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SpectrosGuitarman Veterano |
# abr/16
O intuito desse post é ajudar aqueles que precisam fazer muito com pouco.
Antes do dolar disparar, vc comprava uma mesa dessas por umas 200 pilas, agora o mais barato é uns 750 no ml. Enfim, se essa mesa está cara, imagina as outras... enfim
Muita gente usa esse modelo em barzinho, por ser simples de operar e bem barata. Tem muita banda que roda com essa ai, e é o caso da minha banda.
Nos bares aqui da região do vale do paraiba, as condições são bem precárias, e ultimamente o volume tem sido uma reclamação constante, a banda abaixa até um limite, dps começa a atrapalhar, pois sem retorno, fica difícil... Todas as bandas que eu conheço tem sofrido com o mesmo problema.
Pois bem, eu fiquei puto e resolvi trabalhar com o que tenho na mao. Quem ja usou behringer sabe que os manuais são maravilhosamente ruins, portanto muito do que se descobre, é na raça.
Esse modelo de mesa possui um processador de efeitos integrado, e eu comecei a olhar e olhar pra mesa e percebi que tem um jack de FX send, mas não tem nenhum Return. Isso é para caso voce utilize um periférico (compressor, delay, etc etc). Ao conectar qualquer coisa nesse jack, vc mata o processador de efeitos da mesa - isso é o que deveria acontecer, mas ainda tem como você utilizar o processador de efeitos da mesa mesmo assim, deixa esse pro próximo bizu.
Ao conectar qqr coisa nesse jack, o seu know de FX Send que existe pra cada canal deixa de ser um dosador da quantidade de efeito, ele vira simplesmente o controle de volume nesse barramento. Ou seja: seu FX Send virou uma saída auxiliar.
Bom, com o auxilio de uma caixa de retorno, ou um amplificador de fones (como o HA400 ou o powerplay), vc ja consegue ter ao menos uma via de retorno. Se vc tiver paciência e conseguir posicionar as caixas do PA de forma a aproveitar a sobra pra te beneficiar, é mais que suficiente. Ah claro, o sinal é pre-fader, portanto o que sai ali realmente é independente do PA.
Mas eu falei 3 vias de retorno né: Bom, ai ja é um pouco mais extremo, mas da pra fazer. Use os jacks de control room L e R. Considere o L como uma via e o R outra, e crie sua mix de retorno com eles. Se estiver no meio, o sinal sairá igual no L e no R, quanto mais pra esquerda, menos sai no no L e mais sai no R. Se quiser ir ao extremo, faça um hard pan, colocando os controles 100% pra um lado ou para o outro. Voce consegue portanto 3 canais de retorno, um do FX send, um do Control room L e outro do Control room R.
Usar o control room como aux send tem 2 desvantagens: 1) o que você fizer com o PAN afetará o PA também 2) o control room é post fader, ou seja, se vc abaixar algum canal no console, vai abaixar na via de retorno tbm.
Apesar dos pesares, se você se aproveitar das sobras do PA, funciona, e funciona muito bem para locais pequenos e apertados, porém muito barulhentos, onde um retorno faz falta.
No meu caso, rodamos com duas caixas, essa mesa ai, e um powerplay. Somos em 4 na banda, 2 vocais-guitarra, 1 baixista, 1 batera. Como o baixista e o batera precisam ouvir basicamente a mesma coisa, joguei eles no aux send, e como eu e o outro guitar-vocal ficamos nas pontas próximos as caixas, podemos aproveitar bem mais as sobras delas, por isso cada um pega um lado do control room. Usamos um powerplay de 8 canais.
Vale salientar, eu sei que isso não é uma maneira "profissional" de trabalhar, porém funciona. É uma forma de fazer muito com pouco, naquele momento em que você está no limite do seu equipamento, mas não tem dinheiro para um upgrade.
sei que foi meio confuso, portanto se alguem gostou, ou quer mais informações, comenta ai que eu explico em detalhes
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Ismah Veterano |
# abr/16
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SpectrosGuitarman ultimamente o volume tem sido uma reclamação constante
Lembre-se que a gente escuta o RMS apenas, então fujam de drives e compressões nos instrumentos, deixando apenas a voz levemente comprimida, que poderão dar um volume do carvalho.
Outra coisa, a inteligibilidade mora nos agudos, então passar a tocar com monitores balanceados entre um som mais agudo e o feedback do mic.
BUT se a casa tem alvará para funcionar como casa noturna (esse é o problema, a maioria só tem como bar, por ser mais fácil, e barato), a reclamação não vai proceder. Cabe as bandas de modo geral serem seletivas quanto a isso, ou se submeter.
Resumo da novela: ou toca como dá ou não toca em casas que não oferecem estrutura para a banda. A banda que trabalho tem certas condições para tocar, ninguém (salvo eu, e o vocalista) vivem exclusivamente da banda.
não tem nenhum Return
Geralmente tem sim, essas mesas usam plug's TRS, sendo o sleeve o terra/GND/Blindagem, Tip ou o Ring o send, e o que restar o return.
Usamos um powerplay de 8 canais
Eu usaria split físico e enviaria os canais do de Bass, GT1, GT2, V1, V2, diretamente para o power play, e a bateria via control room da mesa. Dali para o baterista e baixista. Pode ser via fone, floor ou side.
Apesar de não achar necessário, já que os amps DEVEM estar tocando a plenos pulmões, devido a precariedade de PA. Existe também o problema (eu sou um) de estar acostumado a monitoração em fone, tocar solito ou no máximo com mais alguém, e não saber tocar em grupo...
Para os cantores mandaria uma via comum, apenas com voz pelo send FX em fone ou floor. Se for via side, já dispensaria o monitor de voz dos outros dois.
Dicas de mix (não são regras, mas sugestões)
Talvez possam ganhar um pouco de volume das vozes, colocando em algum futuro próximo, um aquário para a bateria. O contra é que isso tira boa parte do volume dissipado, não vai ajudar caso não microfone.Talvez usar um meio aquário apenas com a parte de cima, tampando tudo menos o bumbo, para segurar caixa e prataria. Como não sei se ela é microfonada ou não... Se for sugiro bumbo, caixa apontando para o HH (batera terá que aprender a tocar assim, e ponto), e um mic entre os tons apontando para cima, para pegar condução, china e atack 2 (se em uso). Se o batera usar mais de um tom+surdo, jogue fora.
A mesa tem recurso de HPF em 80Hz, pode usar em tudo, menos em baixo, bumbo e surdo. Vai mudar? Sim, absolutamente, e terão de se acostumar, pois como um todo melhorar bastante o headroom.
Vozes é complicado, cada um tem um timbre, curva de resposta e dicção. Por grave para menos é a melhor coisa (em algo como 9~11hs).
Guitarras se usam pedaleira com esse recursos, podem cortar em 140Hz e dar uma atenuada de 3dB em 500~1000Hz, com um Q bem largo. Se não tiver essa opção, dê uma atenuada leve nos médios. Vai abrir espaço pra voz.
Baixo pode mandar ver no grave do amp, dar uma segurada no médio, e dosar com parcimônia agudos.
Novamente: o timbre vai mudar, mas é por aí que rola o timbre de guitarra, e como os recursos são limitados...
Uma referência pra ti (posso dar outras mais próximas do que é tua banda, essa está casualmente na mão agora)...
https://www.youtube.com/watch?v=fEMTKRKA4mM
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SpectrosGuitarman Veterano |
# abr/16 · Editado por: SpectrosGuitarman
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Ismah cara, valeu pelas dicas Então, a coisa é mais precária do que voce imagina nos bares aqui. Não tem sequer espaço para os músicos. Temos que tocar espremidos em todos os bares que vamos. Estamos nesse inferno ja tem uns 4 anos...
Quando fazemos outros tipos de eventos (tipo casamento, festa de 15 anos, essas coisas), aí é bem tranquilo, pq levamos uma mesa com mais recursos, que tem 4 auxiliares e 4 subgrupos, da pra trabalhar bem melhor. O PA é descente, a gente leva caixa de retorno pra cada um, vai um técnico de som, é diferente...
No bar mal cabe a gente... Eu tocava com um amp de 15w e ja tiveram a pachorra de me falar que estava alto. O maior problema tocando com o amp é que eu não ouvia a minha voz direito. Passei a usar uma hd500 in line no modo studio/direct, mas ai eu não ouvia nem minha voz, nem a guitarra, dependendo da posiçao das caixas, ai acabei voltando pro amp, pq a minha guitarra faz falta, mas meu vocal é de apoio, então quando eu não ouvia, simplesmente não cantava.
O lance com o powerplay foi a solução que encontramos pra ficar menos pior, e daria sim pra fazer isso que vc falou de pegar um sinal de cada, ja que a HD500 tem duas saídas, o vocal usa uma também e o baixo ta no direct box. A batera nós não microfonamos pq o nosso baterista... digamos que ele tem uma pegada meio peculiar. rs Acabei fazendo desse jeito pq se alguém quiser um pouco mais de volume de guitarra, ou de baixo por exemplo, eu consigo oferecer, mesmo que com limitações.
Na verdade, os bares com musica ao vivo aqui na região estão acabando, só há mercado pra voz e violão. Em taubaté e guaratinguetá a coisa é um pouco melhor, mas no resto do vale, é tudo uma merda... todas as bandas sofrem. Os donos dos bares querem oferecer a musica como diferencial, mas não dao condições pros musicos trabalharem, o próprio ruído do bar cobre a banda as vezes. Hoje só fazemos bares pois são nosso cartão de visita para outros eventos pq nem o cache presta, o vocalista vive disso, mas ele tem o esquema "voz/violão" dele em outras casas, rs.
Fazíamos casamentos mais esporadicamente, mas agora estão aparecendo com mais constância, e como a grana compensa, a ideia é fazer um upgrade para uma Mackie DL1608 ou uma Behringer X air 18, ai teremos recurso de sobra.
No caso dessa mesa, realmente não tem return, a volta do processador de efeitos externo tem que ser feita através de um canal.
edit: referencia \m/, tava ouvindo na hora?
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Ismah Veterano |
# abr/16
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A batera nós não microfonamos pq o nosso baterista... digamos que ele tem uma pegada meio peculiar
Isso explica as reclamações. E por mais legal que seja, se ele não se controlar (ou usar peles mudas rs) ele não se encaixa no projeto da banda, e infelizmente precisa ser substituído - por mais amigos que sejam.
referencia \m/, tava ouvindo na hora?
Não exatamente, queria ver o vídeo também. Estava aberto numa outra aba, deu coincidência apenas, de responder o tópico depois de ver o vídeo.
a ideia é fazer um upgrade para uma Mackie DL1608 ou uma Behringer X air 18
Ambas exigem o iPad pra ficar bom - talvez a Xair dê pra fazer no computador, ainda não tive contato com ela. Mas não sei se é prático para quando não terá técnico de som, e os botões físicos farão falta (nessas horas analógico é melhor de qualquer maneira).
Vale a pena dar uma olhada em outras opções, tem muita console digital menor hoje no mercado.
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SpectrosGuitarman Veterano |
# abr/16
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Ismah é.. a gente vive falando pra ele controlar a dinamica, e ele melhorou muito isso, mas tem hora que o bicho se empolga, ai fudeu. Ultimamente ele tem colocado uma toalha em cima da caixa, melhorou consideravelmente.
a behringer funciona com android também, isso que eu achei legal. Jogar ela dentro de um rack pequeno e tirar as medusas direto dali, achei sensacional. A mackie eu tenho receio pq eu tenho uma interface mackie e sempre que a apple lança uma atualização, o negocio para de funcionar, ai tem que ficar puxando código de terminal pra re-estabelecer a conexão firewire. Tem um pré sensacional e promete muito, mas essas paradas não podem falhar... me da um certo frio na barriga. A behringer eu ja vi funcionando. Ainda estamos estudando isso... bom na verdade eu estou estudando isso, pq eu tenho outra banda um pouco maior, e la sim, o maior equip ja não ta dando conta....
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Ismah Veterano |
# abr/16
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SpectrosGuitarman A mackie eu tenho receio pq eu tenho uma interface mackie e sempre que a apple lança uma atualização, o negocio para de funcionar, ai tem que ficar puxando código de terminal pra re-estabelecer a conexão firewire.
Não pense que a Behringela é muito diferente... O contra do Android pra mim é a latência (acontece nas Yamaha também)...
Eu diria não pra behringela por motivos de revenda, e tradição... Essas novas digitais não são ruins, mas ainda falta muito pra uma Mackie, Allen&Heat, Yamaha, Soundcraft, etc etc que tem tradição já em consoles... Yamaha mesmo os periféricos analógicos (80's) e consoles (90's) ainda é comum de encontrar funcionando. É equipo que aguenta muito pau.
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