Dicas e curiosidades sobre pianos

    Autor Mensagem
    expedifer
    Veterano
    # mai/11


    Ví em alguns sites coisas muitos uteis pra se saber, manter e aprender sobre pianos. Taí a primeira:


    PIANO

    Um afinador de pianos é em parte cientista, em parte artista e em parte psicólogo. Um cientista, pois deve conhecer os fundamentos físicos da harmonia e da dinâmica de propagação das ondas. Um artista, pois deve ter o toque seguro de um excelente músico ao utilizar seus instrumentos. Um psicólogo, pois deve conhecer e deve saber definir as necessidades de seus clientes.

    Mas essas são características desejáveis, pois a característica indispensável ao afinador é ter um bom ouvido: é ter a capacidade de discernir as variações mínimas dos sons produzidos em toda a extensão do teclado, desde as notas graves (a partir de 30 ciclos por segundo) até o ponto culminante das notas agudas (mais de 4.000 ciclos). Até os 25 anos de idade, a pessoa pode aprender as infinitas sutilezas dos sons.

    Destinada a "colocar o piano no tom", a afinação é um processo com o objetivo de colocar todos os elementos do piano num ponto de equilíbrio (em primeiro lugar, o tom correto; depois, a voz agradável, responsável pela sonoridade própria, variável de acordo com o lugar); é um processo extremamente complexo, pois um piano, um instrumento nada prático, tem mais de duzentas cordas e cada uma delas deve estar afinada num determinado tom.

    Cada tom, por sua vez, deve relacionar-se com os tons das outras cordas, de forma a produzir, em toda a extensão do teclado, uma série de tons com intervalos regulares, desde a extremidade grave até a extremidade aguda.

    Quando um afinador ajusta as notas de um piano, ele altera, com muita precisão, a tensão de cada corda girando a cravelha à qual ela se prende em uma de suas extremidades, até alcançar o tom desejado, mais agudo ou mais grave. A mão esquerda pressiona as teclas enquanto a mão direita gira as chaves de afinação.

    Com um bom ouvido e mão certeira, um bom afinador não leva mais de uma hora ou hora e meia para deixar o piano afinado. Um bom afinador não é chamado de volta pelo cliente pouco depois, observa Luc, restaurador e comerciante de pianos usados em Paris (Luc só vende pianos a comprador recomendado por cliente. Tem por norma convidar o comprador para experimentar, tocar e examinar os instrumentos; depois, deixa-o decidir por si mesmo).

    Os pianos com cravelhames (suporte das cravelhas) totalmente de metal mantêm a afinação por muito mais tempo (as cravelhas, inseridas nos cravelhames, retesam as cordas).

    Um piano novo precisa de um período de maturação durante o qual ele não apenas se aclimata ao ambiente, como se adapta ao estilo e à freqüência de uso. As correntes de ar não fazem bem algum, mas a exposição direta ao calor é a morte, ensina Luc.

    Um piano bem tocado, com freqüência, quase sempre atinge um equilíbrio perfeito e sua sonoridade ótima em poucos anos. Se for bem cuidado, continuará a responder adequadamente durante muitas décadas, até mesmo por várias gerações. Mas os pianos, de um modo geral, começam a deteriorar lentamente depois de um período inicial de amadurecimento. Há pianos vivos, para serem tocados, e há pianos para museus.

    Em razão desse processo de vida, um concertista quer sempre tocar num instrumento no apogeu de sua transitória existência, devidamente sazonado e amaciado, além de mecanicamente perfeito. Essas condições só se mantêm durante uns poucos anos, na melhor das hipóteses. Na maioria das salas de concerto, os pianos são alugados. O piano alugado pode sempre ser substituído por outro em melhores condições.

    O piano deve sempre ser tocado. É melhor ser mal tocado a não ser tocado. O piano assemelha-se bastante a um organismo vivo com necessidade de estímulos para o todo funcionar harmonicamente.

    Quando é tocado, todas as suas partes estão sujeitas a vibrações e, ao longo do tempo, o efeito dessas vibrações no conjunto das partes é mais ou menos uniforme: as cravelhas apóiam-se de certa forma no bloco de cravelhas; os martelos respondem às teclas de maneira regular; o tampo harmônico se flexiona e vibra dentro dos limites esperados.

    Se não for tocado, nenhuma das partes se move e o único fator atuando sobre o todo é o processo longo e lento de deterioração, agravado com as mudanças de temperatura e umidade, além da pressão constante das cordas retesadas.

    Luc reconhece num piano usado: se o piano foi muito tocado ou não; se o ambiente onde esteve tinha o nível correto de umidade (uma regra de ouro); se havia criança na casa; e até mesmo se foi transportado em navio recentemente (a pior coisa possível de ocorrer com um piano).

    Quando um piano é transportado para um ambiente diferente, ele sofre o choque da mudança. A mudança influi na madeira, a qual absorve quantidades diferentes de umidade, e nos pinos de afinação, os quais saem do lugar. O piano exige um certo tempo para aclimatar-se a um novo ambiente. O processo de aclimatação leva provavelmente alguns meses, até as várias peças de madeira e os encaixe começarem a respirar com um todo. Nessa fase, o piano requer uma série de afinações sucessivas para chegar ao tom desejado; é de se esperar o piano perder a afinação em pouco tempo.

    Cada piano tem características absolutamente individuais, mesmo quando comparado a outros da mesma marca e da mesma idade, diz Luc.

    Os pianos modernos têm 88 teclas: as "naturais" (brancas) e as "acidentais" (pretas). Pressionando-se uma tecla, uma nota é tocada e produz um som puro com um ponto de referência fixo expresso em vibrações por segundo, o mesmo para todos os pianos. A tecla faz mover o martelo e o martelo golpeia uma corda ou geralmente mais de uma corda: são 88 teclas para mais de 200 cordas, todas esticadas entre dois pontos, com bastante tensão. As vibrações da corda produzem um som correspondente a uma nota específica. Quanto maior a tensão, melhor. A tensão afeta diretamente tanto o volume quanto a qualidade da nota.

    Muitos pianistas, principalmente os concertistas, preferem o teclado de marfim, porque, segundo eles, absorve o suor dos dedos e é mais suave ao toque em relação aos seus substitutos à base de polímetros. Com o tempo, o marfim das teclas fica amarelado. A utilização do marfim nos teclados foi proibida na década de 80.

    A simples vibração das cordas de um piano produz um som fraco e de pouca ressonância. O tampo harmônico, uma placa de madeira grande e fina, recebe a vibração das cordas e tanto vibra também como aumenta o som. Quando um piano toca, toda a estrutura de madeira vibra e ressoa de maneira solidária aos sons produzidos pelas cordas.

    Bartolomeo Cristofori, fabricante de instrumentos da corte dos Médici, em Florença, é considerado o inventor do piano. Sabe-se da existência de piano desde 1694. A invenção ocorreu em torno do ano de 1700, diz-se por consenso.

    Cristofori inventou um meio de fazer uma corda, posta a vibrar, tocar mais alto. Antes, os instrumentos de teclado deixavam a desejar por várias razões: os clavicórdios produziam um som baixo, somente apropriado para ambientes pequenos; os cravos, de maior tamanho, produziam um som mais forte, mas a força com a qual se pressiona a tecla não alterava o volume do som produzido.

    O piano trouxe a inovação revolucionária de traduzir o movimento de uma tecla em uma nota de volume variável: uma tecla pressionada com força produz um som forte e claro; pressionada de forma leve produz uma nota suave. O sistema mecânico do piano vem sendo aprimorado, mas, em sua essência, continua o mesmo.

    Quando Johann Cristian Bach tocou seu primeiro solo de piano em 1768, na Inglaterra, esse instrumento de teclas já era um triunfo inquestionável. O período barroco cedeu passagem ao clássico e o piano foi o meio perfeito para a nova expressão da música, com a influência de Haydn, Mozart e Beethoven.

    A "Hammerklavier" é a mais longa das trinta e duas sonatas de Beethoven para piano. Revelação dos limites extremos da pujança e da expressividade do piano, essa sonata é considerada a de mais difícil execução e sua obra mais visionária. Beethoven, caracterizado pela fúria dispensada aos teclados para sentir as vibrações de sua música, influenciou na manufatura de pianos.

    Liszt representa a vanguarda no fenômeno da divulgação do piano. Ele gostava de dar recitais. No início, quando os pianos eram menos resistentes, sem estrutura de ferro, Liszt, ao longo de uma apresentação, poderia destroçar o instrumento utilizado, por força de uma execução não apenas enérgica, mas também obsessiva, avassaladora e arrasadora. Ele costumava ter um ou dois pianos de reserva em seus concertos.

    Chopin era o oposto de Liszt em estilo de execução e preferia uma forma mais sutil de tocar. O volume do som não interessava a Chopin, criador de uma técnica revolucionária para revelar sutilezas harmônicas e rítmicas.

    O piano de cauda foi imaginado por Cristofori a partir da harpa. O piano de cauda é uma harpa dentro de uma caixa, observou Leigh Hunt.

    A diferença de um piano de cauda para um piano de armário é quanto ao plano vertical ou horizontal do tampo harmônico e as cordas em relação ao teclado: no piano de armário, o plano é vertical; no piano de cauda, o plano é horizontal, possibilitando a vantagem de cordas mais longas e sensíveis. Em Paris, devido à área relativamente pequena da maioria dos apartamentos, os pianos de armário são mais procurados e, em conseqüência, são mais valorizados.

    O piano oficial da Casa Branca é um "Steinway", modelo D, americano, de 1930, com gabinete em mogno natural e três pernas douradas no feitio de águias. Napoleão III deu um belo "Bosendorfer" (austríaco) à sua imperatriz Eugénie. O czar Nicolau ofereceu à sua Alexandra um "Schroeder". São outras grandes marcas de pianos: a inglesa "Broadwood", a americana "Chickering", a alemã "Bechstein", a austríaca "Stingl", as francesas "Erard" e "Pleyel".

    A Alemanha, avalia Luc, é o único país ainda a produzir uma grande variedade de pianos e mantém uma tradição de excelência no trabalho artesanal. Basta ver as marcas: Bechstein, Grotrian, Steingraeber, Bluthner, Ibach, Forster, Schimmel, Thurmer, Sauter, Seiler.

    Uma das melhores marcas de piano do mundo atualmente é a italiana "Fazioli". São instrumentos extraordinários, praticamente feitos à mão, com produção limitada, comenta Luc, o qual acrescenta: são os pianos mais caros do mundo; um "Fazioli" de cauda para concertos custa mais de US$ 100 mil. A produção foi iniciada em 1980 sob a condução de Paolo Fazioli, preocupado em dar sonoridade própria aos seus pianos.

    Essa sonoridade própria, explica Paolo Fazioli, é viabilizada quando se busca dar equilíbrio a muitos sons, geralmente não ouvidos, de extrema suavidade e de elevada sutileza. A importância desses sons para a sonoridade do piano lembra a capacidade de grandes conhecedores de vinho de apreciar todas as sutilezas de uma grande safra: ninguém precisa saber dessas sutilezas para apreciar um vinho excelente, mas o fabricante do vinho precisa reconhecê-las a fim de aperfeiçoar sua arte.

    Sem qualquer hesitação, Paolo Fazioli aponta a qualidade mais importante de um piano: o som produzido ao ser tocado.


    http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=51

    expedifer
    Veterano
    # mai/11 · Editado por: expedifer
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    Mais uma:


    Conheça mais o piano

    1. Chapa de ferro

    As cordas de um piano apertadas em 440Hz fazem uma pressão em torno de 23 toneladas nas extremidades ao qual estão presas. Inicialmente, a criação da chapa de ferro se deu pela necessidade de aumentar a resistência estrutural do piano. No entanto, era um corpo a mais interferindo e interagindo indiretamente no produto final do instrumento, sonoramente falando. Assim, mais uma difícil tarefa para os ilustres fabricantes e seus engenheiros. Agora, a chapa de ferro tinha que ter forma e massa de metal para interferir o mínimo possível na sonoridade do instrumento. Atualmente, as chapas de ferro têm formas similares a uma chapa de ferro de um piano de cauda.
    A chapa em questão é de um modelo de Steinway – A indústria que mais registrou patentes de projetos de piano no mundo.

    2. Cepo

    É muito comum ouvir as pessoas dizerem que o cepo do seus pianos é de metal. Isso está errado. A palavra "cepo" significa "madeira". E, sendo assim, todo cepo de piano é de madeira ao que se sabe até hoje. Na imagem a seguir, temos o desenho em corte de um cepo de piano de cauda. Os cepos em geral são em camadas que, entre outros motivos, aumenta a sua resistência.

    3. Tampa harmônica

    A tampa harmônica de ressonância tem uma função bem parecida com a do tampo do violão. Ambos, inclusive, têm leques (pequenas ripas em madeira) que fazem com que o som se espalhe por toda a tábua harmônica. Essa madeira também tem função sonora e, por essa razão, deve ser selecionada cuidadosamente para esse tipo de função. Cada fabricante usa suas próprias medidas em termos de dimensões e espessuras. Nos violões de concerto, por exemplo, várias medidas diferentes são usadas, do centro do tampo a suas extremidades, variando de acordo com o fabricante. O mesmo vale para o tampo e fundo dos instrumentos de arco, que, por sua vez, constituem-se nos mais complexos cálculos em relação a outros instrumentos que utilizam o mesmo tipo de componente.

    4. Corpo, caixa ou esqueleto

    Os instrumentos acústicos possuem um corpo que terá direta ou indiretamente uma função acústica, por isso, a classificação instrumento acústico. De acordo com o tipo de instrumento, seu corpo terá mais ou menos atuação acústica. No caso do piano, esta atuação é quase que inexistente. A caixa de um piano tem o principal objetivo de unir ou sustentar toda a estrutura interna.

    1. Retirando as laterais e o fundo de um instrumento de corda tangível, como o violão, percebemos a expressiva queda sonora e timbral do seu som final.


    2. No piano ocorre o contrário, pois se são retiradas as laterais e as tampas, a sonoridade aumenta.

    5. Teclado

    Um teclado de piano nada mais é que um sistema de alavanca, ou seja, um pedaço de madeira (tecla), dois pinos (um de fixação vertical – equilíbrio – e outro de fixação horizontal – posicionamento) .



    Nota: o pino de fixação para o movimento horizontal (posicionamento) tem como principal objetivo fazer com que as teclas não se movam para os lados, enquanto o pino de fixação de movimento vertical (equilíbrio) tem como objetivo impedir que a tecla mova-se para frente e para atrás.

    6. Máquina do piano

    A maior parte das peças da máquina de um piano são de madeira e, por essa razão, são confeccionadas à mão (razão pela qual essas peças não tenham forma de alta precisão. Isso dá início a uma grande e bela história evolutiva da física instrumental do piano, utilizado cada vez mas a tecnologia de ponta disponíveis em outras épocas. As maiores indústrias de piano do mundo, como a PETROF, STEINWAY, BÖSENDOLFER, YAMAHA, entre outras, construíram em suas fábricas grandes centros de tecnologia para o estudo e aprimoramento de magníficos pianos. Alguns equipamentos tecnológicos, como softwares, também foram desenvolvidos especialmente para estas finalidades.

    Na história, a evolução dos instrumentos se deu desta formas:
    Um músico executava ou compunha uma música. Um físico ouvia e cantava, às vezes, se inspirando, o que o levava aos estudos que, por suas vez, resultavam em uma melhoria do instrumento.
    Assim, o músico compositor deslumbrado com a novidade, ficava tomado de inspiração e compunha músicas ainda mais bonitas, exigindo mais do instrumento. Dessa forma, os físicos se inspiravam ainda mais, e assim ocorre ata os dias de hoje.

    O feltro não e um feltro comum que encontramos em lojas de tecido em geral. Ele tem uma textura diferente, própria para a finalidade do martelo. O feltro do martelo tem a finalidade de promover um som mais forte, homogêneo e doce. Se batermos um martelo comum, este não apresentará nenhum movimento após a pancada, ou seja, após a pancada, o martelo ficará estático no local batido. Fazendo essa mesma experiência com um martelo que tenha cabeça de borracha, notaremos que após, a pancada, ele voltará um pouco para trás. A finalidade do feltro não é apenas sonora. Após a pancada na corda, o feltro da cabeça do martelo fará com que este retorne com velocidade proporcional à com que chegou à corda. No caso do piano de armário, outras peças – como molas – auxiliam na volta do martelo à posição inicial.
    Quando tocamos uma nota ao piano, uma das extremidades da tecla toca no sistema de contra-abafadores, desencostando o mesmo da corda e permitindo que o som soe livre enquanto a tecla estiver pressionada.

    7. Pedais

    Os dois sistemas de pedais, seja de piano de armário ou de piano de cauda, oferecem uma concepção quase iguais no que se refere a forma de funcionamento. Porém, o sistema de pedais de um piano de armário envolve um conjunto de peças mais interessantes, além de poder ser visto com mais facilidade por você mesmo (a) em seu próprio pianovertical.

    Em cada uma das barras horizontais existe uma mola curva em formato de "C", que fica posicionada quase no centro da barra horizontal (também servindo como ponto de equilíbrio) e permite que o pedal volte sozinho ao seu estado inicial. O sistema de pedais de um piano de armário funciona com a mesma concepção de um sistema de alavanca, assim como o sistema de teclas. As barras horizontais são conectadas com as barras verticais por meio de um pino de encaixe. Então, quando pisamos no pedal, abaixamos uma das extremidades da barra horizontal, enquanto a outra se levanta. Por sua vez, essa outra extremidade que se levanta, empurra para acima a barra vertical, acionando assim sua função de destino. Se for o pedal da surdina, a alavanca (que fica dentro da máquina do piano) aproxima todos os martelos da corda, diminuindo a distância entre eles e, conseqüentemente, diminuindo a força da pancada, o que proporciona um som de menos volume. Inversamente ocorre na ação do sistema de sustain e do abafador. Quando pisamos no pedal de sustain (abaixando assim um das extremidades da barra horizontal), a barra vertical sobe acionando a alavanca dentro da máquina do piano e, consequentemente, afastando os contra-abafadores das cordas, o que permite que o som soe livremente. O sistema de pedal de abafador funciona da mesma forma que o pedal de sustain, sendo que, ao invés de afastar os contra-abafadores das cordas (proporcionando um som livre), desce a barra com feltro que se antepõem entre os martelos e as cordas, abafando o som.

    8. Jogo de cordas

    As cordas de um piano apertadas no diapasão em 440Hz, fazem uma pressão de toneladas nas extremidades em que estão presas. Se a afinação estiver no padrão de orquestra (diapasão em 442hz), a pressão será ainda maior. Nenhuma das cordas do piano tem o mesmo cumprimento. No piano, existem notas com 1, 2 e até 3 cordas. Quando a nota tem mais de uma corda, essas deverão ter a mesma espessura. Para que uma nota atinja corretamente seu ponto de afinação dentro de uma escala, não basta somente apertar a(s) corda(s) referente(s) àquela nota. Essa(s) corda(s) deve(m) respeitar uma proporção matemática entre a espessura da corda e seu cumprimento.
    As cordas do piano são basicamente dividias em dois tipos: Cordas e Bordões.
    As cordas são de arame de aço liso somente, sem nenhum tipo de enrolamento. Já os bordões, são constituídos de cordas lisas envolvidas uma, duas ou três vezes em arames de cobre com espessuras diferentes.

    9. Reforço estrutural

    Reforço estrutural significa reforçar a estrutura. O peso de um piano, seja ele de armário ou de cauda, é bem pequeno quando comparado à pressão a que o instrumento está submetido pelas cordas. Por essa razão é que se faz mister um projeto à parte só para se tratar desta questão. Esse projeto vem com o objetivo de criar reforços no corpo do piano que o ajude a suportar não só o peso de todos os componentes internos, mas também toda a grande pressão imposta pelas cordas afinadas no diapasão. Normalmente, o reforço estrutural é constituído por toras maciças de madeira localizadas no verso do piano.


    10. Tampas

    As tampas do piano (seja de armário ou de cauda) têm a função de melhorar a proteção de seus componentes internos contra a poeira e outros agentes contidos no ar, que podem diminuir o tempo de vida útil do instrumento, bem como o bom funcionamento dos sistemas mecânicos.

    Dicas para cuidar do seu piano


    Afine seu piano todo ano

    A manutenção da afinação deve ser feita todo anos – em alguns casos, de seis em seis meses, dependendo da região que o piano se localiza ou do uso que se dá a ele. O instrumento desafina por dois motivos primordiais: primeiramente, o uso. Um piano pouco usado (2 horas de estudo diárias) vai desafinar mais lentamente que um piano muito usado (6 a 8 horas de estudo diárias), logicamente. O segundo fator que leva à desafinação do piano é sua localização geográfica. O clima, o tempo, a umidade, etc. Em um lugar como a cidade do Rio de Janeiro, em que a umidade do ar é estável (cerca de 45%) e a temperatura também é estável quase todo o ano, a tendência que um piano desafine é menor do que, por exemplo, na cidade de Nova Friburgo, que fica localizada a 1000 metros de altitude e onde a umidade no verão oscila na casa dos 80 a 90%. A umidade e a temperatura expandem e contraem a madeira e o metal com que o piano é confeccionado, desafinando-o. Nós, da Tudo em Piano, recomendamos a afinação anual, pois, se um piano é deixado muito tempo sem se fazer a revisão na afinação, esta acaba por cair em até um ou dois tons, tendo que ser efetuada em 440 Hz ou 442 Hz. Isso implica no aumento da tensão exercida pelas cordas, o que pode acarretar a quebra destas últimas e dos bordões, enfraquecimento das cravelhas e até mesmo fazer com que a desafinação seja recorrente no instrumento.

    Limpeza do seu piano:

    Nunca retire as tampas frontais do seu piano nem toque nos sistemas de pedais e de mecanismo. Deixe isso na mão de um profissional.
    Nunca utilize produtos oleosos no caso de seu piano ter acabamento com verniz goma laca arábica, pois produtos oleosos criam, com o passar do tempo, uma camada de gordura que vai se ressecando. A cada aplicação, é retirada parte da camada de mão dada anteriormente. Como o óleo ressecado está agarrado à superfície do verniz, este vai perdendo o brilho. O mais aconselhável é passar uma vez por ano um finíssimo óleo de nozes ou de linhaça com pano, o que evitará que o verniz trinque com o passar das décadas. No caso de você querer dar uma nova vida na madeira do piano, contrate um bom lustrador ou os serviços Tudo em Piano.
    Se o seu piano tem o acabamento em verniz poliuretana, recomendamos que seja usado um pano úmido e, depois, algum produto do tipo "lustrador de móveis". Possuindo algum arranhão superficial, primeiramente passar uma lixa (com lixa de grana fina 1600), depois uma boa passada de cera automotiva, ou até mesmo massa de polir número 2 e, depois, massa de polir número 1 devem resolver seu problema. Ainda se quiser, pode passar cera de carnaúba para que a madeira obtenha o brilho final.

    Localização do seu piano no interior da casa:

    Recomendamos que seu piano fique, de preferência, numa parede interna da casa, evitando, assim, grandes diferenças de temperatura. O instrumento não deve ficar sob a luz direta do Sol, pois, do contrário, aparecerão sérias manchas e trincados no verniz e, no pior dos casos, ocorrerá o empenamento de suas madeiras. Uma dica muito importante é não deixar o piano em contato com a parede, mas reservar um espaço entre esta e o móvel (um vão de aproximadamente 20 cm). Esta medida facilita a limpeza, melhora a acústica do instrumento e evita grandes oscilações de temperaturas no tampo acústico (que se localiza exatamente atrás do móvel do piano).

    Transporte do seu piano:

    O piano, apesar de parecer um instrumento robusto, é muito sensível e delicado. No transporte, procure um pessoal especializado para realizá-lo. Não se deixe seduzir por preços tentadores ou empresas de mudanças que não possuam equipamento adequado. Qualquer movimento mal feito por carregadores inexperientes pode danificar o móvel do seu piano ou até mesmo as paredes e pisos de sua casa. Os prejuízos causados ao instrumento num transporte que não seja feito por profissionais podem afetar temporaria ou definitivamente o desempenho do piano (sem mencionar os arranhões - pequenos ou grandes - que o transportador pode provocar e nunca se responsabilizar por tais. Por isso, no desejo ou na necessidade de transportar seu piano, lembre-se da Tudo em Piano.

    Dicas rápidas:

    Nunca coloque objetos em cima do piano (isso pode produzir manchas e marcas no caso de queda desses objetos). Se você é um desses pianistas que não resiste à tentação de ter um busto de Mozart ou a foto do seu ente querido sobre seu piano, coloque um pano sob o objeto, evitando, assim, o contato direto com o verniz.
    Não levante o piano sem a devida técnica para isso. Os maiores prejudicados poderão ser vocês!
    Nunca deixe sobre o piano, copos com água ou qualquer outro tipo de objeto que contenham algum tipo de líquido. Se for derramado algum tipo de líquido dentro do piano, as peças metálicas poderão oxidar bem como alguns delicados pinos de articulação dos mecanismos da máquina. Os feltros também poderão inflar. Tudo isso poderá fazer com que alguns mecanismos não funcionem bem ao longo do tempo (teclas e martelos poderão ficar com rangidos, movimentos lentos dificultando repetições, etc.).

    Não deixe objetos como lápis, borracha e clips em cima do teclado do seu piano, principalmente se este for de cauda. Estes objetos podem vir a cair entre as teclas, ocasionando o travamento de certos mecanismos que, ao serem forçados, podem quebrar.
    Para a limpeza dos pedais do piano (que são de bronze) recomendamos o uso de algum polidor ou limpador de metais – primeiramente, passado com esponja de aço e, depois, lustrado com um pano.
    Para a limpeza das teclas, recomendamos pano úmido com uma gotinha de detergente neutro (nunca álcool), no caso de serem de acrílicos ou plásticos. Sendo de marfim as teclas, não há muito a se fazer. Recomendamos apenas pano úmido.
    Coloque sempre isoladores nos (nas) pés (pernas) do seu piano. Isso evita arranhões e marcas no chão.
    Mantenha seu piano sempre ventilado, deixando a tampa superior aberta nos dias mais quentes e secos (sempre no período da manhã), caso você não possua o Desumidificador-Secador anti-mofo (produto Tudo em Piano).

    O piano é um instrumento confeccionado para durar dezenas de anos. Com estas dicas, seu piano durará todos esses anos em ótimas condições.


    http://www.tudoempiano.com.br

    expedifer
    Veterano
    # mai/11 · Editado por: expedifer
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    E claro, não poderia deixar de fora o wiki, mas o do ingles traduzido:

    http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://en.wi kipedia.org/wiki/Piano&ei=XUvLTabJBMng0QHfxrDKBw&sa=X&oi=translate&ct= result&resnum=2&ved=0CCsQ7gEwAQ&prev=/search%3Fq%3Dpiano%2Bwiki%26hl%3 Dpt-BR%26biw%3D1280%26bih%3D655%26prmd%3Divns


    Acrescento apenas resumidamente e de forma "abrasileirada" no que ví noutros sites e forums, de que cada marca, das grandes e boas, tem suas qualidades pois piano é como vinho, cada vinicola tem seus segredos e sua qualidade, impossível de ser imitada. Isso inclui-se a madeira (carvalho no vinho) que os conserva, além da adega, tal qual a boa madeira do piano entre outros materiais. Portanto, não existe isso do melhor piano do mundo e nem da melhor marca. Se o piano é bom (excelente), entra num seleto grupo dos melhores, tal qual o Steinway, Bosendorfer, Yamaha, etc. Mas temos que lembrar que cada piano desse grupo, que é grande, tem uma qualidade que os outros não tem, como a madeira, ou a resonância, ou as cordas, ou alguma nota em especial, etc.

    E não adianta "ganhar na sena" pra abrir uma fábrica de piano, pois a 1ª coisa que o fabricante tem que ter é ouvidos e conhecimento/inteligência pra obter as técnicas, mecânica e materias necessários pra fazer um bom piano. Do contrário, quem investir R$ 10 milhões numa fábrica sem isso, perderá tudo rapidamente assim como muitas fábricas brasileiras (e estrangeiras) faliram, tal qual empregados de boas fabricas se meteram a fundar outra e faliram. Esses pianos "ruins", tinham defeitos que seus fabricantes não os superaram ou perceberam, como sons ruins nas notas altas, ou nas baixas, ou na médias, etc, ou vibrações/resonância que incomodava pianistas, teclas e acionamentos ruins, desestabilidade na afinação, etc. Isso tudo pois bons materiais ninguém vende (como a alma de um bom vinho), pois não existe no mercado as cordas do Steinway (as verdadeiras, só na fábrica/empresa mesmo), as teclas da Yamaha, a madeira de um Steingraeber, etc, onde cada marca os faz privadamente a nivel sigiloso e não repasa nenhuma informação de como é feito (nem pode entregar o "ouro").

    E por último, ainda que os pianos mais valorizados tenham como atrativo sua produção artesanal, na verdade nenhuma grande fabrica faz mais isso, pelos menos na tecnologia, do contrário fica pra tras. Isso falando-se em produção de materiais, 99% da arte e qualidade de um piano. É claro, a montagem e afinação faz muita importância. Mas muitas empresas pôem tecnologia de ponta (informatizada) pra eliminar entraves dos seus materiais, como defeitos de cordas (resonância) em certas notas, defeitos de vibração na parte metálica, notas desuniformes por causa da posição e qualidade interna das madeiras (estrutura), tudo isso na acústica e com equipamentos de alta tecnologia para detectar onde está o problema, inclusive osciladores de altissima tecnologia que detectam ate notas inaudiveis que provocam distorção nas audiveis, além raios laser que captam as vibrações das cordas e suas forma (na desigualdade, inconsistência, falta de homogenidade, etc). É por isso que todos os maestros concordam que os pianos atuais são absolutamente muito melhores que os antigos pois cada vez mais vem com mais qualidades e menos vicios, isso nas mesmas marcas (aintigamente não havia como os detectar).

    E mesmo assim não existe uma unanimidade de qual o melhor piano, pois de cada 10 maestros ou grandes pianistas consultados, dificilmente 3 tem a mesma opinião, ficando 7 de diferentes opiniões. Ou seja, não existe uma maioria de alguma preferência ou marca. E como dito, cada marca tem seu forte, apesar de algumas marcas reinarem "comercialmente" como a melhor, como o Steinway, que na verdade, apesar de sua excelência (isso não se contesta), é uma grande marca como a coca-cola ou a microsoft (e de absoluta excelência) mas todo mundo sabe que em alguma coisa perdem para alguma pequena, como no IE contra o firefox ou Chrome, etc. Portanto algumas marcas tem preço, renome e grandeza por causa da natureza comercial (e se fossem ruins não valeriam tanto e nem venderiam e nem seriam uma "Brastemp"). Eu se tivesse U$ 100mil pagaria sim por um Steinway, Erard, Grotrian ou Yamaha C7, sem pensar, apesar de este ou aquele não ser "o melhor", pois isso não existe, mas fazerem parte do grupo dos melhores, entre muitas outros.

    Keys Master
    Veterano
    # mai/11
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    meu deus...
    no dia que eu virar pianista clássico eu leio isso tudo :D

    aliás, parabéns pela iniciativa cara xD
    rsrs

    gustavocp
    Veterano
    # mai/11
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    Bons textos.

    :)

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