Hangel Veterano |
# out/05
Agora, esta. A CIE Brasil, que está trazendo o Pearl Jam ao Brasil, disse que "ainda existem arestas a serem aparadas", alegando não ter chegado a um consenso geral com as duras exigências de José Serra para que o show seja realizado no Pacaembu.
Depois de surgirem problemas com banda, associação de moradores e prefeitura, só faltava a própria produção para completar a saga.
Fernando Altério, da CIE Brasil, voltou a cogitar a Arena Skol, sugerida por Serra e considerada pequena demais. Passou também a cogitar a possibilidade de tirar São Paulo da turnê, adicionando Belo Horizonte e/ou Brasília para compensar a ausência na maior cidade do país.
Haja coração...
Primeiro foi a banda, capitaneada por Eddie Vedder: seus shows no Brasil são cogitados há anos, sempre em forma de boatos, fofocas e rumores. Quando as negociações começaram a tomar formas reais, já neste ano, a banda tratou de desconversar e não mencionou nada sobre sua suposta turnê brasileira. Deram a entender que tratava-se, novamente, de um boato.
Passada a peleja, confirma-se pela primeira vez: o Pearl Jam vem ao Brasil. Os dias confirmados foram 28 e 30 de novembro e 2, 3 e 4 de dezembro. As cidades escolhidas foram Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. É chegada, então, a vez da prefeitura de São Paulo encrencar.
Empurrado por ações judiciais contra a administração da capital paulista, José Serra decide proibir qualquer evento musical no estádio do Pacaembu. Tudo começou com um show realizado no local que terminou três horas após o estipulado, enfurecendo a associação de moradores.
Os organizadores do show trataram, então, de se mobilizar para conseguirem utilizar o Pacaembu, única opção viável para suportar um show de grande porte como o do Pearl Jam.
As outras alternativas para o show acabaram falhando: O Parque Antártica está agendado para um jogo de futebol, o Morumbi é grande demais e a banda não toca em estádios para mais de 40 mil pessoas desde um incidente que matou pessoas na platéia.
Cansados de assistir o empurra-empurra entre a prefeitura, a associação de moradores e a organização do show, os fãs paulistanos decidiram fazer algo a respeito. Foram à sede da prefeitura e protestaram contra a proibição de shows no Pacaembu. Atendidos por um assessor, saíram esperançosos.
Serra reclamou que a insistência dos organizadores de shows em usar o Pacaembu é "uma certa chantagem". Depois sugeriu que o Pearl Jam fosse levado à Arena Skol, mas a alternativa foi rebatida imediatamente, sob argumentos de que o local é pequeno demais.
Até então, a organização não queria tirar São Paulo da rota. Trocar a maior cidade do país por Belo Horizonte e Brasília estava fora de questão.
Foi então que, enfim, Serra decidiu abrir uma exceção e liberou o Pacaembu para o já malfadado concerto do Pearl Jam. Impôs uma série de condições rígidas para a realização, claro. Mas liberou. Sinal verde para o show, um deleite para os fãs - que não são poucos - da banda.
Ninguém mais sabe o que esperar. Talvez os próprios fãs do Pearl Jam decidam boicotar o show, nunca se sabe. "Demorou muito pra vir, não quero mais".
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