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xmarhunterx
É essa mesma! Não é tão interessante quanto eu lembrava... Mas ainda se diferencia do resto.

Vendo esse video, esses caras parecem ser orgânicos... Vou procurar saber mais sobre eles pra formar uma opinião definitiva.

xmarhunterx
Membro Novato
# nov/17
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Outra música que tem uma letra um pouco melhor do que essas sofrencias da vida (vide Marília Mendoça) é essa aqui.


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