Estou improvisando de modo correto?

    Autor Mensagem
    Esmael
    Membro
    # ago/13


    E aí galera!
    Bom, hoje eu comecei a tirar uns improvisos em C, como eu estava estudando a escala maior natural, pensei logo na escala maior de C (C-D-E-F-G-A-B), e na relativa Am, também no modo Jônio para improvisar em um BackTrack em C.
    Estou em duvida quanto estar saindo da harmonia, por exemplo: Desço na escala maior natural, quando chega nas duas últimas cordas faço alguma passagem e vou para as notas do modo Jônio que se encontram nas duas últimas casas (sacou?), e subo no modo Jônio normalmente, depois aproveito o modo e passo para a escala de Am, que fica na mesma região da escala maior natural (da 1ª a 5ª casa), quando chega nas últimas cordas faço o mesmo que fiz logo acima com o modo Jônio, passando para as notas do modo que se encontram nas duas últimas cordas e vou descendo na última corda, a mizinha: A, B, C (notas da última corda do Jônio), e sigo o padrão sem cair em nenhuma nota sustenida ou bemol, no caso, D e E, quando chego em E, na 12ª casa noto que o intervalo para a próxima nota é de meio tom, e para a outra nota é de um tom, o que me lembra a mesma ideia do fragmento do meio do modo Jônio, nas cordas D e G, então repito este mesmo fragmento onde eu estou (12ª), que ficaria: 12ª, 13ª e 15ª casas, isso repitindo nas duas ultimas cordas, em seguida uso o fragmento das duas primeiras cordas (E e A) do modo Jônio nas cordas D e G, respectivamente nas casas 10, 12 e 14.

    Isso está correto? Está saindo fora da harmonia do BackTrack?
    Obrigado pela paciência de ler o texto!

    Shafik
    Membro
    # ago/13
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    Bom Dia brother!
    Bom pelo o que eu lé aqui, você tem uma certa noção de intervalos e já conhece alguns dos modos gregos, ÓTIMO!!!
    Agora qndo o assunto é improviso, vou te dar uma dica, não tente regrar ou saber se está certo ou errado, use o seu OUVIDO para ter uma noção e uma OPINIÃO sobre a sonância do seu improviso cara... é muito difícil (pra min e creio que para muitos ) saber como está soando esse seu improviso lendo esse teu "roteiro".
    De uma coisa tenha certeza, a partir do momento em que você "perambula" pelas escalas supracitadas com segurança, pode ter certeza que estará soando bem.
    Um improviso não pode e não deve limitar-se somente a esse tipo de visão onde prevalece a matemática e a lógica, tenha em mente que o seu improviso lhe servira como um exercício (um dos mais importantes) de FAMILIARIZAÇÃO e OUVIDO para com o instrumento, não tente entende-lo, apenas escute, sinta, inove, quebre algumas regras (out que eles fala), pensando desse modo você terá uma evolução bem maior e mais satisfatória em seus estudos, sem contar que você irá obter o seu "vocabulário" no instrumento! ^^

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # ago/13
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    Esmael
    Primeiro: parabéns por se interessar por improviso e harmonia! É muito mais gratificante (pelo menos pra mim) do que decorar músicas. Você está no caminho certo e com certeza vai evoluir muito seguindo por aí.
    Segundo: tá soando legal? Então tá certo! Muita coisa que eu aprendi foi "esquecendo" as escalas, procurando o som que eu tinha na minha cabeça, e depois correndo atrás da teoria pra explicar por que aquilo soava bem. Se você não toca nenhum acidente (sustenido ou bemol), você com certeza não saiu do tom numa música em C. Mas tenta seguir teu ouvido pra dar uma "apimentada" no som. Você vai ver que vale a pena. Ouça grandes guitarristas e instrumentistas em geral, e tente incorporar ideias deles no teu estilo. E poste os resultados aqui, tenho certeza que a galera do forum vai ter prazer em te ajudar.

    Denis Warren
    Veterano
    # ago/13
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    Esmael
    Acho bom você reler os conceitos de escala pois a tua análise está muito confusa. Uma escala é definida pelas notas que ela possui e essas notas podem ser tocadas em várias posições do braço da guitarra.
    Uma intenção modal (Jônico, etc...) é uma forma de tocar uma escala.

    As notas de Dó maior são as mesmas de C Jônico e as mesmas de Lá menor. Quando você aplicar qualquer uma dessas escalas em cima de uma música em Dó maior estará tocando a escala de Dó maior, não faz diferença em qual posição no braço da guitarra.

    Shafik
    "não tente regrar ou saber se está certo ou errado, use o seu OUVIDO"

    É bacana usar regras também para conhecer alternativas que o ouvido ainda não vivenciou musicalmente.

    BrotherCrow
    "tá soando legal? Então tá certo!"

    Pode estar certo para ele e errado para todo mundo. O ouvido precisa de referências e nem sempre está julgando de forma correta. É importante a opinião de outras pessoas. Ou então não existiriam cantores que se acham maravilhosos e quando a gente escuta chega a dar pena...

    BrotherCrow
    Membro Novato
    # ago/13
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    Denis Warren
    Haha tá certo... mas foi por isso mesmo que eu disse que é legal ouvir muito os bons guitarristas. Desenvolver o ouvido... e depois procurar a teoria por trás daquilo. Acho positivo você esbarrar em um lick legal, mesmo que vc não consiga explicar por que ele funciona. E claro, ouvir a opinião dos outros. Por exemplo, até hj escuto Diamanda Galas e me parece que ela tá só berrando feito louca, mas tem gente que entende de música e acha ela genial.

    Denis Warren
    Veterano
    # ago/13
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    BrotherCrow
    Hehehe, podes crer, é isso mesmo!

    Shafik
    Membro
    # ago/13
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    É bacana usar regras também para conhecer alternativas que o ouvido ainda não vivenciou musicalmente.

    Eu te entendo, e até concordo com você, mas se você observar o post do cara, terá a impressão que ele se apega/sabe tanto a teoria, que ele procura uma razão até teórica sobre se o IMPROVISO dele ta legal.. sacou? Por isso fiz esse tipo de recomendação ao cara... que ele já sabe coisa pra caralho é visualmente perceptível, por isso acho que ele deve deixar se levar mais do que prestar tanta atenção e querer intender o que ele ta fazendo.. ( inconcientimente e vai entender... pq se ele parar pra pensar ele sabe que aquele local onde ele monta um acorde tem uma box que tem varias escalas diferentes possíveis e que se pode usar as cordas tocadas de uma maneira diferente e criar solos lick e fraseados e coisa e tal...) sacou?

    Crossqb
    Veterano
    # ago/13
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    Esmael
    Está saindo fora da harmonia do BackTrack?

    Cara....é impossível te falarmos se está saindo da Harmonia sem ouvir o que vc esta fazendo....os repousos....o tempo....tudo isso conta quando se fala em harmonia. Como ja falaram ae, seus ouvidos é que tem que te dizer....
    Está dentro do tom da BT? pelo que vc escreveu ai está sim.

    Está correto?
    Está ué....mas se vc pegar um G mixolidio e mandar nessa BT ae deve dar certo tbm....a intenção do seu improviso será outra....experimente e ouvira como fica.

    Até se vc pegar um G Jonio pode ser que fique legal, mesmo tendo nosso amigo F# nela....é uma nota que não notamos no tom de C, mas não significa que não possa ser usado (pesquise sobre notas outsides). Seus ouvidos é que te dirão xD

    Abraço!

    Denis Warren
    Veterano
    # ago/13
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    Shafik
    "que ele já sabe coisa pra caralho é visualmente perceptível"

    Taí, esse que é o problema. As idéias não estão bem definidas, tá faltando entender o assunto e conhecer bem a aplicação dos conceitos.

    Crossqb
    "mas se vc pegar um G mixolidio e mandar nessa BT ae deve dar certo tbm"

    Só se tocar ele em cima de um acorde de G, ou então não dá certo, a intenção não casa. Imagine, a nota característica de G Mixolídio é o Fá, se repousar essa nota em acorde tônico (C7M, Em7 ou Am7) vai soar estranho.

    nenemjonas
    Veterano
    # ago/13
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    To com muito problema na hora de improvisar.

    No caso pego a pentatonica menor em Dm,ja decorei os desenhos no braço todo mas na hora de improvisar o som sai sem sentido,sem pé nem cabeça,não soa legal.

    Queria que vocês me passasse dicas para ter mais ideias na hora de improvisar.

    Esmael
    Membro
    # ago/13
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    Obrigado pelas respostas de todos vocês. Estão me ajudando :)


    Está dentro do tom da BT? pelo que vc escreveu ai está sim.
    Realmente era no que eu estava com dúvida, se estava saindo fora da harmonia, não usei nenhum acidente (sustenido ou bemol). Apenas usei a escala maior natural de C, a escala da relativa (Am), o modo Jônio, e em certas partes oitavei os fragmentos dessas escalas e modo.

    Todavia não sei se esse meu mesmo conceito servirá para as pentatônicas, mas notei que os dois primeiros shapes da pentatônica de C se aglomeram dentro do primeiro shape da escala maior natural de C e o modo Jônio, e juntando o modo Jônio, os dois shapes da penta de C e a escala maior natural de C, notei que amplia a quantidade de notas possíveis para improvisar.

    Eu gostei de estudar deste modo que citei no post, porque está me familiarizando muito com o braço do instrumento (como saber onde está cada nota), e também estou tendo uma certa noção da sonoridade por regiões no braço.

    Também gostaria de perguntar a vocês, se os mesmos conceitos que estou usando em C, servirá para D, E e outras notas...

    Ouça grandes guitarristas e instrumentistas em geral, e tente incorporar ideias deles no teu estilo.
    Sim, gosto muito de Malmsteen, Govan, Steve Vai também gosto muito, o glorioso Satriani, entre outros não instrumentais como o Rhoads...

    Crossqb
    Veterano
    # ago/13
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    Denis Warren
    Só se tocar ele em cima de um acorde de G, ou então não dá certo, a intenção não casa. Imagine, a nota característica de G Mixolídio é o Fá, se repousar essa nota em acorde tônico (C7M, Em7 ou Am7) vai soar estranho.

    Sim sim cara! Concordo contigo...por isso que falei que DEVE dar certo...vai depender dos acordes dessa BT que ele esta improvisando. xD

    Denis Warren
    Veterano
    # ago/13
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    Esmael
    "Realmente era no que eu estava com dúvida, se estava saindo fora da harmonia"

    Bom, fica impossível dizer se está saindo da harmonia sem saber quais são os acordes que fazem parte dela. Mas claro, se a harmonia está em Dó maior e você estiver tocando apenas notas sem alteração a tendência é dar certo. Agora mesmo um backing em Dó maior pode conter acordes de preparação e passagem que podem dar um pouco de problema na hora de improvisar. E o repouso na quarta justa da escala tem que ser feito com cautela.

    "notei que amplia a quantidade de notas possíveis para improvisar"

    A quantidade de notas não muda, serão 7-> C D E F G A B.

    O que pode mudar é que assim você consegue tocar essas 7 notas em mais regiões do braço. Observe:

    Escala de Dó Maior: C D E F G A B
    Escala de Dó Jônico: C D E F G A B
    Shape 1 da Penta de C Maior: C D E G A
    Shape 2 da Penta de C Maior: D E G A C
    Shape 3 da Penta de C Maior: E G A C D
    Shape 4 da Penta de C Maior: G A C D E
    Shape 5 da Penta de C Maior: A C D E G

    "e também estou tendo uma certa noção da sonoridade por regiões no braço"

    As sonoridades estão relacionadas com as notas e a forma com que você as emprega no fraseado, independe da posição. A única diferença é agudo X grave e o timbre.

    "Também gostaria de perguntar a vocês, se os mesmos conceitos que estou usando em C, servirá para D, E e outras notas..."

    A relação intervalar entre todas as escalas maiores é sempre a mesma, é isso que define cada uma como escala maior. Então tudo que se aplica a uma irá se aplicar as demais.

    Crossqb
    Beleza!

    ViniciusBorges
    Veterano
    # ago/13
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    Esmael
    Eu acredito de que algo mais importante do que você estar da escala 'X' é você estar usando as notas de repouso 'certas', ou seja, notas que fazem parte do acorde que está sendo tocado. Por exemplo, suponhamos que você está improvisando em C no compasso em que você está tocando esteja sendo executado um Dm na base. Se você repousar na nota C, vai soar 'fora', apesar de C ser a tonalidade, simplesmente porque nesse acorde específico, C gera tensões com as notas do acorde(uma segunda maior - D; uma quarta justa - F; uma sexta maior - A, se você conceber o C como a tônica). Se você não pensa nisso, experimente da próxima vez que for improvisar, descobrir os acordes da BT e tentar jogar notas de repouso pertencentes aos acordes tocado.

    PS: Não necessariamente as tensões geradas por uma nota fora do acorde sejam ruins, muito pelo contrário, por vezes são atingidas sonoridades muito interessantes, depende do tipo de som que você está buscando. Segue um vídeo do Roberto Torao em que dá pra ter uma ideia melhor do que eu quero dizer.



    Filippo14
    Veterano
    # ago/13
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    Esmael
    Cara, boa iniciativa de testar coisas e tal, isso vale muito, mesmo.
    Quanto ao que falaram, cara não pense em tocar fora das regras ainda, soando bem pode soar e tal, mas primeiro é preciso conhecer muito bem a regra para poder quebrá-la, senão não passa de tocar coisas aleatórias. Não digo isso para dizer que o resto está errado, mas pensar em outsides e acidentes em uma escala maior de C ainda não dá, irá te confundir.
    A Penta menor é justamente o relativo menor, eólio.Uma dica que é bem bacana é a de oitavar as escalas mesmo, por exemplo a penta menor tocar em uma segunda região do braço, ou seja, a partir da corda Lá. Isso faz com que você teoricamente toque o eólio ou qualquer outro modo, mas na verdade esteja em outro modo (eles tem as mesmas notas. o eólio ou pentatonica menor na segunda regiao está no frigio na corda mi). Outro fator legal de pensar é que a forma mais básica de se tocar a penta menor é sendo ela o eólio, contudo ela pode ser o dórico ou mesmo o frígio, portanto o modelo é o mesmo, mas as notas tocadas serão diferentes.
    Outra idéia que eu uso para dar som modal é a de pensar em pentas dos modos. Isso faz com que eu selecione os intervalos e notas mais importantes do modo e não tenha o "problema" de passar por notas da escala que descaracterizam o modo e dão uma sonoridade como uma escala maior simples. Eu sigo em geral a ideia da tríade com a quarta e a nota boa do modo, sendo essa nota boa as vezes a própria quarta (lídio) ou a sétima (eólio, mixolídio).
    Para não dizer que eu não gosto de mudanças nas músicas no início, tenta usar o mesmo acorde para dois modos ou três, por exemplo:

    C7M - pode ser um jônio ou um lídio, sendo essa mudança muito usada e bonita

    Dm7- pode ser um frígio, dórico ou eólio. Cada um tem uma sonoridade distinta que ficam ótimas.

    lembre-se que um C7M jonio está no tom de C maior, mas um C7M lídio está no tom de G maior, tenha isso em mente para não se confundir.

    Outras ideias mais práticas e que ajudam na improvisação é o fato de usar dinamica. Qualquer uma vale, rápido-lento, grave-agudo mistura das duas, ligados-palhetadas. Qualquer coisa vale para dar dinâmica. Treine para não ficar preso aos modelos e enxergas os intervalos ou notas, depende como vc pensa, no braço inteiro. Arpejos são ótimos para pensar em dinamicas de grave e agudo ou rapido e devagar, fora a noção harmonica que eles dão, vale a pena treina-los muito.


    Abração e bons estudos

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