Análise Harmônica da música "À meio luz" do Jorge Vercilo

    Autor Mensagem
    RafaDF
    Veterano
    # mai/12 · Editado por: RafaDF


    Olá pessoal. Uma das coisas que adoro na música é a teoria musical. Me encanto em ver como tudo tem uma razão de ser. Tendo isso em mente, analiso diversas músicas e vejo como cada acorde se encaixa. Minha pergunta é sobre alguns acordes usados na música "À meia luz" do Jorge Vercilo ( http://www.cifraclub.com.br/jorge-vercillo/a-meia-luz/ )

    A cifra simplificada , com análise harmônica, é a seguinte:

    Tom de G

    G Am G Am D7 (Intr. com I e II graus fechando com um acorde de preparação para voltar ao G. O D7 é o V grau do campo harmônico de G)

    G E7 Cm (Aqui minha pergunta. De onde ele tira esse E7??? O Cm ele pode ter usado empréstimo modal de Gm. Mas e o E7???)

    Am D7 G7M D7 (II, V, I, V graus de G)

    G E7 Cm (I, de onde vem esse E7?, EM de Gm)

    Am D7 G (II, V, I graus de G)

    C B7 G (IV, Esse B7 veio de onde?, I)

    C B7 G C#7 (IV, B7 misterioso, I, subV do IV)

    C B7 Em A A7 (IV, B7 misterioso, VI, A????, A7 com resolução deceptiva)
    (...)

    Então minhas dúvidas são: De onde vem o E7 do início da música, De onde veio o B7 do meio do fim da música e, finalmente, de onde veio o A.

    Alguém pode me responder?

    Abraços a todos e obrigado desde já

    guizimm
    Veterano
    # mai/12
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    acho tão estranho ficar analizando assim, música é emoção, não regras, com certeza o Jorge tirou esses acordes da cabeça, imaginou a música, e só traspôs o sentimento em forma de música
    só o que eu acho, posso estar errado, queria compartilhar, e dar um up

    RafaDF
    Veterano
    # mai/12
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    De qualquer forma obrigado guizimm. Eu já penso que ele não fez apenas por cair bem. Jorge Vercilo é um músico fenomenal. Com certeza ele é MUITO melhor que eu em qualquer campo da teoria musical e da prática. Então eu acho que ele pensou em tudo e colocou por algum motivo musical exato entende?

    Obrigado pelo up novamente.

    Abraços

    LeandroP
    Moderador
    # mai/12
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    RafaDF

    De imediato não sei te dizer o que pode ser este E7.

    Se em vez de ser Cm, fosse um Eb (relativo maior de Cm), aí poderia dizer que o E7 é um SubV7 de Eb. Mas de imediato não sei te dizer mesmo.

    Quanto ao B7 é fácil, pois ele é o dominante do Em (acorde que vem logo depois dele).

    O A7 poderia conduzir a uma modulação pra tonalidade de Ré maior (tonalidade paralela a de Sol maior). O Ré é uma tonalidade paralela porque só tem um acidente de diferença entre a escala de G e de D.

    RafaDF
    Veterano
    # mai/12
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    LeandroP, de fato. Aquele terceiro B7 é óbvio realmente. Falta de atenção total minha. Mas e os outros dois seguidos de G:

    C B7 G
    C B7 G
    ?

    Sobre o E7, se fosse Eb, realmente seria um SubV7. Mas por ser um Cm, me deixa super confuso.

    Por fim, o A7 . A continuação após este A7 é:

    C D7 G7 F G7 C

    Desta frase em diante, a tonalidade parece ser C.

    Então aquele A7 continua sendo "estranho".

    O que você acha?

    Grande abraço e obrigado pela ajuda.

    LeandroP
    Moderador
    # mai/12
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    RafaDF

    Não é tão estranho porque o A é de uma tonalidade paralela, e se relaciona bem com o G. Se você, por um momento, ver o G como IVº grau, o A7 pode combinar bem (Vº grau). Daí que eu disse "tonalidade paralela". O A7 pode até não conduzir ao acorde D, pois como você disse: "resolução deceptiva". O mesmo acontece como o B7 (Vº do IIIº), ele é deceptivo porque deveria ir pro Em. Por fim, o acorde C#7 é o SubV7 do C, que vem logo em seguida.

    guizimm
    Veterano
    # mai/12
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    RafaDF
    Então eu acho que ele pensou em tudo e colocou por algum motivo musical exato entende?
    não acho que ele tenha pensado ''nossa, nesse trecho eu vou colocar um empréstimo modal e depois entrar com um acorde de preparamento com a sétima diminuta para o quarto grau da escala'', ou alguma coisa do tipo
    mas deixa pra lá, acho que eu vou abrir um tópico sobre isso

    LeandroP
    Moderador
    # mai/12
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    guizimm

    Também não acho que ele pensou assim. Acho que a coisa deve ter fluído naturalmente. Mas o Jorge Vercilo conhece esses macetes de harmonia.

    RafaDF
    Veterano
    # mai/12
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    Entendi. Obrigado pelas colaboração de LeandroP e guizimm! Grande abraço

    flavio guitar
    Veterano
    # mai/12
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    Caramba,
    só tem fera aqui ... deu até vergonha agora ...

    Mas besteiras a parte Jorge Vercilo é BOM D+++++, musicas com letras maravilhosas daquelas que o cara não faz no banheiro cagando e depois diz que compos uma musica ...

    Além disso ter harmonia, melodia ... Coisa Fina Mesmo ...

    LeandroP
    Moderador
    # mai/12
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    flavio guitar
    daquelas que o cara não faz no banheiro cagando e depois diz que compos uma musica

    Isso se chama funck (uma mistura de fuck com qualquer coisa).

    antonio.peba
    Veterano
    # mai/12
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    Sou leigo em teoria musical, mas acho que às vezes uma nota ou acorde respeita mais o som que está sendo produzido do que à matemática/lógica musical.

    g.wilhelms
    Veterano
    # mai/12
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    G E7 Cm

    A única explicação que consegui encontrar até agora, foi esta: o E7 aparece como dominante secundário do segundo grau (Am), mas ele não resolve nesse acorde, ou seja, é uma resolução deceptiva. O Cm como você já disse, é um acorde de empréstimo modal, e gera um efeito surpresa. Toquei no violão agora, e gera um efeito bem interessante. Foi a única explicação que consegui encontrar, mas seria bom se alguém mais entendido do que eu desse o seu parecer.

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