É normal uma música ter vários tempos e compassos? (Produção de música autoral - Rock)

    Autor Mensagem
    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13


    Estou produzindo uma música própria, e claro que traduzir aqueles sons que vem da mente não é tarefa fácil, ao menos pra mim. (Que não entendo de BPMs e Compassos, inclusive o gênero da bendita, não que importe, não consegui descobrir)

    A questão é que a música simplesmente não "consegue" ficar com um BPM só... Longe disso...

    Não cheguei nem no refrão e a música tá assim:

    95 5/4 - 95 3/4 - 95 5/4 - 95 3/4 - 99 4/4 2x - 98 3/4 2x - 97.5 4/4 8x - 100 3x - 105 4x...

    Link da música no soundcloud.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    Bem.
    Tem que usar o metrônomo para gravar.
    Mesmo com músicos experientes sempre ocorrem pequenas variações de bpm, isto é normal, afinal somos humanos.
    Pode reparar e abri um loop com uma boa quantidade de compassos e analisar o áudio e você vai perceber as pequenas variações.
    Escutando a gravação dá para perceber o descompasso, e nem dá para saber a fórmula do compasso, e até a bateria tá num ritmo esquisito.
    Só que não é todo mundo que se adapta a usar o metrônomo.
    O metrônomo pode irritar.
    Eu uso o metrônomo no teclado somente no começo das gravações.
    Não aguento tocar uma música inteira com este negócio ligado.
    A melhor forma de ficar dentro do compasso é seguir o ritmo da bateria.
    Tem que treinar e começar com ritmos mais fáceis, depois vai ganhando experiência.
    As vezes no processo musical de criação pode-se montar uma sequência de bateria via midi, ou até com base em loops, não tem que ser perfeita e muito ornamentado, mas tem que ser perfeita na fórmula do compasso que a composição exige, uma marcação que indique os tempos fortes para poder tocar no tempo certo.
    Depois na sequência da criação da música pode-se aperfeiçoar a parte da bateria. (a que foi utilizada é somente para ter uma ideia e ajudar a tocar)
    Mas a melhor forma é ensaiar, ensaiar e ensaiar.
    Mas se você tem dificuldades em tocar de acordo com as fórmulas de compasso, talvez antes de se aventurar para fazer composições, tem que treinar com outras músicas conhecidas e tocar junto, até ter uma consistência, usando ou você mesmo montando backtracks, por exemplo com uma bateria e um baixo, e você tocando o violão.
    Não tem outro jeito não.

    Mas a gravação parece que ainda esta no processo de criação.
    E assim é normal que aconteça o que aconteceu, pois trata-se de um improviso, deixando correr solta a inspiração, e assim acho que foi feita a gravação.
    É um processo válido de composição, mas depois tem que saber separar as partes boas.
    E anotar tudo no papel mesmo.
    E desta forma depois que já se sabe quais partes são aproveitáveis, a sequência correta, os acordes dos instrumentos , a voz etc...
    Aí tem que ensaiar e gravar de novo.
    Então tem que primeiro gravar uma parte que fique no tempo certo com mínimas variações.
    No caso dos arquivos midi, usando baterias virtuais, conforme o processo de criação de midi, fica tudo perfeito até demais. (mas não é bom)
    Mas para usar como uma referência para tocar outro instrumento serve. (mas não vai se gravar o loop ou o midi junto, é só para escutar e tocar o violão junto no mesmo tempo).
    Alguns erros até podem ser corrigidos no editor dentro da DAW (mas somente pequenos erros), se tem muitos erros, não tem jeito tem que ensaiar mais e gravar de novo.
    Assim por exemplo o violão pode ser gravado se escutando no fone de ouvido uma bateria virtual dentro do tempo da música, assim o violão vai ficar bom.
    E tem aquela estória do trauma da gravação, pois a partir do momento que o indivíduo percebe que esta gravando (o efeito rec) fica nervoso e começa a errar, mesmo sozinho, sem mais ninguém na sala, parece que o processo de gravação fica inibido.
    Depois quando já se tem um instrumento dentro do tempo certo fica mais fácil ir adicionando as outras partes
    A música até pode ter variações de tempo mas o andamento tem que ser consistente.
    Respondi conforme interpretei as suas referências , mas não consegui entender tudo.
    E tudo depende da experiência de se tocar, principalmente a base rítmica (a base do violão , bateria e baixo, tem que ficar dentro do compasso, se algumas partes continuam tocando no compasso seguinte, fica mal, muito embora alguns instrumentos podem ficar soando com pequenos atrasos).

    Slash_1989
    Veterano
    # out/13
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    RafaelBernatto
    Então, mais ou menos, cara...

    Mudar o bpm desse jeito, a priori é ERRADO. Mesmo porque as mudanças são muito sutis, ainda que vc tenha tocado um compasso em 94, e o outro em 95, o ideal da gravação é deixar tudo igual.

    Quanto as formulas ritimicas, elas podem sim variar durante os compassos, mas talvez você esteja fazendo isso errado também.

    Veja bem, o primeiro compasso começa em 5/4, e o segundo ja é 3/4. Isso na verdade não passa de 2 compassos 4/4, o que você fez foi adicionar um tempo em um, e tirar um tempo no outro, no final, da na mesma.
    Algumas quebras parecem fazer sentido, tipo 4/4 pra 3/4 voltando pra 4/4. Mas outras não passaram de formas estranhas de dizer a mesma coisa.

    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13 · Editado por: RafaelBernatto
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    Adler3x3

    Acho que não escrevi exatamente o que eu queria dizer rsrsrs.
    (Desculpa não ter respondido mais cedo, tava gravando outros takes vocais dessa mesma música)

    Pra começo de conversa, tudo aí é vst, com exceção da voz, claro. Ou seja, vamos pular as partes de gravações de instrumentos... rsrs..
    (A guitarra da direita deve estar uns milésimos atrasada mas só pra dar um efeito.) ((não sei se ficou bom))mas...

    A minha pergunta é mais musical que técnica...
    Pergunto e você começou a responder quando disse: "Escutando a gravação dá para perceber o descompasso, e nem dá para saber a fórmula do compasso, e até a bateria tá num ritmo esquisito."...
    Era essa a pergunta.. ou mais ou menos isso..

    A música, penso eu, não está em processo de criação no sentido de letra, música, batidas e acordes, mas em processo de produção e arranjos.

    Pra você ter uma ideia, essa batida, andamento, enfim.. a bateria.. É desse jeito, sempre foi... Não vou cair na besteira de dizer que eu inventei isso aí, que certamente alguém já fez algo, ainda que não tenha ficado famoso com isso, igualzinho.

    Mas por mais que pareça fluente e normal na minha cabeça. É, ainda, um pouco estranha, estruturalmente, pra mim e, bem mais, estrutural e sonora, pra você, um andamento assim... Principalmente porque a velocidade aumenta e diminui.. O compasso se alonga e se encurta...

    Não sei se é porque ouvi essa música milhares de vezes na minha cabeça, ou mesmo no Guitar Pro ou Reaper... Mas ela pra mim.. parece estar num andamento/batida normal/fluente/tranquilo..

    O jeito vai ser continuar a produção, e ver no que dá... Talvez ir lá pro fórum de bateria depois pra trocar uma ideia com os bateras...

    Eu fiz as perguntas, porque por mais que na música "não existam fronteiras"... Esse andamento/batida, não sei, ainda me deixa com dúvidas, simplesmente porque eu, que costumo ouvir baladinhas 4/4 e não estudei música pra saber tecnicamente de outros estilos, não me lembro de ter visto.. estruturalmente... esse tipo de levada de bateria.

    Acho que, pensando melhor, poderia dizer, que tudo se resumiria a: " E aí galera, esse compasso/andamento_de_bateria tá legal? Parece com algo que já tenha ouvido? Lembra que gênero musical? Como classificariam isso?"

    Aguarde que ela vai ficando mais estranha com o tempo huahuhauha
    Brincadeiras à parte.. Acho que tirando esse início só é estranho o fato de ela, como diria o mestre Raul é estilo Bob Dylan, só vai, não volta.... rsrs Não tem refrão.. Ou ao menos nada que se repita.. Aliás, tem uma frase que se repete... enfim..

    Fui.. e obrigado por se dar ao trabalho.
    Abraço.

    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13
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    Slash_1989

    É isso aí, cara... É bem isso que eu queria saber mesmo!

    É que achei que o compasso mudava quando mudava o acorde...
    E se eu, meio que, mudo o acorde antes de terminar o 4/4, eu deveria criar outro compasso...

    Mas quer dizer que o BPM tem que ser constante???
    Lascou... rsrsrs
    Eu realmente sinto necessidade de mudar... aumentar e diminuir... o.O
    Será que é psicológico? De 99 pra 98 e depois pra 97.5 tudo bem, mas de 95 (inicio) pra 106 (no meio) é muita coisa)...

    Abraço

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    A Origem do problema pode estar na voz então.

    Não que a voz esteja ruim.
    Acho que o melhor de tudo na música esta a voz.
    Mas pode ser que aí que esteja o descompasso.
    Então você gravou só a voz!
    A tua voz não é ruim, mas na parte técnica de ritmo talvez, veja bem talvez aqui que você tenha que treinar mais, ou obter algumas dicas de cantores.
    Não sei cantar e não manjo muito disto, mas até o canto segue uma métrica.
    Talvez você deve-se investir em algumas aulas de canto, ou até pesquisar mais algum material disponível na própria internet.
    Obviamente pode-se ter uma música mais moderna e audaciosa que varie no tempo, e não siga um padrão, mas se for variações de tempo tente deixar no início de cada compasso.
    No meio do compasso fica mais complicado, não que seja impossível.
    Mas lembre para os instrumentos de ritmos que antes de mudar tem que terminar uma certa sequência, cuidado com a mudanças abruptas.

    A única gravação real é a voz.
    Então é o instrumento principal e os outros é que tem que se adequar numa possível edição.
    Então pode ser necessário ajustar melhor o midi dos instrumentos virtuais, adiantando ou atrasando conforme o compasso.
    O Certo é que vai dar um bom trabalho, mas pode ser que no final surja um resultado bom e até inesperado, não custa tentar.
    Já tentou este caminho. ( e no midi fazer as alterações de tempo de acordo com as variações de tempo da voz, e tentar encaixar.)
    Obviamente vai ficar um som que só existe no mundo virtual.
    Pois tentar reproduzir no mundo real pode ser de extrema dificuldade para os músicos dos instrumentos fazerem igual.

    Por outro lado:
    Antes de tudo você tem que colocar a letra dentro dos compassos, dentro do 4/4 se for esta a real intenção.
    Se for variar para 3/4, tudo bem vá montando tudo dentro de uma coerência.
    Quanto ao gênero musical pode ser completamente livre no mundo moderno.
    E ensaiar , ensaiar e ensaiar, para somente depois gravar.
    Até no meio dos ensaios pode gravar, mas só para você mesmo escutar e avaliar o seu desempenho e as progressivas melhorias.
    Depois na etapa de gravação propriamente dita alguns compassos podem ficar bons outros não.
    E você pode regravar somente os compassos que estão com erros, usando os recursos de edição de áudio e depois juntar todas as partes certas.
    E somente após muito ensaio, gravações e edições de pequenos erros, ouvir , ouvir e ouvir até obter um bom resultado, para somente a partir disto divulgar.
    Como a música tem na sua essência estas variações vai dar um bom trabalho e o resultado final pode compensar.

    Vai ter que perseverar.
    Na questão das bpm podem existir "n" variações seja por questões de variação do tempo mesmo de acordo com a teoria musical, seja pela exatidão da perfomance de tocar.
    Pode pegar uma música tocada por músicos e instrumentos reais e colocar num software que detecte as bpm compasso por compasso e até nota por nota, que você vai comprovar que existem de fato variações , que são normais e que são a essência da própria música bem executada, isto de ficar tudo a 120 bpm, compasso por compasso não existe na música real.
    É que na hora da montagem dos loops ou dos arquivos de áudio das gravações de instrumentos a DAW usa um recurso tipo elastic e ajusta automaticamente dentro do tempo do projeto, e cria a ilusão de que tudo esta nos mesmos bpm.
    Escutando no conjunto não dá avaliar e dizer que a bateria tá legal não.

    Slash_1989
    Veterano
    # out/13
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    RafaelBernatto
    Então, é que aí você ta esbarrando em questões mais teóricas.

    O bpm é uma coisa, formula rítmica é outra, e como você vai preencher um compasso é totalmente diferente.
    Existem várias formas de se preencher, por exemplo, um compasso 4/4 em 120 bpm:
    Você pode usar uma nota por tempo
    Você pode usar 2 notas pra um tempo
    3 notas pra um tempo (famosas tercinas)
    Pode aplicar swing
    E por aí vai...

    Então se você sente necessidade de fazer uma passagem mais rápida, há muitas outras formas de você enfiar isso num compasso sem precisar alterar o bpm da música.
    Mudanças de 95 pra 96 ocorrem normalmente quando uma pessoa de verdade executa um instrumento, tanto que é comum no processo de gravação de uma música, as faixas serem editadas para ficarem coesas e no tempo.
    O "certo" é você deixar o metrônomo num único bpm, e usar de outras formas pra preencher o compasso. Se precisar aumentar, tem que ser algo mais sutil e gradual (como uma musica indo de uma parte calma pra uma mais agitada).
    Mesmo porque, se você mudar constantemente o bpm, você quebra qualquer baterista na hora de tocar ao vivo.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    Slash_1989
    Rafael Bernatto

    Então, é que aí você ta esbarrando em questões mais teóricas.

    Concordo a origem do problema esta aqui.

    Contudo nada impede que se inove que se faça e produza uma música com tantas variações de tempo e de bpm.
    Mas pergunto, você esta iniciando no mundo da composição e da gravação.
    Assim neste início o melhor seria seguir padrões mais convencionais, para depois quem sabe mais lá na frente com mais experiência prática e teoria, aí sim fazer experiências mais originais e extravagantes.
    Mas isto também pode ser encarado como um pequeno efeito numa pequena parte apropriada da música para gerar digamos um efeito especial, um efeito único, mas numa única parte da música, ou outras partes mas com moderação, mas se ficar a todo compasso mudando (e até no meio do compasso), fica uma música impossível de ser tocada ao vivo, exceto se os músicos ensaiarem milhares de vezes até chegar a perfeição.
    Sei disso porque estou trabalhando num projeto especial, em que mudo as afinações dos instrumentos compasso por compasso.
    Dá uma trabalheira danada, e é um processo bem lento de composição, e também fica uma composição impossível de ser executada por músicos de verdade, só existe no mundo virtual, pois não tem como um músico mudar a afinação do instrumento enquanto toca.
    E assim o que é do mundo real é real, o que é do mundo virtual é virtual.
    O real até pode ser transportado para o virtual, mas o virtual muitas vezes não pode ser transplantado para o real.

    Slash_1989
    Veterano
    # out/13
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    Adler3x3
    Contudo nada impede que se inove que se faça e produza uma música com tantas variações de tempo e de bpm.
    Na verdade, o baterista vai te impedir! haha

    Mas concordo, inovar é importante, mas as vezes a gente acha que fez uma descoberta nova, mas na verdade não passava de equívocos pessoais.
    Por isso é importante saber o "certo" antes de partir para outras áreas mais obscuras.

    makumbator
    Moderador
    # out/13 · Editado por: makumbator
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    Adler3x3
    Slash_1989

    Mas lembremos que essa coisa de gravar com metrônomo só vale em pop e rock (e adjacências).

    Mesmo em certos estilos com bateria, pode não fazer sentido gravar com metrônomo (jazz, por exemplo). Uma mpb no estilo violão e voz, bem intimista, também fica feio em tempo metronômico, assim como tango, choro, etc... Música erudita então nem se fala, metrônomo é algo de mal gosto nesses casos.

    Lembremos também que mesmo no pop e rock, as gravações de um passado não tão distante eram livres de metrônomo, e apresentam várias alterações naturais ao longo da música (basta checar gravações de rock dos anos 60 e 70, Motown, e muitos outros). É tudo sem metrônomo (o que não quer dizer que o tempo seja frouxo).

    Obviamente, isso não quer dizer que nãos e possa gravar com metrônomo e fazer ritardandos, acelerandos e mudanças bruscas de andamento (fazer uma parte em semínima = 120 e outro trecho com semínima = 80, por exemplo). Basta programar isso na DAW.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13
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    Slash_1989
    mas na verdade não passava de equívocos pessoais.

    É verdade, mas não sei se já te aconteceu no mundo virtual, e até no mundo real, quando um aparente erro, ou melhor equivoco de tocar, levou a uma outra boa ideia?

    Por isso é importante saber o "certo" antes de partir para outras áreas mais obscuras.
    Sim tem que estar tudo registro no papel ou até numa cifra, partitura etc...
    A música tem que ser executável, no mundo virtual, principalmente no uso de strings (cordas) , instrumentos de sopro principalmente (que são solo), a pessoa monta um acorde para um único instrumento solista, isto é monofônico, só toca uma nota por vez, como vai tocar três notas ao mesmo tempo?

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    todos
    Eu encaro o metrônomo mais como uma ferramenta auxiliar de aprendizado de tocar um instrumento seguindo a teoria musical.
    E em casos em que realmente a pessoa tem dificuldades de tocar dentro do tempo certo.
    Mas já vi muita gente que gosta de só gravar usando metrônomo, e parece que ficam dependentes.
    E no mundo virtual tem gente que fica dependente também da quantização.
    Um pianista assim jamais vai conseguir tocar Chopin.

    RafaelBernatto
    Relendo o seu último post dá para interpretar que você quis dizer que fez uma batida de bateria diferente e que parece gostar.
    Pode esta aí a origem de todo o problema, e os outros instrumentos podem estar fora deste ritmo e até todos os instrumentos estarem com diferentes ritmos e tempo inclusive a voz.
    E na DAW quando se tem variações de formulas de compasso, tem que fazer alterações na linha do tempo da música nas tracks e na master geral, caso ocorra um erro aqui os resultados podem ser imprevisíveis.

    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13 · Editado por: RafaelBernatto
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    Adler3x3
    Slash_1989
    makumbator

    A primeira coisa que vou fazer é:

    1 - Parar de mexer no BPM de um trecho com a track de voz já gravada. Acabo de perceber que isso é uma m****!..
    O Reaper não consegue ajustar sozinho uma track de audio nos compassos como faz com os midis...
    Se eu mudo a velocidade do compasso "X" de 1:10 a 1:20, por exemplo, e diminuo o BPM, a DAW, aparentemente, toma essa mudança por inteiro.. e muda a rate (velocidade de execução) do audio por completo... TUDO sai mais ou menos da linha... Acho que daí que saem parte das minhas irregularidades vocais... e também das irregularidades do projeto.

    O jeito vai ser... Estabelecer um BPM médio, sem voz... "Imaginando" o canto.. E depois gravar. Analisar por inteiro.... A cada mudança, gravar de novo a voz, e só depois analisar novamente. Como o Adler3x3 falou... Analisar compasso por compasso.

    Tenho quase certeza, agora, que essas mudanças sutis, que eu sinto necessidade de fazer ao longo do projeto.. sejam justamente pra compensar a desconfiguração da pista da voz... :/ ( Não sei se estão entendendo.. ) Vou testar amanhã.

    Na gravação que fiz hoje, justamente quando a música muda, pela primeira vez de BPM, eu saio dos trilhos, aparentemente, porque no fundo eu quero continuar na velocidade anterior...

    (Trenzinho complicado esse)

    (Já estou sonhando em deixar tudo com um BPM só, como "uma pessoa normal")

    Vocês ajudaram bastante.

    Depois que eu conseguir fazer as gravações e monitoramentos corretamente, aí sim vou ver se são necessárias TANTAS mudanças no BPM.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    RafaelBernatto

    Para fazer mudanças na bpm tem que inserir na linha do tempo da música, as marcações (No Reaper Marker)
    Mas o ideal é você fazer com o Slash indicou.
    Existem várias formas de se preencher, por exemplo, um compasso 4/4 em 120 bpm:
    Você pode usar uma nota por tempo
    Você pode usar 2 notas pra um tempo
    3 notas pra um tempo (famosas tercinas)
    Pode aplicar swing
    E por aí vai...

    E existem pausas também.
    E conforme o estilo musical existem diferentes bpm a utilizar, mas isto é relativo:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Andamento

    Assim por exemplo para uma balada mais lenta pode usar de 72 a 90 bpm e 4/4, mas pode deixar o padrão de 120.
    Siga 4/4 que é mais apropriado ao estilo, 3/4 esta mais para um minueto, uma valsa uma música de um tipo de dança folclórica etc...
    E para fazer mudanças de fórmula do compasso tem que ter mais cuidado ainda, pois isto esta relacionado diretamente com o estilo., deixe tudo 4/4.
    E se for fazer mudanças de bpm, as mesmas tem que ser bem sutis e no inicio de cada compasso, usando a função marker, criando vários pontos de diferentes bpm, e isto pode ser feito independente da execução real, mas tem que saber o que esta fazendo no Reaper para não ocorrerem erros que tirem a sincronia entre os instrumentos midi e o áudio gravado.
    Fazer mudanças de bpm no meio de uma frase musical e no meio do compasso ou da nota é uma tarefa bem complexa, que requer muita sutileza e precisão, e o instrumento virtual pode apresentar ruídos, clicks indesejáveis, travadas em milissegundos, e o áudio pode parecer patinar e deslizar, o que quase sempre vai prejudicar o andamento da música.
    As vezes meio que por acaso até podem surgir efeitos especiais que fiquem bons somente num determinado instrumento, mas é uma questão de sorte, de erro e acerto.
    O Reaper faz todos os ajustes necessários tanto no áudio como em midi, mas tem que saber o que se esta fazendo.
    Para aprender como fazer isto o ideal é praticar com loops, que podem até ter diferentes bpm, mas sabendo editar usando o recursos de elastic audio, que faz os acertos automaticamente, conforme você move (estica ou reduz o loop, usando também o recursos timestretch, e até harmonizar diferentes tons usando o pitchshit), e no final fica tudo sincronizado, muito embora os loops tenham diferentes bpm e até diferentes tons.
    E usar também o recurso da automação, que a princípio pelo título pode parecer um meio que leve a robotização, mas o que acontece é justamente o contrário, a automação da track na linha do tempo permite que você faça "n" variações , volume, pan, dose de efeitos (reverb, eq, delay e outros) por plugin, mudanças de pitch no instrumento, alteração do envelope (Atack, Decay, Sustain, Release, Hold e outros filtros conforme opções do Vsti e muito muito mais), na verdade a automação é um dos principais recursos para humanizar e acertar muitas partes da música feita em computadores, tanto na track individual do instrumento, como na track master.
    E muita gente despreza e não usa este recurso, até nas masterizações, aplicam os efeitos com a mesma dose (constante) no decorrer de toda a música (o que é um erro e uma mixagem e masterização meia boca na verdade), quando na realidade os efeitos mudam, pois o músico se mexe durante a execução da música de verdade, tem hora que canta mais afastado do microfone, outras vezes mais perto, outras vezes vai para o fundo do palco etc.
    E a automação serve para inserir mais realismo na música feita por softwares.
    E assim na própria automação você pode criar os efeitos que esta tentando fazer via mudanças na bpm, sem mexer na bpm.
    Numa mixagem pode-se perceber que por exemplo um baixo esta embolando com a bateria em determinadas notas, e aí pode-se através da automação consertar e atenuar isto mexendo nos efeitos (no volume daquela nota, na equalização somente naquela nota, e assim como o som de uma guitarra ou acorde que entre em conflito em determinado momento.
    Muito embora soem bem individualmente mas no conjunto podem embolar somente em determinadas partes, a gravação esta correta, o desempenho do músico também, mas podem acontecer conflitos que surgem do nada.
    Mas tudo isto requer muito estudo, consulta e leitura dos manuais da DAW, dos instrumentos e dos efeitos, e muita prática.
    Como o Makumbator indicou dá para fazer programações especiais na DAW (que não implicam em robotização, muito pelo contrário), e também nos instrumentos que aceitam programações, mas para gravar a voz daí você vai ter que obrigatoriamente primeiro modelar o midi.
    Para depois cantar e gravar para não correr nenhum risco de falta de sincronia.
    Mas o melhor agora é adotar a receita mais simples, ou seja o feijão com o arroz, para depois lá na frente bem experimentado tanto na teoria musical como no uso dos softwares ir mais além criando variações de ritmo e até de tom.
    O trecho da bateria que você fez tem que ser remodelado, salve o projeto e deixe para um futuro projeto, pode até ser uma boa ideia a ser aproveitada no momento oportuno.
    Pode até estar soando isoladamente bem para você, mas pode estar com batidas que sejam incompatíveis com o ritmo normal da música que você quer fazer, e o software como esta programado para 4/4 pode tentar ajustar, mas nem sempre dá certo.
    Pode usar a quantização para modelar o midi da bateria, mas tem que tomar cuidado, pois este recurso da DAW as vezes pode criar automaticamente resultados indesejáveis.
    E sempre que se quantiza algo em midi, depois tem que saber humanizar novamente nota por nota, e aí pode complicar.
    Desculpe se o post ficou muito longo, mas para explicar tudo ainda seriam necessários muitas linhas, o que é inviável num post de fórum.

    JJJ
    Veterano
    # out/13 · Editado por: JJJ
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    RafaelBernatto
    Mas quer dizer que o BPM tem que ser constante???

    Ah... não li tudo porque o pessoal tá inspirado pra escrever testamento, mas, PELAMOR, né?!

    NÃO!!!

    MIL VEZES NÃO!!!

    Nada tem que ser constante. A pior coisa que inventaram de uns tempos pra cá é que música tem que ser tocada por robôs! "O BPM dessa música é 98.3, nem um milímetro a mais ou a menos." O que é isso??? Um computador que toca??? Nós somos humanos, gente! Ninguém, em banda nenhuma no mundo, a menos que esteja tocando com o "clique" no ouvido, consegue manter BPM... Isso não é natural. Ponto.

    Mesmo quando gravo com o tempo da DAW, por várias vezes eu tento "humanizar" o tempo da música: nos refrões, por exemplo, é super comum (e natural) haver uma aceleradinha. Nas partes vocais mais suaves, uma quedinha no ritmo. Fica muito mais agradável ao ouvido inclusive. E, às vezes, não é uma "escada" de tempo, tem que ir crescendo aos poucos. Dá um trabalho medonho fazer a "máquina" agir como ser humano, mas vale a pena.

    Desculpem se interpretei mal a coisa. Mas quando vi essa pergunta, fiquei meio embotado aqui... huahuahuahuahuahuahuahauh

    EDIT: uma vez eu gravei "Stairway To Heaven" com a DAW. Tentem isso pelo menos uma vez na vida e sintam na pele o que é mudança de BPM...

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    JJJ

    Não é questão de testamento.
    Mas para explicar determinadas situações tem que detalhar.
    Se não detalhar não se consegue dar uma resposta ou explicação sensata e não envolve somente as bpm, mas também fórmulas de compasso diferentes para diferentes instrumentos, e até configurações especiais de softwares.

    Edit: também sequencie uma vez esta música do Led e as variações das bpm fazem toda a diferença, um instrumento real se comporta de um jeito diferente de um instrumento virtual. O instrumento virtual pode se basear num loop, e o loop esta tocando bem no meio e de repente se altera a bpm de forma brusca e aí acontecem problemas, que dependem da precisão do software.
    E concordo que dá um trabalho danado, mas se a pessoa não sabe usar marcadores para criar variações de tempo, primeiro tem que fazer o mais simples, e depois aprender a usar, para daí sim fazer variações.

    Slash_1989
    Veterano
    # out/13
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    makumbator
    Concordo plenamente!

    Mas é que nesses casos que você citou, ocorre o "caminho contrário" do que o autor do tópico ta fazendo. Primeiro se toca a música de forma livre, sentindo a dinâmica dela, depois que se vê que o tempo não ficou exatamente quadradinho.
    Agora acho que é meio tiro no pé fazer ao contrário, você estabelecer que uma música deva começar em 100 bpm, depois cair para 98, subir para 120, descer para 40 e aí vai. Principalmente porque isso prende mais o músico do que qualquer outra coisa, sem contar que corre o risco de ser processado pelo baterista por tentativa de homicídio!

    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13 · Editado por: RafaelBernatto
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    Adler3x3

    Mas eu agradeço as muitas palavras, e se alguém estiver com a mesma dúvida que eu, certamente agradecerá.
    :)

    JJJ

    Realmente, JJJ, umas mudanças dinâmicas no BPM da música, podem trazer algo que estamos precisando... Dinâmica.. feeling..
    Mas eu acho que boa parte das críticas do Adler3x3 são devido às falhas de compasso na voz, que eu já expliquei acima porque, provavelmente, estão acontecendo.
    O reaper não trata o BPM de uma faixa de áudio como trata uma faixa MIDI... ( eu estava tentando mudar o BPM de trechos em específico) Fato. Ele não muda o trecho, e sim o arquivo por inteiro.. Pra fazer o que eu estava tentando com sucesso, eu teria que "splitar" a faixa vocal nos compassos que eu gostaria de mudar... e depois esticar até preencher as lacunas....

    Mas não vou fazer isso... A cada mudança de BPM vou gravar a linha vocal de novo pra não ter esse problema.

    Edit: Mas primeiro de tudo vou gravar uma faixa voz e violão.. (de novo), tirar os BPMs dar uma arredondada... Como o Slash_1989 sugeriu.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    RafaelBenatto
    Dá para compatibilizar o tratamento de variações de bpm tanto no midi como no áudio já gravado.
    No momento não sei explicar com se faz isto no Reaper, que não uso com tanta frequência, mas no Mixcraft faço isto rapidamente.
    Já fiz isto acontecer no Reaper, mas não me lembro mais como faz.

    Todos
    É que na verdade o que percebi é que o Rafael esta tentando fazer algo diferente nas variações de bpm conforme os diferentes instrumentos.
    Tá fazendo experiências, pois ele tem outras músicas já divulgadas que não tem problemas de bpm.
    E nesta música em especial esta tentando fazer de uma forma mais livre rompendo com outros conceitos mais tradicionais, não que esteja fazendo algo novo, mas esta tentando inventar.

    Adler3x3
    Veterano
    # out/13 · Editado por: Adler3x3
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    Todos
    Mas não vou fazer isso... A cada mudança de BPM vou gravar a linha vocal de novo pra não ter esse problema.

    Edit: Mas primeiro de tudo vou gravar uma faixa voz e violão.. (de novo), tirar os BPMs dar uma arredondada... Como o Slash_1989 sugeriu.

    É experimental e pertence somente ao mundo virtual.
    Como já citei anteriormente também estou com um projeto com variações compasso por compasso, só que com o foco nas frequências e não nas notas musicais em si.
    Rsss..
    E assim fica um projeto que dá uma trabalheira danada, e muitas dúvidas surgem de como fazer.
    E temos dificuldades de nos fazer entender, pois é um projeto experimental em andamento, onde ainda não se tem todos os critérios bem claros e definidos. (e se faltam ainda definições e o melhor caminho a seguir, isto indica que existem outros erros no processo, que ainda não foram identificados).
    Ouvimos o som ideal dentro da cabeça , mas não conseguimos nos expressar no som real que sai dos alto falantes.
    É coisa de louco (no bom sentido) mesmo.
    Tanto que a primeira impressão de espanto do JJJ se justifica.
    O Makumbator e outros tiveram que me aguentar nos meus argumentos e elucubrações em longos posts.
    E agradeço o carinho e a paciência que tiveram na atenção dispensada.
    E quando se junta dois loucos ou mais, aí complica de vez, e os textos ficam cada vez mais extensos.
    rsss.....

    RafaelBernatto
    Veterano
    # out/13 · Editado por: RafaelBernatto
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    Adler3x3

    Tá fazendo experiências, pois ele tem outras músicas já divulgadas que não tem problemas de bpm.

    Depois que você falou, fui dar uma olhada nos outros tópicos que criei (Composições antigas).. Dei boas risadas hahaha... Os graves embolados... (Impossível ouvir em monitores ou um aparelho de som normal, só fones de ouvido mesmo) Timbres sofríveis do Guitar Pro.... E o quê eu não fazia pra deixar eles como eu queria ahuhauhauhuah ou quase...
    Não sabia o que era compressão... hahah
    Ao menos agora posso ouvir de uma forma crítica...
    Deu até vontade de dar continuidade.. :)
    Tem tantas coisas que gostaria de fazer.. Covers, próprias, estudar...

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