Os médios na musica moderna e contemporânea

    Autor Mensagem
    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # jul/17


    Fiquei na duvida em qual forum colocar, se quiser podem mudar de lugar.

    Estive pensando a respeito de padrões de timbres na musica, acho que seria legal expor alguns pensamentos aqui.
    Primeiro de tudo vou começar com algumas coisas que tenho notado e experienciado nos ultimos dias.

    - Hoje eu dei uma lida novamente no tópico do Ismah falando sobre tudo que é mainstream no brasil fica na onda do voz e violão. Teve um debate muito bacana ali.
    (link do tópico)

    - Eu falei no meu ultimo tópico, sobre gravar com varios mic e fazer reamp, sobre o texto sobre gravação do slipperman que ele fala que todo
    mundo começou a tirar TODOS os médios do bumbo da bateria de uns tempos pra cá, e que se vc não faz isso corre o risco de
    ser xingado pela maioria pq vc não manja nada de som e é um merda, bla bla bla.
    (Link pro texto)

    - Ontem eu liguei o amp e começei a tocar, mas havia algo diferente no meu timbre. Estava bom, mas tinha algo fora do normal.
    Toquei um pouco do jeito que estava, só depois fui ver que o pedal de EQ estava desligado. Liguei o pedal e os médios SUMIRAM.
    Normalmente eu toco com o amp bem alto, mas nesse dia em questão eu estava meio cansado e quis tocar baixo.
    Aumentei um pouco o volume do amp e o timbre ficou "perfeito" (não vamos brigar sobre qual timbre é melhor ou pior, ok? hahahaha)
    Eu gosto de metal e curto os timbres mais modernos, com poucos médios e tudo mais. Porém, tenho notado nas gravações da minha
    banda favorita (lamb of god) que os médios da guitarra dependem muito do contexto da sonoridade da música como um todo,
    tem músicas que a guitarra tem BASTANTE médios. E na verdade a guitarra é um instrumento pra pegar justamente os médios da música, não é?
    No timbre que eu curto pra tocar, na minha guitarra, eu costumo tirar os médios pelo pedal EQ,
    tiro bastante dos 400 e 800Hz, os outros médios eu costumo deixar bem proeminentes pro timbre ficar mais aberto.
    No eq do amp eu deixo os médios lá no 7.

    - Dito isso, esse mesmo amplificador (alien evolution) tem 2 chavinhas pra mudar o timbre do canal sujo (drive),
    uma que muda de overdrive pra crunch, e outra que muda entre normal e modern. Cara, se vc usar ele no modern + overdrive,
    juro pra vc que não existe médio no amp. Mesmo pra caras como eu, metalhead que gosta de médio no zero, o amp fica morto
    desse jeito. Como os amps Alien tem aí um certo sucesso no mercado, eu imagino que esse modo seja a preferência de determinados guitarristas.

    - Eu comprei um mini system usado por 50$ no OLX só pra ligar no PC. Pra quem normalmente escutava tudo em um fone que era pra ser tipo "flat",
    foi meio estranho sentir o som do mini system pré equalizado bem no estilo "loudness", grave e agudo no talo, médio escavado.
    Na verdade, parece que a maior parte dos equipamentos de som modernos mais baratos (tipo $<2k) são bem ao estilo "loudness".

    - Tem aqui em jundiaí a rádio dumont fm (abrange 160km de raio), toda moderninha, voltada para jovens e tal.
    Percebi que em relação às outras rádios o som já chega bem ao estilo EQ boquinha feliz, boost nos graves e agudos,
    médios lá em baixo.

    Dito tudo isso, me parece que cada vez mais o povo tá rejeitando os médios, quanto mais forte bate o grave, melhor.
    Até onde eu sei, abaixo de determinada frequência é considerado ruído e não som, parece que o ápice da galera
    é ver um sub de 30" dando um único "coice" quase inaudivel que vc só sente a pressão do ar.

    Depois de dito tudo isso, eu não tenho certeza se quero fazer música respeitando os moldes mais contemporâneos, acho que vou fazer o que eu acho que fica legal, se mais alguém gostar, bom, se não, que pena.

    Lelo Mig
    Membro
    # jul/17 · Editado por: Lelo Mig
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    acabaramosnicks

    "acho que vou fazer o que eu acho que fica legal"

    Isso é o que você deve fazer sem dúvida!

    Mas, apenas para ilustrar, você têm que considerar que "moda" ou "tendência" sempre houveram e sempre existirão em qualquer segmento.

    Um cara lança uma música, com uma sonoridade diferente, mas que cai no gosto, acaba influenciando... é natural.

    Quanto aos graves, é uma outra história e vale uma informação. A busca pelo grave "audível" mais "foderola e pesado" possível, era uma ambição antiga, principalmente dessa galera que mexe com música eletrônica. Implica em uma tecnologia de áudio meio complicada... (amplificação + falantes + projeto de caixas) e etc. Sempre foram mais fáceis os agudos, porque eles são mais audíveis.

    Lembro que quando o Liam Howlett, do Prodigy, conseguiu gravar/reproduzir de forma super audível, este "bass", foi uma celebração no meio eletrônico... (ficou conhecido como Full Throttle Bass Sound). Considere que isso numa Rave, "empurra" neguinho....rs.



    Repare que na cover do Sepultura, ainda que muito pesada e boa, não se consegue o "peso" (peso aqui não de rock, mas de grave mesmo) que é possível com a eletrônica. É muito difícil conseguir este Bass no rock.



    sandroguiraldo
    Veterano
    # jul/17
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    acabaramosnicks
    Eu sempre gostei dos médios e sempre abri eles mais do que graves e agudos.
    Sempre fui reconhecido como um guitarrista que toca "alto"... mas isso nem se deve ao volume que uso, mas em grande a proeminência dos médios que sempre usei.

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # jul/17
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    A busca pelo grave "audível" mais "foderola e pesado" possível, era uma ambição antiga, principalmente dessa galera que mexe com música eletrônica. Implica em uma tecnologia de áudio meio complicada... (amplificação + falantes + projeto de caixas) e etc. Sempre foram mais fáceis os agudos, porque eles são mais audíveis.

    É, até aí eu sei. Não que eu ache o grave uma coisa ruim, e nem to metendo o pau na música eletronica, até gosto. Inclusive isso foi importante pra desenvolver tecnologias que até então haviam sido pouco estudadas, tipo caixa dutada (que a Randall usa, inclusive), amp classe D, etc. O que me incomoda é que as vezes fica só nisso, daí fica uma coisa enfadonha e pobre, tanto em timbres como em musicalidade de maneira geral.

    Ismah
    Veterano
    # jul/17
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    Não sei exatamente ONDE tu escuta a radio, mas possivelmente por ser músico, tu já é mais exigente que a maioria dos ouvintes...

    Bem, até a invasão dos produtos orientais, com preço baixíssimo, e de qualidade questionável, todo fabricante ocidental (e alguns orientais, mas praticamente só Japão e Austrália) era ter o melhor produto, meio que desprezando o produto.
    A corrida por graves é séria! Também teve a corrida da diretividade! De 60 e pouco até 2000 praticamente se aplicou na prática, tudo que se sabia de áudio até então - e praticamente nada novo surgiu de 90 até hoje. Nessa época surgem os primeiros chips de DSP - Digital Sound Procesor - com custos viáveis para a grande maioria.
    Maior e melhor prova disso, é que os catálogos das grandes marcas, fabricantes de caixas e AF's, são absurdamente extensos... A ponto de hoje em dia rolar discussões sobre modelos vintage / NOS com o cartão de informações ilegível.

    De 2000 pra cá, só mesmo foi barateando cada vez mais o custo de equipamento. Se desenvolveu novos materiais, mas o conceito de engenharia ainda é muito antigo.
    Eu só consigo lembrar de uma coisa nova que surgiu depois do DSP barato, pra cá: o uso de intermodulação em frequências baixíssimas a sub-sônicas, ser usada para criar a ilusão de que está se reproduzindo frequências mais baixas / graves do que realmente está.... Mas não temos nada conclusivo ainda, apenas protótipos que enganam bem. rs

    +_+_+_+_+_+_+_+_+_+_+_

    Acima faça as coisas para TU se agradar delas, e depois para os outros...
    Mas boa parte das suas perguntas são respondíveis...

    O EQ " sorriso ", começa porque desde sempre deficiência de reprodução, nos extremos do espectro sonoro, e de sempre haver perdas em função das discrepâncias entre as curvas de compensação nas mídias (curva RIAA, IEC, Telefunkn) e de haver partes mecânicas se atritando...
    Dá uma escutada nos samples que deixei, na primeira parte do meu tópico, sobre a linha do tempo da gravação eletrônica e veja como praticamente só tem médio agudo! Isso porque 4kHz é a frequência que melhor escutamos, logo ela será a mais fácil de ser escutada... O som de " voz de telefone ", tem haver com isso (tem também com os mics que priorizavam 4K)... Dizem alguns que o tamanho do diafragma das primeiras vitrolas também...

    Voltando... Em 2000 começou a se popularizar o sistemas de line array e com atraso para melhorar o acoplamento ou diretividade...
    Agora poderia acoplar muito mais caixas de graves e sub-graves, num pequeno espaço. Surgia a era do vertical line array e dos sub arrays!

    Isso também aconteceu no som doméstico... Não sei porque, mas os sistemas de som bastante antigos, tem geralmente um transdutor só, e que não reproduz bem o extremos. Quando tem dois ou mais transdutores, eles não estão alinhados verticalmente.

    * "Caixas " do tipo horn e do tipo box with horn, ainda são mais diretivas, mas muito menos práticas e bem mais sensíveis a choques!

    Isso forçou as mixagens a mudar, os instrumentos a mudar (da inserção dos sons sintetizados, até as peles de resposta e tamanho das peças da bateria...), as rádios a mudarem...

    Outra coisa que mudou, e a forma de audição. Com fones cada vez menores, tem gente com eles ligados 24hs por dia aos ouvidos. Nessas a baixa qualidade e o baixo preço dos produtos asiáticos, também tem culpa. Basicamente, aí ferrou...

    E como cada vez mais, o baixo preço comanda, as pessoas não buscam referências seguras /boas. O low-fi (do ponto de vista técnico-científico ao menos) está predominando, e o que os meios podem fazer é compensar isso...
    Hoje, em pleno ano de 2017, rádio FM transmite ainda em 128kbps ou menos, não porque ocupa menos espaço na memória, mas porque é o limite da banda utilizada... Ou seja, precisaríamos trocar de banda de frequências, para poder mudar isso...
    E Rádio AM ainda transmite em mono!
    A internet está aí! E corre o risco de tomar o lugar do rádio e da TV (não nessa ordem necessariamente). Ressuscitou até o formato de programa " podcast " ultimamente!

    E claro a música não tem mais tanta importância. Hoje um vídeo comprovando algo, que é replicado na rede, tem mais força que uma música revolucionária ou em protesto... Música é entretenimento, e sua função é pano de fundo para outra atividade. Os médios são os que mais nos afetam, se elimina-los, a música estressa menos os ouvidos, logo, parece mais suave - mesmo que agitada.

    NOTA: removendo o médio-grave de uma música, também é possível conversar e se entender, mesmo com a música de fundo bem alta... Tanto nos fones como em PA. Coisa que antes não era função da música específica, antes nem de nenhuma música...

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # jul/17
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    Ismah
    É, na verdade eu não escuto rádio, mas enfim...

    O EQ " sorriso ", começa porque desde sempre deficiência de reprodução, nos extremos do espectro sonoro, e de sempre haver perdas em função das discrepâncias entre as curvas de compensação nas mídias (curva RIAA, IEC, Telefunkn) e de haver partes mecânicas se atritando...

    Apesar da deficiência de reprodução estar muito reduzida hoje nos equips modernos, e a tecnologia ter deixado acessível equipamentos com qualidade razoável onde há baixos níveis de atrito entre componentes mecânicos, a parte das curvas de compensação faz muito sentido.

    Não sei porque, mas os sistemas de som bastante antigos, tem geralmente um transdutor só, e que não reproduz bem o extremos.

    Cara, eu tenho aqui um par de caixas da Gradiente que datam de 1980. Tem 2 falantes, e a caixa veio em par (junto com o toca discos, tape deck, e EQ) quando meu avô comprou, então são 4 afs. Se for só um, faz todo o sentido que ele pegue uma faixa menor de frequências.

    Isso forçou as mixagens a mudar, os instrumentos a mudar (da inserção dos sons sintetizados, até as peles de resposta e tamanho das peças da bateria...), as rádios a mudarem...

    Então, é justamente aqui que entra a inconsistência na minha visão. Se o som foi ficando cada vez melhor e cada vez mais competente para a tarefa de entregar um som mais "flat", na verdade mais próximo do som do mundo real, então porque diabo de motivo as pessoas começaram a querer um som que é menos real?
    Quer dizer, cada vez mais o sistema de reprodução tocava melhor as pontas, ou seja, ficava com EQ mais sorriso, e depois disso a galera começa a tirar mais médios TAMBÉM na gravação? Isso pra mim não faz sentido, entende?

    Outra coisa que mudou, e a forma de audição. Com fones cada vez menores, tem gente com eles ligados 24hs por dia aos ouvidos. Nessas a baixa qualidade e o baixo preço dos produtos asiáticos, também tem culpa. Basicamente, aí ferrou...


    Nessa eu tenho que discordar em partes de vc. Por 30 conto eu comprei um sony intra auricular, como o AF fica "pertinho", é fácil de reproduzir bem um monte de frequências mais difíceis de se reproduzir. Passou um tempo e ele quebrou, atualmente eu venho pro trabalho escutando música em um fone que veio no meu antigo MotoG, não é intra e a qualidade também não é nada mal. Aposto que ambos foram fabricados na china a um preço muito baixo, com materiais baratos e "ruins", com mão de obra quase que escrava, etc etc etc.

    E como cada vez mais, o baixo preço comanda, as pessoas não buscam referências seguras /boas. O low-fi (do ponto de vista técnico-científico ao menos) está predominando, e o que os meios podem fazer é compensar isso...

    E claro a música não tem mais tanta importância. Hoje um vídeo comprovando algo, que é replicado na rede, tem mais força que uma música revolucionária ou em protesto... Música é entretenimento, e sua função é pano de fundo para outra atividade. Os médios são os que mais nos afetam, se elimina-los, a música estressa menos os ouvidos, logo, parece mais suave - mesmo que agitada.

    NOTA: removendo o médio-grave de uma música, também é possível conversar e se entender, mesmo com a música de fundo bem alta... Tanto nos fones como em PA. Coisa que antes não era função da música específica, antes nem de nenhuma música...


    Pra mim essa parte foi a que matou a charada. Faz todo o sentido.

    boblau
    Veterano
    # jul/17
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    acabaramosnicks

    essa discussão é bem interessante.

    Algo que é necessário de se colocar aí nesta equação é a compressão. Para um streaming ser "legal" hoje, ele precisa levar a compressão ao extremo. Algumas músicas não têm picos e vales, é um borrão. E isto é mais um padrão atual da música, que para mim não faz o menor sentido. É mais um estágio de "pasteurização" da música, agora na fase de masterização....

    O rock se defendia disso com riffs, mas ao que parece, os guitarristas atuais estão mais preocupados em tocar rápido do que compor riffs lendários.

    Ismah
    Veterano
    # jul/17
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    acabaramosnicks
    Se o som foi ficando cada vez melhor e cada vez mais competente para a tarefa de entregar um som mais "flat", na verdade mais próximo do som do mundo real, então porque diabo de motivo as pessoas começaram a querer um som que é menos real?

    O "max flat" foi atingido no passado. Com a popularização do MP3, iPod, smartphone, a qualidade foi decaindo... Quem sabe o som de um Plexi, amplificando perto do talo? Eu tinha uma Zoom G1, no começo achava o máximo, hoje acho uma bosta...

    Nessa eu tenho que discordar em partes de vc. Por 30 conto eu comprei um sony intra auricular, como o AF fica "pertinho", é fácil de reproduzir bem um monte de frequências mais difíceis de se reproduzir. (...)

    Não posso te obrigar a concordar, todavia eu aposto várias fichas, que se por o seu Sony fabuloso ao lado de um Shure SE215 tu vai sentir uma ligeira diferença - e eu odeio esse fone justo por ser médio demais...
    A primeira vez que eu escutei Clair Bros S4 num estúdio aqui do sul, eu achei horrível. Mas foi a primeira vez que eu escutei coisas que ainda não tinha escutado nas músicas.

    Da mesa forma, a hora que puxar a curva dele no Smart vai ficar devendo... Não que ele seja ruim, inviável de se usar, etc... Mas é meio inviável se fazer um transtudor de alguns milímetros, emitir frequências muito baixas. Pra começar essas frequências necessitam deslocar uma quantidade de ar, muito maior do que há disponível na cavidade auricular... Quando não é a distância fator limitante, e como bem dito a partir de certo ponto, a sonoridade está mais para "sentir" que para "escutar", de fato.

    Apesar da deficiência de reprodução estar muito reduzida hoje nos equips modernos, e a tecnologia ter deixado acessível equipamentos com qualidade razoável onde há baixos níveis de atrito entre componentes mecânicos

    Sim, está menos caro, mais tecnológico... Mas isso não quer dizer que algo extremamente bom, já seja barato... Na real, não consigo reduzir isso de 5mil reais...

    Aí vende-se aparelhos por aí com X kW de potência, 6 caixas... Isso impressiona o grande mercado pelos números grandes (do preço e da potência rsrs), e que não é capaz de avaliar se isso é bom, por leiguice... Tampouco medir por falta de recursos...

    Isso a longo prazo ( 90 pra cá são quase 30 anos ! ), as coisas foram desandando lentamente, mas não se tem volta...

    PS quando falei " onde ouve rádio ", era no sentido de " qual sua referência para falar sobre isso ".

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # jul/17
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    Ismah

    O "max flat" foi atingido no passado. Com a popularização do MP3, iPod, smartphone, a qualidade foi decaindo... Quem sabe o som de um Plexi, amplificando perto do talo? Eu tinha uma Zoom G1, no começo achava o máximo, hoje acho uma bosta...


    Então, o que eu to querendo dizer é mais ou menos isso. Não que os equips hoje estão cada vez mais flat, mas que eles chegam mais próximo do som da vida real do que os dois extremos (flat absoluto e loudness exagerado). Se os equips tem mais capacidade de reproduzir com fidelidade (hi-fi), pra mim não faz sentido as pessoas demandarem cada vez mais timbres que "não existem". A primeira coisa que me veio na cabeça agora foi o dubstep. Não to dizendo que é ruim que exista isso, só to dizendo que eu, pessoalmente, acho muito triste que a demanda pra isso seja tão esmagadoramente maior do que a demanda pra sons mais reais, a tal ponto que ninguém mais sabe mesmo como soa um plexi no talo, sendo que hoje é mais fácil de criar, gravar e reproduzir tal timbre.


    o seu Sony fabuloso ao lado de um Shure SE215 tu vai sentir uma ligeira diferença

    Fabuloso nada, to dizendo que é um fone de qualidade altamente questionável (o preço prova isso), e mesmo assim soa bem, é obvio que ele perde pra qualquer fone decente. Nesta parte eu contestei vc por dizer que a falta de qualidade dos china made ferraram com tudo, não é bem por aí...

    Mas é meio inviável se fazer um transtudor de alguns milímetros, emitir frequências muito baixas. Pra começar essas frequências necessitam deslocar uma quantidade de ar, muito maior do que há disponível na cavidade auricular... Quando não é a distância fator limitante, e como bem dito a partir de certo ponto, a sonoridade está mais para "sentir" que para "escutar", de fato.


    Ah, disso ninguém tem dúvida né. Um fone intra tem um AF de sei lá, uns 2,5mm = 1/8" ? Qual será o curso desse negocinho? Desse tamanho nem chega no comprimento da onda mais grave, é físicamente impossível rsrsrs
    Mas reitero, o que eu fiz aqui não foi dizer que o fone é foda nem nada, foi só contestar a parte de que a má qualidade dos china made desandaram as coisas.

    Sim, está menos caro, mais tecnológico... Mas isso não quer dizer que algo extremamente bom, já seja barato... Na real, não consigo reduzir isso de 5mil reais...

    O que eu to dizendo não é que equips muito bons são acessíveis, e sim que essas barreiras (atrito, falta de tecnologia e recursos, materiais bons) já não são tão limitantes como foi no passado pra ser o motivo de todo mundo querer escutar loudness.

    Adler3x3
    Veterano
    # jul/17
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    Graves, médio e agudos.

    São importantes na boa música.
    Tem que buscar um equilíbrio.

    Na minha opinião gravações com excesso de médios soam irritantes.

    Um dos problemas das gravações atuais que cansam o ouvido.

    Ismah
    Veterano
    # jul/17 · Editado por: Ismah
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    acabaramosnicks

    Acho que a gente está dizendo quase a mesma coisa, mas sem chegar um denominador comum...

    Pensando a nível mais nacional que mundial... Se atingiu o ápice na qualidade de equipamentos de som no fim dos 80. Foi o fim da era dos receivers... Dali em diante só decaiu, começou pelos boom box, mini systems etc... Equipos cheios de falhas mas baratos!

    Sem ouvido treinado, e mesmo com referência, não se nota essas falhas... Antes disso, só um muito bem endinheirado podia ter um Gradiente A1 ou um Polyvox PM5000, e faltava o deck / pick up, receiver, pré e claro as caixas... Putz, imagina só: agora se podia ter tudo isso com o preço só do amp...!

    Hoje temos produtos orientais bons e ruins já. O baixo custo de mão-de-obra do oriente, torna inviável que uma grande fábrica na Europa ou Estados Unidos, possa competir com os preços baixos dos orientais.

    Por exemplo, a MacIntonsh Labs, continua produzindo seus amps Hi-Fi em Binghamton, NY, desde 1949... Os mais baratos amps novos deles, aqui no país não baixam dos 30mil... É mole?!

    Outro exemplo, a B&C Speakers é referência mundial em alto-falantes, especialmente para som ambiente. Praticamente os caras conceituaram do zero seus AF's, na base de tentativa e erro. Surgiram em 1944 em Florença, na Itália, pelo Roberto Coppini e seu irmão Fernando Borrani...
    No Brasil ACHO que só a 4Vias tem AF's deles a venda, e é melhor não ver o preço, vais ver como nós somos muito pobres mesmo...

    OFF Sabe aquele endeusado Celestion ou Eminence pra guitarra? Procure os grandes guitarristas daquela época, pra ver quantos usavam AF original... A maioria sacava fora e punha outro AF, porque os originais eram muito ruins! Altec, JBL, EV, Jensen são os mais populares que eu lembro... Alguns dizem que o Vintage 30 foi a primeira bola dentro da Celestion, e aí foi aclamado... Mas não se sabe se ele foi projetado para ser como é ou se isso foi um acidente de percurso. kkk

    Nacionalmente a Selenium, Novik, Snake, CCBD, Studio R, Cygnus, CCE, Aiko, Delta, acho que a Yamaha produzia por aqui também, e mais alguns outros, fizeram história... Ainda que copiando equipamento gringo apenas! A Gradiente e a Polyvox não tem como não citar... Os Gradiente, são cópias descaradas de vários americanos, principalmente os Kenwood.
    Na real estes equipos nacionais, ainda eram só mais ou menos, se comparados com os estrangeiros...
    E ainda era equipamento muito caro, que povoava os sonhos de muita gente. Aliás... Hoje mesmo o mais chulé da época, muito detonado é relativamente caro...

    Nosso técnico de som, e meu amigo, está com seus 40 e poucos. Ele é meio história viva, pois nos anos 90, começou com bandas locais. Tomou gosto pela coisa, e se deu bem... Não sei bem como ele aprendeu eletrônica, mas sei que acabou indo concertar amplificadores numa empresa da região metropolitana. E acabou que foi estudar no IGAP nos fins de 90 ou começo de 2000.

    Ele conta que o mais difícil era achar as vezes um transistor queimado, no meio dos 128 que tinham no amp... E recursos eram escasso, porque tudo era caro... Eu to tentando comprar o osciloscópio dele até hoje, e ele já me disse até onde levar pra concertar, mas o apego emocional não deixa ele por preço. hehehe

    Voltando... Até 1990 existiam praticamente só os produtos bons, e caros. Só dava para ter um sistema, se pagasse o preço deles. Logo, quem tinha era rei. Nessas o sistema mais ruim no mercado, ainda era muito bom...
    Até existiam produtos mais baratos, mas esse barato era pra época. Meu velho contava que estava meio que entre comprar um carro usado e comprar seu CCE SCH9900, que está aí até hoje com manutenção próxima a zero...

    Com a abertura dos portos em 94, as coisas mudaram. Todo mundo agora, podia ter um toca fitas / tape deck ou toca discos / pick up, com caixas grandes e volume alto... E principalmente: por um preço bacana! Mas infelizmente de qualidade duvidosa... rsrs

    Isso se extende as fitas, as piratas são horríveis! As CrO2 davam um agudinho a mais e custavam algumas vezes mais, além de que não é qualquer aparelho que aceita as duas... E as primeiras DAT?! Só respondiam até 16kHz ! Era pior que o MP3 de 128kbps, nos anos 2000. rsrs

    A invasão oriental, trouxe equipamentos de baixíssima qualidade, mas também baixo preço... Foi a festa de quem já gostaria de ostentar mais do que tinha!

    De modo geral, um fone bom, ainda é relativamente caro em relação a média de mercado. Não porque eles estão cobrando mais por isso, mas porque temos muita oferta de produtos mais baratos!

    Quando estive na Acit, testei um fone de 1972. Porra, meu AKG k414 pareceu horrível. Fui ver o preço, e a (insira um palavrão) do fone de 72, está custando quase 2mil... DÓLARES...!

    Um conhecido, depois de ouvir o som do Martin e Co. do Kadu Pelegrini (Kiara Rocks), pirou naquilo. Estava quase obcecado por um. Achou um usado (!!!) de 12 cordas Martin & Co. na GuitarCenter por 2800 USD (cerca de 7mil na época do dólar a 2,50). Não deu outra, mandou a grana para um chegado nosso, que mora lá, trouxe na próxima visita...
    Até hoje, ele tem que explicar incansavelmente para as pessoas, porque pagou tanto num violão sendo que a loja da esquina tem um. Eu toquei já algumas vezes, e posso dizer que valeu cada centavo.
    Cheguei a conclusão de que talvez na idade dele (39), eu tenha um parecido, mas possivelmente não.

    Então, como que explicar para as pessoas que elas precisam (?) gastar 500 reais para ouvir música, quando no camelô tem fone pra " déis real " ???

    E o pecado é esse de "10 real". O próprio u2b, promoveu umas palestras interessantes sobre tratamento de áudio para internet. Num trecho, o palestrante explicava que praticamente a massa ativa que consome conteúdo do site, é em gadgets. E o processamento de áudio precisa ser pensado em função disso. Alguns pontos que eu lembro:

    - graves não mais pronunciados
    - prezar pela nitidez da voz, ao invés da fidelidade
    - o mínimo de ruídos de fundo, se música de fundo, com corte de médios, para trazer a voz pra frente
    - prezar pela constância (compressão) do sinal sempre
    - dithering em áudio

    As mixagens, a forma de fazer e produzir música, acompanha as transformações da sociedade... É função do produtor musical, saber o que é tendência, como a música vai ser consumida etc...

    O que eu to dizendo não é que equips muito bons são acessíveis, e sim que essas barreiras (atrito, falta de tecnologia e recursos, materiais bons) já não são tão limitantes como foi no passado pra ser o motivo de todo mundo querer escutar loudness.

    Não entendi o que tu quis dizer exatamente...

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