Violão erudito qual comprar ?

Autor Mensagem
ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10


Olá mesmo eu encontrando um topico com o mesmo tema...
ele estava antigo e desatualizado (para ser preciso 2004)
entao queria abrir esse topico para sanar minha duvida.

tenho uma verba de 600 reais até um poquinho mais para comprar um violão.

não sei como classificar meu nivel (sinceramente para mim é baixissimo) mas consigo efetuar algumas musicas como "un dia de noviembre", uma releitura de joão e maria de chico buarque e algumas outras coisas, porém eu acredito que tocar todos sabem o dificil é executar com perfeição e de ouvido....

enfim... gostaria de saber um violão bom, de nylon, queria pegar um Di giorgio mas já vi a galera falando q nao é bom...

então me indiquem um violão bom com um preço acessivel que vá suprir minhas nessecidades sem ter um som de lata de nescal.

obrigado :)


xavy
Veterano
# jul/10
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HMS 280

No site diz que é TODO sólido irmão! Deve ser um sonho de timbre bonito...

Testa um desse.

Felicidades e bem vindo ao Forum!

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10 · Editado por: ThiagoHelder Daruma
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Muito bonito,
mas será que é bom mesmo ???

mesmo que seja acho q ultrapassou minha verba XD
dei uma checada no mercado livre e ele custa 1.300
mais do dobro XD

edit>
haaa muito obrigado pelas boas vindas :)

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Infelizmente, no mercado brasileiro não há nenhum violão de fábrica que atenda as necessidades de quem toca música erudita.

Um violão de luthier barato está na casa de R$ 1.500 a R$ 2.000.

Se você já tem um violão, e quer gastar R$ 600, na verdade não vai comprar um instrumento tão diferente assim. Recomendo juntar mais dinheiro para comprar um violão de luthier, ou mesmo ver a possibilidade de adquirir um com cartão de crédito, em diversas parcelas.

Uma loja virtual que tem instrumentos baratos de luthier à venda, e que aceita parcelamento via cartão de crédito, é a Guitanda. Se não me engano, o link é www.guitanda.com . Se estiver errado, confira no google, por favor.

Sugiro os violões do Emanuel Carvalho e do Wolf Schmidt. Alguns alunos meus tem esses violões e estão bem satisfeitos.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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Alvaro Henrique

Então Alvaro, eu estou sem violão no momento e me parece que nesse site tem sim violões muito belos porém os preços sao altos, acho q nao tenho q possibilidade de fazer uma compra nesse valor agora.
no momento acredito que um violão um pouco mais barato supra minhas nessecidades, daqui alguns dias gostaria de procurar aulas de violão erudito, estudei violino por 1 ano mas nao me dei muito bem.... e como já toco violão a uns 6 anos (por lazer) gostaria de me aprofundar agora...
mas infelizmente ainda nao possuo essa verba para adquirir um violão desses...
acredito que até uns 750 eu consiga pagar... :)

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10 · Editado por: Alvaro Henrique
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Thiago, o negócio não é beleza. Diversas das necessidades que um violonista erudito precisa, como notas com sustentação longa, não são encontradas em nenhum violão de fábrica disponível no mercado brasileiro. Há violões de fábrica europeus com essas qualidades, embora em nível baixo, porém eles chegam ao Brasil com preço de violão de luthier.

Se a ideia é ter um violão pra começar, infelizmente não faz muita diferença entre os violões de fábrica. Se for madeira sólida, tampo de cedro (madeira marrom escura), tende a ser menos ruim.

Mas não perca seu dinheiro fazer um investimento em violão de fábrica. Gaste o mínimo que der, só pra ter um instrumento pra começar, e vá juntando dinheiro para ter um violão artesanal. Com R$ 300 você pode achar um violão que soa praticamente o mesmo que um de R$ 700, do ponto de vista das necessidades de um violonista erudito.

Ajuda você dizer em que cidade mora.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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Alvaro Henrique

moro em são paulo capital, para ser mais preciso parada inglesa, z/n proximo ao metro :)

então não sei... queria um violao de tampo maciço pelomenos, nao algo de laminado que tem um som horrivel....
nao estou começando agora.. já toco a algum tempo, porém vou começar agora no violão erudito pois gosto muito principalmente de alguns chorinhos....
vamos ver... primeiro preciso de um violão, depois corro atras das aulas (falei q não tenho violão mas tenho um gianini serie estudo "trovador" todo empenado aqui XD que tem um som horrivel e trastejado)...

mas muito obrigado pelas dicas :)

Gus dz
Veterano
# jul/10
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E se achar um giannini mais antigo, de madeiras boas?
Será que serviria?

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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ThiagoHelder Daruma, acho que você ganha mais reformando seu Giannini e guardando seu dinheiro pra comprar um violão que realmente vai te atender. Se você gastar seus R$ 600 agora para comprar um violão praticamente igual ao que você tem, em seis meses você estará arrependido.

Gus dz
Servir, não serve. Infelizmente não é de hoje que o mercado brasileiro não produz violões de fábrica adequado às necessidades de quem toca música erudita. Os violões dos anos 1950 já tem características que não favorecem a interpretação de música erudita, como desequilíbrio entre as cordas e baixos mais fortes que as primas (só que na música erudita as melodias devem soar mais forte que o acompanhamento, e as melodias estão quase sempre nas primas).

Preste atenção: não estou dizendo que o violão é ruim, que não presta, estou dizendo que as características do instrumento não atendem às necessidades de quem toca música erudita. Quem toca outras coisas, e tem outras necessidades, pode ser muito bem atendido por esses violões.

Ronalunático
Veterano
# jul/10
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ThiagoHelder Daruma

infelismente vc não teve a mesma sorte que eu, de pegar um violão (honesto) de luthier , por miseros R$ 200, parcelado ainda!!!
É provável que ele estivesse devendo grana a algum agiota sanguinário! (risos)

Alvaro Henrique

Eu nunca tive chance de tocar num bom violão clássico, mas toquei num flamenco, é um instrumento muito diferente do que estou acostumado.

Por favor, fale mais sobre as caracteristicas de um violão p/ erudito. Me disseram que o popular tem o braço mais grosso, mas toquei num digiorgio Tarrega, Segóvia, ou algo parecido e o braço era tão grosso quando o de um Tonate.

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Escrevi sobre isso no meu blog. O link é http://amigointernauta.blogspot.com/search?q=busca+viol%C3%A3o+cl%C3%A 1ssico

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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bem fui a loja de instrumetnos que num amigo trabalha hj.....
ele me mostrou alguns violões da rozini
RX210
Violão Studio (Náilon)

eu gostei dos violões.... são bem acabadas, tem até um com faixa e fundo em jacaranda.....

são violões bonitos e o som não é dos piores, gostei bastante talvez adiquira um desses.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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Alvaro

oque vc acha dos violões do rozine ??

eu fikei apaixonado por um
Rozini Premium Auditório Náilon

alem de ser lindo e bem acabado, ele tem agudos cristalinos e graves lindos....

sem falar que com ele consigo esse violão com um preço camarada :)

achei lindo, som bonito, e enfim.... me agradou

espero daqui algum tempo estar executando obras tão bem quanto vc (vi os videos no vimeo)

obrigado pelas respostas até agora galera :)

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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ThiagoHelder Daruma,

Violão Rozini não satisfaz as necessidades de quem toca música erudita. Se você comprar esse agora, em no máximo dois anos você vai precisar comprar outro violão.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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alvaro


pode me indicar algum professor para iniciar no violão erudito ?

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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http://www.alvarohenrique.com/professores.pdf - Lista com professores de violão erudito em todo o país.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10 · Editado por: ThiagoHelder Daruma
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obrigado alvaro :)

pscb
Veterano
# jul/10
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Alvaro Henrique

Aproveitando o conhecimento do colega Alvaro, pergunto: vale a pena pagar R$5000,00 num JB Clássico II? O Clássico I e o Clássico I Especial custam, respectivamente, R$6000,00 e R$7000,00.

No caso do clássico II, são 5 a 8 anos de envelhecimento das madeiras. No clássico I especial, chega a 50 anos o tampo.

Os três modelos possuem os mesmos tipos de madeira, mudando o envelhecimento. São elas: fundos e laterais em rosewood, tampo em abeto europeu ou cedro canadense, escala em ébano.

Existe alternativa melhor do que os violões JB para um músico erudito? Esses violões valem tudo isso mesmo?

Como curiosidade, existe ainda o "modelo estudo", por R$3000,00, com madeiras menos nobres.

Obrigado.

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Olá Costa 85,

Na minha opinião, os violões o João Batista (JB) atendem mais às necessidades de quem é solista, porém de música popular. Tanto que vemos esses violões sendo utilizados por bons músicos na esfera da música popular e na área da música erudita no máximo alguns alunos universitários o utilizam.

Dentro dessa faixa de preço, acho que há outras opções melhores para quem toca música erudita. Os luthiers que costumo recomendar a todos são o Eduardo Brito, o Sérgio Barbosa, o Jorge Raphael e o Samuel Carvalho.

Estou começando a conhecer o trabalho do Valentim, de Ribeirão Preto, e achei os violões top dele muito bons, porém os modelos intermediários e mais baratos me decepcionaram. Mas preciso conhecer mais violões desse artesão. Um luthier de MG, Lúcio Jacob, me enviou um violão de cedro para que eu o avaliasse e divulgasse, e é um instrumento bem bacana, com tampo duplo, que está à venda por R$ 4.500.

Claro que você precisa testar antes, saber o que você busca, que violonista você quer ser, mas qualquer dessas opções que sugeri são, na minha opinião, mais adequadas a quem toca música erudita que os violões JB.

Vale a pena observar que, no próprio site do JB, ele indica com orgulho ter uma produção fabril (na última vez que olhei eram uns 100 violões, uns 50 bandolins, 200 cavaquinhos, mais violas caipira, um bando de coisa). Ainda não conheci um violão de fábrica ou semi-artesanal (provavelmente o caso do JB) que seja a melhor opção para um violonista erudita na faixa de preço que você está falando. Não adianta ter madeira envelhecida por mil anos se ela não for trabalhada de forma tão especial quanto o próprio material, não é mesmo?

Sobre o preço de violões artesanais, o violão mais caro à venda no mercado brasileiro está na casa dos R$ 12.000. Os violões de luthier mais baratos na Europa estão na casa dos 2.500 Euros (sim, na Europa com menos desse valor só violão de fábrica). Os melhores violões do mundo estão sendo vendidos por 15.000 Euros.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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e eu aqui tentando me virar com 700 reias.

pscb
Veterano
# jul/10 · Editado por: pscb
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Alvaro Henrique

Muito obrigado, Alvaro. Vou avaliar todas as tuas sugestões.

O problema é que não conheço nenhum luthier ou alguém que tenha violão de luthier onde moro. Por outro lado, nem todos os luthiers citados possuem site, então fica difícil de eu conhecer o que eles oferecem.

Será que é bom negócio um Sérgio Barbosa em bubinga (jacarandá africano) com tampo em abeto? Vi um desses na guitanda.

pscb
Veterano
# jul/10
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ThiagoHelder Daruma
e eu aqui tentando me virar com 700 reias.

Eu pensei uma vez: qualquer violão de fábrica vai ser melhor do que o meu Eagle de menos de R$400,00. Testei um Yamaha de R$1400,00 há uns dias e não senti diferença. É realmente curioso ter que pensar em gastar valores astronômicos e ainda assim correr o risco de errar. Na guitarra e no baixo e tenho uma boa noção do que é bom e invisto aos poucos. No violão, a dúvida parece eterna.

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Costa 85,

Aonde você mora? Você experimentou ligar para um luthier e perguntar se por acaso não foi vendido um violão dele na sua cidade ou região?

Gosto muito do trabalho do Sérgio Barbosa. Quando penso em violão nacional de construção Hauseriana, acho a melhor opção no Brasil, com sonoridade muito próxima do Hauser III.

Pode não ser a melhor opção pra sua mão, e se você realmente não tem como testar instrumentos vai ser difícil achar a melhor opção pra você, mas com certeza você vai ser mais bem atendido com esse instrumento que com um JB.

Se não dá mesmo pra testar na sua cidade, pense com carinho na possibilidade de ir a São Paulo (aproveita que TAM e Gol estão com promoção de passagens com poucos pontos de milhas), ou mesmo a Buenos Aires para ir a uma loja de violões artesanais e voltar pra casa com o instrumento que você mais gostou. A Guitanda fica em São Paulo, e em Buenos Aires há a Guitarra a La Carta. Se resolver fazer isso, recomendo marcar a visita de antemão.

Sobre esse negócio de violão, o problema é que esses instrumentos elétricos têm sua qualidade muito ligada ao funcionamento de componentes e peças feitas em massa, então é muito fácil julgar o instrumento até sem testá-lo, pois o material é uniforme, preciso, mensurável.

Já quando falamos de instrumentos acústicos, não há duas peças de madeira, nem as retiradas da mesma árvore, absolutamente iguais. A única peça num violão de luthier que talvez será feita em massa é a tarracha, que não altera a sonoridade, e ainda assim entraram no mercado pra ficar as tarrachas "handmade", feitas também artesanalmente.

Tudo conspira para que instrumentos acústicos sejam indíviduos únicos e totalmente diferentes entre si. Acrescente a isso o fato de infelizmente ainda haver pouca informação correta sobre o assunto e o mau hábito dos professores impôr goela abaixo dos alunos um violão, muitas vezes em troca de uma comissão da venda. Por isso fica tão difícil...

pscb
Veterano
# jul/10 · Editado por: pscb
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Alvaro Henrique

Suas dicas têm sido muito úteis, Alvaro. Agradeço imensamente.

Eu moro em Porto Alegre e vou a Buenos Aires com alguma freqüência (estava lá há duas semanas), então para uma próxima viagem vou avaliar conhecer uma loja especializada.

Recebi preços do JB, do Lineu Bravo (começa em R$6800,00 com jacarandá indiano) e estou esperando resposta do Sérgio Barbosa e do Samuel Carvalho.

Qual sua opinião sobre "madeiras alternativas"? O Sérgio Barbosa chama assim madeiras como bubinga, jatobá e louro-preto. São uma opção interessante ou é mau negócio fugir do tradicional jacarandá?

Grato novamente.

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Costa 85, em Porto Alegre tem violão de luthiers de todo o Brasil. Sua cidade está entre os principais pólos de violão erudito do país. Pode ligar ou mandar e-mail pra qualquer luthier que citei que com certeza eles venderam algum violão pra sua cidade e vai te indicar o contato do comprador para você testá-lo.

Se não me engano o site da loja em Buenos Aires é www.guitarraalacarta.com . Dos violões argentinos nessa faixa de preço, me chamou a atenção o trabalho do Fernando Mazza e do Louzao. O Paulo Inda, professor de violão na UFRGS, tem um Ricardo Louzao muito bom.

Sobre madeiras, antes de mais nada duas coisas tem de ficar bem claras:
1- o elemento que mais determina o som do violão é a mão de quem fez;
2- estudos acústicos comprovam que entre 70% (notas mais graves) a 98% (notas mais agudas) do som final de uma nota tocada por um violão é emitida pelo tampo.

Essas madeiras alternativas em geral são utilizados apenas nas laterais e fundo. Até aonde sei, só o Roberto Gomes e o Jó Nunes dentre os brasileiros se aventuraram a pensar em outra madeira para o tampo, usando Pinus Elliot (um pinho nativo do Paraná) e Bambu, respectivamente.

A influência da lateral e do fundo no som final em geral já não é grande. Tanto que qualquer um com experiência consegue com facilidade distinguir só por gravação se um violão tem tampo de cedro ou se tem tampo de pinho, mas apenas ouvindo não é possível determinar que madeira é utilizada na lateral e no fundo.

Se o luthier souber trabalhar bem com essas madeiras, vai obter um resultado se não idêntico, ao menos de qualidade similar ao que ele já obtém com madeiras mais tradicionais.

Me sinto bem confortável pra falar especificamente do caso do Sérgio Barbosa pois conheço vários violões desse luthier feitos ao longo de uns sete anos.

Julgando apenas pelo som, não pude identificar diferenças significativas entre as madeiras que o Sérgio utiliza nas laterais e fundo. Num nível muito detalhado, ouvindo com muita atenção, pude perceber que o louro-preto dá mais sustentação e definição às notas, e o jatobá proporciona um pouco mais de parciais agudos. Não consegui ouvir qualquer diferença entre violões do Sérgio Barbosa de bubinga e jacarandá-da-Bahia.

Numa ocasião em que fui à casa do Sérgio Barbosa, à época em Guarulhos, e pude testar quatro violões diferentes, dois de jacarandá-da-Bahia, um de bubinga, e um de louro-preto, o que mais gostei foi exatamente o de louro-preto, em função das notas mais claras e definidas.

Voltando a casos gerais, e saindo do caso específico do Sérgio Barbosa, acho que por violões nessa faixa de preço pode ser até interessante evitar o jacarandá-da-Bahia, e ficar ou com jacarandá indiano ou uma madeira alternativa. O jacarandá-da-Bahia está entre as espécies em extinção, e seu comércio foi proibido desde 1992. As madeiras que podem ser utilizadas hoje são as que foram vendidas e cortadas antes desse período.

Em 1992 não haviam 10 luthiers de violão no Brasil. Hoje temos perto de 50. Não dá pra sustentar todo esse aumento de produção só com o estoque individual que esses 10 fizeram. As autoridades estão atentas a isso, e já há o início de uma fiscalização em aeroportos do mundo para reter violão feito em jacarandá-da-Bahia feitos após 1992 sem documentação comprovada de uso de madeira certificada e legal.

Ninguém tem esse documento, porque ninguém o emite.

Na aduana, não vale o "na dúvida, inocente", mas o "na dúvida, reter o objeto para mais averiguações". Imagina na sua próxima visita a Buenos Aires o fiscal da aduana local reter o seu instrumento e só disponibilizar para seu devolvimento daqui a 30, 60 dias. Isso pode acontecer, e já está acontecendo em alguns países europeus.

Mas tem outro problema: voltemos a pensar no grupo das peças de jacarandá-da-Bahia cortadas antes de 1992 e estão certinhas dentro da lei. O mundo todo quer essas madeiras. Na Europa, os luthiers em geral pedem um acréscimo de 500 a 1.000 euros só pra usar, ao invés da madeira padrão, jacarandá-da-Bahia.

Aí o vendedor de madeira vai no estoque escolher as peças que serão enviadas. Uma vai ser pra você, com seus R$ 5.000 pra comprar o violão todo, inclusive o item mais caro de todos, a mão-de-obra, e outra pra um cara que está pagando R$ 2.500 só pra ter lateral e fundo de jacarandá-da-Bahia. É óbvio que a qualidade das madeiras não será a mesma.

E isso está nítido. Estou vendo em violões novos a utilização de peças de jacarandá-da-Bahia de qualidade cada vez menor. Quando comprei meu primeiro violão de luthier, não existia esse negócio usar lateral ou fundo com peças que teve algum buraco antes de virar violão - mesmo de prego quando de madeiras recicladas. Hoje, se a madeira tiver só dois furos de pregos já é considerada boa, e tem bastante violão por aí usando peça que tinha buracos de 2cm, 3cm de diâmetro.

Dá pra tapar os buracos e ficar bonitinho, claro, o lance não é o buraco: a qualidade das peças de jacarandá-da-Bahia no mercado são só as tranqueiras de ponta-de-estoque que há dez anos atrás ninguém queria de jeito nenhum.

Entre uma peça RUIM da melhor espécie de árvore e uma peça BOA de uma espécie de árvore que é a segunda, terceira melhor, não tenha dúvidas: fique com a peça BOA, porque ela é boa. Apenas o fato daquela peça ter sido uma árvore da espécie tal não garante qualidade.

Tem muito violão rachando por aí porque alguns fetichistas ainda acham que só pode ser madeira da espécie tal, e aceitam as peças ruins daquela madeira. Peça ruim racha, não importa de qual árvore.

Já escrevi bastante, mas qualquer dúvida estamos aí. O fato é: você está numa cidade em que pode testar qualquer violão. Vai ser fácil encontrar o melhor violão pra sua mão. Contacte os luthiers e pergunte se eles venderam um violão pra Porto Alegre. Pode ligar pro comprador e pedir pra testar.

ThiagoHelder Daruma
Veterano
# jul/10
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Olha em um geral é de grande desanimo meu todo esse assunto,
acho que a principio queria um violão novo para começar meu estudo no violão classico...

porém após todos os comentarios e dicas, me vejo agora em um estado de desanimo, sem vontade...

até poderia chegar a comprar um violão de R$1.500 porém não teria como pagar aulas para aperfeiçoar o que eu já sei... sou um mero escravo do guitar pro...
e possuo grande dificuldade para a leitura de partituras (mesmo tendo estudado violino)

comprar um violãoi desse com o salario que eu tenho e sem estudo para efetuar alguma obra mais elaborada.... é totamente inviavel XP

:)

mas muito obrigado pelas dicas e todas as respostas que foram me dadas no forum :)

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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ThiagoHelder Daruma,

Em São Paulo há diversas oportunidades para estudar violão erudito de graça. Aliás, alguns dos melhores professores da cidade dão aulas em escolas públicas e gratuitas.

Busque na internet pela Escola Municipal de Música de São Paulo e pelo CEM Tom Jobim.

O lado bom de comprar um violão direto com quem o constrói é que há maiores possibilidades de negociar a forma de pagamento. Não tenha medo ou vergonha de contactar um luthier e perguntar o que dá pra ser feito. Se você quiser comprar e ele quiser vender, numa negociação sem intermediários, vocês vão chegar num acordo.

Procurar violonistas que estão estudando na universidade também pode ser uma boa opção de ter uma boa formação no começo, a um preço bem razoável. Tem cursos de música na USP, UNESP, Santa Marcelina, FAAP, Mozarteum, Faculdade Carlos Gomes e há uma escola estadual de artes cuja sigla exata não me recordo.

Quando o mundo não é do jeito que a gente gostaria, o que há a se fazer? É nesse mundo que vivemos. Se você deixar o desânimo controlar sua vida, não vai encontrar sua felicidade.

pscb
Veterano
# jul/10
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Alvaro Henrique

Estou em contato com o Sérgio Barbosa.

Novamente, meu agradecimento por enriquecer o fórum com tantas informações.

Alvaro Henrique
Veterano
# jul/10
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Costa 85, é um prazer poder ser útil. Espero que você encontre o violão dos seus sonhos.

Por favor, mande um abraço meu pro Sérgio Barbosa.

Seria bacana se você, após receber o violão (seja quem for o luthier), escrevesse aqui no fórum sua opinião e enviasse algumas fotos do instrumento.

pscb
Veterano
# jul/10
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Alvaro Henrique

Caro Alvaro Henrique, li opiniões tuas contrárias aos violões Hauser em uma busca no Google. Por outro lado, tu sugeres o Sérgio Barbosa, que tem Hauser como inspiração.

Poderias, por favor, explicar essa aparente contradição?

Obrigado.

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