Review: Ibanez EGEN8 (Herman Li Signature)

    Autor Mensagem
    erico.ascencao
    Veterano
    # jun/14 · Editado por: erico.ascencao


    Vamos lá a mais uma resenha sobre meus brinquedos.

    Equipamentos de referência para comparação:
    - Cort X-6 original
    - Cort X-6 com Schaller Floyd Rose, EVH D-Tuna, GFS VEH na ponte e braço e GFS 10k True Coil no meio

    Recursos:
    Corpo em mogno com flame maple venner, corpo semelhante às Ibanez S, braço em maple, escala em rosewood; captadores Ibanez V7, S1 e V8; ponte Ibanez Edge III Herman Li Special, coil tap nos humbuckers.

    Som:
    Legal, mas pode melhorar. Achei que os captadores possuem bastante ganho, o que de certa forma eu já esperava. Entretanto, achei-os muito fechados, com bastante grave (chegando a embolar no captador do braço) e faltando um pouco de brilho. Estas características contribuem para que a guitarra soe bem encorpada e pesada com drives mais fortes. Estou estudando a troca dos captadores por um set com timbre mais equilibrado, com um pouquinho menos de ganho e que fique legal quando splitar os humbuckers. Comparando com os GFS que eu tive na minha Cort X-6, na minha opinião estes captadores Ibanez perdem - questão de gosto.
    Nota: 6,5.

    Ação, ajuste e acabamento:
    A ação veio terrivelmente ruim, mas nada que um luthier não consiga ajustar - aliás, levar instrumento novo no luthier deve ser de praxe. Também foi necessário nivelar dois trastes, nada de outro mundo também. O grande destaque fica por conta do acabamento (por sinal, todinho em verniz fosco) muito superior ao de outros instrumentos asiáticos que eu já tive. A junção do braço (aparafusado) com o corpo é perfeita. Os únicos detalhes que encontrei foram alguns pequenos pontos na parte de trás do braço onde o polimento não está perfeito, ou seja, ficaram pequenas "feridinhas" um pouco mais rugosas. O flame maple veneer é lindíssimo. O braço tem um perfil bem magrinho e fino, porém as bordas do braço têm um certo ângulo com a escala (imagine que a tangente do perfil do braço bem na borda da escala não faz 90º com a escala, faz uns 110º digamos) que acaba incomodando os dedos da mão esquerda em certos movimentos.
    Nota: 7,5.

    Confiabilidade e durabilidade:
    Bom, ao contrário da Fender, sobre a qual já fiz uma resenha, esta guitarra vai sair bastante de casa. A minha intenção é de ter esta guitarra como "titular", "pau-pra-toda-obra", enfim, guitarra versátil pra tocar de tudo sem ficar com receio de judiá-la. O meu sentimento é que ela aguentaria uma rotina de músico profissional que toca todo fim de semana, desde que passe por alguns pequenos ajustes. Não me sinto confortável com a ponte flutuante, que mesmo bem regulada acaba desafinando meio semitom em algumas alavancadas mais fortes. Juntando a isso a minha vontade de colocar um EVH D-Tuna para tocar coisas em Drop-D, uma Floyd Rose Original está nos planos pra substituir a Ibanez Edge III. Além disso, senti que um dos potenciômetros está mais firme e o outro gira muito fácil, coisa que não acontece na Fender, por exemplo. As tarraxas cumprem o seu papel, que em guitarras com tremolo flutuante não é dos mais cruciais. Enfim, a ponte é o grande vilão da confiabilidade.
    Nota: 6,0.

    Impressão geral:
    A missão de encontrar uma guitarra versátil, com um visual que me agradasse e por um preço "não-caro" não foi fácil. Guitarras com Floyd Rose tendem a ter um visual muito chamativo/heavy-metal, seja pelo design ou pelas cores. Acabei encontrando na Ibanez EGEN8 recursos versáteis num design elegante com um preço bom (numa oferta caçada na internet por R$3000). Analisando friamente, ainda assim trata-se de uma guitarra cara, porém o "Ibanez" no headstock ajuda um pouco no quesito preço de revenda. A guitarra satisfez meus anseios de guitarrista de quarto mas, ao sair de casa pra tocar só com ela, acabarei sentindo falta de alguns aspectos das outras guitarras que ficam guardadas. Como estou tocando com uma galera, aí os upgrades até são justificáveis para adaptá-la ao meu gosto. De modo geral, é uma guitarra que representa um pequeno passo além da série S e RG por um preço que eu julgo ser proporcional a este passo. Dou um 6,5 para o que ela é hoje, mas com um bom trio de SDs e uma Floyd Rose Original a nota deve subir fácil pra 7,5.
    Nota: 6,5.

    Filippo14
    Veterano
    # jun/14
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    Puta review cara, parabéns, dificil encontrar alguém que seja frio na hora de fazer um review, gostei muito das suas impressões, pé no chão e realismo.

    A verdade é que nenhuma guitarra é quase 10 em tudo, TODAS tem o que melhorar.

    A guitarra pelo que você falou parece ser boa, aquele tipo de guitarra " honesta" ahahahah. O braço é parafusado?

    Abração

    erico.ascencao
    Veterano
    # jun/14
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    Filippo14
    A guitarra pelo que você falou parece ser boa, aquele tipo de guitarra " honesta" ahahahah.
    Este termo "honesta" geralmente é usado para guitarras mais baratas que cumprem o seu papel, como as famigeradas SX SST 57/62, as Cort X-6, etc. Pelo preço desta Ibanez EGEN8, que geralmente é na casa dos R$3500, nem dá pra dizer que ela é honesta. Mas trata-se de uma boa guitarra sim.

    erico.ascencao
    Veterano
    # jun/14
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    Editado: inclui a informação a respeito da junção braço-corpo.

    Luisfelp FR1
    Membro
    # jun/14
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    Muito bom o review hein cara. Gostei desse seu jeito realista e rigoroso, como conduziu os testes e o review, acho essencial isso, para que assim possa se ter uma noção mais próxima do real, ou seja daquilo que o instrumento oferece.
    Parabéns!!

    Ps: Depois se possível posta umas fotos e talvez um sonzinho dela :D .

    Nefelibata
    Veterano
    # jun/14
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    erico.ascencao

    Cara, parabéns pela guitarra e especialmente pela admirável isenção no review da guita.

    NMHO, eu achei a guitarra meio cara pelo que ela oferece. Se fosse mais barata daria pra comprar, agora, considerando que ainda terá q gastar mais um tanto bom pra colocar captadores mais dóceis e uma ponte confiável, melhor seria ir direto nas prestige ou alguma outra marca.

    No mais eu sempre achei linda esse modelo do herman li.

    Abração

    erico.ascencao
    Veterano
    # jun/14 · Editado por: erico.ascencao
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    Nefelibata
    Se fosse mais barata daria pra comprar, agora, considerando que ainda terá q gastar mais um tanto bom pra colocar captadores mais dóceis e uma ponte confiável, melhor seria ir direto nas prestige ou alguma outra marca.
    Aí é que está o problema. Uma Prestige não se acha por menos de R$7000. Antigamente existiam as Prestige RG1570 por R$4500, que curiosamente vinham com os mesmos captadores da EGEN8. As novas Premium, ao meu ver, são equivalentes à EGEN8.

    Outras opções de outras marcas acabariam fugindo dos meus requisitos. Jackson e Dean têm um visual muito agressivo pro meu gosto, além de não haver opções HSH. As Charvel San Dimas não me agradam muito pelo design semelhante à stratocaster e à captação HH. A EVH Wolfgang Special seria uma baita guitarra, porém também falta o single.

    Enfim, quando decidi voltar a tocar guitarra há alguns meses, foquei minhas compras em equipamentos com certo nome, que não sejam tão difíceis de vender e que satisfaçam minha GAS por um bom tempo :P. Para este estilo de guitarra mais shredder, não há nenhuma marca tão dominante como a Fender em stratocasters ou Gibson em Les Pauls, entende? Por isso as opções acabam sendo mais variadas. O ideal seria mandar fazer uma guitarra ao meu gosto, mas aí o preço de revenda vai pro saco.

    erico.ascencao
    Veterano
    # ago/14
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    Como já vinha planejando desde que comprei a guitarra, troquei captadores e ponte por um set de Seymour Duncans (TB-4, SSL-1 e SH-1n) e uma Floyd Rose Original com EVH D-Tuna.

    Amanhã vou colocar as novidades à prova, mas de antemão digo que a troca da ponte fará uma grande diferença na qualidade da guitarra, e acredito que até no timbre ela deve contribuir. O sentimento inicial que tive é que a ponte é bem robusta, da mesma forma que a Schaller que tive na minha antiga Cort X-6. As alavancadas vão ficar mais pesadas, possivelmente devido ao bloco ser mais pesado, mas por outro lado a expectativa é que a afinação se mantenha bem estável e que o sustain e o ataque das notas sejam valorizados.

    erico.ascencao
    Veterano
    # ago/14
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    Como havia comentado, ontem testei a guitarra com as modificações: Floyd Rose Original com EVH D-Tuna e captadores Seymour Duncan TB-4 (JB), SSL-1 e SH-1n ('59).

    A ponte se mostrou extremamente robusta. Devido a esta robustez (credito ela ao bloco em latão), as alavancadas ficam mais "pesadas" e a afinação é mais estável. O sustain e o ataque das notas melhoraram muito também - note que, para usar o EVH D-Tuna, eu tive que bloquear a ponte para trás, logo a ponte fica apoiada no corpo, o que ajuda ainda mais no sustain.

    Os captadores foram uma aposta em que eu acertei em cheio. No geral os humbuckers soam mais abertos e têm um mesmo nível de ganho que os Ibanez V8 e V7. Devido a esta "abertura" maior, a guitarra ganhou bastante "punch" na posição da ponte e muita definição na posição do braço. Estes médios e agudos adicionais ficam bem legais quando os humbuckers são splitados. O SSL-1 não soou tão diferente do Ibanez S1.

    Revisando as notas da guitarra com as modificações:
    - Som: 9,0
    - Ação, ajuste e acabamento: 7,0 (o rasgo no corpo pro EVH D-Tuna acaba comprometendo um pouco o visual)
    - Confiabilidade e durabilidade: 8,0
    - Impressão geral: 8,0

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/15 · Editado por: erico.ascencao
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    Um videozinho para ilustrar a guitarra já com as modificações:



    Equipamento utilizado:
    - Zoom G3x (analog delay)
    - MXR Microamp
    - Pedrone Penta-Switch
    - Blackstar HT Club 40

    rafael_cpu
    Veterano
    # fev/15
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    erico.ascencao

    Review excelente, como sempre!
    Ainda mais agora com vídeo :)

    Essa guitarra é realmente muito bonita... parabéns.

    T+

    daimon blackfire
    Membro Novato
    # fev/15
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    O que é EVH d-tuna?O que é esse

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/15
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    rafael_cpu

    Valeu cara!

    daimon blackfire

    EVH D-Tuna é um sistema usado em pontes do tipo Floyd Rose que permite "dropar" a afinação de uma corda pelo simples deslocamento do seu dispositivo, sem desregular a guitarra. Para usar este sistema é necessário que a ponte esteja travada por baixo, ou seja, permitindo apenas alavancadas no sentido de afrouxar as cordas.

    krixzy
    Veterano
    # fev/15
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    erico.ascencao
    Tenho a impressão que essa guitarra é confortável pra caramba, o que você acha da tocabilidade dela?

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/15
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    krixzy
    Tenho a impressão que essa guitarra é confortável pra caramba, o que você acha da tocabilidade dela?

    O mais marcante desta guitarra é o peso: é uma guitarra muito leve. O corpo tem os tradicionais 45 mm de espessura somente na trócula, mas o desenho do corpo é de tal forma que a espessura vai diminuindo até chegar a uns 13 mm nas bordas.

    O braço é daquele jeitão das superstratos, um perfil mais magro que um de Fender e bem estreito. Os trastes são jumbo, o que não exige muita força ao digitar as notas.

    Outros fatores ligados ao conforto e tocabilidade estão mais ligados à regulagem da guitarra.

    krixzy
    Veterano
    # fev/15
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    erico.ascencao
    Tava pesquisando na net encontrei esse vídeo kkkk..... que tenso, depois dessa ele deve ter colocado um strap look melhor.



    https://www.youtube.com/watch?v=MOqv9eHNF8Q

    erico.ascencao
    Veterano
    # fev/15
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    krixzy
    Fanfarrão... huahuhauauahua!

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