Síndrome dos Timbres Elaborados

    Autor Mensagem
    Greenwood
    Veterano
    # fev/14


    Pessoal,
    Desde que saí dos synths entry level e passei pra um mid level de vergonha, não consigo mais usar os sons presets. Nem consigo mais fazer timbres “simples”. Todo som que eu pretendo emitir agora, até um mísero “pad”, por exemplo, eu tenho mania elaborar... seja jogando duas camadas, (abrindo o pan pra cada lado), ajustando o LFO (pra deixar o som mais, digamos, pulsante)... seja colocando efeitos, nem que seja um simples equalizador, reforçando as ondas mais baixas... parece uma escravidão!!! Não consigo mais simplificar...
    Gostaria de saber se vcs tem o mesmo problema que eu.
    Devo procurar terapia, voltar a tocar com PSR ou adquirir um synth top e me internar logo?

    pety_ocampos
    Membro Novato
    # fev/14 · Editado por: pety_ocampos
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    Isso é relativo...vou dar visao dos 2 lados Greenwood.

    Antigamente nehum tecladista usava o preset sempre usavam uma equalizacao, um efeito no caso do dx7 a galera conciliava ate com pedal de efeito para dar reverb !Entao exploravam mesmo, ate porque o auge dos sintetizadores estava fervendo,novos sons, ondas e tal.

    Hoje tem teclados entry level com presets muito bons, muito aproximados mesmo do instrumento real,e sons analogicos bem legais que de certa forma ajuda bastante a galera.

    Porem, NA MINHA OPINIAO..... tecladista de verdade tem que fuçar mesmo.

    Pegar a maquina e usar tudo que ela tem a oferecer de edicao para dai voce achar sua "identidade" sua "assinatura" digamos assim.

    Como ja ouvi falando num grupo que participo, tecladista que usa preset e um tecladista PLAYER, apenas executa aquilo que ta na mão.
    Como disse, na minha opniao tem que mexer mesmo ate aquilo soar bem a voce.

    Por outro lado.... ha varios timbres presets maravilhosos, prontinhos.que passaram por severa edicao das marcas.e que no final serve certinho para aquilo que ira precisar.As vezes acaba ate perdendo a funcao do timbre.

    Entao acredito que tem que mecher sim, e tendo bom senso de as vezes perceber que aquele preset e bem legal e pronto..vai la e usa.

    OBS: Nem me lembro mais de como é os timbres de fabrica do meu telcado, kkkkkkkk

    Jeff.guitar
    Membro Novato
    # fev/14
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    Greenwood
    O pety_ocampos falou um pouco do que iria falar, então...

    Devo procurar terapia, voltar a tocar com PSR ou adquirir um synth top e me internar logo?
    Comprar o que o bolso deixar, e fiquei louco mesmo, entre nas suas viagens loucas mesmo kkk' ...se você estiver tirando um som que te agrade, o resto é bobagem, só cuida para não efeitar demais e embolar as coisas sabe, mas tendo os 'seus timbres elaborados' é o caminho para começar a crescer e ter uma identidade ^^

    Good luck. õ/

    Maestron
    Veterano
    # fev/14
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    Não discordo das opiniões. Mas no meu caso é um pouco diferente...

    Como minha intenção com teclados mantê-los em estúdio só para produção, não me preocupo muito se é um preset, se está editado, se foi editado por mim ou por outrem, o que me preocupo é com o resultado final do som. Já encontrei presets que considerei perfeito e não tive coragem de acrescentar um milésimo de reverb... Mas também gosto de fazer meus próprios timbres, um som exatamente ao meu gosto ou algo novo que nunca ouvi, sintetizar é a oitava arte...

    Por isso meu caro Greenwood, só você pode saber qual é a sua intenção ao fazer um som, se quer ser criativo, fazer algo novo, se quer originalidade, esse é o caminho certo. Se não é tão radical e não se preocupa em usar presets, também não tem nada de errado nisso.

    Mas se quer uma coisa e só consegue fazer outra, então é melhor se internar... Hahahaha...

    fernando tecladista
    Veterano
    # fev/14
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    simples
    mexa no timbre se ele não te agrada
    deixe como está se ele agrada

    mexer ou não mexer é um contexto da sonoridade que vai usar
    se é algo mais "cru" e você vai usar um rhodes, talvez aquele rhodes de seu teclado está bom demais, porque ele foi programado por um "tocador de rhodes" e apreciado pela fabrica inteira antes do teclado pronto sair no mercado
    e esse timbre vai ser limpo porque o som da banda é limpo, então ele está quase pronto pro seu gosto, somente uns peteleco na edição mas nada que entendo que se considera uma super edição no timbre

    só tem que tomar cuidado pra não perfumar o timbre demais

    Greenwood
    Veterano
    # fev/14
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    fernando tecladista
    somente uns peteleco na edição mas nada que entendo que se considera uma super edição no timbre

    Tão vendo? É geral!!! Todo mundo tem esta mania (boa) de mexer no som...
    É disso que eu tô falando, Fernando. Eu pego um preset, que muita gente adoraria deixar como está e não resisto... mudo algum parâmetro!!!

    É claro que tem limites! Se encher de tralha, embola tudo. Quando se toca em conjunto, é bem mais fácil de perceber, pois os outros membros, que também desejam definir a sonoridade da banda, reclama que o som tá simples demais ou embolado demais...

    Mas estou gostando do resultado deste tópico. Estas são as discussões mais ricas pra mim!!!

    Aguardo mais participações... ;-)

    fernando tecladista
    Veterano
    # fev/14
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    Greenwood
    Tão vendo? É geral!!! Todo mundo tem esta mania (boa) de mexer no som...

    das minhas coisas mais simples que sempre acerto
    attack ou release de pads ou strings
    sempre acho os timbres de slow strings, muito lento na entrada e muito de release que embola
    dos strings normais geralmente acho muito seco o final, então dou uma pitada de release
    também costumo implicar com o tempo do delay em leads
    muito timbre de solo eu acho bonito mas as vezes alguns agressivos, também faço uma redução do filtro

    manasses.ss
    Veterano
    # fev/14
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    Sobre o assunto do tópico, já tive muito essa mania de ficar horas editando timbres, mas agora com o Juno Di, parei mais, pois os timbres prontos já são bem satisfatório e não tem muita opção de edição pelo painel do teclado e acontecia muito, por eu não tem uma boa caixa amplificada, mexia um bocado no timbre e quando ia para o PA, ficava até pior.

    fernando tecladista
    attack ou release de pads ou strings
    Acontece muito disso também nos timbres do meu juno Di.

    Casper
    Veterano
    # fev/14
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    Eu tenho uma abordagem um pouco diferente da maioria
    dos tecladistas daqui, penso eu. Por estar bastante interessado
    na parte de síntese, propriamente dita, eu geralmente ignoro
    qualquer preset que venha em um sintetizador, e geralmente
    apago logo todos, para nem ser tentado a adaptar qualquer coisa.

    Não sei o que o criador do tópico considera um "synth top".

    Na minha cabeça, um Access Virus TI ou um Nord Lead qualquer
    é uma ferramenta que se encaixa nessa categoria. Se o criador do
    tópico pensa em terapia com um sintetizador intermediário,
    teria que se internar com um Vírus TI.
    Chega a ser angustiante a quantidade de recursos disponíveis
    para criação de sons, algo que deixa a atual geração de
    workstations a alguns anos-luz de distância.

    O excesso de opções chega a ser contraprodutivo, não acho
    que é algo positivo para a maioria dos usuários.

    Greenwood
    Veterano
    # fev/14
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    Casper

    O criador deste tópico considera um synth top: Roland Jupiter 80, só para citar um exemplo.

    O excesso de opções chega a ser contraprodutivo, não acho
    que é algo positivo para a maioria dos usuários.


    Aí vc bateu exatamente na tecla que eu queria!!! Minha dúvida cruel (que somente eu vou poder responder a mim mesmo) é se vale a pena passar 4 horas, como passei este semana, editando um timbre de 04 camadas, com strings, violino e outros troços Lead...

    Diga-se de passagem, Casper, eu estava ansioso por ouvir a sua opinião.

    Aguardo a participação de outros veteranos também...

    Casper
    Veterano
    # fev/14
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    Caro Greenwood:

    ... se vale a pena passar 4 horas editando um timbre ...

    Claro que vale. Comigo funciona assim: eu imagino o som que
    quero, em minha cabeça, como um objetivo a ser alcançado.
    Então, o equipamento é a ferramenta para se atingir esse objetivo.

    O tempo que demoro para alcançar o objetivo pode ser desde
    segundos até horas, mas não me lembro de ter gasto 4 horas
    em um timbre apenas. Mesmo no meu sintetizador com mais
    parâmetros, hoje em dia, de tanto usar, eu chego nos resultados
    que procuro com facilidade. Diga-se de passagem que eu
    tive a sorte de selecionar equipamentos, ao longo do tempo,
    que são propícios para a geração dos timbres que eu uso.
    Acho que isso pode parecer óbvio, mas não é.
    Encaro o sintetizador como uma ferramenta. Alguns são
    melhores que outros para determinadas tarefas. Nunca encontrei
    algo que fosse satisfatório em todas as áreas. Um Moog é
    completamente diferente de um Nord, nunca um vai fazer bem
    o que o outro faz naturalmente.

    Exemplo, em outro campo:

    Gastei muito dinheiro errando em pedais de guitarra, porque
    a combinação entre eles não é algo tão previsível, e pode
    (e realmente acontece) ser desastrosa e desagradável.
    Hoje eu tenho um timbre consistente, mas isso teve seu
    preço, principalmente pago por minha inexperiência.

    Artref
    Veterano
    # fev/14
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    Tive essa fase de querer explorar tudo, testar cada ajuste de filtro, cada algoritmo de efeito, fazer mil layers, splits, pads...

    Foi bom para o aprendizado, mas hoje estou mais prático. Preciso de um som? Vejo os presets. Se achei algo igual lá, eu uso numa boa e bola pra frente. Se não tem, procuro algo parecido e edito. Somente se não tem nada nem similar é que eu começo do zero, e não com muito prazer, diga-se de passagem, é mais por necessidade, rs. Nem me sinto mais culpado, hahaha.

    Hoje eu fujo de ficar horas editando timbre, sequenciando e etc, porque acho que é muito mais interessante pegar essas horas que usou pra fazer um timbre e estudar música, técnica, piano, pensar no fraseado, na expressão, etc.

    Eu também toco música comercial, e ultimamente tem tanto timbre e efeitos nas músicas, que confesso que sinto falta do tempo onde as dúvidas eram do tipo saber quais eram as dissonâncias do acorde, o melhor dedilhado, se cruza a mão ou não, se dá pra fazer tal coisa com a mão esquerda e a outra com a direita, etc.

    Hoje você escuta um timbre, nem imagina como fizeram aquilo, tenta reproduzir com seu teclado e chega no máximo a algo parecido, aí descobre que na verdade usaram a porcaria do recurso morph X do VST Y rodando Z e que não tem mesmo jeito de fazer igualzinho com seu teclado, putz, isso pra mim é frustrante, e não julgo como aprender, de fato, música. Se você não tem o último recurso do último sei lá o quê, é excluído, se frustra e não consegue o timbre igual.

    Virou desabafo, me desculpem, mas acho que o assunto dá uma discussão boa, rs rs.

    Synth-Men
    Veterano
    # fev/14
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    Artref

    "Hoje você escuta um timbre, nem imagina como fizeram aquilo, tenta reproduzir com seu teclado e chega no máximo a algo parecido, aí descobre que na verdade usaram a porcaria do recurso morph X do VST Y rodando Z e que não tem mesmo jeito de fazer igualzinho com seu teclado, putz, isso pra mim é frustrante, e não julgo como aprender, de fato, música. Se você não tem o último recurso do último sei lá o quê, é excluído, se frustra e não consegue o timbre igual."


    É verdade. Alguns teclados com funções de synth e edições de timbre, prometem edições semelhantes aos seus presets e quando o usuário vai descobrir, o fabricante "sampleou" o timbre de outro sintetizador que o seu nunca fará igual.

    Há algum tempo eu venho buscando meus próprios timbres. Mas nunca vi problemas em utilizar os presets prontos, caso eles atendam ao contexto do que será produzido. Editar também é uma boa pedida, quando é necessário ou a gosto do praticante ou ouvinte. Também sou apaixonado por efeitos espaço-temporais.

    Mas fazer e achar o próprio timbre é muito bom. Tem que ter paciência e uma certa intimidade com o seu synth, tocando em partes dele que ninguém nunca tocou e nem irá tocar, só você.

    waltercruz
    Veterano
    # fev/14
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    Tem o lado tb do músico gigueiro.

    Imagina por exemplo, que vc tivesse de tocar numa banda de baile e tivesse além do pouco tempo para tirar uma caralhada de música, tivesse tb de programar os timbres pra todas.

    Acho válido e muito útil quando encontramos presets que sejam um bom bootstrap para essas situações.

    E também é interessantíssimo editar coisas e criar do zero. Enfim, me divirto com tudo.

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