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Mensagem |
M.Portella
Membro Novato |
# jan/18
Trata-se da minha primeira mensagem no fórum, portanto, cumprimento a todos.
Estudei dois anos de violoncelo, quando tinha 20 anos de idade. Passei dos 40 e estou reiniciando. Àquela época, por falta de dinheiro, usava o material que tinha em mãos, portanto, nunca tive a chance de experimentar diversos tipos de corda.
Agora, comprei um eagle ce300, que ainda está com o encordoamento original. Não conheço timbre mais bonito do que o do violoncelo, mas há um aspecto que me incomodava no meu primeiro violoncelo e que se repete neste: o timbre da corda lá é muito metálico e, ao fazer a transição da corda ré para a lá, este caráter metálico gera um contraste muito forte, quebrando a continuidade.
Assisti uns vídeos no youtube com cordas estrangeiras que parecem proporcionar uma maior suavidade de transição e um caráter menos metálico ao lá. Entretanto, a maioria dessas cordas são caríssimas e não quero investir tanto assim, tão cedo. Gostaria de saber se há cordas nacionais que proporcionem uma transição mais suave e um lá menos metálico.
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makumbator
Moderador
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# jan/18 · Editado por: makumbator
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M.Portella
Toco o contrabaixo acústico com arco, e te digo que não existe corda boa nacional para a família do violino (principalmente cello e baixo). Elas são menos piores para o violino e viola, mas pelo menos as de baixo que tem são uma bosta.
Procure por boas marcas de cordas importadas (Pirastro, Thomastik, Larsen, Corelli, entre outras) e se deseja um som menos metálico, pegue cordas de alma sintética (elas tem a potência e estabilidade das cordas de metal com o som mais aveludado das cordas de tripa). Infelizmente é caro pra burro. Troco em geral 1 vez por ano.
Eu uso encordoamento sintético no meu baixo, Pirastro obligato (alma de perlon). Aqui ela na versão para cello:
https://www.pirastro.com/public_pirastro/pages/en/Obligato-00005/
Além do instrumento e cordas, o arco, crina (e breu/resina) também influenciam no som final (sem contar a técnica de quem toca (obviamente).
Sugiro que você escolha um encordoamento importado e leve seu cello pra regular em luthier (pra deixar mais macio). Em geral tem muita coisa pra regular em instrumento de fábrica:
altura do nut (relação direta com a "dureza" do tocar, principalmente nas primeiras posições)
posição da alma (relação direta com a ressonância, timbre e pot~encia do instrumento). às vezes é bom trocar a alma de fábrica por uma melhor
cavalete: regular a angulação e posição (nem sempre de fábrica vem correto), checar a altura (ou seja, a "ação" do instrumento, pra ele ficar com as cordas mais altas ou baixas). Muitas vezes é bom trocar o cavalete de fábrica por um bom
Checar se o estandarte e rabicho estão corretos. Pode ser preciso trocar (ou colocar) micro afinação de boa qualidade (se você gostar de usar). tem gente que às vezes troca o estandarte também.
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M.Portella
Membro Novato |
# jan/18
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Makumbator,
obrigado pela resposta detalhada. Entretanto, 700 reais em cordas, no momento, é muito pra mim. Ainda tenho que levar o violoncelo em um luthier, como sugeriu, o que aumentará o investimento já realizado. Como estou retornando, vou com calma; tentarei encontrar cordas mais em conta, que sejam melhores do que as que vieram com o violoncelo, pelo menos.
De qualquer maneira, suas dicas me foram muito úteis, pois já vou pesquisando para não errar quando for comprar cordas melhores. Aliás, com esses preços, fazer experimentos com cordas parece proibitivo.
Li na descrição das cordas Pirastro Obligato, assim como em um outro artigo sobre elas, que a corda "lá" não tem alma sintética, mas em aço; eles aconselham, para um som mais "quente" (warm) a Passione, que também tem alma em aço. Você conhece?
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