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erico.ascencao Veterano |
# dez/07
Não sou muito freqüentador do FFC - Bateria, pois sou mais curioso com relação aos outros instrumentos. Mas não poderia deixar de dar a minha contribuição com um review da minha bayeria, comprada em abril deste ano. Já já vocês vão saber porque eu demorei tanto pra fazer este review.
Bom, começo pela compra. Não pensei muito na hora de comprar. Não tinha experiência com baterias acústicas, mas já tocava há algum tempo e queria montar um set grandinho. Para tal, as RMV eram a melhor solução, pois ofereciam kits um pouco maiores, com tambores pequenos (8" e 10") e com possibilidade de expansão. Bandei bala e comprei uma RMV Road Up cor natural no ****************. Preço: R$1700,00 (abril/2007). A bateria tinha um problema: o surdo era de 14", muito pequeno para Rock n' Roll em geral, então tive que correr atrás de um surdo de 16". Por sorte, achei um semi-novo (praticamente novo!) aqui nos classificados, mas da RMV Concept, por R$400,00.
Bom, os tambores são confeccionados 50% em bapeva e 50% em copaíba. Todos vêm com pele RMV Clear (filme simples). Só a caixa vem com a batedeira com pele porosa da RMV. Os tambores são muito bem construídos: canoas firmes e de fácil rosqueamento, aros pretos (após alguns meses de baquetadas eles descascam um pouco), casco bem feito e envernizado (com exceção do surdo da concept, que não tem verniz). A caixa tem um sistema de fácil fixação da esteira. O bumbo tem os pés telescópios (não sei o que ele tem de diferente dos convencionais, mas é bom).
Bom, vamos ao som. Esperei todos estes meses pra fazer o review porque foi este tempo que eu demorei para atingir o som ideal. Insisti nas peles de filme simples pois queria um som mais agudo, e isso me deu problemas para afinar o tom de 14" e o surdo de 16".
Cheguei num som ideal destes tambores colocando algumas fitas adesivas (durex), em forma de quadrado, na batedeira dos tambores, assim pude deixar a pele menos solta para obter os graves necessários. Afinar o resto foi fácil: os tons de 8" e 10" ficaram com afinações altas, com bastante harmônicos e bem secos; o de 12" foi afinado bem seco, porém com menos harmônicos e com um som um pouco mais abafado; e os de 14" e 16" ficaram com um som abafado porém com uma tonalidade média-grave, de acordo com o que eu queria. A maioria dos bateristas preferiria peles duplo filme, e eu aconselho (apesar de não saber prever os resultados com precisão).
O sistema de suspensão dos tons é muito bom, apesar de os ajustes terem que ser feitos com a chave de afinação (na minha opinião, o maior defeito da RMV). Eu utilizo os tons de 8" e 10" com a suspensão presa na estante de prato, e mesmo assim ela balança pouco. Este sistema é uma vantagem pois ocupa pouco espaço, tanto no transporte quanto no set em si.
A caixa também foi tranqüila: deixei a esteira bem esticada, para dar um som estalado, afinei de acrodo com várias dicas dadas pelo fórum, e tive um som bem seco, médio-agudo e sem muitos harmônicos (lembrando a caixa é de madeira). Com o tempo decidi soltar um pouco a esteira, para favoreceer ghpst notes, assim apertei mais a batedeira para uma nota mais aguda, e o resultado foi bom: caixa seca, aguda e favorável às ghost notes.
O bumbo é o maior destaque, pois sua batedeira com anel abafador dispensa os famigerados travesseiros. Muito fácil de afinar. Consegui um som não muito grave e não muito abafado (para tal deveria usar peles duplo filme, ou então deixar a pele muuuuuuuuuito frouxa). A pele de resposta com furo é uma vantagem para tocar tanto em locais sem microfonação, nos quais o furo dá uma maior projeção ao bumbo, quanto em locais microfonados, facilitando avida do mesa-de-som.
As ferragens também são um ponto forte. São de algum metal com revestimento preto, bem rígido (não descasca com facilidade). As juntas, borboletas e catracas são todas em fibras de carbono, que é um material muito resistente. NÃO ACREDITEM EM QUEM DIZ QUE AS PEÇAS SÃO DE PLÁSTICO. Há também a vantagem de não haverem feltros de proteção para os pratos: as porcas vêm acopladas numa borrachinha, que serve como proteção. A máquina de chimbau é muito boa, apesar de eu não ter gostado muito do sistema do pedal, que não é sapata, e sim é daqueles aros de metal que você tem que "encolher" para fixar. O tripé da máquina de chimbau pode atrapalhar quem usa outro pedal além do pedal duplo. A estante de caixa também é muito boa. A estante de caixa, a suspensão dos tons sobre o bumbo e a máquina de chimbau vêm com memórias, que facilitam a montagem do set.
Finalmente, o pedal. A bateria veio com um pedal simples, mas eu adquiri um pedal duplo da RMV. Não sou do estilo que dá 30.000 bumbadas por segundo, uso meu pedal duplo moderadamente, e este modelo da RMV atende meus requisitos. Regulei ele deixando as molas esticadas ao máximo, tornando-o bem robusto. Os pirulitos têm a opção de bater com o lado do feltro ou do lado plástico.
Na última semana, fiz o meu primeiro show com a bateria microfonada. O som dela fica ótimo, mesmo com as peles filme simples. Ficou exatamente do jeito que eu escuto sem microfones: agudo, estalado, seco.
Bom, esta bateria tem o melhor custo-benefício que existe no mercado. Para quem procura montar um set médio ou grande sem gastar R$3000,00 ou mais numa bateria como Pearl, Mapex ou Tama, a RMV Road UP é uma boa opção.
E mesmo a RMV lançando um modelo a cada mês (o que eu acho horrível para a empresa, mas fazer o que...), imagino que não haja muita diferença entre os modelos lançados nos últimos meses e o que eu comprei em abril deste ano (salvo que há modelos em que as peles são de duplo filme).
Bom, é isso, Espero ajudar a todos. Aí vai algumas fotos do meu set.
http://picasaweb.google.com/bandawit/EMTGravaODoCD/photo#5144411206354 284306 http://picasaweb.google.com/bandawit/EMTGravaODoCD/photo#5145422078447 005922 http://picasaweb.google.com/bandawit/EMTGravaODoCD/photo#5145422220180 926802
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nick jr Veterano |
# dez/07
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bonita batera cara, lembra aqueles sets de bandas de baile dos anos 80.
abs
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erico.ascencao Veterano |
# dez/07
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Bom, devo esclarecer que minhas influências são principalmente de Rush. Até que não está longe de banda de baile dos anos 80, pelo menos a década é a mesma!!! huahauahuhauua
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OniKage Veterano |
# jan/08
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erico.ascencao Bom, devo esclarecer que minhas influências são principalmente de Rush. Até que não está longe de banda de baile dos anos 80, pelo menos a década é a mesma!!! huahauahuhauua
ô! igualzinho! se o Amok vê isso ele morre hehe..
parabéns pela compra cara, se meu carro sair da oficina hoje, eu vou comprar uma Road Up na cor natural tambem. eu queria preta, mas os fdp da RMV não fazem mais o acabamento preto com decência, e ela chega na nossa mão meio verde =p
é sério isso, já vi altas bateras aqui num tom meio verde musgo/preto.. horrível!
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Valefort Veterano |
# jan/08
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a minha é castanho.. muito foda \m/
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OniKage Veterano |
# jan/08
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Valefort a minha é castanho.. muito foda \m/ não está se sentindo bem gentil e afim de me mandar umas fotos dela? =D
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Amok Veterano |
# jan/08
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OniKage Bom, devo esclarecer que minhas influências são principalmente de Rush. Até que não está longe de banda de baile dos anos 80, pelo menos a década é a mesma!!!
AAARRRGHH !!!
=P
Mas devo admitir: os kits de "art-rock" (pop e punk não contam) dos anos 80 tendiam ao gigantismo mesmo. Existe até um fenômeno conhecido como "drumset shrinkage", que pode ser traduzido como "encolhimento dos kits de bateria", que reflete a tecnologia atual (sequencers, componentes eletrônicos), assim como a maior simplicidade na estrutura rítmica da música "mainstream".
Em tempo: sou um grande admirador dos bateras de bandas de baile: são músicos altamente versáteis e competentíssimos, mas altamente desvalorizados, e que continuam aí, defendendo com garra e profissionalismo a sua arte.
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erico.ascencao Veterano |
# jan/08
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Amok É, realmente os set de bateria têm diminuído. Tenho visto muitos sets com um tom em cima do bumbo e o prato de condução ocupando o lugar que antes era do segundo tom. Eu particularmente não gosto deste set, porque ou você usa um surdo só ou você coloca dois surdos, um um pouco menor e um do tamanho tradicional, só que este último fica distante. Até o próprio Neil Peart abandonou os sets gigantes em 1991, largou o 2º bumbo e passou a arrumar sua bateria deste novo modo (o modo do jazz).
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Amok Veterano |
# jan/08 · Editado por: Amok
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erico.ascencao Até o próprio Neil Peart abandonou os sets gigantes em 1991
Isso é forçar a barra. Tá certo que o kit de Neil Peart encolheu, comparado ao lendário kit Tama ArtStar Prototype repleto de instrumentos de percussão (latina e sinfônica), em parte devido à tecnologia. O 2º bumbo foi abandonado por "se tratar de uma grande câmara de ressonância que eu raramente utilizava", nas palavras do próprio Peart. O avanço da tecnologia em pedais duplos veio a calhar para um músico que não faz uso intensivo de dois bumbos. Toda a tralha de percussão foi substituída por eletrônicos, possibilitando uma boa compactação do kit, mas a parte acústica da bateria na verdade até aumentou. O tom de 6" foi removido, mas agora há um surdo adicional de 15" à esquerda e uma caixa piccolo na posição do extinto tom de 6". Concordo com vc que o kit atual de Peart é derivado do Jazz. No vídeo " A Work in Progress", ele explica a configuração de seu kit e seus porquês. E, basicamente, os kits pós 1991 são um básico de Jazz à Buddy Rich (tom de 13" e dois surdos, 15" e 16"), "completado" com 3 toms (8", 10" e 12") e um surdo (15") à esquerda, e um surdão de 18" inclinado, quase atrás. Mas, convenhamos, ainda não dá pra deixar de chamar um kit híbrido rotativo de 360º de "gigante", por mais que ele tenha encolhido.
Eu, particularmente, ADORO essa configuração. Taqui o diagrama do meu kit
http://www.divshare.com/download/2296672-bbe
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erico.ascencao Veterano |
# jan/08
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Amok Não, só citei o Peart como exemplo desta "moda jazzística". Em tudo quanto é bar de Rock n' Roll eu veho os bateristas com o set disposto deste jeito, em shows na tv...
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erico.ascencao Veterano |
# jan/08
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Amok A propósito, belo kit o seu. É quase um Peart!
Tenho uma pergunta: onde você fez este diagrama? Passa o link!
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Amok Veterano |
# jan/08
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erico.ascencao só citei o Peart como exemplo desta "moda jazzística Ah, entendi. É que quando li "abandonou os sets gigantes", achei meio estranho.
O diagrama foi feito num software alemão em Java chamado KC Kit Builder. Tem um tópico sobre ele aqui no fórum:
http://forum.cifraclub.com.br/forum/6/163859/
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