Adler3x3
Veterano |
# abr/15 · Editado por: Adler3x3
· votar
Bem ouvi várias versões, mas tá soando tudo embolado, e percebe-se que o maior problema é o uso indevido e inconsciente dos efeitos de modo geral, não tem um plugin aplicado corretamente aqui.
A música me pareceu ter certas virtudes, mas na voz percebe-se problemas de afinação.
Pontos de atenção:
Obviamente num simples post de fórum não é possível escrever sobre todo o processo e detalhes, sobre os quais se podem escrever muitos livros, mas deixo alguns pontos que considero importantes, e nem vou lembrar de tudo.
E tem outros pontos que afetam o resultado, tais como qualidade dos equipamentos, instrumentos, softwares, hardware, setup do computador, ambiente tratado do home studio e acessórios.
E é claro também tenho as minhas limitações, mas quero ajudar.
O processo varia de acordo com a experiência e técnicas que cada um no seu estágio evolutivo em home studio tem, o importante é seguir certas técnicas que você domina, e não tentar inventar aonde ainda não tem o suficiente conhecimento.
Outro membro aqui do fórum mais experiente e que tem outro estilo pode até recomendar outras técnicas diferentes e até não concordar com as que apresento, que também podem ser válidas.
O que importa é que no resultado final a música fique soando bem, e isto pode ser conseguido através de diferentes técnicas.
01- devido ao uso exagerado de efeitos não é possível saber se a gravação esta bem feita ou não.
Você comentou que usa efeitos durante o processo de gravação e depois na DAW aplica mais efeitos, isto pode não ser bom, exceto se realmente você souber o que esta fazendo.
02- Processo antes da mixagem - fixação
Qualquer track que contenha uma gravação de instrumento real ou virtual, deve passar por um processo de correção ou fixação.
Aqui se escuta a procura de erros, seja de execução/interpretação, seja da qualidade da gravação em si.
E conforme o caso se usam plugins para fazer correções, por exemplo no caso do uso de EQ aqui pode ser necessário mais fazer o corte das frequências indesejadas do que adicionar, e se usa um EQ paramétrico com visualizador de espectro das frequências, e ouvindo , ouvindo e visualizando as frequências, se faz os ajustes para soar bem, com o som limpo da gravação, sem a preocupação de atingir neste estágio o timbre ideal, que é sempre relativo.
Os plugins de guitarra são complexos e tem a tendência de exagerar na dose (tem cada preset maluco), assim a busca do timbre ideal deve começar já no processo de gravação, que depende do seu instrumento e equipamentos.
E os presets dos softwares são meras referências , se for usar plugins e se basear somente em presets o resultado final não vai ficar bom.
Os presets foram construídos pelo desenvolvedor usando certos equipamentos e softwares, que só se aplicam na íntegra se o usuário tivesse um setup de instrumentos, hardware e softwares exatamente igual.
Assim estes presets são relativos, e devem ser encarados com mera referência.
E assim fixar cada track uma de cada vez, tem que soar bem individualmente, caso contrário tem que gravar de novo.
03- Processo de mixagem
3.1 Inicialmente deixe todas as tracks com o mesmo volume (por exemplo -3db), o mesmo para a Master Track,mas nesta fase não se preocupe tanto com o volume em si, se parecer soar baixo não tem problema, basta aumentar o volume dos monitores de áudio ou das caixas de som/fones de ouvido, depois a questão do volume vai ser tratada.
E depois no processo de mistura propriamente dito vá fazendo as alterações de volume necessárias para buscar um equilíbrio de acordo com os instrumentos, lembre alguns devem aparecer mais e outros conforme o estilo e propósito são mais de fundo, são um complemente da harmonia, alguns as vezes até parecem que não estão lá, mas estão lá cumprindo a sua função, alguns instrumentos tem participação mais moderada.
Lembre que a cada nova track que se adiciona ao projeto a música por si só já sofre um aumento de volume natural, pois mais um instrumento tocando junto ocupa um certo espaço sonoro.
Estude sobre espaço sonoro.
Inicialmente você pediu dicas para os instrumentos não se misturarem, mas isto não faz sentido, pois a mixagem na essência é uma mistura, não confunda mistura com ocupação do espaço sonoro.
3.2. Obtenha uma música de referência que você goste e que tenha o estilo e som que você deseja alcançar na sua mixagem, de tempos em tempos deixe a mesma no solo e ouça, e depois compare com a música que você esta produzindo.
E quando for fazer isto não esqueça de desligar qualquer efeito que esteja na Master Track.
E fique de olho no analisador do espectro, fazendo comparações.
Não vai ficar exatamente igual, isto é impossível, mas serve de base para chegar num som decente.
Algumas DAWs tem um recurso de masterização, que analisa o áudio de referência que você deseja e depois faz automaticamente todo o processo.
Mas depende de uma mixagem muito bem feita, as vezes os resultados surpreendem e ficam bons, outras vezes não dá certo.
Mixagem é mistura com equilíbrio de forma que todos os instrumentos apareçam e sejam notados cada um dentro de sua função, ritmo, melodias, harmonia, efeitos especiais etc...
33 Tratamento dos instrumentos track por track
Após fazer as correções descritas no "2", aí sim começa o trabalho pela busca do timbre ideal , onde se podem aplicar muitos efeitos.
Compressores, Equalizadores, Reverb etc., não vou comentar tudo.
Mas lembre para usar os efeitos tem que saber o que esta fazendo, tem que ter consciência do que cada botão , fader, etc tem a sua função.
Comece por montar um glossário de termos técnicos, a maioria é tudo em inglês, e descreva o que cada controle ou função serve, e deixe este glossário sempre a mão para consultar.
Na mixagem comece pelo ritmo : Bateria , Baixo, Base da Guitarra.
O processo de gravação, fixação e ajustes de uma bateria real não é tão fácil, é na verdade bem complexo.
Bateria:
Mas pelo que ouvi estou partindo do pressuposto que você usa uma bateria virtual, e deve utilizar alguns kits conforme o estilo.
Conforme o VSTi de bateria, o mesmo traz dentro de si todos os efeitos necessários, e até presets, e arquivos midi.
Só na bateria existem inúmeras técnicas diferentes, você vai ter que pesquisar e estudar mais.
Em todo instrumento virtual um ponto muito importante é a humanização do midi, que varia conforme o Vsti.
Uma humanização para determinado Vsti pode não funcionar bem para outro Vsti, assim a humanização é personalizada, cada instrumento virtual, requer uma humanização diferente, seja através das instruções midi, como os próprios recursos nativos do software para isto.
Desta forma sempre se o VSTi tem efeitos nativos, procure utilizá-los como prioridade em vez de usar plugins externos (válido para qualquer tipo de instrumento), pois estes efeitos foram desenvolvidos e feitos especialmente para o instrumento.(num primeiro passo use os efeitos nativos)
Depois caso seja necessário se aloca efeitos na track, ou bus, conforme o seu estilo de distribuir as tracks.
Então uma coisa que fica clara você tem que pesquisar e estudar como fazer o processo de humanização, que envolve diferentes técnicas.
Humanização é um processo de tentar deixar a música soando mais natural e realista possível.
Assim cada compasso tem que ter variações na interpretação, pois nenhum músico de verdade toca sempre tudo igual mecanicamente.
A bateria na verdade é um conjunto de instrumentos , e assim o melhor processo é dar um tratamento individual para cada parte.
Isto significa que o snare por exemplo vai ter a aplicação de um efeito diferente do Chimbal, dos Toms, ostp é cada parte vai ter um tratamento especial.
Após deixar a bateria soando parecendo boa. (digo parecendo boa, pois o processo não esta completo, e depois conforme se ouve com os outros instrumentos, normalmente tem que fazer alterações),
Escute a bateria junto com o baixo e faça as inserções de efeitos no baixo, caso seja necessário,
E sempre fique atento a clips (distorções no áudio), nenhuma track pode ter o sinal vermelho que aparece no VU.
As vezes os sinais vermelhos ocorrem somente em algumas notas mais fortes, e isto também pode ser resolvido via controle por automação da track, abaixando o volume naquela parte que soa muito alto, o mesmo é válido para o contrário quando esta soando muito baixo.
E tente fazer uma pré-mixagem escutando os dois instrumentos.
Normalmente no baixo o pan fica centrado, e a bateria também, mas se você fizer um tratamento individual com descrito anteriormente você pode ter variações de pan na bateria.
Exceto no caso de problemas de embolamento entre o baixo e a bateria, se você fazer pequenas variações nas partes que estão com problemas, deslocando bem pouquinho o baixo no panorama, consegue-se isto fazendo variações na linha de automação da track.
Estando o baixo e a bateria soando bem juntos, pode-se passar para a inserção na audição do instrumento de base.
O instrumento de base pode ter um pequena variação a livre escolha, digamos de uns 15% para qualquer um dos lados, mas também pode ficar no centro, tudo depende do plugin que você vai usar depois na MasterTrack, que trata do estéreo.
E assim vai prosseguindo adicionado na audição instrumento por instrumento, solos de guitarra, solos de teclados, acompanhamentos, tentando seguir uma certa lógica na sequencia, e deslocando os pans , observando o comportamento dos instrumentos, lembrando que um harmonia pode ser o complemento de outra, um solo pode responder a outro solo, e assim estes instrumentos que se completam tem que ter variação de pan, para um responder ao outro conforme a música evolui.
E assim a medida que vai avançando vai perceber que alguns instrumentos necessitam a adição de efeitos para terem mais presença.
E eventuais conflitos podem aparecer de um instrumento começar a embolar com outros, o que pode acontecer por problemas no espaço sonoro, cada instrumento trabalha com certas frequências, e as mesmas podem se chocar, isto é uma ocupar o espaço da outra.
Aqui vale a máxima da física, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, e assim no caso de conflitos tentar mudar o pan, adicionar ou atenuar certas frequências.
Para observar isto via software usando um visualizador de espectro das ondas sonoras, e descobri em quais frequências estão os problemas, que pode ocorrer na música o tempo todo, mas as vezes ocorrem tão somente em alguns compassos e notas, e no caso de problemas em algumas notas, tentar ajustar via automação das tracks envolvidas.
Mas muitas vezes o problema não é o instrumento em si, mas sim erro de arranjo, e aqui tem experimentar mudanças de oitavas e se não resolver tem que reescrever o arranjo para estes instrumentos, não tem outro jeito não.
E desta forma no geral após o tratamento de todas as tracks as mesmas devem estar soando bem em conjunto, ainda parecendo soar baixa e um pouco sem vida, mas deve estar soando bem no conjunto, sem distorções e embolações de qualquer natureza
Reverb:
Tem que tomar muito cuidado aqui, o reverb serve para dar uma profundidade e um certo senso de presença de cada instrumento.
Quando mais reverb mais para o fundo e mais baixo o som fica.
Quando for usar o reverb imagine um palco virtual, como um conjunto se apresentaria distribuído.
O seu palco é o seu espaço sonoro, assim cada instrumento tem que na questão de profundidade ocupar o seu espaço próprio.
No caso de instrumentos virtuais procure utilizar o reverb interno ou nativo do Vsti.
Combinar instrumentos reais com instrumentos virtuais não é tarefa fácil nesta área de reverb.
E tem que tentar adequar o reverb dos instrumentos virtuais a um reverb externo para os instrumentos reais.
E esqueça de reverbs de salas e ambientes exóticos (a não ser que seja exatamente o que você queira ao criar algo especial e diferente, mas isto é somente para pequenas partes para se criar algum efeito especial, mas tendo consciência do que esta fazendo.
Reverbs exóticos só prejudicam a música.
Fica legal brincar dentro da DAW e exagerar, mas isto é só para brincar.
Para uma música completa tem que usar o reverb com moderação, bem de leve.
E entra em cena o ambiente do home studio de gravação, que tem o seu reverb natural
Assim quando for usar reverbs virtuais use o de pequenas salas, reverbs que simulam um pequeno studio, e use com moderação, aplicando diferentes níveis em cada instrumento para coloca-lo dentro do espaço sonoro. (imagine a sala com os músicos tocando, um mais para a direita , outro na esquerda mais para o fundo, imagine o local de cada músico.
O reverb e o pan vão ajudar nisto.
Agora usar diferentes instrumentos virtuais de diferentes produtores, pode dar problemas, os efeitos são diferentes, e pode ficar difícil integrar, e assim neste caso pode ser necessário o uso de um plugin externo e desligar os efeitos internos do Vsti.
Existem os Convolution reverb que são muito bons e simulam bons ambientes. e evite com foi dito os exóticos e os de sala ou ambiente muito grande., a não ser que você queira simular um gravação ao vivo numa arena muito grande, mas isto não é recomendável pois na maioria das vezes não vai soar bem.
A moderação no uso dos plugins é fundamental.
Os efeitos existem mais para corrigir e fixar erros do que para fazer milagres, e transformar a música ruim em boa.
Se num projeto musical nas tracks exige-se a aplicação de muitos efeitos em doses mais fortes, é um sinal de que o processo de gravação foi mal feito, e aí com se diz, não tem conserto não, só gravando tudo de novo.
Compressores e limiters
Cuidado com o uso excessivo, pois acabam com a dinâmica da música.
Assim como qualquer outros plugins, Maximizadores, Imagens de Estéreo, Excitadores enfim uma enorme gama de opções.
4. Master Geral
Na Master Track geral se insere uma cadeia de efeitos que conforme o estilo tem uma certa sequência.
Aqui é que se vai conseguir produzir uma música com mais vida e com um volume compatível com a música comercial em geral.
E muitas vezes nesta fase você pode sentir a necessidade de alterar algumas coisas nas tracks individuais, repetindo um processo até conseguir o som ideal.
Não ter pressa, e conter a ansiedade de logo querer divulgar o seu trabalho no soundcloud e you tube.
Tem que ouvir com os ouvidos descansados e em vários mídias diferentes, antes de postar qualquer coisa.
E como foi dito a sequência dos efeitos pode variar na master track.
Mas no seu estágio atual, você não vai conseguir de imediato montar uma boa sequência, desta forma eu recomendaria que você utiliza-se uma suíte de efeitos do tipo do Isotop Ozone., o Tracks não é a ideal, longe disto.
Com o tempo você vai aprender a usar os plugins individualmente e montar os seus próprios setups.
Pode até usar um preset, mas lembro é somente um passo inicial.
Na verdade você tem que escutar, escutar e escutar.
E fazer isto quando estiver com os ouvidos descansados, e ir alterando os parâmetros até conseguir o som que você deseja, nada de mudanças bruscas e radicais.
E surge outro problema, num home studio normalmente não temos o ambiente propício para fazer audições seja na hora de gravar, como na hora de mixar e de masterizar, o nosso ambiente prejudica isto.
No meu caso por exemplo, quando chego nesta parte em que parece que tudo esta soando bem e nos conformes enquanto escuto na DAW, quando gravo numa mídia externa e vou escutar aparece excesso de graves.
Já percebi que pelas minhas limitações de ambiente no geral tenho que diminuir os graves entre 20 a 30%, e assim já faço na DAW, e depois escuto em várias mídias diferentes (som do carro, microsystem, celular etc) e enquanto ouço faço anotações de eventuais problemas, e volto para a DAW para fazer as possíveis correções, até que soe satisfatoriamente, não deixa de ser um método de tentativa e erro.
Mas de certa forma você vai ganhando experiência, vai aprendendo a trabalhar com as frequências e outros detalhes que pode ser observados visualmente na análise das ondas sonoras, e os resultado começam a aparecer, mesmo com as limitações.
E cuidado também na aplicação do EQ nas frequências conforme existem tabelas para cada tipo de instrumento.
Isto também são meras referências, não quer dizer por exemplo, que a cada gravação ou uso de instrumento virtual você tenha que reforçar aquelas ditas frequências, pois quando você gravou ou o VSTi executou já pode estar certo, ou bem próximo disto, e assim o ajuste se for necessário tem que ser sutil, e não simplesmente ir lá no plugin e reforçar por reforçar, tem que analisar o espectro.
Já vi muita gente cometer este erro, reforçar por reforçar achando que vai chegar no timbre ideal desta forma.
Lembre! uma coisa é escutar na DAW, outra coisa é escutar o resultado final numa mídia externa.
Muitos membros aqui do fórum não consideram como uma verdadeira masterização.
Assim alguns deixam o volume mais baixo, para depois numa outra etapa, usando softwares especiais externos a DAW, fazerem a masterização propriamente dita.
Como estamos tratando de um home studio, isto é estúdio caseiro, que tem muitas limitações, muitos já fazem o processo todo de mixagem e masterização como um coisa só ao mesmo tempo, já deixando os efeitos na master track ligados deste o início.
E tem que estudar, estudar e estudar.
Saber tudo sobre cada plugin, cada botão.
Se não sabe usar, e não sabe para o que serve não use.
Vá no simples, e aos poucos conforme você vai evoluindo é um processo natural, mas não tente inventar e usar efeitos a torta e a direta, nas esperança de de repente aparecer do nada aquele som maravilhoso.
Isto não existe, e você esta perdido andando em círculos.
Esqueça tudo o que esta fazendo e comece tudo de novo, com moderação.
Se a gravação foi bem feita já é meio caminho andado.
Se os instrumentos virtuais são realmente bons também.
Agora se os instrumentos virtuais são meia boca, e a gravação não foi bem feita, não adianta, não tem técnico que dê jeito.
O mesmo para o plugins, e aqui vale a máxima da informática no caso de bancos de dados, se entra lixo, o resultado final que sai só pode ser lixo.
Como já foi dito aqui no fórum repetidas vezes, aqui o mais é menos.
Crie uma planilha de projetos musicais.
Onde você inclui as tracks e faça uma espécie de chek list de todos os passos, anotando plugin por plugin e as configurações.
Aqui mesmo no fórum tem um post meu sobre este tema, mas devido já ser mais antigo não acho tão facilmente, enquanto escrevo este post que foi feito de "bate pronto", e lembro que é limitado, mas muita coisa escrita aqui se for aplicada vai melhorar sensivelmente os seus projetos.
Leia com atenção e imprima para futuras consultas.
Estudar:
- manuais da DAW;
- manuais dos Plugins (a maioria não tem bons manuais), lembre você não tem formação de engenheiro de som;
- assistir tutoriais;
- fazer cursos,
- ler bons livros, aqui no fórum tem muitos tópicos até repetidos com boas recomendações de livros a ler;
- ter perseverança uma virtude que não pode faltar.
|