Morre Adelar Bertussi (84), o último d'Os irmãos Bertussi

    Autor Mensagem
    Ismah
    Veterano
    # set/17


    Talvez a maioria de nós não saiba quem ele é, ou quem foi a dupla Irmãos Bertussi. Os mais velhos entretanto, podem se lembrar. Foi um dos grandes expoentes da música regional, que teve vez e se destacou nas gravadoras do RJ nos anos 50 - mesma época que Teixeirinha, Adoniram Barbosa e Luiz Gonzaga também tiveram sua oportunidade.

    Junto com o citado Vitor Matheus Teixeira, vulgo Teixeirinha, são os pilares da música nativista gaúcha. É uma das pessoas que mudou um pouco o mundo, dentro da música, foram os que iniciaram o uso de duas gaitas / dois acordeons, coisa que por matriz espanhola não se faz - alguns dizem que não se faz em nenhum lugar do mundo.

    Quem não conhece, pode se prestar a conhecer pelo documentário. Eu tive o prazer de conversar e matear junto com ele e seu filho, Oneide, que segue o trabalho com o grupo "Os Bertussi".
    Acho que antes de tudo, é uma história admirável, e que mostra como era o mundo da música no Brasil dos anos 50/60.

    www.youtube.com/watch?v=D5jjJlN5o80


    Les Strato
    Veterano
    # set/17
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    Ismah

    Mais um dos gigantes do sul que se vai. Conheci o trabalho desses caras desde novo, meu pai sempre ouviu muita musica gaudéria, então querendo ou não, foi dificil não apreciar o trabalho desses e de muitos outros.

    foram os que iniciaram o uso de duas gaitas / dois acordeons, coisa que por matriz espanhola não se faz

    Posso estar equivocado, mas se não me engano, foram também um dos primeiros a tocar o estilo musical utilizando bateria, principalmente em apresentações.

    Fora isso, se for analisar a carreira dele e do Texeirinha, creio que tenham vendido mais discos que muita banda consagrada mundialmente.

    Lelo Mig
    Membro
    # set/17
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    Les Strato

    "a carreira dele e do Texeirinha, creio que tenham vendido mais discos que muita banda consagrada mundialmente."

    Os Bertussi não sei, ficaram conhecidos mais regionalmente e não tiveram tanta expressão fora do Sul... mas o Teixeirinha arrebentou no Brasil inteiro, tanto é que é chamado "Rei do Disco" vendeu mais de 80 milhões de cópias.

    Julia Hardy
    Veterano
    # set/17
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    Tem muita coisa que a gente não conhece. Na verdade, a gente não conhece quase nada. Assistirei o documentário.

    fernandotieppo
    Membro Novato
    # out/17
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    O pai do meu melhor amigo era amigo íntimo do Adelar, inclusive no último DVD dele a gaita Todeschini Super 8 que ele utiliza é do pai desse meu amigo (que é um grande gaiteiro e atualmente tocamos juntos por diversão)... quando ele baixou hospital inclusive foi comentado que não sabiam se ele ia durar muito, triste, mas esperado, ele teve que fazer uma cirurgia de risco no coração, o que com 84 anos é algo extremamente difícil de se recuperar. Infelizmente nosso gaiteiro se foi, mas a arte dele junto com a simplicidade e humildade de um morador do interior do RS, um "coloninho daqui da Criúva" como os amigos colocavam.

    E só uma correção, amigo, Honeyde era o irmão dele, que morreu na década de 80, o filho dele é o Gilney, ele também tem uma filha, a Samantha, que era quem cuidava da parte "comercial".

    Enfim, como ele mesmo dizia... "na estância lá de São Pedro de joelho e chapéu na mão, vou dar o último "oh de casa" com respeito e devoção"... com certeza ele deve estar animando algum baile lá em cima.

    Pra quem se interessar no ultimo DVD dele, foi disponibilizado no YouTube



    Ismah
    Veterano
    # out/17
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    Lelo Mig

    Não Lelo, junto com o Tio Bilía, Os Bertussi eram grandes nomes... Nenhum com a abrangência do Teixeirinha, diria que por ser o violão mais popular, logo mais abrangente, que o acordeon...
    Tocaram o terror no RJ lá pelo meio do século passado. Só que isso faz tanto tempo, mas tanto tempo, que talvez teus pais - que estariam na idade do finado Adelar, ou além - teriam conhecido eles...

    Não é patriotismo da minha parte. Temos o Teixeirinha, um abismo, Tio Bilia e Os Bertussi dividindo o segundo e terceiro lugar - não quero ser juiz nessa, mas colocaria Tio Bilia em terceiro porque durou menos...

    Se preste ao documentário postado, ele conta um pouco da trajetória. :)

    Lelo Mig
    Membro
    # out/17
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    Ismah

    "Não é patriotismo da minha parte..."

    Não pensei isso... Eu citei como dúvida mesmo, porque jamais vou me meter a besta de discutir música regional sulista com um gaúcho...rs.

    É que, aqui em São Paulo, o Teixerinha foi conhecido do grande público. O Tio Bília, é conhecido apenas entre os mais ligados a música regional, e os Bertussi, somente para os "iniciados".

    Todos aqui sabem, que muito mais que músico, (mas muito mais mesmo), sou um ouvinte, colecionador, pesquisador e audiófilo.... fuço tudo, de todos os estilos e do mundo todo. É claro, que não há como se aprofundar em tudo, e a música sulista esta longe de ser uma de minhas especialidades.

    Mas, conheço superficialmente, e acho, que a maioria aqui em São paulo não conhece não.

    Creio que é como você pegar um compositor clássico do samba urbano paulista (tirando o Adoniram Barbosa), como o Germano Mathias, e perguntar se alguém aí conhece. Acho que muito pouco gaúcho conhece.

    Ismah
    Veterano
    # out/17
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    No interior sim, na capital a cena do samba raíz existe. Mas sim, compreendo o que está a dizer.

    fernandotieppo
    Membro Novato
    # out/17
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    Lelo Mig

    A questão dos Bertussi na realidade era no acordeonismo mesmo, no Rio de Janeiro eles tocaram o terror, inclusive nesse DVD que coloquei ai em cima o Adelar comenta sobre a chegada dele em SP e consequentemente a ida pro RJ.

    A questão é que as músicas dos Bertussi são músicas relativamente simples, seguem quase sempre a mesma progressão harmonica I-V com caída em IV, porém mesmo sendo harmonicamente simples a liberdade pro dito "acordeonismo" é enorme, a possibilidade de floreios é quase que infinita... Não tem como comparar Adelar e Teixeirinha, Adelar era muito mais músico, estudou muito mais, quem teve o prazer de trocar um dedo de prosa com ele consegue notar isso, ele ia desde o bugio gaúcho até o mais fino da música erudita passando pelo tango argentino e muito mais.

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