Roland A-49 - Mini review

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    silvG8
    Veterano
    # mar/18 · Editado por: silvG8


    Há alguns meses eu estava sem nenhum instrumento com mais de 37 teclas. Isso começou a me incomodar, pois limitava a forma de tocar. Vindo do piano, o ideal pra mim seria pelo menos 73-76 teclas como tive no Electro 4. Ainda assim, procurava por algo portátil e com valor relativamente acessível, mas com alguma qualidade (diferente dos Alesis e M-Audio baratos). Acabei optando por este Roland.


    O que é?
    É um controlador MIDI sem muitas frescuras, praticamente só as teclas e pronto. Isso o deixa extremamente portátil se considerar o número de teclas.


    Hardware
    Avaliar um controlador é basicamente avaliar o hardware. Comecemos pelo que mais interessa: as teclas. São teclas com ação leve, mas que beiram as semi-pesadas que já toquei. São muito agradáveis, tem uma ação uniforme, respondendo a velocidade de forma bem equilibrada.

    Uma curiosidade é o tamanho das teclas. Pianos possuem teclas (brancas/pretas) de 15/10cm, teclados convencionais possuem teclas de 14 cm (com pretas proporcionais). No Roland, as teclas tem 13 cm. Minha base sendo o piano, acabo achando todos os teclados meio estranhos e de certa forma acabam me limitando em termos de erros.

    Mesmo com esse tamanho, o Roland é bem tocável, e gostei muito das teclas. O Bass Station 2 tem teclas melhores, mas não é a mesma dos controladores da Novation.

    Pitchbend é modwheel seguem o padrão Roland, com tudo numa única alavanca. Isso é bom e ruim. Bom porque fica mais fácil e anatômico fazer vibratos com o pitchbend, ruim porque não tem como manter a modulação num nível fixo (a mola faz a alavanca voltar à posição inicial.

    2 knobs bem pequenos (beeeeem pequenos) podem ser utilizados para diversas mensagens. 2 switches permitem também o livre endereçamento de MIDI CC. D-Beam existe ali, mas não é nem de perto como nos instrumentos caros, como V-Synth GT que tive - é uma boa forma de usar aftertouch, que o teclado não tem.

    Conexões bem básicas, USB, MIDI Out, pedal hold e expressão.


    Alimentação via USB
    O A-49 possui alimentação via USB, funcionando com computador sem grandes complicações. Por algum motivo xulo, a Roland decidiu fazer uma porcaria de um driver a ser instalado para utilizar o A-49. Por sorte, incluíram um modo de class compliant que exclui a necessidade de drivers (mas que burramente não vem configurado de fábrica, fazendo o usuário caçar como fazer).

    Funciona também com o iPad junto ao Camera Connection Kit sem a necessidade de hub USB alimentado. Pra funcionar tem que desabilitar o maldito driver descrito acima.

    Curiosamente, de fábrica, também não funciona plugado direto em tomada USB. Pra funcionar tem que segurar três botões enquanto liga pela primeira ver na parede (fora de PC ou tablet). Com ele ligado dessa forma, pôde-se usar como um controlador convencional, através de cabo MIDI.

    Se não fosse essas pequenas burrices na concepção de um controlador, acho que venderia mais. Muita gente não vai correr atrás da informação. Tem um vídeo inclusive no YouTube de um cara revoltadíssimo com a necessidade de instalar drivers.


    Software
    O driver nem discutirei aqui... já passou.

    Na parte de configuração do próprio controlador, é tudo bem simples de entender, bem descrito no manual e no próprio controlador. Mudar de canal MIDI é simples, e existe um excelente MIDI Panic de fácil acesso.

    De adicional, interessante, traz uma licença para o Ableton Live Lite. É algo interessante, visto que permite alguém que não usa nada no PC, já consiga começar a criar algo. O Ableton Lite é limitado, mas suficientemente bom pra começar.


    Considerações finais
    É um controlador pequeno, com boas teclas, portátil e com uma boa construção. Tem alguns engasgos durante o primeiro contato em relação ao driver, mas após configurar uma vez ele mantém os ajustes. A funcionalidade com iPad, pra mim, é uma enorme vantagem - com um único cabo conecto ele ao tablet e tenho um set portátil incrível na minha mão.

    Não é o mais barato da categoria, mas com paciência encontra ele com bom preço, justamente por não parecer vender muito bem. As opções que eu julgaria quase melhores, são os UMX da Behringer, com excelentes teclas. O que mata neles é a cor aberrante e os controles que não são bons e estão ali - seria melhor se fosse como no A-49, só com as teclas.

    Acredito que um A-61 venderia muitíssimo bem. A Roland tropeça muito em software, mas em geral o hardware deles não decepciona.

    Espero ajudar quem precise de informações. Pouca coisa na internet sobre esse excelente controlador.

    mano_a_mano
    Veterano
    # mar/18 · Editado por: mano_a_mano
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    silvG8

    Por algum motivo xulo, a Roland decidiu fazer uma porcaria de um driver a ser instalado para utilizar o A-49. Por sorte, incluíram um modo de class compliant que exclui a necessidade de drivers (mas que burramente não vem configurado de fábrica, fazendo o usuário caçar como fazer).
    O erro da Roland já começou aí. O modo class compliant deveria ter vindo de fábrica, pois a grande maioria dos usuários quer mais é ligar e usar, sem ter que fazer um monte de configurações extra antes.

    Curiosamente, de fábrica, também não funciona plugado direto em tomada USB. Pra funcionar tem que segurar três botões enquanto liga pela primeira ver na parede (fora de PC ou tablet).
    Outro erro crasso da Roland. Muitos vão pensar que o controlador veio com defeito de fábrica e vão querer trocar por outro, de outra marca/modelo. Como falei antes, a maioria não quer saber de configurações, quer é usar e pronto.

    Tive um A-800PRO antes e não tinha nada disso aí, era colocar no laptop, abrir os softsynths e deu (não testei com iPad porque, bem, nunca tive um - mas sei que com meu laptop era bem assim). Não sei por que a Roland fez isso com o A-49 - claro que, após os devidos ajustes, tudo funciona, mas para quem não sabe como corrigir essas coisas, ele parece ser um instrumento com defeito de fábrica. Ponto negativo para a Roland.
    Mas enfim, se já conseguiu configurar o A-49 com os softsynths (prefiro usar esse termo a "VSTis" porque assim abrange todos os plug-ins, não apenas VSTis), conta aí como ele interage com os mesmos. Os controles são precisos? Os plug-ins respondem bem aos comandos?

    silvG8
    Veterano
    # mar/18
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    mano_a_mano
    São exatamente esses detalhes que me fazem pensar que o A-49, pelo menos no Brasil, não vende tão bem quanto poderia. Aqui muitos não entendem inglês para procurar essas informações.

    Em termos de conexão aos plugins, bem como controle dos mesmos, é o que se espera. Tudo funciona normalmente, com o padrão MIDI convencional. Não tive nenhuma surpresa como incompatibilidade nem nada, pelo menos no Mac OSX. No iPad funciona liso também, sem soluços.

    Era pra ele ter sido pensado como o A-800 Pro, que considero um excelente controlador (eu só não precisava de todos os extras). Esses drivers estragam qualquer instrumento pra mim... tem que ser tudo class compliant.

    silvG8
    Veterano
    # mar/18
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    Adendo 1
    Ontem acabei descobrindo uma característica negativa do A-49. O pitchbend/mod além de ter a mola que retorna o mod para 0, possui uma pequena deadzone para o pitchbend.

    Não é nada de mais, mas a mim incomoda, principalmente por estar acostumado com o de instrumentos que funcionam diferente. A resolução do pitchbend também não parece equivalente, mas isso carece de mais testes a serem feitos com algum leitor de mensagens MIDI.

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