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lumulus Veterano |
# mai/08
Pretendo reunir aqui informações sobre modelos, afinações, repertório, dicas de instrumentaqção (combinações com outros violões e instrumentos em geral) e por aí vai.
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kiki Moderador |
# mai/08
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lumulus por favor, comece explicando o que é um violão baritono, por favor!
eu nunca vi um.
tamanho, afinação, numero de cordas, etc.
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Schiavon0 Veterano |
# mai/08
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kiki tambem quero saber,n achei nem no gooooooogle
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DIEGOGUITAR Veterano |
# mai/08
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Olá
Também não sei o que é isso ai .... pesquisei no google mas não achei nada muito concreto .... mas admito que pesquisei meio que por cima ...
Posta ai o que seria esse violão prá gente saber!
Abração
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TioAle Veterano |
# mai/08
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eu tbm não conheço.. mas numa pesquisa achei uma entrevista do lobão falando sobre seu acústico MTV
faixa 08 "CHORANDO NO CAMPO"
"Momento mais acústico, é um chorinho country, meio zeppeliniano. Usamos um violão barítono, pela primeira vez gravado no Brasil. É grave e faz a função do sete cordas, característico do regional, só que desterritorializado. Usamos também um Taylor de 12 cordas, que é um avião, e ainda um bandolim. É diferente do regional, mas aparentado."
mas ainda assim quero mais informações!
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TioAle Veterano |
# mai/08
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mais um pouco sobre violão barítono... http://www.mccollumguitars.com/details.php?baritone
esses violões eu achei pq o Andy MacKee usa um desses. pra quem não conhece vale e VALE MUITO buscar o trabalho desse maravilho instrumentista procurem no youtube pra quem não conhece surpreende. Andy Mackee
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lumulus Veterano |
# mai/08
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por favor, comece explicando o que é um violão baritono, por favor! Claro. A definição não é precisa, as melhores descrições que eu encontrei na web foram aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Baritone_guitar e aqui http://www.hago.org.uk/guitars/baritone/ Desculpem, estão ambas em inglês. Em português não achei nada mesmo. A segunda página, inclusive, começa dizendo que a informação na web é limitada.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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A melhor referência é a guitarra elétrica barítono, afinada uma quarta abaixo da normal. Os violões normalmente são assim, afinados em Si-Fá#-Ré-Lá-Mi-Si (de baixo pra cima).
Em termos mais simples, pega um violão, tira a primeira corda, desce as outras e acrescenta uma mais grave no alto. Pronto, terás um violão barítono.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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No Brasil as referências são quase nulas. Nenhuma fábrica faz e nenhuma loja vende. Quando o Lobão disse que nunca foi gravado no Brasil, eu acredito que seja verdade. O violão que o Eduardo Bologna toca no disco dele é o único modelo brasileiro, feito pelo luthier Carlos Novaes:
http://www.novaesguitars.com/pag_show_port.htm (clique em "cordas de aço" e depois em "barítono")
Os preços do Novaes, entretanto, não são para mortais comuns. A qualidade, dizem, acompanha o preço.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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Meu interesse nele vem de algum tempo, quando eu e meu antigo parceiro procurávamos o instrumento ideal para fazer duo com a viola caipira. Para isso normalmente se usa violão de nylon, às vezes o sete cordas. Eu acho o som do nylon muito apagado nas bases rítmicas, preferia o aço, mas o som do aço é muito brilhante e "embola" com o som da viola.
Daí veio a idéia de fazer um violão que tivesse os graves de um sete cordas para complementar a viola, com o peso do aço mas sem os agudos das primas de aço.
A primeira experiência foi num Roxy RG1, que tem bons graves com a caixa dreadnought (folk). Usamos as cinco cordas mais graves de um encordoamento 012 e acrescentamos uma corda de baixolão .075, e afinamos em ADGCFA (um tom abaixo do barítono normal). O resultado foi péssimo, por causa, principalmente da regulagem do rastilho e também da diferença grande entre a quinta e a sexta. Só afinava até a terceira casa.
Depois tentamos usar um encordoamento específico para barítono, o D'Addario EXP023. Ficou bem melhor, mas o violão não deu conta do som grave, a nota Lá ficava baixinha demais. Plugado, entretanto, ficou excelente.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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(continuando a história) Acabei começando a namorar alguns modelos barítono existentes nos EUA, mas são todos caros demais pra mim. O McColum que o TioAle citou custa US$6500. Repare que guitarra elétrica barítono é muito mais comum, mas violão existe pouco, embora D'Addario, GHS e outros fabriquem encordoamento.
O único modelo acessível que encontrei foi o Tacoma Thunderhawk http://www.tacomaguitars.com/products/search.php?partno=0381000721 Importar direto os modelos da Tacoma é impossível, e os poucos que chegam aqui chegam caríssimos. Há pouco tempo vi um C1C anunciado no Mercado Livre por R$4500, e ele custa pouco mais de US$ 600 nos EUA.
Consegui comprar o meu depois um longo namoro e uma boa conversa para convencer meu amigo residente nos EUA a trazer para mim.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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Sobre o Tacoma Thunderhawk BM6C:
Não conhecia os violões da Tacoma, apenas de nome, e fiquei bastante impressionado com a qualidade da construção.
É o maior violão que já vi. A caixa teria que ser grande para dar conta de um som mais grave, e nesse caso dá conta mesmo. O som é muito equilibrado e o grave é muito bonito.
Como a escala é muito grande (22 trastes, 74cm), os últimos trastes são largos e às vezes trazem dificuldades. Fora isso, é um instrumento empolgante. Já tentaram me comprar duas vezes.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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Mais experiência: a outra experiência que fiz com barítono foi mais prosaica: tenho um Di Giorgio 1965 no qual aprendi a tocar, que estava encostado. O violão tem um som razoavelmente forte mas um timbre tentende para o agudo, metálico, que não me agrada muito, e toco pouco nele.
Pus nele uma sétima corda, passando as outras para baixo. Tive que alargar o orifício no cavalete com uma broca. O resultado foi espantoso: o violão respondeu muito bem no registro mais grave. Isso me surpreendeu bastante, considerando o timbre do instrumento. Madeira é mesmo um mundo à parte.
Não tive aqui os problemas que tive com o Roxy (veja acima) porque o nylon é muito mais simples que o aço quando se trata de regulagem. Ele afina bem e tem o timbre que necessita, agora está definitivamente convertido para barítono.
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lumulus Veterano |
# mai/08
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Finalmente, o que eu devia ter dito no início, quando perguntaram o que era um barítono: é um violão afinado mais grave que você toca como se fosse um violão normal e soa diferente. No meio erudito se chama de instrumento "transpositor".
Em solo ou como único acompanhante, ele serve para tocar mais grave sem ter que mudar o arranjo ou mesmo para obter um som diferente tocando o mesmo instrumento de sempre
Com outros violões, é possível fazer base com linhas de baixo sofisticadas sem ter que reaprender a tocar como acontece com o sete cordas.
No nylon descobri que algumas peças de clássico soam melhores em tons mais graves.
No aço descobri que é possível fazer base rítmica e ao mesmo tempo uma linha de baixo rica com um instrumento só. Com um pouco de prática o resultado é ótimo.
Foi o que já descobri, nesse pouco tempo. Espero que a minha experiência sirva para alguém, e que alguém com experiência a compartilhe aqui.
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Pardal Veterano |
# mai/08
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Pra falar a verdade, o violão de sete cordas originalmente era de aço. Só em 1981, Luíz Otávio Braga experimentou cordas de Nylon e em 1983 Sérgio Abreu fez o primeiro violão de sete cordas para nylon. Já ouvi falar do violão tenor, que pode ter desde quatro a sete cordas também (sobre o tenor sete cordas, tem um lindo no catálogo de cordas Hanna Bach).
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kiki Moderador |
# mai/08
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Pardal e em 1983 Sérgio Abreu fez o primeiro violão de sete cordas para nylon olha, sou da mesma época do violão sete cordas! eu achava que era tradicionalissimo, ja que usa muito em choro...
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Private Pyle Veterano |
# mai/08
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kiki eu achava que era tradicionalissimo
E é. Data do começo do século, apenas eram usadas cordas de aço.
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kiki Moderador |
# mai/08
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Private Pyle ah, entendi não tinha sacado essa sutileza! =p
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lumulus Veterano |
# mai/08
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Pra falar a verdade, o violão de sete cordas originalmente era de aço. Pelo que sei, apenas os bordões, certo? O Dino Sete Cordas usava as duas primas de nylon, os três bordões de aço e uma corda de violoncelo para a sétima. Na verdade ele inventou essa configuração para resolver o mesmo problema a que me referi acima: dar peso às linhas de baixo com o aço sem o brilho excessivo das primas de aço. O barítono resolve esse problema de forma mais simples, porque você não precisa reaprender a tocar, como acontece com o sete cordas. Sete cordas de nylon é coisa bem mais recente.
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