Casper Veterano
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# mar/15 · Editado por: Casper
========================= Sobre a JoMoX =========================
O fundador da empresa JoMoX (Jürgen Michaelis) trabalhou na Alemanha fazendo modificações em Roland 909 na época onde o Techno foi muito popular. Ele aprendeu tudo sobre a parte analógica da 909, e fazia controles extras em cima do circuito original. Para quem quiser saber mais sobre a JoMoX:
https://www.youtube.com/watch?v=PVUW1VqkGMw
O cara é um gênio, e sua maior contribuição para a música é um produto ímpar, o "Resonator Neuronium", um sintetizador com rede neural que produz sons por interferência entre filtros. Esse não é o foco do review, mas quem quiser saber mais sobre o assunto, tem informação no site pessoal do cidadão:
http://www.jayemsonic.de/
========================= JoMoX MBASE 11 =========================
http://www.jomox.de/upload/products/images_3/12.jpg
É um sintetizador analógico voltado para a criação de bumbo de bateria, baseados nas clássicas Roland TR-808 e TR-909. O núcleo da geração de som é similar ao usado na bateria TR-909, com acréscimos não encontrados na original (fruto da experiência com modificações na 909 original feitos pelo Jürgen Michaelis). O MBASE 11 pode ser usado também como sintetizador convencional, tocado com teclado, mas é um sintetizador bastante limitado quando usado nesse modo, como sintetizador isolado. Mas é muito útil se esse sinal senoidal for utilizado como sub-oscilador de outro sintetizador, encorpando o sinal de forma bastante interessante.
------------------------------------------ Resumo do funcionamento ------------------------------------------
O MBASE 11 é composto por um VCO (oscilador controlado por tensão) analógico, que gera apenas onda senoidal. Essa senóide é que vai montar a "base" ou "corpo" do bumbo. Um parâmetro chamado de harmonics permite "deformar" a onda gradativamente para um formato parabólico, acrescentando agressividade ao som.
Junto com essa base, mais dois elementos são somados: pulse e noise. O pulse define o início do bumbo, acrescentando um som curto que ajuda a definir melhor o posicionamento do bumbo na mixagem. O noise é um gerador de ruído branco que é mixado com o pulse e a base toda, para formar o ataque inicial do instrumento. Um controle chamado gate determina a largura desses elementos, sem interferir no decay do VCO. E um controle de Metzlize induz um ruído do tipo metálico (e tem dezenas de variações desse ruído) sobre o ruído branco, aumentando o leque de possibilidades.
Na sequência, existe um VCA (amplificador controlado por tensão) com decay variável controlado por um envelope com uma função de compressor, que permite ter mais controle sobre o decay. Esse compressor deixa o decay mais logarítmico ou mais exponencial, e realmente ajuda a esculpir o formato do bumbo. Existe um segundo envelope de controle de frequência do VCO, que é controlado pelo LFO (oscilador de baixa frequência). Esse LFO tem oito formas de onda, pode ser de disparo único (permitindo alguns bumbos com controle absurdamente precisos de variação de frequência) e pode ser sincronizado com o MIDI clock. LFO pode parecer algo inútil em um bumbo, mas usado com sabedoria expande o leque de possibilidades sônicas do dispositivo.
Após o VCA existe um filtro passa baixas suave, para um controle extra do som.
O disparo do bumbo pode ser feito de 4 formas:
1) MIDI 2) Trigger convencional de bateria ou pad de bateria eletrônica 3) Entrada de áudio 4) Botão no próprio módulo
Os 3 primeiros são sensíveis à intensidade (velocity), o botão é fixo. Todos os parâmetros são mapeados em MIDI.
A interface é bem direta: duas colunas de LEDS indicam a função, o encoder de baixo navega/muda parâmetros e salva (pressionando-o) e o potenciômetro de cima muda valores, de forma mais prática, mas pode trabalhar junto com o encoder.
Existem 110 memórias de usuário.
----------------------------------------------- Construção - entradas e saídas -----------------------------------------------
Sólido, de metal, tudo muito fixo, encoder e potenciômetro de alta qualidade. Aparentemente indestrutível.
Entradas: MIDI In, audio/trigger Saídas: MIDI Out, audio
OBS: O MIDI Out não funciona como MIDI thru. :(
----------------------------------------- Análise subjetiva do som -----------------------------------------
Não existe nenhum ruído de fundo que eu consegui detectar. O espectro de frequências vai abaixo de 20Hz, se desejado. O som é profundo e abrangente, e com a adição da função que aumenta harmônicos, torna-se viciante. Ai que está o perigo: é preciso se policiar para não exagerar, porque os bumbos gerados podem facilmente dominar toda a região de graves, atrapalhando a mixagem.
Teste de som 1:
Passei por alguns programas de fábrica, mas não são todos os originais, já editei uma parte. No meio para a frente acrescentei uns elementos para não ficar uma audição muito cansativa.
https://soundcloud.com/menegass/jomox-mbase-11-test_1
Teste do som 2:
Usando apenas o MBASE11, nenhum som externo ou efeito. Ficou um lixo, claro, mas é só para ilustrar o sintetizador de baixo dele.
https://soundcloud.com/menegass/jomox-mbase11-test_2
----------------------------------------- Perguntas & respostas -----------------------------------------
Pergunta: Com esse equipamento eu vou conseguir fazer qualquer bumbo do mundo? Resposta: Não. Só vai fazer bumbos "eletrônicos" parecidos com a série Roland TR, e algumas variações em torno disso.
Pergunta: Porque investir em um equipamento que só faz o bumbo? Resposta: Se o bumbo não for prioridade, ficar lá no fundo da mixagem e não for importante na música, ele não vai fazer tanta diferença. Em alguns gêneros de música eletrônica, onde o bumbo é a base da música, a diferença entre um bumbo mediano e um excelente salta aos olhos (ou melhor, aos ouvidos).
Pergunta: Existe diferença real entre um bumbo gerado analogicamente e um gerado digitalmente? Resposta: A mesma diferença que existe entre um sintetizador analógico e um digital. Cada um tem suas vantagens e desvantagens.
=================== Véio Casper 2015 ===================
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Casper Veterano
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# mar/15
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Caro fernando tecladista:
Essas caixinhas me levarão a falência, um dia...
Caro silvG8:
Eu tive a oportunidade de usar o MBASE versão 01 antes de comprar esse da versão atual. Por isso comprei sem medo. Eu tenho algumas opiniões sobre bumbo, que acredito serem corretas.
Depois de ouvir e ver as formas de onda do MBASE e comparando com dezenas de bumbos, percebi o que faz a diferença. O bumbo, para se sobressair bem, tem que ter um elemento harmônico bem proeminente nos primeiros 10ms, um ruído inicial, algo que marque bem o início, que defina a entrada do som. Nesse quesito, o sintetizador dedicado desse tipo se sobressai, porque os tempos de ataque, resposta, tudo é muito otimizado para fazer esse tipo de som sobressair. Mesmo o Nord Drum (que era minha referência anterior) não consegue ser tão flexível para cobrir o bumbo do Jomox.
O bumbo do Moog é acima da média, sem dúvida, mas tem alguns problemas:
1) O bumbo gerado a partir do filtro é gerado lentamente, tem um ataque mais lento do que seria ótimo, ele "cresce" de forma lenta
2) Por algum motivo, não dá para colocar dois bumbos do Moog muito "um em cima do outro", o tempo de realimentação do filtro não é muito rápido para ficar uma sequência bem definida de bumbos.
3) Não dá para gerar as camadas extras de harmônicos com ruído no meu Moog, porque eu teria que ter um terceiro gerador de envelope. No Prophet 08 dá para fazer isso, mas o filtro dos DSI não é tão bacana quanto os do Moog, e o resultado não fica tão bom.
Sobre o Fyrd, acho que tenho más noticias. O fabricante se machucou em um acidente (coisa feia, quebrou o pescoço), não sei se vai ter condições de manter a empresa. Tem uns 5 meses que o site e o forum da Fyrd estão mudos.
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