Paulo Utida Veterano |
# ago/12
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Fala Galera,
Eu estava com um dúvida enorme sobre o tema ALTURA DAS CORDAS!!! Sou novato no mundo das guitarras... comprei a minha exatos 4 dias. É uma Cort Viva Gold II. Ela veio com cordas 0.09 da D'ddario. Percebi que as cordas vieram muito altas. Praticamente a mesma altura do meu violão Takamine. Achei alta demais para um guitarra. Então levei para um amigo que toca muito bem e ele regulou ela para mim. Na realidade ele regulou para ele, como ele toca bem demais e praticamente não faz bases... faz mais solos... ele deixou SUPER baixa... coisa de quase 2 mm. Então pesquisei e encontrei esse artigo sobre o tema. Fui lá regulei para quase 3 mm na E e com 2 mm na mizinha. Agora vou treinar e ser feliz! Quero sustain e pretendo treinar a velocidade.
Espero que ajudem Vamos falar de encordoamentos. Depois de comprar uma boa guitarra, agora está na hora de ajustá-la. Dependendo das suas influências, seu primeiro pensamento talvez seja: “Cordas baixas e leves. É isso que eu procuro! Bends de dois tons e meio sem esforço!” No entanto, como decidir a relação altura x calibre da sua guitarra? Bom, vejamos algumas vantagens e desvantagens. Antes analise como você toca, e qual é a necessidade do que toca! Por exemplo, se você gosta de fritar, daqueles que esquentam a chapa pra valer, e sem usar óleo, provavelmente você precisará de cordas mais baixas, para ser rápido com toques leves e sem muito esforço. Se é um “blueseiro”, que fica 10 minutos numa nota, com vibratos de ¼ de tom, e seu toque é praticamente um martelo, provavelmente você terá necessidade de cordas mais altas. Depois de analisar sua pegada, vamos a outros pontos de interesse:
- Cordas baixas e leves: Facilitam e muito a ação da mão digitadora, especialmente no que diz respeito a ligados e tappings. Ajudam na velocidade devido à falta de esforço ao tocar as notas. No entanto, quanto mais baixa a corda, menos espaço há para ela vibrar, dificultando, assim, a “fluência” dos harmônicos. Se forem cordas leves, por serem mais “moles”, seu bends ficarão fáceis, podendo atingir tons mais altos. Cordas leves, por sua vez, precisam de mais espaço ainda para vibrar. Se estiverem baixas, você terá uma certa limitação da sua pegada, que deverá ser mais leve e com uma palhetada moderada. Do contrário, podem ocorrer sensações de trastejo (aquele barulho de corda batendo que não chega a cortar o som), e até mesmo trastejos, pois ficarão mais evidentes possíveis desnivelamentos nos trastes, ou deformações na escala. A conseqüência é que seu sustain fica bem limitado e com um som “magro”. Lembre-se também que seu “radium” (angulação da escala) não deverá ser acentuado, pois isso impossibilitaria bends altos.
- Cordas altas: Tendo mais espaço para vibração das cordas, pode-se aplicar uma pegada mais forte e uma palhetada mais vigorosa. Os hamônicos fluem livremente, tendo assim um som claro com muito sustain, maior tempo de duração de bends e vibratos. Entretanto, cordas altas dificultam muito a ação da mão digitadora, complicando a atuação de ligados e tappings. Se estiverem muito altas e de maneira não uniforme pelo braço, isso pode indicar sérios problemas no braço.
- Cordas pesadas: Mantêm melhor a afinação, colaboram muito para o sustain, têm um som mais “encorpado” e “interagem” muito bem com o captador. Muito apropriadas para quem gosta de ação de cordas baixas. Por serem mais tensas, seu espaço de vibração é menor, e seu som é bem encorpado, o que compensaria algumas das desvantagens próprias do tipo de ação. Também tem quem goste de usá-las mais altas. É mais uma questão de costume e da característica do próprio guitarrista. Não se engane, a diferença de um jogo de cordas, calibre 0.09 para 0.10, é enorme. De 0.10 para 0.11, já não é uma diferença tão grande, apenas seus dedos sentirão um pouco na hora dos bends. Mas não tenha medo de experimentar cordas mais pesadas. Com o tempo, e uma certa “musculação” dos dedos, 0.12 não será o bastante para saciar seu desejo de ter um som encorpado e de tocar vigorosamente.
Um rápido exemplo de um amigo meu, guitarrista, que tinha medo de usar encordamento 0.10, pois achava que seria muito difícil tocar com esse calibre. Depois de alguns experimentos, ele timidamente aceitou usar uma 0.10. Resultado: cerca de um ano depois eu o vi suplicando a um lojista para encomendar para ele um encordamento B.B. King Signature, da Gibson! Seus calibres são: nas cordas Mi e Si, padrão 0.10 (0.10, 0.13); Sol e Ré, padrão 0.11 (0.17 e 0.32); Lá e Mi, padrão 0.12 (0.45 e 0.54). Portanto, não tenha medo de experimentar. O pior que pode acontecer é a grana preta gasta pra sustentar o seu vício de um encordamento desses!
Não existem regras para isso, nem convenções, mas a experiência indica que de 2 a 4 mm no 12° traste são alturas razoáveis que não comprometem nenhum dos fatores acima, nem requerem grandes cuidados. É muito comum encontrar quem goste da ação de 1,0 a 2,0 mm, o que necessita de muitos cuidados extras, como um nivelamento bem feito, uma corda um pouco mais pesada, e é claro, o guitarrista deve ter um toque suave, sem perder sua pegada característica. Sendo assim, o bom som não depende só do seu set-up, nem do seu luthier. Agora está nas suas mãos decidir qual a melhor composição do seu instrumento. Mas não importa o que, nem como você use, o que importa é que tire o som que você quer tirar, de uma forma confortável pra você.
Já sabem, perguntas, críticas ou sugestões sobre assuntos a abordar terei prazer em receber. fonte: http://sylviadantonio.com.br/blog/2011/01/25/cordas-altura-x-calibre/
Abraços,
Paulo Utida
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