Rick Wakeman e sua mão esquerda

    Autor Mensagem
    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # nov/17 · Editado por: Mykeleaomachado


    Estava assistindo aqui uns vídeos do Rick Wakeman tocando e percebi que ele não usa tanto assim sua mão esquerda. Ele faz as coisas mais difíceis com sua mão direita. Será que ele “sacrificou” o desenvolvimento da mão esquerda pra desenvolver sua mão direita ou ele tem algum problema na mão esquerda?





    Beto Guitar Player
    Veterano
    # nov/17
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    Olha, não vi o vídeo e nem sou tecladista/pianista, mas acho que é uma tendência natural segurar com a mão esquerda as harmonias e com a mão direita as melodias. Não acho que ele tenha sacrificado nada...

    Casper
    Veterano
    # nov/17
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    Eu queria ter 10% da musicalidade do Rick Wakeman.
    E 10% somente da mão esquerda já estaria ótimo.

    fernando tecladista
    Veterano
    # nov/17 · Editado por: fernando tecladista
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    para mim está tudo normal

    sozinho é natural a esquerda ficar na harmonia dando apoio enquanto a direita sola, sobe e desce serelepe.... enquanto a esquerda segura a base

    em banda tem que tomar cuidado com a esquerda para que la não misture com o contra-baixo e embole tudo

    mas dá pra ver nesses dois videos de quando ele está tocando algo mais pianístico as duas trabalham bem
    -------------------------------

    fora a própria coisa da parte acústica/física do som
    - notas graves (região da mão esquerda) são mais longas, tem mais harmonicos, isso faz que possa se aproveitar notas longas e tocar rapido fica tudo embolado, sem definição


    - já ouviu como solo de contra-baixo é tenso... toca se 4 compassos e depois disso vai pra outra coisa porque perde o interesse
    pode reparar que baixista saem da região de base, saem do mizão e vão brincar na 1a corda (sol mais aguda) enquanto a mão esquerda tá ali próxima da 12a casa


    tocar uma triade na região grave soa chato e embolado
    - notas agudas (região da mão direita) se você tocar uma triade no piano nessa região ela logo some, precisa ir pra outra nota
    -uma triade nessa região soa boa, suportável e agradável aos ouvidos





    Adler3x3
    Veterano
    # nov/17 · Editado por: Adler3x3
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    Mykeleaomachado

    O que o Fernando Tecladista escreveu merece destaque, tocou no ponto chave:
    - notas graves (região da mão esquerda) são mais longas, tem mais harmonicos, isso faz que possa se aproveitar notas longas e tocar rapido fica tudo embolado, sem definição


    Para comprovar isto basta gravar como teste e exemplo duas notas (oitavas diferentes) com a mesma intensidade e volume, e depois comparar, analisando o tamanho dos arquivos gerados, e até analisar visualmente o formato da onda wave.
    Sons mais graves ocupam mais espaço.
    Quanto mais agudo for a nota menor o espaço ocupado.
    A nota grave vai resultar num tamanho bem maior, isto é ocupa mais espaço sonoro., se ocupa mais espaço deve se ter o cuidado para não embolar como foi dito, com o som mais grave fica mais difícil de tocar rápido, e a tendência é embolar o som.
    Então a boa técnica da mão esquerda é saber dosar e usar a velocidade de modo diferente da mão direita.
    Isto pode ser observado em partituras de músicas bem feitas, pode reparar que as notas da mão esquerda são mais longas e são mais para incorporar baixos na música do que acordes.
    Esta é a explicação correta para não abusar nos acordes da mão esquerda.
    Tem a haver com a frequência das notas musicais conforme o sistema de afinação utilizado, por isto que existem inúmeros instrumentos musicais cada um com a sua tessitura, que devem ser bem medidos e usados numa composição/arranjo.
    Então a observação de que o Rick Wakeman desenvolveu mais a mão direita não faz sentido, tem que se buscar um equilíbrio respeitando o que cada instrumento pode fazer.
    Uma nota muito longa no solo (partitura) pode sumir como o Fernando comentou, pois esta nota longa esta acima da capacidade do instrumento gerar o som, e nas notas mais graves muitas vezes o instrumento não consegue também gerar um som excessivamente mais curto, que também fica fora da capacidade do instrumento, que fica um toco sem expressão.

    Na música digital quase se pode de tudo, conforme o envelope (ADSR) do instrumento pode-se dar mais sustentação a uma nota, mas tudo tem um limite, e o principal de todos é soar bem, tanto individualmente no instrumento em si, como junto com outro instrumento, as vezes até pode soar bem sozinho, mas junto com outro fica ruim.

    Insufferable Bear
    Membro
    # nov/17
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    Chopin, por exemplo fazia tudo errado.
    https://www.youtube.com/watch?v=Gi5VTBdKbFM

    - já ouviu como solo de contra-baixo é tenso... toca se 4 compassos e depois disso vai pra outra coisa porque perde o interesse
    pode reparar que baixista saem da região de base, saem do mizão e vão brincar na 1a corda (sol mais aguda) enquanto a mão esquerda tá ali próxima da 12a casa

    Isso vale pra qualquer registro e qualquer instrumento.
    https://www.youtube.com/watch?v=cimpUKVAbY8

    tocar uma triade na região grave soa chato e embolado
    - notas agudas (região da mão direita) se você tocar uma triade no piano nessa região ela logo some, precisa ir pra outra nota
    -uma triade nessa região soa boa, suportável e agradável aos ouvidos

    https://www.youtube.com/watch?v=PAlWEbp7868

    Pra todo tipo de regra tem contraexemplo, o negócio é que Rick Wakeman toca um tipo de música bem convencional.

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/17 · Editado por: Lelo Mig
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    Mykeleaomachado

    Cara, não sou tecladista, mas toquei com muitos em bandas.

    Lembro de musicas que tinham um harmonização complexa de mão esquerda, mas quando tocavamos em banda o cara "resumia/economizava".... Isso porque tinha Baixo, Violão, Guitarra....ou seja, um monte de instrumentos naquela região, fazendo a harmonia em conjunto... Ficaria over.

    O teclado tem um espectro muito abrangente. É comum o tecladista sacrificar floreios que faria em modo solo, para preencher os vazios do resto da banda.


    Obs: Ele é respeitado entre pianistas em geral, como bom musico. Tem uma formação bastante sólida em piano erudito. Não é um Ze Ruela "fazedor de strings", como alguns tecladistas que vejo por ai.

    Também não faz aquele gênero de tocar com o cotovelo, com a bunda, com martelos... Fazer barulho pra cacete e pagar de gênio incompreendido.

    JJJ
    Veterano
    # nov/17
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    Por mais que seja uma fera (e é) e com todos os comentários válidos até aqui... o cara deve ser destro. É normal, portanto, que tenha um pouco mais de destreza com a direita, né?

    Eu só "arranho" teclado, então posso estar falando uma grande merda (se estiver, me corrijam).

    fernando tecladista
    Veterano
    # nov/17
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    o negócio é que Rick Wakeman toca um tipo de música bem convencional.
    pensei que ela dele que estávamos falando, de uma música bem convencional mesmo

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/17 · Editado por: Lelo Mig
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    JJJ

    "então posso estar falando uma grande merda (se estiver, me corrijam)."

    Traduzindo: Tô falando merda?

    Tá!!!


    Obs: kkkkk não sei se vc tá falando merda, mas não resisti.....kkk

    Adler3x3
    Veterano
    # nov/17 · Editado por: Adler3x3
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    Insufferable Bear

    Sim, mas observe que os exemplos que você colocou são de músicas muito bem compostas, que o autor fez considerando os aspectos dos sons graves, médios e agudos.
    No teclado a mão esquerda pode ficar mais para o centro nos médios, e no caso da faixa mais grave, depende acima de tudo da maestria do compositor.

    Bem de qualquer forma os seus comentários foram oportunos, e gostei de escutar as músicas.

    fernando tecladista
    Veterano
    # nov/17
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    hoje lembrei desse video doido





    JJJ
    Veterano
    # nov/17
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    fernando tecladista

    Então, ambos usaram a esquerda... o cara só ganhou porque deve ser canhoto!

    Mykeleaomachado
    Membro Novato
    # nov/17
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    É, o Rick sabe ser veloz com a mão esquerda tbm. Parece que eu estava enganado.

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # nov/17
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    Quero agregar um pequeno ponto aqui: .
    Só pra constar, na guitarra também é comum evitar solos muito graves porque o som "embola", fica sem definição, isto é, fica difícil de diferenciar uma nota da outra. Isso ocorre também porque a distância/intervalo da frequência de um tom grave para outro tom grave é menor do que o mesmo intervalo de um tom agudo para outro tom agudo.
    Exemplificando:
    E1 = 41Hz ~ F1 = 44Hz
    a diferença entre elas é de apenas 3Hz
    E5 = 660Hz ~ F2 = 698Hz
    A diferença é de quase 40Hz

    Fica mais fácil de "separar" as duas notas escutando elas mais agudo do que no mais grave. Pelo mesmo motivo, muitas vezes é "melhor" escutar um acorde mais dissonante na região grave do que em uma região mais aguda.

    Beto Guitar Player
    Veterano
    # nov/17
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    acabaramosnicks

    Eu sempre achei que embolava nas regiões mais graves, porque vários sons estão rolando nessa região, assim solos mais agudos se destacam mais pois trabalham em frequências onde poucos instrumentos estão atuando.

    Mas é bem interessante o que vc disse, eu não sabia.

    acabaramosnicks
    Membro Novato
    # nov/17
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    Beto Guitar Player
    O que vc está falando é verdade também! Muita gente ocupando o mesmo espaço. E pra piorar, muitas vezes a galera que está nos graves trabalha muito com métodos de gerar som que acaba gerando "muitos sons" além da nota fundamental e seus harmônicos. Basta ver em um analisador de espectro quando um tambor qualquer é tocado, percebe-se que na hora da pancada tem um monte de transiente de grave que sobre junto, além da fundamental.
    Isso, aliado ao fato de a faixa grave ser pouco extensa, mais o fato de que um som de baixa frequência precisa ser mais forte pra ser mais perceptível, e por conta da somatória de todos esses fatores, a somatória é que é difícil de se trabalhar com graves, pode ser caótico, pouco previsível, pode "dar ruim" com muita facilidade.

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