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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17
E ai galera blz,
Esses dias estava procurando coisas sobre o assunto, tentando entender melhor como o outro sente a música em si. Então, resolvi criar este tópico com o intuito de que possamos compartilhar experiências e discutir sobre como cada um aprecia a música, equipamentos que usamos, formatos de arquivo de áudio etc.
Eu sei que tudo isso é algo extremamente subjetivo, mas creio que é uma discussão muito boa, principalmente para aqueles que ainda simplesmente “não sabem ou descobriram” como determinado gênero é apreciado e percebido por outras pessoas que o fazem e querem descobrir como começar a fazer. Coisa que eu garanto que simplesmente ouvir por ouvir não adianta para tal. Dando um exemplo prático: Eu gosto muito de músicas que possuem guitarras cheias de delay e modulações e entendo o que minha percepção procura e as emoções que determinada obra desta linha pode causar em mim, porém não entendo e nem sei o que exatamente se passa em uma pessoa que aprecia o metal, ou seja o que o ouvido dela procura, quais as emoções que esta música desperta nela etc. Ademais, podemos simplesmente colocar sobre nossas experiências e/ou tentativas frustradas na tentativa de apreciação de um gênero Z. Para muitos creio que isto possa soar estranho porém, imagino que muitas vezes as pessoas fazem este tipo de analogia sem perceber, por isso não colocam em palavras esta “metodologia”.
Outro ponto que gostaria de colocar em discussão no tópico são os equipamentos, fones de ouvido, monitores de áudio, caixinhas de som etc, que que utilizam. Discutir sobre bons equipamentos para melhor apreciação da música para a faixa de preço X e Y e custo benefício. Podem soltar o verbo (logico que educadamente heheh) sobre o que vocês mais gostam e/ou utilizam. Além disto podemos abordar coisas sobre os formatos de áudio com mais ou menos compressão, os que são vendidos no mercado, a tal da “Loudness War” e coisas do gênero que influenciam na maneira como ouvimos música, dando como exemplo: músicas em formato 100% digital, CDs, Vinil etc. E qualquer outra coisa que vocês consideram importante sobre o assunto!
Já adianto que não precisa escrever de uma só vez sobre tudo que exemplifiquei. Se pelo menos no mínimo derem uma breve experiência sobre qualquer tema relacionado e se possível com uma breve explanação, já é muito bom.
Enfim tem muito assunto a ser abordado, espero que possamos aglomerar uma boa quantidade de informação para despertar o interesse, principalmente dos mais novos na música, sanar algumas dúvidas e descobrir novos detalhes que possamos explorar em nossas audições.
Boa discussão pessoal ;)
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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17
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Então vamos lá Algumas dicas que deram certo comigo para apreciar melhor a música Para uma melhor apreciação da música é interessante dedicar um tempo somente para isto, enquanto espera em uma fila, no ônibus/metrô/trem etc. Lógico que em um local muito barulhento e com fones sem isolamento, fica difícil porém, caso tenha somente tempo nestes locais, aconselho a se adaptar e utilizar soluções “caseiras” para o problema, como por exemplo: eu sempre faço quando possível é andar no ônibus de janela aberta e o rosto virado para ela e no inverno puxar estrategicamente o agasalho para próximo do pescoço ou da orelha mesmo. Sinceramente não sei qual a física exata da situação porém já ajuda bem heheh. Mas creio que isso esteja mais relacionado com o “psicológico”, pelo menos para mim dá pra se concentrar melhor no som assim.
Tente utilizar o melhor equipamento que tiver para esta situação. Como muitos não tem algum que seja realmente bom para tal, eu aconselho gastar um tempinho em alguns apps de equalização para tentar balancear a situação. Lógico que isto pode interferir no som porém nesta dada situação talvez isto possa vir a ser melhor do que um som muito grave ou agudo ou embolado etc.
O ambiente que considero ideal para me concentrar na música é um local calmo em que estou sozinho. Para mim não depende do clima, mas para alguns possa ser interessante o fazer em locais amenos quando possível.
Eu aconselho a fazer isto o mais SÓBRIO possível, digo no sentido mais pleno da palavra pois fazer isto com sono ou meio “atordoado”, pode influenciar sua experiência de uma maneira que vejo como negativa. Além disto consto que por motivos pessoais, eu não bebo e não fumo, nem utilizo “substâncias ilegais” então não vou entrar na área relacionada a este ponto. E logicamente, adianto que estou de acordo do fato de que cada um aprecia a música como quer e sob o efeito ou não da substância que quiser. ‘no problem here’.
E por último sempre esteja aberto a tentar apreciar novos gêneros de maneira mais ‘profuda’ possível e de maneira que seja prazerosa e/ou interessante a você.
Um pouco sobre minha experiência ao ouvir música
Eu gosto muito de apreciar músicas com pegada mais ambiente, principalmente aquelas que utilizam a guitarra como instrumento principal para isto (o tal do ambient guitar). Além disto eu gosto, indo para uma parte mais específica, eu amo ouvir pessoas testando guitarras stratocaster e vários tipos de Baixos com som mais vintage, tipo só o instrumento sem backing track nem nada. Acho a dinâmica muitas vezes maravilhosa de várias pessoas que fazem este tipo de teste, ou seja aprecio o som bem “cru” da maneira como ele é ou no máximo com uma leve compressão. Para sons com mais “camadas” de delay e modulação eu sempre foco na obra como um todo nos primeiros instantes e depois busco o timbre dos instrumento “principal” naquele momento, então parto para sentir especificamente como as camadas geradas por um mesmo efeito interagem e após como estas interagem com os outros efeitos presentes, então passo para os timbres dos outros instrumentos que compõe a música, pegando todos de uma vez juntos e após focando somente em um e então parto para a ideia que este background está passando pelo fraseado e então tento absorver todos juntos como “obra completa”.
Da maneira geral é isto que faço, porém acabo por fazer algumas adaptações variando com cada obra.
O gênero que eu tenho mais dificuldade para entender e apreciar. E como lido com isto
Um gênero que ainda é um dilema para mim é o Jazz, pois até hoje tenho dificuldades de apreciá-lo da maneira como gostaria que o fosse. Agora vou tentar explicar o método que utilizo para tentar apreciar melhor as músicas de jazz, até exemplificando o sistema que descrevi acima. Atualmente sigo a seguinte linha em uma música de Jazz: Levo alguns segundos para identificar quais instrumentos fazem parte da música. Em seguida tento identificar o que mais se destaca. Após tento capturar o máximo possível do timbre que ele possui juntamente com a ideia que a frase que está sendo tocada exprimi. Após quando sinto que isto está bem alocado em mim, passo a tentar identificar “a base” da música, ou seja todos os instrumentos que os compõe e como eles estão se expressando, então parto para tentar absorver o timbre do conjunto seguido pelo timbre específico de cada instrumento presente neste ‘background’ e então tento juntar tudo como obra completa.
Bom para mim os últimos passos (a parte dos instrumentos de fundo) são um pouco complexos para serem executados, não sei se é por conta de uma limitação da minha interpretação ou por limitação do equipamento, sendo que ainda não desenvolvi um método eficaz para tal, porém ainda tento.
Ainda não vou entrar no mérito de equipamentos para as audições, pois estou tentando me aprofundar nisto.
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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17
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Agora partindo para outro ponto: Sempre falaram para mim “só escute determinado gênero que você vai entender mais sobre ele” e digo que isto não funcionou muito bem comigo ‘-‘. Tem muita coisa que eu sinto, tipo “existe algo ali naquela música X”, porém não consigo perceber o que é, nem absorver o que meus ouvidos estão sendo expostos. Não dá para “sentir” o que realmente está se passando ali, coisa que já me deixou um pouco aborrecido em tempos passados. Já digo que pelo meu último exame de audição, esta se encontra em perfeitas condições heheh.
Na minha opinião: Não seria mais interessante dar uma explicação melhor sobre como aquela pessoa “escuta” esse gênero, ou seja, ela presta atenção no timbre? dos instrumentos?, em um instrumento específico?, no background? etc. Se for tudo isso, como que começamos a absorver melhor o que está chegando nos nossos ouvidos (no que prestamos atenção primeiro, tentamos perceber etc)?
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brunohardrocker Veterano |
# jan/17
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Curtam o Hard Rock.
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boblau Veterano |
# jan/17 · Editado por: boblau
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Luisfelp FR1
belo tópico. Um pouco complexo de entender como responder, pois é difícil relatar este contexto.
Tentando aqui fazer uma análise de como eu percebo as músicas, com certeza sou uma pessoa aberta a escutar qualquer tipo de música, mas com certeza também, preciso de um contexto para determinados gêneros musicais.
Como músico, na minha adolescência, o ato de tocar me permite até hoje definir muita coisa em uma música, que outras pessoas não conseguem e isto me frustra um pouco, porque perdi a capacidade de escutar música de uma forma comum. Eu acabo analisando com detalhes os aspectos técnicos (vc descreveu isto também) e provavelmente isto me afasta de determinados gêneros musicais, como por exemplo música eletrônica.
Esta "metodologia" de escutar música, onde analiso melodia, harmonia, mixagem, execução, virtuoses, timbres, etc. me deixa à margem do que as pessoas realmente gostam. Me incomoda bastante.
Quanto ao contexto que mencionei, isto realmente me atinge em cheio: Já curti muito pagode comendo carne seca e tomando cerveja em uma roda de amigos, muito sambinha antigo em barzinho na praia, muito samba na Marquês de Sapucaí, muita música eletrônica em balada, muito sertanejo em festas pelo interior de São Paulo, muito vanerão no interior de SC e RGS, muita polca na Alemanha em casas de cerveja e em casa de parentes por parte de pai, muita música italiana romântica com minha família por parte de mãe, muita ópera em diversas apresentações que fui, muita música clássica sempre que tenho a oportunidade de ir a um concerto ou recital de dança ou balé e até funk carioca em bailes no Rio. Sei lá, tem vários outros contextos como casamentos, um barzinho de jazz, shows, etc.
Eu saio destes lugares com uma sensação plena de que a música me fez muito bem, me divertiu muito, mesmo sabendo que muitos dos gêneros citados eu não escuto nem tenho interesse em escutar no dia a dia.
Bom, espero ter contribuído...
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locostras Membro Novato |
# jan/17
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Pink Floyd < Qualquer banda de destaque.
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Adler3x3 Veterano |
# jan/17 · Editado por: Adler3x3
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Bem primeiro gostaria de destacar que este tópico pode ser muito interessante, dependendo do desenvolvimento que vai ter na sequência.
Vou adicionar um ponto:
Apreciação musical
Quinze ou vinte anos atrás passei por um processo que me incomodou um pouco. Ao assistir qualquer filme, em primeiro lugar me vinha na mente que era apenas um filme, uma representação feita por artistas, com uma certa estória, não era uma realidade, nem virtual. Assistia os filmes com um espírito por demais crítico, e não conseguia fazer uma imersão como um divertimento, os filmes me pareciam muito iguais, via mais defeitos do que uma obra de arte.
Depois de certa forma este processo se transferiu para a música, e principalmente na música comercial que tocava nas rádios, que também me parecia por demais repetitiva, não se fazia bem dizer mais nada de novo, e os artistas, mesmos os de mais sucesso eram medíocres, as letras horríveis, os arranjos sempre baseados em certas progressões, e a instrumentação muito pobre, com exceção de uns poucos músicos virtuosos.
E comecei a ouvir mais música alternativa, músicos independentes, processo que de certa forma dura até hoje, quase não escuto mais rádios, e quando escuto tirando aquelas rádios mais saudosistas, bem dizer não consigo ouvir o sertanejo moderno, e as músicas românticas quase que desapareceram. O uso abusivo do playback também afetou.
E o Rock então caiu muito, as bandas não sabem mais tocar as guitarras, não sabem fazer variações saem do estilo, e tocam músicas enfadonhas, que contrariam a própria natureza livre do rock, aquele espírito rebelde desapareceu.
Hoje em dia prefiro escutar uma música no soundcloud ou até no you tube de músicos independente que fazem uma boa música. Claro por serem mídias abertas qualquer um pode postar algo lá, tem também muito coisa mal feita, que o pessoal deveria ter vergonha de postar lá.
Depois de certo tempo percebi que estava sendo exigente demais e mudei a percepção, e hoje consigo assistir os filmes e as músicas mais naturalmente sem aquele espírito analítico. Pois a boa música faz com que você atinja uma certa imersão e a percepção pode ser mais profunda. Os detalhes são mais sutis, até a produção musical em si pode ser mais cognitiva, isto é mais bem feita, uma verdadeira obra de arte.
Mas quando é necessário mudo a mente.
Gosto muito da música eletrônica, mas da música bem feita, não aquele copiar e colar de loops, pois acaba ficando tudo igual, muito parecido, Então existem músicas eletrônicas e eletrônicas.
No geral não tenho preconceitos contra os estilos musicais, mas fico atento e evito escutar muitos artistas, que não passam de marionetes ou robôs da mídia tradicional, ou sejam aqueles artistas pré-fabricados tipo Justin não sei do que sem talento nenhum , mas são ricos e famosos. E conforme o músico que aparece na rádio, na tv ou em outra mídia, desligo ou mudo para outra emissora na mesma hora, não consigo ouvir esta turma, não dá. Tem tanta coisa ruim, mas ruim, que de certa forma bem dizer estou por fora da realidade do mercado comercial musical atual.
Se me perguntarem sobre determinadas bandas e artistas bem dizer não sei nada, só sei que são insuportáveis de ouvir, mas claro deve ter coisas boas também, e assim de certa forma fico prejudicado, mas a culpa é da mídia e não minha.
Não é uma questão de saudosismo, mas o nível caiu por demais, num processo que na verdade já começou nos anos 60 e foi decaindo, decaindo até chegar no ponto atual, quer pelas facilidades que a tecnologia nos proporcionou.
Na música atual, não dá para ouvir mais do que dois compassos, já na introdução se percebe aquela porcaria, e quando começam a cantar dá uma irritação indescritível.
E não me deixo influenciar por quem faz sucesso, sucesso para mim não é um bom indicativo, o que as massas ouvem hoje em dia para mim não presta.
Então resumindo o ponto que quero destacar é o de alternar momentos da forma de ouvir, com criticismo e de forma normal.
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Lelo Mig Membro
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# jan/17 · Editado por: Lelo Mig
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Luisfelp FR1
Durante muito tempo, anos, eu ouvia um álbum como quem celebrava algo, ou fazia um ritual.
Num momento com tempo de sobra e sem prováveis interrupções, colocava um Vinil na vitrola, sentava defronte o aparelho de som, e ouvia-o inteiro, numa só tacada, enquanto apreciava a arte do álbum e lia a ficha técnica em cada detalhe. Durante um tempo este ritual, sem a mesma graça, se estendeu ao CD.
Muitas vezes uma cerveja gelada ou um vinho era aberto para a ocasião especial.
Não ouvia com ouvido de músico. Não ficava prestando atenção nas dificuldades técnicas do trabalho e estas bobagens de músico.
Ouvia apenas... como ouvinte apreciador. Deixando-me envolver, contagiar e emocionar pelo som.
Não ouço mais música assim... não consigo. O mundo mudou, eu mudei, a música mudou.
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MMI Veterano
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# jan/17
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Luisfelp FR1
É impossível separar razão e emoção quando a gente ouve música. É uma somatória de itens, emocionais e racionais, que são invocados num momento desse e que vão fazer a tal apreciação naquele momento. Complicado exprimir tudo, passa até pela batalha do id, ego e superego. Mas outro dia botaram Wesley Safadão na minha orelha por meia hora, tive vontade de pular pela janela.
Houve uma época que ouvir música era um ritual. Não havia equipamentos portáteis, ouvir um LP era a única forma de escolher e ouvir direito uma música, então obrigatoriamente era num equipamento grande, num momento para aquilo unicamente. Hoje a música é uma coadjuvante, uma trilha sonora enquanto se faz outra coisa - como você disse, no ônibus, na espera de uma fila, num eventual embalo deixando a sobriedade... Uma vez ouvi uma entrevista do maestro Diogo Pacheco em que ele dizia fazer e recomendava dirigir e aproveitar o momento ouvindo uma boa música, no trânsito caótico de Sampa, para relaxar e aproveitar o tempo, principalmente com uma música mais serena para não tensionar mais. Isso tem uns 20 anos pelo menos, mas desde então aproveito estes momentos para curtir, o que me custa sempre um certo investimento, afinal, como ele disse nesta entrevista memorável, ouvir um detalhe de um oboé no meio de uma orquestra filarmônica é complexo e requer não só uma concentração e treino, como um bom equipamento (vale para outros estilos de música, claro).
Entra aí a questão, se a música é o pano de fundo... Uma boa música vai ser diferente se é para namorar, para malhar na academia ou parque, para dirigir, para relaxar em casa antes de dormir ou sei lá o que - isso muda como a música nos atinge, o que ela desperta, porque a gente aprecia, mas acaba também por mudar como a gente ouve e consequentemente o equipamento envolvido.
Fones in-ear são excelentes para ouvir em locais públicos, os sem fio atuais são ótimos para exercícios, desde que os locais tenham segurança para o uso. Para isso, recomendo o novo Jabra Elite Sport totalmente sem fio, permite uma adaptação perfeita nos ouvidos e já tem um frequencímetro e GPS, mas o som em si fica devendo um pouco no graves. O som do Bose Soundsport Wireless tem é melhor, mas já adiciona um pouco de graves. A linha noise-cancelling deles é muito boa para se viajar de avião (passageiro mesmo), aliás o A20 Aviation Headset deles já pude usar e achei espetacular, som limpo e cancela bem os ruídos (só para ilustrar que cada uso e cada momento pode ter algo mais adequado, este último se você andar muito de helicóptero é perfeito, kkkk). Os melhores fones que conheço são da Grado Labs, feitos um a um no Brooklin em NYC. Tem várias séries, tipos e preços, desde in-ear até fones profissionais para mixagem. O fone PS1000e, topo de linha deles, é de longe o melhor fone de ouvido que já ouvi, tanto na questão de som quanto no conforto. Mas já é um fone para uso profissional ou que pelo menos se tenha um momento de isolamento do mundo só para se ouvir e curtir o que ele tem a oferecer, é um fone em raramente vá sair da caixa em casa ou mesmo para se trabalhar no estúdio, para a rua jamais. Excelente opção para finalização de mixagem em homestudio, para se ter monitorização perfeita comparável a bons estúdios de gravação a preços módicos. Uso eventualmente em casa um Beyerdynamic DT770 Pro, dá para fazer bastante coisa em homestudio apesar de simples.
Já começa aqui a cair na "hora do ritual", onde a música é foco principal e único, aquele momento em que tudo que se vai fazer é ouvir e curtir música. Claro que o fone Grado PS1000e já cai nisso... Para estes raros momentos, eu tenho usado um power do Pedrone (Hi-Fi) sensacional de válvulas KT, vou até arriscar a dizer que se aproxima dos ultra-mega McIntosh Labs valvulados. Claro que precisa de fonte sonora (nem vou cair neste assunto... Mas não ligo para som analógico) e caixas adequadas. As caixas eu uso monitores Paradigm. Só que isso é algo em desuso, compreendo que pouca gente hoje para a vida para ouvir música, investir nisso é para loucos...
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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17
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boblau
Opa cara contribui sim com seu post! :) Hoje em dia eu sempre tento contextualizar a música que escuto, mesmo sendo de maneira avulsa sozinho. Acho que isso se tornou algo vital para a apreciação musical nos dias de hoje, porém ainda assim, não consigo “entender” a ideia de muita coisa, principalmente se eu o fizer de maneira mais relaxada. Resumindo dá uma sensação de “entre num ouvido sai no outro”, coisa que se analiso de maneira mais profunda não acontece.
Adler3x3
Comigo aconteceu algo semelhante com o que você relatou. Há algum tem eu nem conseguia ligar o rádio para ouvir essas rádios mais comerciais, tudo parecia forçado demais nas músicas que tocavam lá e isso começou a me incomodar por demais. Foi ai que também tive que alternar entre percepções (mais crítica ou não) do que ouvia.
O que eu comecei a perceber e compreender era que nem todas as músicas (principalmente as feitas nos dias de hoje) foram feitas com a mesma intenção ou seja de primar as mesmas qualidades. Como por exemplo, na minha opinião, a maioria das músicas de sertanejo universitário não foram feitas para serem avaliadas de maneira mais “profunda” (sendo mais generalista) porém serem para curtição ou que tenham uma história ou a maneira de conta-la diferente sem levar tanto a questão técnica vocal ou de tocabilidade tão a sério, salvo exceções. Porem lógico que ela pode ser apreciada para os ouvidos buscarem estas coisas sem o menor problema. No final o que eu realmente senti era que valia a pena fazer era observar as coisas de maneira crítica porém tomando como base formas diferente de avaliação.
Valeu !!
Lelo Mig
Hoje em dia a música adquiriu novos papéis dentro do mundo e são muitos. Porém ainda vejo que há espaço e diversidade nos trabalhos, na maneira como foram planejados para serem apreciados. Nos últimos tempos andei vendo muito isto, como por exemplo: Vejo que alguns álbuns simplesmente são formados por músicas comerciais, que não entram muito em um contexto, outros possuem só alguns pequenos grupos de faixas que funcionam assim e outros ainda são produzidos à maneira do século passado. Creio que temos espaço para trabalhos feitos para a apreciação como nos meados do século passado e para apreciação mais atual, como música de fundo, para se pratica um esporte dar uma relaxada na mente sem se preocupar com o conteúdo e a forma como ele é reproduzido etc. Porém ainda temos uma visibilidade menor dessa diversidade, devido a exposição midiática crescente. Por isso acabamos por ter que garimpar um pouco mais do que mesmo há dez anos.
Neste ponto acho interessante fazer um paralelo com a literatura: Atualmente vemos a ascensão de muitos livros YA ou fantasias com mundos menos explorados e rasos, porém temos excelentes escritores de escrita mais “profunda” e reflexiva e fantasias super bem elaboradas. E creio que cada vez mais a música vai tender a ter um espaço maior para esta diversidade, porém de maneira mais reclusa.
Só que outro ponto me deixa curioso: Considerando que há obras sendo fabricadas hoje para serem apreciadas, de uma maneira geral, como as feitas nos meados do século passado (volto a lembrar que isto é subjetivo), ainda me questiono se nossa percepção sobre elas estaria sendo influenciada pela exposição, até que forçada, de músicas com esse approach atual e principalmente na maneira como nos deixamos ser influenciadas pelo mundo atual e a maneira como configuramos nosso mindset sobre as coisas que compõe nossa vida. Ou seja, nesse ponto indo além da falta de tempo ou informação, mas sim chegando na maneira de como deixamos a noção destes dois fatores alocados em nossos cérebros. Valeu
MMI
A maneira sobre como pensamos e entendemos e absorvemos a música é realmente intrigante e achei interessante você ter tocado no ponto do id, ego e superego. Eu venho refletindo sobre essa questão aqui discutida no tópico há um bom tempo. O que realmente interfere nessa discussão toda é o conceito de música inserido em cada um, não aquele descrito por palavras, mas aquele que sentimos e não conseguimos explicar. Hoje sei mais ou menos o que vai, com certeza, tender a agradar determinada pessoa mais próxima ou a mim mesmo dependendo do contexto, porém ainda é um problema tentar traduzir isto em palavras (talvez devido a este conflito), além claro de que, toda tradução possui uma perda do conteúdo brutal do material original. Mas percebi que ao insistir nesta tradução (mesmo não atingindo o objetivo principal) acabo por sentir uma evolução na maneira como escuto a música.
E também concordo na parte do investimento, apreciar música com o nível de detalhes mais profundo (que é o mais desejado) acaba sendo algo bem cu$to$o.
Ah e gostei do comentário sobre os equipamentos e seus usos, valeu ;)
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MMI Veterano
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# jan/17
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Luisfelp FR1
O que realmente interfere nessa discussão toda é o conceito de música inserido em cada um, não aquele descrito por palavras, mas aquele que sentimos e não conseguimos explicar.
Esse é o ponto...
A questão é que há o inexplicável e o explicável. Tem a emoção e tem a razão envolvida.
Sabe a discussão de feeling x técnica? Então... Você pode ter um sentimento com a música, se emocionar, lhe remeter a alguém, algum lugar, algum momento e isso é pessoal e pode agradar ou não. Mas junto tem um fator de aprendizado, ouvir um fritador por exemplo, que faz com que quem aprende guitarra achar incrível, difícil e por isso encantador, só que eventualmente sem beleza ou emoção nenhuma, só técnica de velocidade. Eu me pego, eventualmente, admirando um timbre, um acorde dissonante, uma letra bem trabalhada, uma sequência cromática, um momento atonal... Nenhum desses são fatores que por si só fazem uma boa música mas acontece de eu (ou alguém) admirar porque o aprendizado lhe mostra o caminho para apreciar. Sei lá se de repente alguém pega a mulher dos sonhos ouvindo Wesley Safadão e de repente começa a adorar aquele som por remeter ao momento... Sei lá, pode acontecer... kkkkkk
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The Man Who Sold The World Veterano |
# jan/17
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queria fazer uma pergunta ao pessoal - eu possuo uma coleção de discos de vinil, com um bom som para aprecia-los, assim como um bom fone, tenho bons referenciais muitos hoje em dia reclamam do mp3 e tal, mas sejam sinceros, como um fone intermediario (até 2 mil reais) conseguiriam diferenciar um FLAC de um MP3 256 kpbs? enfim, acho que o tópico rende pois vejo que muita gente ainda sente a necessidade de ouvir suas musicas com uma qualidade legal e fazem disso um ritual prazeroso, como uma terapia eu ouço de tudo um pouco e tenho fones que comprei direcionados para os generos que gosto mais mas um fone "coringa" que tenho, gosto muito e acho que tem um otimo custo beneficio, vou recomendar pra voces o Audio Technica ATH m50 ele nao precisa de um amplificador se voce tem uma boa placa de audio no pc ou se vai usar no celular e etc mas vejo nesse mercado de audiofilos um crescimento bem intenso nos últimos anos principalmente depois que a Beats (credo) entrou no mercado e as pessoas começaram a não achar loucura pagar 500 reais num fone
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MMI Veterano
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# jan/17
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The Man Who Sold The World
muitos hoje em dia reclamam do mp3 e tal, mas sejam sinceros, como um fone intermediario (até 2 mil reais) conseguiriam diferenciar um FLAC de um MP3 256 kpbs?
Acho que depende da música, depende do treinamento do ouvido da pessoa, depende deste fone intermediário. Apesar de todas estas variáveis, se fosse arriscar, de um modo geral, acho que as pessoas não diferenciam.
vejo nesse mercado de audiofilos um crescimento bem intenso nos últimos anos principalmente depois que a Beats (credo) entrou no mercado e as pessoas começaram a não achar loucura pagar 500 reais num fone
Concordo. Mas também tem a onda do LP que voltou como produto "audiófilo", que para mim de hi-fi não tem absolutamente nada, num cômputo geral o som é pior. Só que para me contrariar, o audiófilo consegue distinguir um MP3 ou CD do som do LP sim - tem muito chiado e estalos. kkkkkkk
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Lelo Mig Membro
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# jan/17 · Editado por: Lelo Mig
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Luisfelp FR1 MMI The Man Who Sold The World
Só um adendo, em relação a minha explicação de ouvir música e o "ritual do vinil".
Minha citação do som foi em referência ao ritual em si, nada a ver com relação a qualidade melhor ou pior da mídia utilizada.
Sei que vocês não se referiram ao meu tópico quando levantaram a questão qualidade de áudio, mas aproveitei a deixa apenas para frisar o "ritual" em si, independente da qualidade envolvida.
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Adler3x3 Veterano |
# jan/17 · Editado por: Adler3x3
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Lelo Mig e outros
Escreveu: Durante muito tempo, anos, eu ouvia um álbum como quem celebrava algo, ou fazia um ritual.
E o melhor de tudo era quando você escutava pela primeira vez, e quando voltava para casa depois da compra preparava tudo, e se o álbum era dos bons, então ficava melhor ainda. As vezes até adiava a hora de escutar para se preparar melhor. Era muito bom apreciar a capa, a contracapa, as letras das músicas e outras informações dos músicos que tocavam na faixa, o autor etc...
Pois naquela época não existia o excesso de informação que temos hoje, e muitos estilos musicais, bem dizer não tocavam nas rádios, então a surpresa de ouvir o novo álbum da sua banda favorita, as vezes era uma novidade.
Era costume também visitar amigos ou receber visitas para escutar o som e trocar impressões.
Hoje apesar de toda a tecnologia, talvez por incompetência mesmo dos desenvolvedores dos players, não temos um player legal, que além de fazer o básico que é tocar, ter a informação nas visualizações de forma satisfatória, com poucas exceções, mas até hoje não vi um que me agrada-se. Tem alguns até que tem mais informação, mas ainda deixa a desejar.
Se preparar para ouvir é um ritual prazeroso, a magia da música se faz presente, e como foi dito é uma terapia, uma viagem.
As vezes ainda faço isto nos dias de hoje.
É que como já foi dito, hoje os tempos são outros, temos um excesso de informação assim com facilidades de ouvir seja nas rádios da internet, em que você pode escolher o que ouve, seja baixando os arquivos.
Só faço um alerta cuidado com os fones de ouvido, a saúde de sua audição pode estar em risco. Tudo bem escutar, mas cuidado com o excesso.
Já sou meio velho, e em contacto com mais novos percebo que eles não escutam bem, alguns já apresentam problemas auditivos, como por exemplo não conseguem discernir a diferença de um Flac para mp3, e outros sons na música, que não conseguem ouvir, simplesmente muitos detalhes dos sons mais sutis, não conseguem perceber. Não conseguem perceber as diferenças de sampler rate.
Cuidado, principalmente aqueles fones que são invasivos, dentro da orelha, não ouça muito alto, vai acabar com a sua audição.
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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17
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The Man Who Sold The World
muitos hoje em dia reclamam do mp3 e tal, mas sejam sinceros, como um fone intermediario (até 2 mil reais) conseguiriam diferenciar um FLAC de um MP3 256 kpbs?
Então, vou ser bem sincero, eu sinto a diferença, só que eu tenho que me concentrar bem em certos "elementos de fundo" na música pra conseguir chegar perto de sentir essa diferença. Isso considerando uma música com voz + instrumentos. Mas mesmo assim é coisa mínima. Só que se eu simplesmente parar e ouvir mesmo que de maneira mais crítica, esses detalhes não mudam tanto assim a minha experiência. Eu nunca o fiz, mas imagino que a diferença deve ser realmente sentida em audições com reprodutores, amplificadores e caixas super Hi-fi e High end.
Colocando em um caso bem prático, com o que eu tenho e da maneira como eu escuto eu escolheria escutar músicas no formato de um arquivo em MP3 320kbs a um FLAC ou WAV por causa do tamanho.
Não citaram aqui mas isso cai na discussão se o Tidal é realmente melhor que o Spotify e coisas do gênero.
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MMI Veterano
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# jan/17
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Luisfelp FR1
Não querendo ser chato, mas sendo... kkkkk
Acho que você tem treino de ouvido e já fez o teste de FLAC x MP3 256 para comparar e saber o que procurar. Então acredito sim que tenha percebido diferença. Mas não acho que numa audição "as cegas", num fone que você nem esteja habituado, consiga dizer que tipo de arquivo é. Eu acho complicado. Mas deixa isso para lá... kkkkk
Eu já tinha ouvido falar no Tidal mas nunca tinha experimentado, seu questionamento aguçou minha curiosidade e fui lá e até tirei da caixa o Grado que fazia tempo que não botava ele para funcionar. Primeiro ouvi o som do Tidal com diferentes fones tenho que dizer (eu já sabia...) que a diferença é grande, mesmo assim deixei o Grado por último. Confesso que me surpreendi porque não percebi uns detalhes do som quando ouvi com DT770 (não é ruim!) que quando ouvi a mesma música com o Grado ficou mais que evidente e até voltei para ouvir nos outros para ver se eu que estava distraído, mas com os outros não ficam evidentes não, os detalhes ficaram mais audíveis depois que eu sabia o que estava procurando, óbvio. Mas não foi este seu questionamento... Percebi claramente nas músicas do Tidal que existem diferentes níveis de compressão e a tal loudness war, algumas são bem achatas mesmo e com níveis maiores ou menores, mas isso é questão dos masterizadores. Comparei usando o Grado (meu melhor fone e que me mostra melhor as diferenças), o som do Tidal com o Youtube e honestamente, a diferença não é grande, muito menor que com diferentes fones. Então agora vou ser chato e questionar...
Tidal é melhor, obviamente, pelos dados técnicos. Mas quando você entra em um assunto hi-fi... Seu equipamento é compatível com hi-fi? Para ouvir onde, no celular com fones simples? Qual celular, ou equipamento, com um bom amplificador? Qual a impedância dos falantes e da saída do amplificador (faz sentido quando se fala em hi-fi...)? É da turma chatinha do hi-fi, mas já viu as diferenças de saída dos celulares? Mesmo que não seja celular, o equipamento precisa justificar o arquivo de melhor qualidade e na verdade, o equipamento faz mais diferença que o tipo de arquivo. Minha opinião aqui, tá? ;)
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Ismah Veterano |
# jan/17
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Sentir só mesmo em coisas exageradas... Falta de brilho etc... Compressão/loudness war eu tenho notado muito mais problema de distorção do limiter, depois de meses só ouvindo coisa velha (anterior a 1990)...
Sobre sentir a música... Tem músicas para se dançar, para se apreciar, e para viajar...
Sou muito chegado em ficar fumando ou bebendo e ouvindo um som. Como em deixar algo mais psicodélico (de Credence a Raja Ram) me levar para uma meditação profunda...
A experiência de algumas músicas com drogas (alucinógenos geralmente) é descrita como totalmente diferente. Assisti essa semana "Paraísos artificiais", e me senti abertamente tentado a fazer chá das flores do quintal e ver onde que iria dar...
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Luisfelp FR1 Membro |
# jan/17 · Editado por: Luisfelp FR1
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MMI
Mas não acho que numa audição "as cegas", num fone que você nem esteja habituado, consiga dizer que tipo de arquivo é. Eu acho complicado.
Eu refleti um pouco nesse ponto e vou ter que concordar heheh. Na hora realmente pensei em fones que seguem o mesmo “padrão de som”.
Sobre os questionamentos que você fez ali no final do post, também considero extremamente válidos para avaliar se realmente vale a pena investir nestes serviços de Streaming e talz. Citando a situação minha situação que descrevi acima, baseada na experiência com fones de linhas intermediárias como ele tinha citado acima sennheiser/Philipps/Sony (fones que já testei, tanto de amigos como até os que tinham em lojas de CDs), que vou reproduzir majoritariamente no computador e celular. Para mim não vale tanto a pena, porque percebo a perda que eles tem e tenho certeza que não vou manter o mesmo nível de concentração durante a audição de um álbum todo a ponto para ficar tentando sentir essa diferença. Além disto, não tenho experiência nem possuo equipamentos Hi-Fi. Nessa área de equipamentos como disse mais acima, sou muito mais um “aluno que um tutor” hehe
Ismah
Compressão/loudness war eu tenho notado muito mais problema de distorção do limiter, depois de meses só ouvindo coisa velha (anterior a 1990)...
Cara a parte de equalização e masterização eu não entendo muito hehe. O que e como seria este problema dentro da mixagem? O fenômeno seria basicamente o achatamento excessivo ou tem algo a mais? Pra mim tudo se resumia aumentar o “level” de compressão pra deixar os parâmetros todos nivelados “lá em cima” (e consequentemente achatados).
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