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-DiegoEV Membro Novato |
# jul/14
Pessoal, esta é minha primeira pergunta como usuário do fórum. Espero que alguém possa me ajudar. Estudo piano, e tenho uma boa referência teórica (leitura de partituras, conhecimento de acordes, e ultimamente tenho estudado harmonia tonal). A minha dúvida é a seguinte: Arrisco compor trilhas sonoras para alguns videos meus, mas não consigo transmitir emoção na minha música. Não consigo transmitir tristeza, tensão, obscuridade, etc. O que devo estudar para ganhar uma noção nesse aspecto?
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jul/14
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Analise as músicas que te transmitem triste, tensão, obscuridade, etc e perceba quais são os elementos musicais que as confere tais características.
Leitura, Intervalos, contraponto e harmonia serão as ferramentas para você realizar esta análise.
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glpkeys Membro Novato |
# jul/14
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Aí que está meu amigo, tem músicos que destroem no teclado, toca muito, mas sem sentimento eles só são pedras tocando, inspiração faz parte da arte, busca a sua, põe amor no que está fazendo, sinta o gosto das notas, da harmonia, o sentimento vem de bonus. Espero ter ajudado ;D Abraço !
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Jube Veterano |
# jul/14
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-DiegoEV A gente fantasia bastante a composição falando em sentimentos mas naverdade existe toda uma "matematica" por trás disso para dar intenção à emoções especificas como um tipo de acorde ou uma cadência específica por exemplo.
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-DiegoEV Membro Novato |
# jul/14
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Interpretar eu consigo, colocar sentimentos na leitura. O problema mesmo é criar uma progressão I e V7 (exemplo) e fazer ela ter caráter melancólico. haha Mas as respostas ajudaram. Vou pesquisar sobre contraponto. Se alguém ler e tiver algo a acrescentar, postem! Ficarei atento.
Obrigado.
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Jabijirous Veterano |
# jul/14
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-DiegoEV
Ouça música e busque referências!
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Guilherm3 Membro Novato |
# jul/14
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Eu também tenho esta dúvida em sentimentos nas músicas quais livros vocês recomendam para estudar acordes que passam sensações diferentes ?
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Jabijirous Veterano |
# jul/14
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Guilherm3
Isso não existe, você pode passar sentimento só com um acorde!
Tem certas coisas que não se aprende, vem de dentro, algo natural, algo teu.
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Guilherm3 Membro Novato |
# jul/14
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Eu não falei só um acorde eu quis dizer uma progressão.
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Adler3x3 Veterano |
# jul/14 · Editado por: Adler3x3
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Tem que se entregar. É espontâneo, tem que fazer uma imersão em si mesmo. Tem que sentir e ir tocando. O instrumento e pessoa passam a ser um só. Como já foi dito não é uma coisa que vem de fora para dentro. E sim o contrário. E algo natural depende do estado emocional da pessoa.
Tem que vibrar de acordo com o que vem de dentro. Buscar a harmonia (não no sentido musical) interior e aplicar na peça musical.
É muito difícil definir, varia de pessoa para pessoa.
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jul/14
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Caros amigos, respeito suas opiniões e acima de tudo os respeito como compositores, mas não concordo com estas romantizações que estão sendo feitas sobre o ato de compor.
Não me entendam mal, eu também compartilho da opinião de que música transmite sentimentos e significados. Se estes sentimentos e significados são inerentes à própria música ou se foram construídos socialmente através de nossas associações subjetivas ao longo de nossas experiências culturais, não faz diferença. Se alguns compositores ou ouvintes se recusam a reconhecer isso, também estão em seu direito.
A questão aqui é que o ato de compor também é lógico e racional. Mesmo que sua intenção seja expressar um sentimento, você só o conseguirá seguindo uma lógica de composição musical.
A necessidade de sentimentos para a composição se restringe à identificação e classificação destes sentimentos nas músicas. O reconhecimento dos elementos musicais e suas combinações que estão associados a cada sentimento/significado específico é puramente analítico, lógico e racional.
Uma vez que, através da análise, tais elementos tenham sido identificados, o ato de compor é lógico e racional, sendo possível até mesmo criar músicas dotadas de sentimento e significado para os ouvintes sem que o próprio autor tenha necessariamente recorrido a alguma emoção no ato de compor.
O que quero dizer é que tudo aquilo que nós ouvimos em uma música e atribuímos a um sentimento ou significado, como"triste", "alegre", "melancólico", em seu nível mais fundamental é apenas a combinação de elementos musicais e uma vez que tais combinações sejam identificadas e reconhecidas, é possível reproduzir tais sentimentos de maneira puramente fria, lógica e racional.
Evidentemente, utilizando-se da sua própria capacidade de análise o compositor pode avaliar e refinar o processo e o resultado de sua composição e fazer alterações que julgar mais apropriadas ao fim que se quer obter.
Dito tudo isso, afirmações como "Tem que vir de dentro" ou "é natural", não ajudam em nada a quem compor e só servem para mitificar a prática. Além de depreciar o fato de que a capacidade do compositor de expressar um sentimento ou significado musical é restringida pelo domínio técnico da análise musical e de composição deste compositor.
E finalizando com um pouco de descontração, de pouco adianta você ser um emo cheio de sentimentos se seu conhecimento técnico se restringe a power chords, você nunca conseguirá expressá-los como o boiolão do Tchaikovsky.
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Jabijirous Veterano |
# jul/14 · Editado por: Jabijirous
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Guilherm3
Vc não entendeu.
O que eu quero dizer é que não precisa de uma progressão para passar sentimento. Ás vezes um acorde, você consegue fazer a pessoa chorar.
Mas um progressão harmônica é só um suporte para a melodia. A melodia é o carro chefe.
Sentimento vem da comunicação. Um pessoa vai sentir o que você sentiu, mas não espere que todo mundo vá sentir o que você está sentindo. Vai ter gente que vai falar que tua música não presta e outros que vão dizer que você merece o oscar.
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Filippo14 Veterano |
# jul/14
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-DiegoEV
Entender a sonoridade dos acordes é muito importante para conseguir criar esses climas de tensão, tristeza, felicidade, etc. acordes diminutos soam mais tensos, menores mais tristes e por ai vai, esse tipo de analise ajuda na hora de escolher o acorde para determinado momento.
Saber qual nota escolher para ser a melodia em cima de determinada harmonia ou mesmo o acorde para determinada nota ajuda muito a dar as caracteristicas sonoras que procuramos.
Algo que eu percebi a pouco tempo é como o ritmo influencia a ligação entre os acordes. Uma música rápida terá uma sonoridade completamente diferente que a mesma música sob outro ritmo. As vezes uma melodia fica boa em cima de uma harmonia, mas ao mudar o ritmo ela fica ruim, a escolha do tempo, da forma de fazer os acordes, da batida de cada instrumento influenciam muito na sonoridade final.
Por fim, mesmo seguindo isso que eu falei, podem aparecer casos em que uma nota que deveria ficar muito boa em cima de um acorde nao fica, enquanto uma que eh meio fora do tom, fora do padrao soa maravilhosamente bem, portanto, a teoria ajuda muito, eu preciso muito de teoria para compor, mas acima de tudo, o que manda na musica é o seu sentimento e ouvido.
Abração
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Adler3x3 Veterano |
# jul/14 · Editado por: Adler3x3
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oops. post duplo. Mas isto indicar que tem outros lados e pontos de vista diferentes. Tem a teoria e a prática que é a aplicação da teoria.
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Adler3x3 Veterano |
# jul/14
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Sim tem o outro lado o da técnica da teoria musical e da sua correta aplicação. Mas a aplicação da dinâmica para transmitir emoções e sentimentos vai depender da execução, e dá correta forma de tocar do pianíssimo ao fortíssimo, indicadas na partitura, e se não houver partitura na interpretação da música em si.
Eu gosto do Tchaikovsky, compôs grandes peças, como a aqui postada, é uma deselegância chamar ele de "boiola".
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Adler3x3 Veterano |
# jul/14 · Editado por: Adler3x3
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Jabijirous Este é um bom tema para você explicar melhor num texto no seu blog. Tons maiores - relacionados mais a alegria, tons menores mais relacionados a tristeza (claro não é uma regra geral, e outros tons relacionados e outros estados de consciência. A aplicação da harmonia e da melodia conforme os modos.
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Jabijirous Veterano |
# jul/14
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Adler3x3
Rapaz, esse é um assunto complexo kkkk
Vou pensar no teu caso, mas tenha em mente que eu corto esse clichê nojento, mas é a melhor referência que nós temos
-DiegoEV
Meu caro, fique tocando os seguintes acordes I IV que vai sair algo com sentimento.
Vou colocar algumas músicas aqui pra você se inspirar
https://www.youtube.com/watch?v=q184hD1gWps
https://www.youtube.com/watch?v=_Rpn2FUAUgY
https://www.youtube.com/watch?v=FcOt6mfjxeA
https://www.youtube.com/watch?v=okt_qhLmw6Y
https://www.youtube.com/watch?v=HMCmxKpDytQ
Leia isse artigo do meu blog, pode ser que te ajude a encontrar caminhos harmônicos para sua inspiração
http://michaelmachado.com.br/cliche-harmonico/
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jul/14
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Jabijirous http://michaelmachado.com.br/cliche-harmonico/
Muito bom! Vai sair um do mesmo naipe desse mais voltado pra progressões de música erudita?
Adler3x3
Também gosto muito do Tchaikovsky, mas ele era boiola mesmo, fazer o que? Só tô brincando, Adler eheheh
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Jabijirous Veterano |
# jul/14
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Die Kunst der Fuge Adler3x3
É, o cara compunha que nem homem! kkkkkkkkk
Brincadeira de lado, Die Kunst der Fuge, o que você quer saber exatamente? Clichês harmônicos dos compositores eruditos?
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jul/14
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Jabijirous É, o cara compunha que nem homem! kkkkkkkkk
Em determinados momentos. Balés não são exatamente um exemplo de masculinidade, né?
Clichês harmônicos dos compositores eruditos?
Isso!
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Jabijirous Veterano |
# jul/14 · Editado por: Jabijirous
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Die Kunst der Fuge
Eu resumo pra você agora
O sistema tonal é muito previsível, onde tem o acorde de I logo em seguida vai ter o V, pois o V confirma a tonalidade.
Na verdade, para saber os clichês, basta saber as cadências.
Cadência perfeita/imperfeita V - I Cadência plagal IV-I ou IVm -I Cadência interrompida V - VI Cadência dominante, ou feminina I - V. O acorde do primeiro grau fica na segunda inversão.
Essas cadências se aplicam para os dominantes secundários também.
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jul/14
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Jabijirous
Valeu, Maicão! o/
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sallqantay Veterano |
# jul/14 · Editado por: sallqantay
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Die Kunst der Fuge
Essa técnica de composição só vai te levar para os locais mais obvios através de um caminho já pavimentado
é um exercício válido e necessário, mas ainda não é autoria (o ato de achar sua própria voz). Dá para enganar leigos e até entendidos, mas a sua voz é sua e somente sua, só diz respeito a você.
Você está certo quando diz que isso é romântico, pois esse movimento deu muita ênfase à individualidade, e é disso que falamos aqui
E eu não posso ensinar ninguém a ser ele mesmo.
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Charlizard Membro Novato |
# jul/14
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Alguém já falou de modos?
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Jabijirous Veterano |
# jul/14
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Charlizard O que você quer saber dos modos?
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pianoid Veterano |
# set/14
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tenham bons modos, amigos kkkkk
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-DiegoEV Membro Novato |
# dez/14
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O blog do Jabijirous me ajudou em bastante coisas. Incrível o conteúdo. Obrigado a todos pelas respostas. Corri atrás dos bons modos, e que mundo que eu entrei, ein? Só de pensar que cada escala, devido aos intervalos, gera certas sensações rs. Recomendo a quem tinha a mesma dúvida que eu: modos abriu minha mente.
Sei também que muito do feeling vem da orquestração e da instrumentação: existe algum material que discurse sobre isso?
Estou pensando seriamente em prestar vestibular pra composição no ano que vem. Mas não sei se meu nível técnico em piano me ajudaria. Sou péssimo com altas velocidades.
Obrigado, galera!
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Jabijirous Veterano |
# dez/14
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-DiegoEV
Que bom que meu site tenha de ajudado, o objetivo do site é esse! Em 2015 muita coisa vai mudar nesse site, muita mesmo!
Minha dica para o vestibular é começar a estudar harmonia tradicional desde já! A prova de composição geralmente cai harmonia!
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-DiegoEV Membro Novato |
# dez/14
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Jabijirous
Obrigado, Jabijirous! Estou com um livro de harmonia do Stephan Kostka. Mais de 400 páginas e com exemplos fáceis de entender. Vou estudar muito.
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Jabijirous Veterano |
# dez/14
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-DiegoEV
Esse é o livro que uso como base na aula de de harmonia do curso de composição/regência do Conservatório Brasileiro de Música! Você está muito bem acompanhado hehehehe
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