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Henrique Gogó Membro Novato |
# 30/nov/23 10:29
Resolvi abrir esse tópico para pensarmos no que seria um "teclado perfeito". Claro que tudo o que for dito aqui vai ser totalmente opiniões, mas gostaria de começar com as minhas. Para mim, um teclado perfeito deveria ter:
- Teclas boas, duráveis e semi pesadas. Por que semi pesadas e não pesadas? Para ter a flexibilidade de tanto tocar bem pianos e pianos elétricos quanto alguns synths e órgãos. Nesse quesito, eu colocaria em cheque alguns Yamaha que tem a fama de "gripar" as teclas, ou a famosa "tecla fria", onde tem gente que usa até um secador para fazer elas voltarem a funcionar.
- Tela pequena sem touch screen. Parece contra-intuitivo que um teclado ideal tenha tela pequena sem touch, mas minha justificativa é que tela grande é um enorme risco e torna uma manutenção muito cara. Fora que trocar funcionalidades em botões é muito mais intuitivo e fácil de fazer no palco do que tentar encontrar opções em múltiplos menus no meio da tela. Nesse quesito eu excluiria vários excelentes teclados como o MODX, Kronos e os novos Fantom, infelizmente. Mas estou aberto a reconsiderar.
- 61 teclas (no máximo 76) Tem a ver com transporte e leveza. Só quem já teve teclado grande sabe o transtorno de levar de um lado para o outro dentro do carro. Pior ainda se tiver um case grande.
- Sampler interno Talvez esse aqui seja o lance principal. E nem digo que precisa de muito espaço. Com até 100MB dá para ter muita coisa boa. A ideia do sampler é tornar o teclado renovável sempre com timbres novos. É poder colocar "timbre do Nord" (ou o que vier a seguir) dentro de qualquer teclado, ou poder colocar sanfona, criar coisas.
- Custo-benefício Nem preciso justificar né?
E aí, o que vocês acharam dos requisitos? Sinceramente, não vejo tanta necessidade de drawbars (apesar de ser bem maneiro) ou coisas como aftertouch.
Sugestões? Que teclados (pode ser antigo, inclusive) vocês acham que se enquadra nesses requisitos?
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TrebleH Veterano |
# 30/nov/23 12:07
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Cara, se eu tivesse grana e acesso à tecnologia para fabricar o teclado que eu quisesse, ele teria as seguintes features:
Teclas: - Com mecanismo de ajuste dinâmico (mecânico ou elétrico) de ajuste de peso (ideia da minha cabeça aqui kkk). Mas, basicamente, seria ajustar a posição dos contrapesos em relação ao eixo, permitindo ter teclas mais pesadas para alguns sons (piano, rhodes) e mais leves para outros (synth) - Polyaftertouch e velocity - Possibilidade de abertura lateral para expansão de teclas, mais ou menos a ideia do Korg M3, só que sem parecer um megazord.
Geração de sons: - Sampler com uso de SSD - Sistemas de modelagem de sons dedicados para: FM, Synth, Acústicos - Compatibilidade com os padrões de mercado: MIDI 2, GS, XG, etc. - 16 partes, cada uma com um IFX dedicado e, quando não se usasse alguma das partes, o IFX ficaria disponível para ser usado por algum outro slot. Ou seja, se vc usa 1 som apenas, poderia usar até 16 IFX cascateáveis. 2 TFX para controle geral. - Sampler editor - PUNCH
Interface - Seria uma tela com algumas informações boas, mas básica, pra evitar manutenções e problemas "Rolandianos", porém, haveria a possibilidade de uso de uma aplicação via bluetooth pra usar como interface para o teclado, permitindo ver mais informações e de maneira gráfica. Ou seja, display, não seria mais um problema - 6 Knobs, 8 sliders e botões totalmente assináveis. Apenas alguns seriam pré-definidos. Outros botões não seriam físicos, seriam via touch screen, pro usuário poder escolher onde colocá-los. - 6 Pads totalmente assignáveis, com velocity e aftertouch - Bend e modulation de rodinha, independentes, mas também um controle axial XY a lá Korg, 100% assignável.
Arpejador e Sequencer: - Basicamente, o sequencer e o arpejador seriam relativamente simples, não vejo muito motivo para ser colocar algo extraordinário, sendo que qualquer produção hoje seria feita em computadores. Porém, seria fácil criar tracks, songs e patterns para o usuário poder usar ao vivo
Alimentação: - bivolt e com proteção contra surtos
Conexões: - USB para devices externos (2) - USB para o PC (USB-B e C) - MIDI DIN5 - Entradas de áudio (2 canais, XLR/P10) - Saídas de áudio (4, XLR/P10) - Uma porta de expansão para futuros upgrades
Enfim... poderia ser caro, mas seria uma compra pra não se pensar em trocar de equipamento.
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Henrique Gogó Membro Novato |
# 30/nov/23 12:27
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Ah, essa ideia do acesso da interface via bluetooth é bacana. Eu tinha pensado em algo assim também. Você poderia usar um celular ou tablet para controlar "a tela". O legal disso é você poder carregar seus próprios presets e chegar em "qualquer teclado compatível" e poder simplesmente importar para uma gig específica e depois tirar.
Uma ideia que você colocou eu também pensei, acredita? O lance do "peso de tecla dinâmico". Acho que fazer isso de forma elétrica pode ser complicado (talvez com imãs criando resistência?), mas de forma mecânica, pensei numa pequena alavanca na lateral pode você poderia aproximar ou distanciar os pesos das teclas. Se distanciar demais, ele ficaria só com a resistência das molas por padrão.
Pelo que vi, você pensa em um tanque de guerra! hahhahah. Eu sou mais modesto e penso mais em algo prático e durável. Se eu quiser um tanque, uso em casa no computador com qualquer controlador midi. :D
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TrebleH Veterano |
# 30/nov/23 12:38
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"mas de forma mecânica, pensei numa pequena alavanca na lateral pode você poderia aproximar ou distanciar os pesos das teclas. Se distanciar demais, ele ficaria só com a resistência das molas por padrão."
Acho que uma maneira de se fazer isso seria podendo aumentar ou diminuir a tensão das molas, aumentando ou diminuindo a distância do fixador delas em relação às teclas. Há muito tempo atrás eu tinha pensado em algo nesse tipo e tinha feito um esboço pra isso. Me parece bem estranho que as marcas ainda não tenham adotado algo pra resolver o problema de "peso" nas teclas.
Ter um protocolo universal tbm pra importação e exportação de patches (acho que é a proposta do ZenCore) de forma universal seria algo bem legal (meio que seria a ideia do MIDI, só que mais aplicado a patches mesmo)
O problema é que um tanque de guerra "faz tudo" além de ser carissimo, vc venderia um e nunca mais venderia outro. Acho que até é o motivo das marcas ficarem limando recursos e fazendo relançamentos capados :/. Mercado é mercado, sonho é sonho né? hehehehe
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Henrique Gogó Membro Novato |
# 30/nov/23 13:07
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Acho que a questão do protocolo universal de patches é um pouco mais complicado pois cada teclado tem seu conjunto de motores de síntese diferentes, e a forma como cada motor trabalha. No caso do ZenCore, o que a Roland fez foi colocar o mesmo motor em todos os teclados. Para mim, se aceitasse algum tipo de formato aberto de samples, já tava excelente (SF2 ou SFZ, por exemplo). Parece que os Dexibell aceitam.
E a falta de interesse nas marcas em ter um "peso dinâmico" nas teclas em parte eu entendo pois envolveria muitas partes móveis e uma complexidade mecânica (mesmo na estratégia de molas) que elas não querem ter dor de cabeça, além de quererem preservar a estratégia comercial de ter produtos diferentes (um com hammer action e outro sem, por exemplo).
Mas se a gente voltasse para o básico, um teclado com 100MB de samples e boa durabilidade já era o suficiente para mim. Desses, acho que os Motif antigos, Fantom antigos (apesar das telas), ou os atuais Juno DS/XPS30 dariam conta do recado.
Até o Juno-G com uma placa de expansão "daria conta do recado". O problema dele (aliás, é o que eu tenho), é que o loading fica lento se tiver muitos samples e também tem o lance do fadítico display que sempre quebra.
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