Jogando a toalha

Autor Mensagem
brunoamaral
Veterano
# out/11


Amigos, há tempos não participo das discussões aqui. O tempo tem ficado cada vez mais curto, não só para discutir sobre teclado, mas principalmente para tocar teclado. Tive que abandonar todas as minhas bandas. Como tenho viajado muito, quando estou em casa também não me sobra tempo para curtir os keys.

Tenho pensado, então, qual a utilidade de manter o puta set que, depois de anos, eu consegui montar: Kurzweil PC3x + Nord Electro 3 73. Os dois são sonhos realizados, mas, diante da minha total falta de tempo e do fato de não mais tocar profissionalmente, que sentido faz manter essas máquinas paradas em casa? Para piorar, a grana também não está sobrando, e fica difícil justificar com a patroa a necessidade de manter tanto dinheiro empatado em teclados, que não me dão mais qualquer retorno financeiro e, atualmente, nem mesmo prazer, uma vez que não os tenho sequer ligado.

Vai doer, tenho certeza, sempre cuidei bem demais dois 2, e na hora que se forem vai ficar um vazio... Pelo menos resta o piano na sala, para me exercitar quando possível...

Enfim, quis só deixar um desabafo. Acredito que isso já deva ter ocorrido (e ainda ocorrerá) com muitos: chega uma hora em que a gente tem que se decidir, seguir um rumo, e algumas coisas têm que ficar pra trás... No meu caso, infelizmente, terão que ser meus "filhinhos". O que me consola é saber que provavelmente quem pegá-los extrairá mais deles do que venho fazendo atualmente.

Quando sobrar tempo ainda vou dar umas espiadas por aqui, principalmente para não ficar tão desatualizado quanto às novidades. Quem sabe em breve não me sobram mais tempo e dinheiro e posso estudar a aquisição de um novo instrumento...

Valeu e abraços a todos, principalmente àqueles com os quais mantive mais contato durante estes anos de participação neste fórum. Até breve!

tecladistapvh
Veterano
# out/11 · Editado por: tecladistapvh
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Mandei um mp pra você com meu endereço para você me doar o PC3x (brincadeirinha rsrs ).

Só te digo uma coisa: Quando temos essas máquinas em casa, as vezes elas passam desapercebidas, isso acontece com muitos, mas se você vender com certeza você sentirá muita falta. Eu já fiquei sem teclado e foi muito complicado.

ThyagoAmaral
Veterano
# out/11
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brunoamaral
Putz primo... que merda heim... eu estou nessa linha também, mas tocando pelo menos uma vez por mês. Mas passando pela cabeça essas mesmas perguntas, par q tanto dinheiro em teclados? pra q tanto teclado? no meu caso sao 4 fora os agregados... =/

Mas enfim... o tempo vem respondendo algumas perguntas e deve me responder essas também. Só posso pedi pra tu ter calma e tenta ficar com pelo menos 1. Não é um dinheiro que vai mudar nossas vidas, e ai as vezes é melhor não perder... e ganhar mais a frente em outra moeda...

Compra um MacPro, e vamos viver com controladores... kkkk

Grande abraço!

brunoamaral
Veterano
# out/11
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tecladistapvh
ThyagoAmaral

É, talvez seja exagero vender os dois mesmo. Vou anunciar os 2, vendo o que sair primeiro...

Até porque pai que é pai não pode escolher entre os filhos...

LucSantos
Veterano
# out/11
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brunoamaral
Parceiro, entrei há pouco no fórum e não tive oportunidade de teclar contigo, mas me deixa triste mais uma evidência: a que viver de música no brasil é complicado, talvez igual jogador de futebol, com poucos que tiveram êxito e 99% com dificuldades. Ainda mais com as concorrências desleais (como a de DJs fajutos - alguns, não generalizando - que fazem um cursinho de 2 meses e tiram a oportunidade de um cara que estuda música ha 10 anos, por exemplo), não sei nem se esse é o seu caso, mas aproveito o tópico para levantar esta discussão. Vale a pena investir em música no Brasil, se em algum momento terei de me desfazer de sonhos conquistados, de anos de esforço, para sobreviver de outra profissão?

?

brunoamaral
Veterano
# out/11
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LucSantos

De certa forma é meu caso sim. Estudei piano cerca de 13 anos (dos 5 aos 18), fui profissional (ao menos me considerava assim) dos 16 aos 28... Há uns 3 anos atrás já tive que transformar em hobbie, até chegar ao momento de, hoje, desistir definitivamente. Dos 19 aos 23 realmente vivi de música, viajei por todo o país, juntei dinheiro e cheguei a abrir um estúdio. Vieram os filhos, a coisa começou a apertar, tive que voltar para a faculdade (que havia largado aos 20). Mas viver de música é um sonho muito difícil. Achei que conseguiria manter o hobbie, mas até isso está difícil agora. Vida que segue.

Quanto à sua revolta em relação aos DJ's, tenho opinião bastante semelhante.

gustavocp
Veterano
# out/11
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Também estou nessa...
Na real, eu não vou vender nada do que tenho, só decidi que não quero mais tocar.
Eu nunca toquei profissionalmente, só que hoje ficar passando som, levando o piano ou o hammond de um lugar, trazer de volta, instalar, microfonia... to realmente sem vontade de continuar.

É, acontece...

waltercruz
Veterano
# out/11
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Putz.... eu to tocando pouco mas quero muito ainda poder tocar mais. :(

Mas faz como o Thyago falou mesmo.. vende um.. pega um macbook pro e um controlador barato.... Sei lá, ficar totalemnte destecladado é ruim demais (eu já fiquei, sei como é)

fernando tecladista
Veterano
# out/11
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brunoamaral
É, talvez seja exagero vender os dois mesmo. Vou anunciar os 2, vendo o que sair primeiro..

também acho, no máximo mesmo da grana curta, venda os dois mas pegue por exemplo um PSR 423 usado (800 a 900) pra ter teclas, levar por ai, ou brincar com vst

quanto a bandas já cheguei a conclusão que não dá pra ter somente uma, sempre tem alguem que surta, que vira estrela, que dá esculhacho e a banda fica alguns meses parada por isso, nessa você se mantem com a outra

quanto a trampos em geral, também chutei o balde, se ligou estou indo: tocar forró, bolero... com teclado arranjador, tocar em casamento, tocar no carnaval... se eu não for outro vai, e quando se está no meio se vê que esses trampos são legais, pessoas, legais, não é o fim do mundo você tocar algo que não é seu estilo

quanto a DJ, também tive uma época de vacas magras e tinha 2 opções, ficar resmungando em casa, ou fazer trampos destes tipo, ano passado devo ter feito uns 10 trampos como DJ em festa, o P.A.zinho eu já tinha, mixer também, notebook também.... faltava o que? uma coisa é ser DJ de balada que é algo de responsa, sincronizar as músicas e tal... outra é tocar seleções como uma banda em uma festa de aniversario

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Vale a pena investir em música no Brasil
sim, se você encarar como profissão e não como caminho ao estrelato
música pode ser uma segunda profissão, você não precisa largar tudo pra trabalhar com música, os trampos a noite não batem horários com horário comercial de um trampo normal
tem gente por ai que trabalha normal e vende avon, herbalife, jequiti, faz artesanato, nos fds fazem bico de eletricista, trabalha em buffet, segurança, é contador....

na pindura está todo mundo, a grama do vizinho parece que é sempre a mais bonita, é só conversar com lojistas, dono de bar, trabalhador braçal, fotografo, modelo, ator, pedreiro, empresario, que todos vão falar que estão cansados de dar murro na faca e querem fazer outra coisa e que feliz é a gente que trabalha e se diverte e que gostaria de sair a noite e ainda voltar com 100 no minimo pra casa

acho que tem que colocar metas, ver onde está o consumidor, ver onde está o dinheiro

- você pode ter aquela banda de pop/rock autoral (cada cidade deve ter 10) que você sonha em emplacar, mas isso não te impede de sair tocar sertanejo ou axé com uma banda que te chamou pra alguns trampos
- pegar uns 10 alunos a 100 cada
- se seu equipo tá parado e tem uma sala pra isso, aluga pra ensaio
- aluga o equipamento pra eventos pequenos
- chamou pra DJ vai, só que é outro esforço em saber o que tá rolando em festinhas por ai, mas depois é só se atualizar
- ver seus parceiros de banda, se não querem isso, aquilo não querem tocar no bar tal, não querem tocar na praça do shopping... querem tocar em um barzinho que paga 400 e já querem um roadie, não querem dois dias seguidos de trampo porque dá mó canseira...arrumar outra banda

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eu estou com 37 anos, muita gente que tocava comigo quando tinha 16, 18... jogou a toalha, outros continuam com uma banda que acha defeito em tudo no mundo, na midia, no mercado...como desculpa pra tocar por curtição em casa
percebi que a faixa etaria das bandas que ando tocando é mais baixa que minha idade
estava quase jogando a toalha 5 anos atras e resolvi tomar um rumo

coloquei metas de shows ao ano: 52 (um por semana), primeiro ano foi quase, segundo fechou raspando... esse ano já fechei a meta em agosto
coloquei metas de valores o primeiro ano foi de 5.000 (100 por show) não deu, segundo fechei, aumentei pra 7.000, foi na trave ano passado coloquei de 10.000 não deu, esse ano deve passar bem disso, isso limpo tirando gastos de gasola, pedagio...
acompanho mês a mês, se vejo que a média tá caindo já começo a mexer por aqui

Ken Himura
Veterano
# out/11
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Se desfazer dos dois, a meu ver, é um erro. A menos que você esteja precisando muito do dinheiro, tipo passando fome mesmo.

Porque mais pra frente vai ser mais difícil liberar $$ pra comprar um teclado top, tendo obrigações com a família.

Gus79
Veterano
# out/11
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Cara, isso e' uma fase que passa.

Vende um dos teclados e guarda o outro no case bem guardado.

Daqui a seis meses, um ano... voce vai estar um pouco mais tranquilo e vai bater a fissura de voltar para a musica.

Problemas vem e vao. Mas o artista precisa da sua arte permanentemente para ser feliz.

LucSantos
Veterano
# out/11
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Gus79
Concordo parceiro, a arte vai estar sempre com vc, e a partir do momento em que é só por prazer acho é bem mais recompensador, te deixa mais feliz. Aliás, se fosse ele faria igual ao gustavocp não venderia nenhum dos 2, vai que 'a fase passa' e ele decida novamente voltar a ativa. Ou seja, na pior das hipóteses, vai ser uma excelente recordação.

fernando tecladista

Parabéns pelas inicativas e pelo esforço parceiro, com um planejamento desses realmente é muito difícil dar errado. Não sei se vc não entendeu meu argumento ou as comparações: Também concordo que quem vai pra música pensando em ser uma estrela é um mané. Quanto 'a grama do vizinho ser mais verde' não entendi sua posição: não comparamos com nenhumas das profissões que vc citou, aliás a idéia do tópico não é nem essa. Concordo que todas as profissões tem as suas dificuldades e muitas injustiças, mais ainda acho que o caminho para o músico é mais difícil, as injustiças são maiores ainda(exemplo vivo: brunoamaral). Talvez por acharem que músico não é profissão como outras, já até vi pessoas com pensamentos de que músico é vagabundo, não gosta d trabalhar, ou por muitas vezes não sermos amparados pela CLT, ficando a mercê de contratos esquisitos.... A única coisa que discordo de vc é que se eu tivesse que tocar forró, axé, para continuar no ramo pra mim seria broxante véio, não ia dar não... daí a aceitar qualquer tipo de acordo e pagamento seria um pulo, e perderia o prazer de tocar o que eu gosto (não ia tocar por prazer seria uma obrigação).
Segui um caminho diferente, tenho meu ''trampo' formal e uso a música como hobby, desestresse, satisfação e nem por isso deixo de levar a sério meus estudos na área musical. O efeito colateral é que nunca tocarei com um 'famoso' ou serei 'reconhecido' mas convivo bem com isso. Memo assim reafirmo minha adimiração por vc parceiro que deve ser um poço de experiência vivo depois de tantos anos de trabalho. Parabéns.

E que o fórum seja sempre assim, conflito de idéias...nunca de pessoas!

fernando tecladista
Veterano
# out/11
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LucSantos
não comparamos com nenhumas das profissões que vc citou
não citei com ideia de comparar, apenas citei outras, que muita gente alem de um trampo em alguma empresa tem esses outros como complemento de renda
quanto "a grama" a deia é a seguinte, como não estamos em outro ramo, este outro parece ser o mais facil, se queremos sair da música é porque achamos que há outro caminho para sustento, ninguem quer sair da música e abrir uma loja que vende disquete, porque sabe que não tem futuro, mas já vi muito musico que resolveu abrir um bar e não deu certo, porque achava que era facil administrar: comprar cerveja e agendar banda pra tocar,
vender computador parece facil, compra alguns e coloca na vitrine que o consumidor vem
vender avon é só deixa a revistinha e passar daqui 2 dias e anotar todos os pedidos e ser feliz

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A única coisa que discordo de vc é que se eu tivesse que tocar forró, axé, para continuar no ramo pra mim seria broxante véio, não ia dar não...
talvez, eu levo de boa, devo ter também o meu limite, por enquanto as pagas são boa, os lugares também, não estou tocando por 40 na casa da luz vermelha...

acho que nessa hora é que entra o lance "profissão músico" você olha tua agenda esta vazia, te liga um cara "preciso de um tecladista que o meu surtou, tenho 10 shows agendados o repertorio é axé, pagode, forró" se você vive disso você embarca ou vai pro spc


quanto ao brunoamaral
também tive fase que o trampo acabava comigo, trabalhava por 12 horas voltava moido, não treinava, teclados empoeirando, banda parada, capital investido parado, juntou com uma deprê (das oficiais) , também deu vontade de chutar o balde, mas foi uma fase

se tivesse vendido tudo talvez hoje eu não estaria tocando mais
também acho que vendendo tudo eu não teria coragem de voltar em uma loja e comprar um teclado pra ver se eu voltaria tocar

a fase ruim passou e foi bola pra frente, a arrancada foi no tranco porque sair da inercia é complicado, mas com o tempo voltei a me entender comigo mesmo

Ken Himura
Veterano
# out/11
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LucSantos
Tudo isso é superável com planejamento (o lance da falta de CLT e tal). Vê aí a quantidade de empresário que existe, muitos deles fazem previdência privada e investimentos pra se garantir caso dê alguma merda ou na aposentadoria. Dá pra contribuir no INSS como autônomo também, nem é tão pesado assim.


A única coisa que discordo de vc é que se eu tivesse que tocar forró, axé, para continuar no ramo pra mim seria broxante véio, não ia dar não... daí a aceitar qualquer tipo de acordo e pagamento seria um pulo, e perderia o prazer de tocar o que eu gosto (não ia tocar por prazer seria uma obrigação).
Isso que separa o músico profissional do músico que leva por hobby. O profissional tá lá pra tocar o que vier, principalmente os de estúdio. Prefiro ficar brochado e ganhar um bom dinheiro (que serve como viagra hahahaha) do que ficar pobre só tocando o que gosto.

Só quem toca o que quer é famoso ou solista de renome.

Marcus Cerutti
Veterano
# out/11
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brunoamaral - velho, li seu tópico havia poucos minutos que vc tinha escrito e fiquei o dia todo pensando nas suas colocações e no 'jogar a toalha'.

Não tive a oportunidade de estudar 13 anos de piano e nunca fui músico profissional, o que me impede de dar um testemunho mais sério, mas acredito que ficaria muito triste se estivesse no seu lugar.

Diria para você três coisas apenas:

1. leia 10 vezes o que o pessoal escreveu aqui - acho que são opiniões e testemunhos muito ricos de verdades e sugestões.

2. só venda se estiver passando fome, spc, ...

3. tente manter (pelo menos) um projeto musical na sua vida, senão vc pira o cabeção. Pode ser como músico, produtor, arranjador, ... o que for... não largue completamente o osso.

bravo57
Veterano
# out/11
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brunoamaral

Realmente não vale a pena vc abandonar td isso que conquistou. 13 anos no piano é algo louvável. Tente manter um teclado, ou pelo menos um mais barato, pois podem surgir futuramente uma oportunidade e vc estará preparado. Pense bem, isso é algo que vc gosta, não deixe estas frustrações acabarem com td.
A pior coisa é quando bate o arrependimento.

Boa sorte.

LucSantos
Veterano
# out/11
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Ken Himura
Prefiro ficar brochado e ganhar um bom dinheiro
Aí é contigo parceiro, eu não quero ficar brochado...mesmo com o viagra...rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs

do que ficar pobre só tocando o que gosto.
Acho relativo, nem vou entrar no assunto.

Só quem toca o que quer é famoso ou solista de renome

Verdade....QUANDO SE VIVE DA MÚSICA!

Quero propor uma comparação: Vcs já viram algum doutor que cursa medicina 12 anos desistir da profissão? Eu não. Já viram algum juiz que cursa direito uns 10 anos e vive se atualizando desistir de julgar? Eu não. Agora já viram alguém que estuda música e trabalha no ramo há 20, 30 anos desistir? Já vi uma porrada! (O bruno ficou envolvido 23 anos).

Galera, não estou sendo pessimista, querendo levar a coisa pra baixo, pelo contrário, até parabenizei o fernando por seguir na luta e pô, apoio qualquer um que queira continuar, acho até que devíamos fazer mais pela profissão, mas só citei os exemplos para reiterar tudo que eu disse nos outros post. Posso estar errado na argumentação mas acho que os fatos são mais que evidentes...

do-bandolim
Veterano
# out/11
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brunoamaral,

Tô com o Marcus Cerutti, e nas belas palavras do fernando tecladista: pensa bem no que vai fazer amigão; essa fase passa. Aliás todas as opiniões são conselheiras e enriquecedoras, trazendo um pouco da experiencia de cada um. Isso é que enriquece um fórum, mesmo não nos conhecermos pessoalmente, é como se fôssemos amigos de décadas. Bola prá frente amigão, chuta o balde não!.
O problema maior não é seu, nem meu e nem de ninguém. O problema é que vivemos em um país que é pobre musicalmente, que tem por tradição não valorizar seus músicos, principalmente músicos instrumentistas. Só tem valor o que a mídia "empurra" goela abaixo. Mas acho que isso não é surpresa prá nenhum de nós não é mesmo? pois um país que ocupa os piores lugares em educação, em termos mundiais, o que se pode esperar da cultura musical de seu povo?, é triste, é lamentável, mas é a realidade. É por isso que todos aqui são "guerreiros, espartanos": todo sacrifício em nome de algo maior que é a própria música.
Desiste não amigo! Agraços.

MetalKey
Veterano
# out/11
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Ken Himura
Concordo com você na questão de que se a musica é uma profissão você tem que fazer de tudo e ganhar dinheiro. Com certeza é melhor do que querer viver da música tocando somente o que gosta e passar dificuldade, privações, não poder se dar o luxo de umas férias para viajar. Até quem não vive de música faz muitas vezes coisas no trabalho que não gosta. Estou dizendo ter a música como profissão.
Agora se a pessoa tem outra profissão a coisa muda. Você fará da música um hobby e assim tocar o que quiser.

LucSantos
A diferença é que um Juiz e um Médico chegam a ganhar mole mole uns 20 mil por mês e mesmo assim realizam tarefas que não gostam. Agora um músico tirar esta grana é pra poucos.

brunoamaral
Fique pelo menos com algum dos teclados(talvez até com os dois mesmo) e nunca desista de tocar. Mesmo que não trabalhe com música não deixe que a sua musicalidade morra.
Atualmente toco uma vez por mês e fico satisfeito por fazer isto em um bom equipamento, pois no momento que chutei o balde e fiquei sem teclado senti muita falta e demorei muito tempo para conseguir um bom equipamento. Muitas vezes me pergunto: Poxa só toco na igreja e para as pessoas não faz diferença se estou tocando em um PSR para iniciante ou um Motif. Então para que imobilizar tanto dinheiro em um bom equipamento? Logo vem as respostas. Tenho que fazer algo que aumente a satisfação pessoal. Tenho que utilizar o dom que Deus me deu com a melhor qualidade possível. Olha que o meu key é mid level.

Betobk
Veterano
# out/11
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Amigo ...
Larguei a musica, vende tudo...só me restou o cabo que ficou esquecido,
e olha que tinha era um simples PSR 620 e PSR 510.
2 anos se passaram... a saudade bateu...liguei para uma loja de usados,
e custavam o dobro do que eu tinha vendido.
Casado com filhos e ganhando o de pagar as contas.
Chorava de saudades, ao ver meus amigos tocando...chorava mesmo.. de lágrimas correrem pelo rosto.
Hoje graças ao meu bom DEUS com muito esforça e loucura, estou voltando a tocar e comprando meu material... más é muito difícil...instrumentos são muito caros... e pra comprar novamente é dureza... filhos...mulher...contas e + contas.
Então AMIGO, pelo que passei, te aconselho a no maximo vender um dos seus teclados ( e olha que os meus perto do seus são fichinha),
porque a saudade.. a paixão... o coração, acaba falando mais alto com o tempo...e pode ser mais difícil ainda , pra você reconquistar tudo de novo.
Não é você que escolhe a música... e sim a música que te escolhe...
Não é qualquer um que aprede a tocar...ainda mais teclado...

Outro dia ouve um cara falar... que se precisa de um guitarrista é só balançar uma árvore que cai aos montes...
Más um tecladista é complicado de se encontrar.
Calma... essa fase vai passar... experiência propria... e vivida na pele...
Ore ao SENHOR para que ELE te mostre o caminho a percorrer.
fique na paz!

J.Dionatan
Veterano
# out/11
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Betobk

Excelente comentário e testemunho de vida.

brunoamaral
Veterano
# out/11
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Obrigado a todos os que postaram pelo apoio e pelos conselhos. Realmente vou refletir mais. Por hora, nem se quisesse poderia levar adiante algum projeto musical, por absoluta falta de tempo. Mas vou pensar bastante antes de me desfazer dos teclados. A princípio, tinha pensado em vendê-los porque me parece um exagero manter duas máquinas dessas dentro de seus cases, encostadas na parede. Talvez um SP76II fosse suficiente para matar a fissura quando batesse a saudade... Mas é óbvio que, sendo possível, o prazer de tocar nos instrumentos que sempre desejei é infinitamente maior.

Achei muito interessantes algumas discussões que se instalaram no tópico. Quanto à questão de tocar de tudo ou apenas aquilo que se gosta, o Ken Himura resumiu bem: essa é a diferença entre o profissional e o amador. Quando fui profissional, por exemplo, cheguei a tocar com uma banda de Salvador, que fazia aquele estilo "pagode baiano" (tipo Tchan, Harmonia...), um estilo que eu pessoalmente abominava. Mas essa banda me deu a oportunidade de viajar o país e juntar uma grana que me possibilitou montar um estúdio. Nos últimos anos, por outro lado, quando passei a encarar a música como hobbie, só entrei em projetos que me agradavam, como por exemplo uma banda cover do Deep Purple.

Muito interessante também o depoimento do Fernando Tecladista. Tenho vários amigos que vivem exclusivamente da música, e que pra isso têm que realmente saber diversificar: ter algumas bandas, fazer sonorização de festas/eventos, dar aulas, tocar sozinho em bares (violão/voz ou teclado/voz)... No meu caso, tenho outra profissão que é capaz de garantir mais tranquilidade à minha família, mas que por outro lado não é compatível com o exercício da atividade de músico, por motivos diversos (em especial pelo tempo que consome). Simples assim. Embora ame a música, tenho que colocar em primeiro lugar aquilo que é capaz de fornecer mais adequadamente o sustento dos meus.

Não estou vivendo nenhum drama pessoal, apenas não tenho mais como levar adiante a música, e pensei ser exagerado manter equipamentos tão caros parados... Mas vocês estão me fazendo mudar de opinião, uma vez que a grana da venda também não seria capaz de "mudar minha vida", e provavelmente eu nunca mais teria teclados tão bons.

Por hora, continuo jogando a toalha. Mas já não sei se vou me desfazer das luvas.

Deco_ufrj
Veterano
# out/11
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LucSantos
(como a de DJs fajutos - alguns, não generalizando - que fazem um cursinho de 2 meses e tiram a oportunidade de um cara que estuda música ha 10 anos, por exemplo),

mas o que uma coisa tem a ver com outra? desde qnd um Dj tira oportunidade de um tecladista?

Deco_ufrj
Veterano
# out/11
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LucSantos
PS: Concordo que a maioria são fajutos, não fazem curso, não querem aprender (alias, a preguiça reina nos adolescentes de hj)... mas o trampo de um Dj nada tem a ver com o trampo de um tecladista...

brunoamaral
Veterano
# out/11
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Deco_ufrj

Acho que ele não quis dizer propriamente do tecladista, mas dos músicos em geral... As próprias bandas (nas quais os tecladistas teriam oportunidades) vêm sendo substituídas por DJ's, muitos dos quais sem qualquer formação musical ou pelo menos uma formação técnica em sua área... Ou mesmo quando não propriamente "bandas", os "DJ's" vem roubando também aqueles trampos clássicos de violão/voz, teclado/voz...

pomtwo
Veterano
# out/11
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olha bruno ... eu no seu caso com esses teclados nao me desfaria de nenhum ... eu guardava tudo ... grana ? isso eh dificil na vida de todo mundo ... e creio que quando vc comprou esses teclados , vc deve ter sofrido pra pagar ; entao ai ja eh uma questao ate mesmo de conquista ...

ou seja vc lutou tanto e agora vai vender pra ter grana ? eu sei por que to desempregado precisando muito de grana , mas eu sei tambem o quanto eu sofri pra ter meu teclado ...

eu venderia mesmo so se tivesse passando fome , ou o banco fosse tomar minha casa .. do contrario , manteria meus teclados .. ate por que se vc tem filhos eles podem servir muito bem pra seus filhos ...

Deco_ufrj
Veterano
# out/11
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brunoamaral
Com todo respeito, mas se uma casa resolve trocar um "voz e violao" por um DJ, é por que os frequentadores dessa casa mudaram o estilo musical... não estao mais a fim de ouvir engenheiros do hawaii, ana carolina e jorge versilo... eles estao querendo ouvir musica pop/dance... ainda estou pra ver uma casa trocar uma banda por um dj que toque forró... toda casa de forró que conheço continuam com musica ao vivo... acho que é mais facil culpar os "djs" do que enxergar que o publico mudou...

daqui a pouco estarao reclamando que as casas contratam restart mas não contratam as bandas de hard... a culpa não é do restart eles estao aproveitando a chance e pronto... o povo que tem preguiça mental de entender que essas bandinhas são uma m...., que não agregam qualidade alguma em suas musicas, mas é o publico quem manda em todo estabelecimento comercial com fins lucrativos...

R Santiago
Veterano
# out/11
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brunoamaral

Acho que todos passaram ou vão passar por fases assim. Teve uma fase da minha vida em que a música era meu ganha pão principal e não podia imaginar a hipótese de ficar um fds sem tocar. Hoje em dia passo até um mês sem ligar algum dos teclados e os shows em média acontecem a cada um ou dois meses. Em alguns momentos fiquei meio depressivo porém aprendi a buscar outras formas de satisfação para suprir essa falta que a música de vez em quando faz. Minha esposa e pequena filha me ajudaram bastante :))


Siga o que a maioria falou. Não venda tudo. Se for o caso venda apenas um.

brunoamaral
Veterano
# out/11
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Deco_ufrj

O que você diz é verdade em parte, pois além da "preferência" do público existe outro fator (muito) determinante: PREÇO. Sai mais barato colocar um DJ que uma banda. E isso não é só em casas noturnas. Quantas festas (casamentos, 15 anos etc.) deixaram de contratar bandas para colocar DJ's, simplesmente pelo preço mais acessível? Ressalvo apenas aqueles que contratam DJ's de verdade, optando pelo estilo que só esses podem oferecer (e não trocando a banda pelo DJ apenas por esse ser mais barato). Apenas públicos muito restritos preferem DJ's a bandas; se a preferência musical mudou, eles prefeririam bandas tocando as novas preferências aos DJ's. A questão principal é, realmente, o preço. A menos que você presencie uma realidade bem diferente da que eu percebo há muito tempo.

Gus79
Veterano
# out/11
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brunoamaral

Concordo 100% com o que você falou.

Deco_ufrj

DJ mesmo é algo que agrada ao povo techno, house, rave, dance... Mas isso faz tanto sucesso quanto heavy metal.

Na maioria das vezes em que vejo "DJ" tocando na verdade o cara cobrou cenzinho pra ficar escolhendo mp3 no laptop ligado no PA.

Aliás, para tocar música que foi gravada com músicos de verdade e baixada pelo "DJ" via emule.

Muito diferente de DJ real, que faz a sua própria música, mixando, remixando, destruindo e recriando. Só que esses a gente não vê por aí - afinal, eles custam tão caro quanto colocar uma banda para tocar, e a música deles também não é "digerida" pelo público.

No fim das contas, 99% das vezes o DJ é contratado por ser mais barato e colocar a "música que faz sucesso" - ou seja, é como se fosse um rádio, mas que você pode pedir a música ali na hora.

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