Adler3x3 Veterano |
# jul/15 · Editado por: Adler3x3
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Casper
Escutei umas 4 ou cinco músicas e realmente o pessoal esta abusando do compressor. A imagem do arquivo wav estão uma pilha de tijolos. Característica marcante deste novo ciclo digital de áudio.
Pelo que percebi a maioria das músicas é feita por loops, o que mostra o crescimento deste segmento. Fazer loops pode ser um bom negócio, tendo as ferramentas corretas não é tão difícil de produzir assim. Basicamente um pacote envolve algumas músicas completas, só que já feitas e montadas no sentido de encaixarem com outros loops de modo a possibilitar novos arranjos e misturas, e novas músicas a gosto do usuário com outros pacotes, separados por Estilos, Tom e BPM, assim por exemplo um baixo e uma percussão de determinado pacote, podem ser usados juntamente com outros, isto é possível quando os compassos ficam bem determinados, isto é quando o início e final deles ficam feitos de forma a facilitar o encaixe. E se usar as ferramentas de fade in e out e crossfade facilita ainda mais. Se deixar os loops bem equilibrados no nível de volume e equalização bem dizer a mixagem fica pronta (claro existem outros efeitos). Depois vem a masterização automática por estilo ou por modelo que se importa de outra música de referência. e o software faz os ajustes a sonoridade da mídia de streaming. (aqui os conceitos de mixagem/masterização são diferentes do modo tradicional, é tudo mais simples)
As vozes dos loops são feitas com frases simples (frase completa no sentido vocal) para poder encaixar, desenhadas e montadas com opções de poder alterar o tom e bpm e soar bem. Com a tecnologia de elastic áudio isto é possível, e aqui que novas DAWS especializadas em loops, leves e de baixo custo estão surgindo e pegando mercado das tradicionais. A música é montada por partes com variações de números de compassos, podendo o loop por exemplo ter 4 compassos, mas o usuário se quiser pode reduzir e encaixar somente com 2 dois compassos (ou diferente e até reduzir ou prolongar o loop), e assim sucessivamente com todos os loops. E quanto melhor o loop mais sequências diferentes podem ser feitas. E assim pensa-se também na hora de fazer as possíveis montagens de sequências de acordes. E as progressões da harmonia são simples, não tem acordes sofisticados, seguem o básico dos Tons maiores e menores e olha lá, a parte da harmonia é bem limitada, o que por um lado empobrece a música. A única forma de poder criar uma harmonia melhor é adicionar um outro loop solo que contenha a(s) nota(s) que alteram o acorde para o formato desejado, que com dois ou mais instrumentos (compatíveis) soando ao mesmo tempo geram um novo acorde. É o conceito de criar uma música completa em poucos minutos, onde a criatividade entra na capacidade de saber encaixar e combinar os loops, com um conhecimento musical mínimo, bem dizer inexistente. E as distribuidoras/desenvolvedoras ganham dinheiro divulgando e vendendo, softwares e hardware, as músicas e os pacotes para fazer estas músicas, o que alimenta toda uma cadeia produtiva de áudio de pequenos estúdios e compositores, e até de home studio, sem a necessidade de tratamento acústico, uma vez que é tudo digital e não envolve gravações reais, exceto para quem montou o loop. E aqui além do PC entram os Tablets e smartphones para produzir isto, e até hardware/softwares especiais e portáteis como a Native Instruments esta fazendo, um enorme mercado em expansão. Hoje em dia até as pessoas mais simples estão começando a ter acesso, assim como aconteceu com o rádio portátil de pilha, agora na era digital. Loop musical também é arte, dependendo da combinação pode surgir algo inusitado e bem feito. O público final são basicamente os ouvintes de streaming, onde o importante é ter um som com as características da era digital, quanto mais sintetizado (artificial) melhor vai soar, música 100% artificial, estamos vivendo uma era de milhões e milhões de músicas instantâneas e descartáveis, bem poucas vão ser lembradas no futuro. A música é bem simples, outro dia fui numa formatura de uma turma de um curso de fotografia, e tinha lá um DJ tocando (sic), o som era mono, tinha somente uma caixa de som bem potente. E tava lá o Traktor software da native instruments. Para mim em pleno século XXI com toda a tecnologia atual é inaudível ouvir um som mono ao vivo, feito de forma tão simplória, por pessoas que não tem o mínimo do mínimo de conhecimento musical. Conversando em reservado com ele percebi que ele não entendia nada de música, de Tom de escalas etc... Ele simplesmente misturava os Loops com algumas músicas conhecidas do público em geral e adicionava percussões e loops sem ter um critério baseado na boa teoria musical, simplesmente ia encaixando o que achava que ficava bom, mostrei para ele, que estava usando loops em tons diferentes e bmps diferentes, e que isto não era bom. E só de pensar que um dia cheguei a admitir a hipótese de fazer um curso presencial de DJ na escola que ele estudou me deu arrepios, e tem muitos cursos de áudio em geral que o pessoal dá aulas sem ter condições, isto é sem ter conhecimento musical sólido, e se aventuram e vão levando a coisa em frente na maior cara de pau e audácia. Como se diz, em terra de cego quem tem um olho é Rei. Expliquei que ele tinha que usar o recurso de mudar o tom e ajustar o tempo das batidas, e que se fosse pegar uma música de terceiro e editar, tinha que primeiro saber o tom e a sequência de acordes, e que era necessário o uso de outros softwares mais especialista nesta partes para poder preparar o material previamente. Muitos DJs já baixam na Internet certos arquivos e templates para determinadas músicas, mas quando vão criar algo, não sabem o que estão fazendo. Ele simplesmente respondeu que fazia de ouvido e que era sensível dando uma de bom. O ouvido é importante , para ouvir e detectar quando algo esta errado. Quem trabalha com sequenciamento musical sabe que é fácil errar na digitação das notas e acordes, e o músico de verdade usa o ouvido por natureza para tirar e criar uma música, mesmo sem conhecimento de teoria musical, agora combinar diferentes loops só de ouvido não dá certo não, muito menos misturar com ritmos e batidas diferentes. A percussão em geral é quase toda atonal, o mais importante é o ritmo e as bmp, e acham que podem misturar todos os loops da mesma forma, e que o programa vai ajustar tudo automaticamente. Não estou generalizando, nem criticando os DJs que cumprem o seu papel, mas tem cada figura por aí. E parece que infelizmente as pessoas nem ligam para isto, alias, grande parte nem sabe o que é polifonia, e muito menos som estéreo, e menos ainda surround.
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Adler3x3 Veterano |
# ago/15 · Editado por: Adler3x3
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Casper
O que quis dizer na questão de qualidade da harmonia é a limitação de se fazer acordes, a maioria destes programas peca pela falta de recursos nesta parte. E tem muita música sampleada por aí que se limita a três ou quatro acordes por música. Não sou contra o uso de loops, afinal nenhum músico é completo, nenhum sabe tocar e usar todos os instrumentos e como hoje em dia tudo passa pelo computador, seja com reais ou virtuais, o seu uso faz parte. O Rex do Reason dá para fazer muita coisa, mas também exigem um mínimo de conhecimento. A pobreza que me referi é esta a total ausência de conhecimento básico, digamos elementar. Agora os Templates e a parte de midi do Ableton se desenvolveu bem, mas é muito mais do que isto, não sei este curso que você se referiu, mas o Ableton envolve complexidade, vai ver o cara explorou este lado mais fácil, e claro fez um curso para faturar em cima. Vendendo ilusões Tem vários programas que rodam paralelo ao Ableton, mas pelo que pude perceber são ferramentas de composição, parece que o Ableton tem uma certa linguagem de programação por scripts. Também não sou um grande músico, e não é o meu estilo ficar criticando, mas tem alguns casos que é difícil contemporizar, onde o cara não sabe nem o que é tom. E este papo de música de meia hora, na verdade não existe, estão vendendo uma ilusão., mesmo para encaixar os loops não é tão fácil assim, requer micro-ajustes e muita edição.
Edit: E assim como na música tradicional na forma de compor e tocar, existe o inusitado, o inesperado que faz parte da criatividade musical, é isto que estão desprezando, desde que surgiu a energia elétrica novos instrumentos surgiram totalmente artificiais, e nem por isto a criatividade morreu, só que na questão de loops, dá para ser criativo também, só que as músicas que estão fazendo para isto são muito limitadas, e feitas rapidamente numa enxurrada de loops de baixa qualidade, nem tanto na questão de áudio mas sim na questão musical, o problema é quem esta fazendo estes loops.
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