Cdbaby. Alguém já usou ?

Autor Mensagem
Lelo Mig
Membro
# jan/20
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Lembro de uma época (anos 90/2000) em que tinha um U2 Cover no Brasil, que fez um sucesso dukaraio, dava show adoidado e foi eleito "Melhor que o Original"...kkkkkkkk

Casper
Veterano
# jan/20
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Caro HortaRates:

Mas tem vezes que simplesmente eu to afim de ouvir músicas que eu já ouvi 1000 vezes e sei as letras e os riffs de cor.

Não tô pagando pra ver simplesmente uma falsificação da Mona Lisa. Tô pagando pra ver um doido pintar ela na minha frente.

Bom argumento.

Caro JJJ:

Se só os compositores ou os artistas originais pudessem executar suas criações, nenhum ser vivo conheceria nenhuma peça clássica!!!

Isso é verdade também, e toca em um ponto interessante da discussão.

O período Clássico da Musica terminou lá pelo ano de 1827. Depois veio o período romântico até meados de 1900 e uns gatos pingados até 1920.

Comparado com essa época, depois de 1920 o aparecimento de compositores relevantes nesses segmentos musicais diminuiu drasticamente. Porque?

Minha teoria é baseada na resposta do colega HortaRates: Tem muita gente que quer ouvir sempre a mesma música, indefinidamente.
E isso implica na morte lenta do gênero, por falta de renovação. A Bossa Nova é um bom exemplo disso: gênero hermético que teve um auge e morreu de inanição.

Inclusive o gênero musical é algo que não tem relação com isso. Qualquer um que não se renova está condenado a cair no esquecimento, ou viver de pouquíssimos apreciadores, de um nicho muito específico. Como o Zydeco.

E afinal, o que é renovação? É repetir o que já existe?

Será que o rock nacional perdeu espaço no mainstream porque parou de se renovar?

Eu desconfio que sim. Ao parar de se renovar, diminuiu o número de ouvintes, e inevitavelmente outra coisa apareceu para preencher a lacuna deixada. E isso vai acontecer com qualquer gênero musical que caia nesse ciclo de não-renovação, tenha certeza disso.

E aceitar que todos os lugares tem que tocar apenas o que já é conhecido porque "é o jeito que o mercado funciona" é uma solução de curto prazo que vai afogar a música que você aprecia em médio/longo prazo.

Repito: Cabe aos músicos quebrar esse ciclo, mudar esse cenário.

Um exemplo lindo de pro-atividade: O falecido produtor Miranda.
Em 1991 ele sentou com mais 5 pessoas em uma mesa em Pernambuco e simplesmente criou uma cena de música relevante: Manguebeat.
Em uma tacada só, Mundo Livre S/A, Chico Science & Nação Zumbi, Sheik Tosado, Mestre Ambrósio, DJ Dolores, Comadre Fulozinha, Jorge Cabeleira e o Dia em que Seremos Todos Inúteis, Eddie, Via Sat e Querosene Jacaré entraram no mapa.

Qual o movimento hoje? LollapraLoser?

JJJ
Veterano
# jan/20
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Casper

Mas todos os gêneros são assim: nascem, crescem e morrem. Aliás, tudo é assim... não só na música.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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Realmente, escutar música ao vivo é muito bacana, e é bem diferente da sensação de escutar uma gravação, mesmo quando a gravação é boa e o sistema de reprodução também é bom.
Novamente, não vejo problema em bandas tocando cover, mas depois deste post do Casper, o que eu já achava que era um problema que era um monte de banda tocando cover o tempo todo e um monte de gente consumindo cover o tempo todo, sou obrigado a conrcordar que essa prática deve ser combatida ou desestimulada.

mgustavo72
Membro Novato
# jan/20 · Editado por: mgustavo72
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Sobre banda covers queria comentar que tem aquelas como tributo aos Beatles, Elvis, Raul Seixas, que se apresentam a caráter, acho meio bizarro! A uns dois anos vi uma banda tributo dos Beatles, até achei que tocaram bem, com timbres parecidos e até samples em Yellow Submarine.
Mas durante o mês vinha ter mais bandas fazendo o mesmo e meus colegas queriam assistir, porém preferi ficar em casa!

Também alguns músicos fazem versões e parece que se "apropriam" da música original, como James Taylor em Here comes the Sun, dos Beatles.
Já outros como Dave Grohl e Alanis Morissette fizeram versões de Hey Buldog e Dear Prudence, porém não curti tanto. Mas achei bacana por terem cantado sem querer imitar o original!

JJJ
Veterano
# jan/20
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mgustavo72

Também não curto cover igualzinho.

gabrissk10
Membro Novato
# jan/20
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Galera, entrando na discussão... Tem que levar em conta que o povão (e, por povão, eu quero dizer a grande massa que pode até gostar, mas não entende ou entende muito pouco de música) gosta é de cover (quando sai de casa pro bar/pub). Principalmente cover igualzinho, os caras tocando com mesma roupa, mesmo equipamento...

Como exemplo, aqui em BH tem um cover de Queen, o Lurex, que o vocal "se produz" de Freddie Mercury, e bomba todo lugar que vai.

Não que eu seja super a favor também, eu mesmo acho que não o faria... Mas ta aí.

K2_Loureiro
Veterano
# jan/20
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Gente, gosto de música autoral mas hoje em dia o rock está tão fraco que se for combater cover não vai sobrar nada (aqui na minha cidade só deve ter umas 2 ou 3 bandas e todas fazem covers). Vale a pena incentivar o material autoral mas tem que valorizar essas bandas novas. Antigamente tinha tanta banda, sinto falta dessa época ...

MatheusMX
Veterano
# jan/20
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Maior viagem esse negócio de ser contra cover/tributo. Música é entretenimento, antes de qualquer coisa.
Sabemos que as pessoas descobrem músicas até a adolescência e depois disso só escutam a mesma coisa, quase nada de novidade.
Pessoas são nostálgicas, criam identidade de grupo, etc. Normal.
Pra mim o cover e o autoral tem públicos majoritariamente distintos.
Se a galera nova não se interessa mais pelo rock novo, fazer o quê. Todos os dias tem hits novos de outros estilos bombando aí.

ejames
Membro Novato
# jan/20
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Casper
Eu não discordo totalmente da sua posição, mas acho não acho que a proliferação de covers seja a causa do problema, mas sim um sintoma. O cenário atual do país é ruim de cultura. Música é mais vista como puro entretenimento do que arte. São pouquíssimas as pessoas que saem de casa procurando ouvir música, menos ainda as que procuram coisas novas.

Dentro disso, o Del-Rei deu um ponto interessante na página anterior. Fazer música é caro, como todo mundo aqui sabe. Equipamentos, material de estudo e manutenção, transporte, tudo sai muito caro. Montar um palco com estrutura minimamente decente para suportar uma banda completa (PA para vocal, corpo de bateria ou uma eletrônica, amps de baixo e guitarra) e atingir um público de 30, 50 pessoas já ultrapassa fácil uns quinze mil reais. Agora imagine você como comerciante, dono dum bar. Fica complicado gastar tudo isso em algo que dificilmente vai ter algum retorno. Os locais que fomentam a ideia de música autoral são poucos e cada vez mais raros.

Tem outro ponto também. Sou do Rio, não tenho muita ideia de como é no resto do país, mas daqui posso falar uma coisa - a cena independente tem gente muito boa, mas a maior parte é ruim. Molecada prepotente que mal sabe sequer equalizar os instrumentos dentro da banda, que se preocupa mais com o ego e fazer pose pros amigos (que são os únicos que vão aos shows) do que de fato fazer um som bem feito.

Quando não é isso, é um pessoal querendo fazer algum som experimental exótico pagando de inovadores, mas quando no fundo estão só copiando algo que ouviram no Youtube ou Soundcloud. Tudo isso para depois reclamar que "a cena independente no Brasil é fraca". Isso me lembra de certa forma um chilique que o Eduardo Falaschi (na época do Almah, se não me engano) deu uns anos atrás num vídeo postado no Youtube, talvez alguns daqui lembrem. O argumento principal era que "o brasileiro paga caro para ver uma banda estrangeira mas não paga barato para ver a nacional". Mas aí você para para ver - os caras cantam em inglês, fazem um som de estilos que nasceram em outros países, copiam as roupas, trejeitos de palco, até os cabelos, etc... É o mesmo que um gaúcho chegar na orla de Copacabana em pleno verão de 40°C para vender chimarrão e reclamar que o cara da barraquinha do lado vendendo picolé tá lucrando mais.

No final, os pontos comerciais "badalados" preferem fazer aquele esquema bunda mole de voz e violão, tocando o que tá no momento na rádio, naquele volume baixinho para o pessoal que tá na mesa bebendo sua cerveja poder conversar. É de baixo custo, é fácil pro público digerir e fica bom pros dois lados (menos pro músico).

E sinceramente? Se eu quero sentar num bar e beber minha cerveja, também prefiro ouvir a bandinha cover que toca direitinho do que o autoral prepotente mal feito. O complicado é que é raro encontrar um meio termo entre os dois, mas isso não é culpa de quem faz e/ou gosta de cover, mas sim de todo um contexto muito mais complexo. Como disse no começo: é um sintoma, não a causa.

Ah, e quando falo cover são aqueles que tocam as músicas do seu jeito. O conceito de "banda cover/tributo de fulano" que imita tudo eu acho chato pra caralho também.

Casper
Veterano
# jan/20
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Caro ejames:

Música é mais vista como puro entretenimento do que arte. São pouquíssimas as pessoas que saem de casa procurando ouvir música, menos ainda as que procuram coisas novas.

Talvez esse seja o ponto. Música, para muitos, virou trilha sonora enquanto se faz outras atividades.

HortaRates
Membro
# jan/20
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Casper
Talvez esse seja o ponto. Música, para muitos, virou trilha sonora enquanto se faz outras atividades.


E em algum ponto da história isso foi diferente?
Tô perguntando mesmo. Pra mim parece que sempre houveram muito poucos verdadeiros apreciadores de música. Assim como de qualquer outra arte. O que acontece é que hoje a música é universal, e praticamente todo mundo tem acesso. Eu não vejo como isso impacta na quantidade de pessoas que realmente apreciam a música. Só aumentou o número de "ouvintes casuais".

Casper
Veterano
# jan/20
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Caro HortaRates:

Na minha adolescência foi muito normal se reunir na casa de alguém (geralmente que tinha o melhor equipamento) para ouvir um, dois álbuns.
O acesso, no começo dos anos 80, era muito mais restrito. Lembro claramente dessas reuniões, e o objetivo era parar para ouvir música, simplesmente.

Lelo Mig
Membro
# jan/20 · Editado por: Lelo Mig
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HortaRates

"Tô perguntando mesmo"

Então respondendo:

A forma de se ouvir música mudou muito.

A música como entretenimento, um "Elvis" tocando de fundo enquanto a mãe lavava roupa ou o quintal, ou uma "Big Band de Jazz" num baile de formatura dos anos 50, sempre existiu.

Mas, também, se ouvia de outra forma... vou dar um exemplo:

Meu pai chegava em casa do trabalho com um novo vinil de música clássica que havia comprado. Guardava-o na estante.
No sábado, após o almoço, colocava sua poltrona centralizada e frontalmente a "vitrola". Colocava o vinil, sentava em frente, acendia seu cigarro e, ouvia atento, prestando à atenção em cada nota. Ouvia um álbum como quem lê um livro ou assiste um filme.

Na minha adolescência eu repetia este mesmo ritual com minhas bandas de rock. E vários colegas faziam isso.

Alguém ouve música assim hoje em dia? Eu pelo menos não vejo.

Não estou dizendo que era melhor ou pior, mais certo ou mais errado. Nem que ninguém tem culpa de as coisas terem mudado... elas simplesmente mudam.

Mas, que a forma de apreciar a música, influi diretamente na assimilação e principalmente em nossos critérios para discernir, entender, qualificar e desenvolver opinião sobre tal, isso eu não tenho dúvidas.

HortaRates
Membro
# jan/20
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Lelo Mig
Na época que seu pai fazia isso, quantos % da população fazia a mesma coisa?
A resposta é provavelmente um número muito baixo, porque pouquíssima gente tinha acesso a esse tipo de coisa.

Eu acredito que essa porcentagem não mudou muito. Obviamente quase ninguém ouve música à partir de um disco, porque hoje existem mulheres de outras opções muito mais convenientes. Mas eu não acredito que o número de verdadeiros apreciadores, proporcionalmente, diminuiu.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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É isso que eu ia dizer.
Aqueles que eram apreciadores de música antes, ainda são hoje. Aqueles que não se davam o trabalho de escutar música no passado, hoje escutam alguma música qualquer porque é fácil e normalizou-se (ou normatizou-se) o comportamento, mas não tem muito critério ou esmero na escolha da música, justamente porque não são entusiastas.
Vou fazer um paralelo com carros, mesmo não sendo muito preciso. Há aquele cara que tem interesse e compra carros bons (dentro de suas limitações), escolhe a dedo, sabe como funciona ou até "fuça" sua máquina, é o entusiasta. É como o audiofilo que em pleno 2020 faz questão de escolher a dedo uma caixa boa, um amli valvulado, escuta a obra ou até mesmo se arrisca a fazer música.
Há aquele que compra "qualquer um" porque é só um carro, nada tão importante. É como o resto da população que taca o pop, funk, ou o que tiver rolando no momento em seu excelente falante de celular, caixa JBL da feira ou fone tabajara.

Ou seja, como nos carros que hoje qualquer Zé ruela financia um auto, hoje todo mundo "escuta" música, todo mundo acaba consumindo. Mas nem todo consumidor é seletivo.

Lelo Mig
Membro
# jan/20
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HortaRates
acabaramosnicks

A questão que vocês estão ignorando é que algumas coisas são culturais, se aprendem e são passadas.

A galera atual, devido a facilidades tecnológicas e uma pressa constante em fazer duzentas coisas ao mesmo tempo, desaprendeu a ouvir desta forma, apreciando. Então, sim, o número de "apreciadores" diminuiu.

Uma prova disso é os dados sobre leitura. O número de leitores cai drasticamente a cada dia. Ou seja, as pessoas estão deixando de ler, estão perdendo o hábito.

Consumir é diferente de apreciar e as consequências de uma e outro ato são diferentes.

HortaRates
Membro
# jan/20
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Lelo Mig
As pessoas ouvem mais música. Ouvem música todo o tempo. No trabalho, no transporte, enquanto cozinham, no banho, no sexo. Não tem comparação com antigamente. Mas certamente, muitas, eu diria a grande maioria dessas "sessões musicais" são superficiais, onde a música é simplesmente um plano de fundo.

Mas quantas não são? Eu pego mais de 1h de transporte público todos os dias, e é a coisa mais idiota do mundo. Fico lá em pé parado durante esse tempo todo, fazendo absolutamente nada. Enquanto isso, meu cérebro tá fritando em música. Tô ouvindo a música com 100% de atenção, observando e absorvendo cada detalhe. Tô apreciando a música tão bem quando seu pai fazia. Quantos não fazem isso também?

Uma prova disso é os dados sobre leitura. O número de leitores cai drasticamente a cada dia. Ou seja, as pessoas estão deixando de ler, estão perdendo o hábito

Ler livros né? Porque nunca se leu tanto quanto hoje. Grande parte da comunicação hoje é escrita. Há literalmente bilhões de fóruns, blogs, posts por aí, e bilhões de pessoas consumindo através da leitura. Hoje a informação é democratizada, qualquer um escreve e qualquer um lê, tendo seus ônus e bônus.
Obviamente com tanta conteúdo, 99% é lixo. Mas o 1% que essa geração lê é mais que os 100% que a geração de 50, ou mesmo 30 anos atrás lia. Não tem nem comparação.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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Lelo Mig
Pode crer, tem razão.
A diferença é que livros são levados mais a sério universalmente, então vc diz que o povo tá lendo menos e todo mundo automaticamente vê nisso um problema;
já a música... quem não tá satisfeito somos nós, o um porcento, e os que estão satisfeitos estão cagando

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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HortaRates
Cara, não força... o povo lê muito hoje, mas lê um monte de bosta. Do mesmo jeito que o povo ouve muita música, tudo bosta também.

A fita é que, se ninguém tá vendo vc fritar na musica no busão, vc não influencia alguém a fazê-lo, logo, a cultura não se perpetua. Fazer isso vai sendo cada vez menos frequente

HortaRates
Membro
# jan/20
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acabaramosnicks
É muito melhor grande parte da população lendo muito, mesmo que a grande maioria seja uma bosta, do que só uma pequena parte lendo conteúdo "de melhor qualidade".

Aliás, não é só porque tá num livro que é "conteúdo bom".

Lelo Mig
Membro
# jan/20 · Editado por: Lelo Mig
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HortaRates

"bilhões de pessoas consumindo"

Estamos falando coisas diferentes amigo... Eu estou falando em ingerir, apreciar e se nutrir.
Você esta falando em consumo... são coisas diferentes.

A grande maioria não é capaz de responder nem o "porque consomem".

Deixa quieto.

HortaRates
Membro
# jan/20
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Lelo Mig
Antigamente você dava música pra x pessoas. E dessas pessoas, y viravam verdadeiros apreciadores.

Hoje você da música pra 1000x pessoas. E dessas pessoas, z se tornam verdadeiros apreciadores.

Eu estou argumentando que não tem lógica nenhuma z ser menor que y. E você até agora não apresentou nenhum argumento além "blablabla tradições, blablabla antigamente tudo era melhor".

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20 · Editado por: acabaramosnicks
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HortaRates
O argumento pra y ser maior que z é que antes havia mais incentivo para a apreciação, enquanto que hoje o incentivo é para o consumo. Quer dizer, por mais que a música antes fosse apresentada a menos pessoas, ela era apresentada de maneira convidativa à apreciação. Hoje, essa música chega pra geral no meio de um pacote confuso, com mais 50 coisas coloridas e barulhentas junto, e o consumidor abre o pacote no intervalo de cinco minutos que tem no seu dia.
Alguns gatos pingados gostam de apreciar e se dão o trabalho de fazê-lo, mas isso não é incentivado.

Não tem como saber qual é maior entre z e y.

E sobre a leitura, é claro que existem livros ruins, mas é muito mais fácil encontrar conteúdo ruim na internet do que num livro, por vários motivos, mas já começando pelo motivo de que a maior parte da leitura é sugerida pelo algoritmo e quase ninguém se dá o trabalho de procurar qualidade. Antes, quando vc tinha que comprar o que estava para ler, vc era obrigado a fazer uma seleção. É claro que vc pode acabar comprando um livro merda, mas só o fato de vc escolher o que tá lendo (ativamente) e pagando por isso já reduz a possibilidade.
Segundo que antes o cara que produz o texto tinha que passar por uma peneira, e hoje qualquer um produz um texto e posta, igual eu tô fazendo agora, é aí que aumenta de novo a possibilidade de vc se deparar com um texto bosta

Lelo Mig
Membro
# jan/20
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HortaRates

"antigamente tudo era melhor"

Precisa fazer um curso de interpretação de texto meu querido, em momento algum eu disse que era melhor, disse que era diferente.

Mas deixa quieto... só dei minha opinião, o que penso e sinto, não pretendo te convencer de nada. Relaxa!

Abraço!

makumbator
Moderador
# jan/20 · Editado por: makumbator
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Lelo Mig

Também sou da época em que amigos se reuniam pra ouvir um disco (lembro até hoje o queixo caído que eu fiquei ao escutar o primeiro LP do Malmsteen na casa de um colega). Mas também reconheço que muita gente na mesma época tratava música da mesma forma que um bom contingente faz hoje (como pano de fundo pra outras atividades). Não sei se o que ocorre hoje é mais fruto da mudança tecnológica (não tem mais aquilo de álbum que ninguém tem, o importado desconhecido, etc...). Não faz sentido reunir gente pra escutar lançamento no spotfy.


Já contei aqui que em musicologia só modernamente (a partir do séc 19) que essa arte passou a ser apreciada por si só (ou seja, sem ser como função social e ritualística). De certa forma, essa atitude moderninha de não parar pra ouvir música por ela mesma não estaria tão descolada das práticas do passado. Era comum nas cortes do sec 18 (por exemplo) ter músicos tocando para fazer fundo nas atividades e diversões de nobres, assim como era imperativo ter música para qualquer ritual público e religioso.

Outra atitude moderna que é criticada é o pouco aproveitamento e apreciação de música do passado. Pois bem, na maior parte da história da música foi assim também. Até o romantismo não havia execução de obras e estilos passados. Os grandes compositores de ontem serviam basicamente para aprendizado de músicos, e não para ficar tocando para o público. O lance era sempre ouvir as novidades do momento (ou seja, a moda), e não ficar pegando coisas do fundo do baú.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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Lelo Mig

Não estou dizendo que era melhor ou pior, mais certo ou mais errado. Nem que ninguém tem culpa de as coisas terem mudado... elas simplesmente mudam.

HortaRates
E você até agora não apresentou nenhum argumento além "blablabla tradições, blablabla antigamente tudo era melhor".

o lelo literalmente falou que não é melhor ou pior, e o horta diz que o lelo falou que era melhor

HortaRates
Membro
# jan/20
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Lelo Mig
Foi mal Lelo, mas pra mim o trecho abaixo é uma clara insinuação de que "blablabla antigamente tudo era melhor".

Uma prova disso é os dados sobre leitura. O número de leitores cai drasticamente a cada dia. Ou seja, as pessoas estão deixando de ler, estão perdendo o hábito.

Principalmente se os "dados" mencionados estiverem fora de contexto. E sem citar nenhuma fonte.

Mas eu admito que posso estar extrapolando demais a sua fala. Acontece que muitas vezes se ouve essas falácias de que "antigamente as coisas eram feitas com mais esmero e hoje é tudo de qualquer jeito". Tanto pra música, quanto comida, carro, bens de consumo e etc.

Eu ainda afirmo meu ponto: O simples fato de haverem muito mais ouvintes hoje é suficiente para que haja mais apreciadores.

Lelo Mig
Membro
# jan/20
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HortaRates

"Eu ainda afirmo meu ponto: O simples fato de haverem muito mais ouvintes hoje é suficiente para que haja mais apreciadores."

É um posicionamento, válido.

Eu, apenas acho, que há maior consumo e menor apreciação porque a oferta é muito grande e as pessoas hoje fazem muito mais coisas ao mesmo tempo.

Quando eu era criança chocolate era muito caro, só víamos um na Páscoa e no Natal... então comíamos devagarzinho, na ilusão de que não fosse acabar.

E repito, não estou dizendo que é melhor ou pior, estou dizendo que era diferente.

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