Lugh Send Veterano |
# mar/15
Desculpem não escrever semana passada como prometido, estava mixando dois álbuns e acabei enrolando um pouco. O tema de hoje foi sugestão do Felipe J.
Processamento no Mix Bus
Eu sempre faço alguma transformação da mixagem usando esse tipo de processamento, pretendo dar aqui algumas dicas para efetua-lo sem iniciar uma guerra com o engenheiro de masterização.
Fazer esse tipo de processamento te dá um resultado aproximado de como a musica soará depois de masterizada, dessa forma fica fácil detectar algum problema, então é só voltar à mixagem e corrigir.
Antes de começar é importante ter a mixagem pronta, o processamento do mix bus vai apenas adicionar uns toques finais.
Equalização
Antes de qualquer equalização nesse ponto, se deve analisar a necessidade de equalizar, se você não conseguir determinar onde exatamente deseja equalizar é melhor deixar esse processo para alguém com mais experiência.
O que você pode fazer nesse processo de equalização é atenuar as frequências problemáticas (musica embolada, maçante ou áspera). Trabalhe com um limite de +/- 3dB, caso não seja suficiente volte para a mixagem e corrija o problema lá.
Não existe uma receita, você terá que usar seus ouvidos, e reitero, se não tiver certeza do que está fazendo, deixe o processo para alguém com mais experiência (claro que nada impede que você treine esse tipo de processamento para adquirir experiência, é até aconselhável que o faça).
Compressão
Aqui temos algo que entrega um resultado realmente vantajoso, adicionar uma quantidade sutil de compressão ajuda a controlar os picos e manter a musica equilibrada.
Ataques rápidos vão amaciar mais os picos (muito útil, por exemplo, quando não se encontra um lugar exato para a caixa da bateria, ela pode estar soando um pouco alta sem o processamento no bus e com o processamento soar mais suave), um ataque mais lento vai realçar os transientes (pode dar vida a bateria que soa pouco atrativa).
Release médio a longo vão funcionar bem nesse caso, alguns compressores (principalmente os modelados a partir do SSL bus compressor) tem a opção de release automático, que é uma boa opção quando se está um pouco perdido.
Use um ratio na casa dos 2:1 e busque uma redução de ganho de no máximo 3dB (você quer apenas adicionar um pouco de cola, não está buscando um som 100% “finalizado”). A compressão no mix bus entrega geralmente bons resultados, mas recomendo que seja feito uma comparação A/B para determinar se realmente ela é necessária.
Aqui envio um exemplo, musica gravada de forma simples em um sistema que deve corresponder a maioria dos estúdios (microfones Cad para bateria, Behringer c1 para violão e vocal, interface Focusrite PRO 40), cometeram alguns dos erros que citei no artigo passado, mixei essa musica em maio de 2014 e apresento ela de 3 formas:
Sem compressão no mix bus: http://www.4shared.com/mp3/ktkD3lZSba/sem_compresso.html?
Com compressão no mix bus (a que ficou no trabalho): http://www.4shared.com/mp3/8qtblo8rce/compresso.html?
Com compressão exagerada: http://www.4shared.com/mp3/57gQdB2Fce/excesso.html?
Note que é muito fácil deixar uma compressão exagerada passar, critério aqui é muito importante.
O que não usar?
Não é nem um pouco recomendável usar limiter, você já usou o compressor para amansar os picos, e a ideia aqui não é aumentar o volume da sua mixagem, lembre-se sempre que, soar alto não significa necessariamente que soa bem.
Evite também processamento de imagem estéreo, eles podem bagunçar o equilíbrio LR, deixe esse tipo de processamento se necessário, para a masterização.
Você não deve adicionar no mix bus reverb, delay, flanger, compressor multi-banda... Saturação e exciters apenas depois de muito refletir hehe. Se sentir falta de processamento no seu mix bus, volte aos canais para corrigir o problema.
Continuo a disposição para duvidas e para sugestões de temas. Na próxima semana, tratarei do tema proposto pelo carlcarl: procedimentos de mixagem, e já preparando algo sobre masterização em home studio, tema também proposto por ele. Abraços.
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