sonoridade de década

    Autor Mensagem
    josh mullen
    Veterano
    # mar/09


    dae galera, sou novo no forum ,mas já sou visitante á uns 2 anos, pra começar a enteragir com vcs , criei um topico de bom assunto, qual a sua sonoridade favorita e porque, citem algumas músicas q vcs acham a bateria com um som unipotente , eu particularmete amo kashmir do led zeppelin, que porrada bonhaniana!!! mas e vcs? qual década vcs curtem mais o som da batera epecificamente?

    DSoM
    Veterano
    # mar/09
    · votar


    Bem...

    Tem bateristas que você reconhece somente pelo som que eles extraem de seus kits. Alex Van Halen, John Bonham, Neil Peart, todos tiram sonoridades únicas de seus instrumentos, você os reconhece tocando em qualquer lugar, quer pela afinação, pela maneira de tocar, pelos grooves característicos ou pelo modelo dos equipamentos que utilizam.

    Só pra exemplificar:
    A gravação da bateria de Xanadu, uma das grandes peças do Rush, é um clássico do rock progressivo, aquela caixinha aguda e discreta que é a marca do Peart caiu como uma luva para a melodia da música. Sem falar na grande contribuição melódica que a percussão tem nesta peça.

    Agora o meu gosto pessoal:
    - Gostava antes da caixa bem seca e grave, agora valorizo mais os agudos com poucos harmônicos, pra não deixá-la"morta".
    - Bumbo sempre secão e grave, com batedor de feltro.
    - Tons bastante agudos e surdos graves e profundos (sonoridade que ainda não consegui extrair de meu kit).
    - Pratos, acessórios de percussão e outros tipos de tambores nos mais variados tipos de sons: gosto de acrescentar sons diferentes ao meu kit.

    É isso, bom assunto pra se discutir :D !

    nick jr
    Veterano
    # mar/09
    · votar


    eu ainda gosto muito do som da caixa grave e encorpada, mas som de caixa é bonito de qualquer jeito.O som do ton de 8" também é bem bacana.

    Amok
    Veterano
    # mar/09 · Editado por: Amok
    · votar


    Interessante a proposta.
    Vale fazer uma retrospectiva:
    A bateria em forma de kit surgiu no inicio do século XX como um modo de unificar os instrumentos de percussão das marching bands militares, de modo a serem executados por somente uma pessoa.
    O primeiro estilo a fazer uso efetivo do kit de bateria foi o jazz. Nesta época a bateria era basicamente constituída do bumbo, pratos (um ou dois) e um "washer", que era derivado das esteiras de lavar roupa, tocado com os dedos protegidos por dedais. Logo, o washer foi substituído pelo tambor de esteira (snare drum), conhecido entre nós como caixa.
    O par de pratos que batiam um no outro acionados pelo pé apareceu na década de 20, e em 1926 alguém teve a brilhante idéia de elevar o par de pratos para também serem tocados com as mãos. Dessa elevação surgiu o nome HI-hat. Gene Krupa, em parceria com a Slingerland e a Zildjian, desenvolveu uma máquina de chimbal muito ágil no inicio da década de 30 e foi o primeiro baterista a realizar gravações com um kit com um formato "moderno" (Caixa, bumbo, pratos, hihats, tontom e surdo). Krupa e a Zildjian foram também os inventores dos pratos com função específica, bem como de seus nomes (Crash, Ride, etc)
    Desta época até o surgimento do rock, no final da década de 50, a marcação dos tempos fortes era feita basicamente com os hihats, tocados com o pé, e a condução era feita quase sempre no ride. A caixa e o bumbo eram usados pra fills e acentuações.
    Com a popularização das Big Bands na década de 30, as dimensões dos tambores aumentaram para soar através da massa sonora gerada pelos instrumentos de sopro. Os batedores do bumbo eram de madeira e o som de bumbo tinha muito kick, mas era muito grave devido as dimensões do tambor. Eram comuns bumbos de 26".
    Art Blakey, nos final dos anos 40, inventou o "hard bop", com a caixa bastante presente nas marcações nos tempos 2 e 4, muito similar ao rock, mas ainda era jazz com "J" maiusculo.
    Agora, o grande responsável pelo modo como tocamos bateria hoje em dia foi... Ringo Starr ! Ringo foi o primeiro baterista de renome a usar a matched grip, que era necessária pra dar projeção no som da caixa através das guitarras amplificadas. Além disso, a popularização dos Beatles alavancou a venda de baterias para amadores.
    Na decada de 60 predominou o som de kits com tambores relativamente pequenos e pratos leves. O chimbal e a caixa ganharam definitivamente seu lugar na condução do groove, mas o ride ainda marcava sua presença.
    O surgimento do rock pesado na decada de 70 novamente fez com que os tambores aumentassem de tamanho. A sonoridade tendia a ser gorda e encorpada, devido em parte ao grande sucesso da grande novidade do mundo percussivo, as peles hidráulicas. Paralelamente, o rock progressivo incentivou o aparecimento de kits complexos, repletos de tambores e acessorios de percussão, a fim de atingir as ambições musicais deste estilo. Os kits de Heavy Metal dos anos 80 são uma espécie de cruzamento dos kits de Prog com os de Hard-Rock: setups imensos com tambores grandes, uma floresta de pratos e o baterista enterrado lá no meio.
    Na segunda metade da década de 80 os componentes eletrônicos de percussão começaram a se destacar, em especial a hoje clássica Simmons SD-5 e seus pads hexagonais. Nessa época, o som padrão de bateria era a condução alternada em semicolcheias, com as duas mãos nos hihats. Essa tendência era tão forte que houve que decretasse a morte do ride. E os mais radicais decretavam a morte do kit de bateria todo, a ser substituído por sequencers e samplers cada vez melhores.
    Os anos 90 marcaram um encolhimento dos kits, seja por opção de retornar à uma sonoridade básica e crua ou seja pela grande flexibilidade percussiva possibilitada pelo avanço da tecnologia em percussão eletrônica. Os fabricantes das eletrônicas passaram a buscar uma simulação das baterias acústicas, objetivo só alcançado recentemente. Uma melhor tecnologia de fabricação de pedais possibilitou a relativa popularização do pedal duplo de bumbo, diminuindo muito a necessidade de um incômodo segundo bumbo para a maioria dos bateristas, bem como o desenvolvimento e popularização de grooves com doubles muito rápidos, até por quem não possuía muita técnica de pedal. Os grooves com o ride foram reabilitados e o pratão voltou a ser parte integrante e efetiva do kit.
    Entre o final da década de 90 e os dias de hoje, duas tendências vêm se apresentando: a continuidade da sonoridade crua da década de 90 e a hipervalorização da velocidade nos pedais, em parte por causa do aperfeiçoamento da tecnologia de fabricação dos mesmos. As peles de filme simples voltaram a ganhar força e a sonoridade atual privilegia o ataque e o sustain. Os tambores passaram a ter medidas mais rasas. Os kits eletrônicos estão muito próximos de emular os acústicos, tanto em som quanto em sensação ao tocar. Os home studios proliferaram e boa parte dos outros musicos podem dispensar o baterista na hora de gravar. Hoje em dia é virtualmente impossível diferenciar uma trilha acústica de uma sequenciada em uma gravação. Ao vivo já é outra coisa.
    Pro futuro, o que vem por aí serão baterias eletrônicas cada vez mais realistas e baratas. Acredito que a bateria acústica não deverá ser extinta, mas deverá ser a exceção ao invés da regra, assim como as válvulas e os vinis.

    [ ]´s

    DrummerZ
    Veterano
    # mar/09
    · votar


    Amok
    Puta histórico esse seu, parabens! :D

    Uma coisa que eu queria que voltasse eram os bumbos gigantes!
    Procura no google images por Nathan Young (batera que mais vem me influenciado, não por técnica, mas por presença de palco). Ele usa um kit tão grande no tamanho das peças, que seus ataques são dois rides: um de 22' e um de 21'. Acho muito legal, apesar da tendencia ser os tambores rasos..

    Abraços!

    Amok
    Veterano
    # mar/09
    · votar


    DrummerZ
    Esse cara é o batera do Anberlin, né ? Rock alternativo... É a tal tendência de retorno às origens. A configuração dele é baseada no kit de John Bonham, que por sua vez foi baseado no de Buddy Rich, que por sua vez...

    [ ]´s

      Enviar sua resposta para este assunto
              Tablatura   
      Responder tópico na versão original
       

      Tópicos relacionados a sonoridade de década