Os bons tempos que antecederam o mimimi

Autor Mensagem
Pigeonsslayer
Membro Novato
# mai/21 · Editado por: Pigeonsslayer
· votar


Lelo Mig
Como disse antes, nós brancos (maioria aqui) discutindo este assunto, já é algum progresso, mas os pretos ainda têm muito a conquistar e nós muito a entender.

Na verdade, eu sou da turma do nem. Do lado materno tenho descendência italiana por parte de avô e mulata por parte de avó. Do lado paterno, descendência portuguesa por parte de vó e árabe por parte de avô, apesar de não saber bem de que país ele era oriundo.

Pegando só pelo exemplo do meu lado materno, tenho desde primos/primas negros até loiros, passando por uns dois ou três primos com algum traço oriental ou indígena. meu fenótipo é mais ou menos nessa linha só que meu tom de pele é algo um pouco mais claro.

Então, aprendi desde pequeno a ter afeto e apreço por pessoas e não por raças (edit: etnias). Se, por um lado, dentro da minha família essa mestiçagem era algo natural e que sequer era um ponto de preocupação, por outro lado, quando comecei a ter um convívio social fora da família comecei a sentir o peso que isso tem na sociedade.

Tive um grande amigo na adolescência que era branco do cabelo liso e loiro, e a mãe dele simplesmente não me cumprimentava e não falava comigo. Eu não me importava naquela época, tanto é que continuamos sendo amigos por muitos anos, mas quando eu fui amadurecendo e sentindo a reação dela parei de frequentar a casa dele e quando a gente queria fazer algo juntos combinavamos antes pelo telefone e nos encontravamos em algum lugar na rua. Ele ia na minha casa e era tratado de uma forma normal, mas eu não ia mais na casa dele.

Já recebi até ameaça do pai de uma mina em quem eu dava uns pegas, na rua onde morava na adolescência. O verme me ligou dizendo que era pra eu me afastar da filha dele, porque ela era uma menina de futuro e que era pra eu me limitar a "caçar as minhas negas". Anos mais tarde ela se casou com um branco, com ficha criminal e passou por agressão doméstica, até se divorciar.

Eu, particularmente, sempre tive autoestima suficiente para não me deixar inferiorizar por esse tipo de escória. Mas, no meu caso, sou filho e sobrinho de professoras, sempre tive um lar bem estruturado, uma vida cheia de afeto, comida boa e roupinha lavada. Fiz curso superior e falo outro idioma, além de manjar o básico de mais uns três. Fui praticamente criado a iogurte, não tenho traumas. Mas assim é como eu me sinto e não posso falar pelos outros. Tem gente que passa por essas experiências sociais e sai de boa, mas tem gente que não.

Agora pega só esses dois exemplos da minha vida e contextualiza na pele de um pretinho favelado, sem estudo e entregador de aplicativo. Dá para sentir o drama?

Lelo Mig
Membro
# mai/21 · Editado por: Lelo Mig
· votar


Pigeonsslayer

Sou descendente de espanhóis, tipo mouros. Tenho o mesmo tipo físico do Antônio Banderas (mesmo tipo, não que seja sósia dele), branco bronzeado, cabelos e pêlos bem pretos (até os 50, agora tá embranquecendo tudo...rs)... no Brasil sou branco, nos EUA seria negão.

Então esse negócio de "cor" é bastante relativo a palheta de referência. Nos EUA, latino é preto.

Minha ex mulher é bem clara e meu filho, quando criança era loirinho. Nos desenhos de escola ele desenhava a mãe branca, ele branco e eu marrom. Um dia perguntei a ele qual era minha cor ele disse que eu era preto. Preto tipo quem?... perguntei. Ele respondeu: Tipo Ronaldinho Gaúcho.... kkkk

Na minha família têm uns 3 ou 4 casamentos inter-raciais, tenho tias negras e primas... mas, a gente não se dá conta, acha que só por isso, pelo convívio, por tratá-los como iguais não somos racistas, mas não é o suficiente.

Só comecei a perceber meu racismo quando comecei a ter alguma empatia, entender a questão da falta de representatividade, minhas vantagens e etc.

Apenas me incomoda o bando de hipócrita enchendo o peito prá dizer que "não é racista, nem homofóbico, nem o caralho"... mas é só da boca prá fora!

O que não falta é hipócrita (alguns até pela ignorância) cagando regra de politicamente correto.

Aliás, sempre tive um pé atrás com quem fala muito sobre suas próprias "virtudes".

Pigeonsslayer
Membro Novato
# mai/21
· votar


Lelo Mig

Pois é, tudo isso posto, a minha conclusão hoje é que tem três tipos principais de racistas:

a) o que acredita não ter nenhum tipo de racismo,e que se sente mal quando percebe que na verdade tem. Esse é o racista fruto do meio, mas com empatia, ou o racista progressista. Mas se misturam entre esses aquele que sabe que tem alguma forma de preconceito racial, mas fa questão de manter incubado pelo politicamente correto, como vc bem disse.

b) aquele tipo que foi criado em um meio com fortes vínculos racistas (entre gente que faz piadas, é contra sexo/matrimônio interracial, considera o negro inferior, feio ou bandido/vagabundo, burro ou mau caráter, e não serve para ascender socialmente), reclama do mimimi, diz que antigamente é que era bom, pois chamava o amigo preto de apelidos depreciativos e ele levava na esportiva. Esse tipo pode até aceitar que exista racismo, mas não vindo da parte dele, que até aceitava um amigo pretinho; e o tipo;


c) nega sequer a existência de racismo. Diz que isso é invenção da esquerda mimizenta, que só usa a pauta para provocar divisão na sociedade, nega o racismo estrutural, as lacunas de representatividade e o processo histórico pós abolicionista que levou os negros às favelas e os brancos aos casarões, ou os brancos pobres à periferia urbana (que ainda é deveras melhor do que as favelas). Esse tipo de racista é o descolado da realidade, totalmente sem empatia e, em último grau, além de negacionista ainda é supremacista. Esse é o tipo de racista que veste verde e amarelo e vai pra Paulista com a bandeira dos EUA ou dos confederados nas costas.

entamoeba
Membro Novato
# mai/21 · Editado por: entamoeba
· votar


Quando cursei o 1º ano do segundo grau (1995), tinha uma colega que parecia estar interessada em mim. Ela era bonita e a gente se dava bem, mas ela era negra. Eu ficava babando por umas brancas otárias cheias de espinha que nem davam a mínima para mim - uma delas namorava um cara de uns 30 anos, que pegava ela de carro na escola. Fui incel por mais alguns anos, até que criei coragem para namorar uma gordinha. Depois, terminei com ela para namorar uma mulher magra, com os seios grandes e bem branca: o pior relacionamento que já tive.

Se eu falar isso hoje, minha mãe nega, diz que nunca falou. Mas eu lembro de ter ouvido que ela não queria netos pretos. Meus pais são mais racistas do que eu e são bem menos racistas que foram meus avós. Eles foram melhorando com o tempo, assim como eu. Sempre tive amigos pretos, mas, coletivamente, éramos um meio racista. Pratiquei muito bullying racial na adolescência. Adolescente não faz reflexão moral espontânea, reproduz os valores da família e dos amigos.

A última vez que eu lembro de ter dito algo racista, foi na internet. Tinha 28 anos e estava numa dessas discussões no Orkut. A diferença é que eu já estava em um estágio em que a vergonha bateu na hora. Fui hostilizado pelo que disse, mas me desculpei. Acho que sequer tentei me justificar. Dos 15 aos 30, praticamente zerei o meu racismo. Mas você não zera isso passivamente! Se você acha as mulheres brancas mais bonitas do que as negras, não se trata só de preferência estética, tem racismo aí! Se você acha que tem gente que tem "cara de pobre", acredite, deve ter racismo aí! Se você não enxerga o racismo estrutural e é rápido para criticar as políticas de cotas, deve ter racismo aí!


Pigeonsslayer
tem três tipos principais de racistas

É por aí, mas esse primeiro grupo é bem diverso. Eu, por exemplo, tenho certeza que ainda tem coisas que eu faço que devem ter resquícios de racismo. Sei que não entendo suficientemente o racismo para garantir que não há nada de racista no que eu sinto.

Fico pensando se me colocassem em um experimento neurocientífico, em que os reflexos mais primitivos são medidos, será que eu não exibiria qualquer traço de racismo? Eu desconfio que exibiria. Sabe aquela coisa de colocar um negro e um branco de terno e perguntar qual é o segurança e qual é o executivo? Não sei se eu percebo de um jeito e me corrijo. É complicado, porque a sociedade continua reforçando os estereótipos. Essas informações continuam sendo verificadas como verdadeiras: geralmente, os negros são os seguranças e os brancos, os executivos. O mundo continua sendo racista, o mundo continua nos ensinando racismo todos os dias! O racismo está estampado na sociedade e reaprendemos ele todos os dias. Por isso, digo que o combate ao racismo precisa ser ativo. Não podemos deixar de nos ver como racistas, mesmo depois de "zerar" o racismo.

Pigeonsslayer
Membro Novato
# mai/21
· votar


entamoeba
Eu, por exemplo, tenho certeza que ainda tem coisas que eu faço que devem ter resquícios de racismo. Sei que não entendo suficientemente o racismo para garantir que não há nada de racista no que eu sinto.

Deixe eu te contar uma coisa. Meu avô era branco e minha avó negra, fenotipicamente, apesar de que a origem dela era mestiça. Ela falava pra gente, os netos, que não queria que a gente tivesse filhos com negras, porque os nossos filhos iam sofrer demais na vida. Isso, dito assim, remete a um racismo escrachado, de uma pessoa que era negra. Mas hoje entendo que o que minha avó nos dizia era: não tenham filhos negros, para que eles não venham a passar pelo que eu passei. Quando criança, minha avó trabalhou em casa de madame no interior de Minas, lavando o chão de joelhos.

Paradoxalmente, meu avô, branco, nunca nos deu esse tipo de conselho, aliás, como ele poderia, já que havia se casado e constituído família com uma mulher negra? Mas hoje eu entendo que, se por um lado isso era paradoxal, por outro lado é fácil de explicar. Meu avô nunca sofreu racismo, acredito. Talvez tenha sofrido preconceito por ser lavrador e analfabeto, mas racismo acredito que não. Já o racismo da minha avó, preta, derivou do próprio racismo que ele enfrentou pela vida, numa época em que zoar o mussum era genialidade do Didi Mocó. Não se falava em luta antiracial por aqui, nem em consciência negra, mal se discutia o racismo.

Pois bem, no 6.o ano do fundamental, estava eu na minha sala de aula numa escola particular, e vivenciei duas situações de racismo escrachadas que envolvia tanto o racismo do outro quanto o meu próprio racismo. Minha mãe é branca, minha irmã 3 branca, e enquanto criança eu tinha dificuldade em fazer uma boa autoidentificação. Não me considerava preto. Havia uma colega de classe lindíssima, preta, que me dava a maior bola, mas eu não queria nada com ela, porque o tom de pele dela era mais escuro que o meu. Em outra ocasião os meus amigos de sala, e eram amigos mesmo, não apenas colegas, começaram a me chamar pela alcunha de africano, o que eu de pronto rejeitava.

Pois bem, se o racismo era presente na minha família, no caso da minha avó, e em mim mesmo (enquanto criança), imagine em uma família composta inteiramente de brancos, que nunca tiveram contato com o diferente para desconstruir esses preconceitos passados por gerações como um grande tabú.

Drinho
Veterano
# mai/21
· votar


Pigeonsslayer

Eu já sofri racismo na cara dura, não que eu tenha ficado ofendido por isso, estava em viagem a Itália, estava andando na rua e veio um imigrante africano me vender alguma coisa, falei que não queria e agradeci, mas não fui grosseiro com o cara, falei numa boa.

O cara meteu a mão puxando minha camiseta me chamando em inglês de grandão branquelo questionando o porque eu não ia comprar o artesanato dele, é mole?

Como o cara não tinha mostrado a arma, dei um empurrão e ele saiu fora, provavelmente para não virar escândalo...

Durante essa viagem, falando sobre os africanos com alguns italianos, me disseram que os caras simplesmente não suportam a presença deles e fiquei sabendo de um fato pesadíssimo dentro do metrô de Roma, em que um africano foi pego tentando roubar um celular no meio de 6 italianos.

Falaram que simplesmente entortaram o cara no cacete, entregaram pra policia e a policia sequer questionou o linchamento...

Tenho uma percepção de que o racismo é até mais oprimido aqui do que nesses países....

ProgVacas
Membro Novato
# mai/21
· votar


Drinho

Como foi que você sofreu racismo reverso?

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


ProgVacas


Ah, racismo só existe quando branco xinga preto por ser preto.


Quando ocorre o oposto, inclusive mediante ameaça é o que? Apelido carinhoso?

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


ProgVacas


Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor. Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Racismo reverso pode não existir para os defensores de minorias e lunáticos em geral, aliás, conceitozinho bem mequetrefe né? Racismo é racismo, pelo menos nos termos da lei e a lei é clara, discriminou em função de cor é crime, não importa se preto ou branco....

E ainda bem que é assim, se deixar o monopólio da verdade na mão dos defensores das minorias o mundo também ficaria impraticável.

Até concordo com a divida histórica da raça branca para com a raça negra, isso não tem nada a ver com um indivíduo branco e um indivíduo negro em algum momento em qualquer lugar do mundo em uma situação pontual....

brunohardrocker
Veterano
# mai/21
· votar


Crime de injuria racial

Racismo

brunohardrocker
Veterano
# mai/21
· votar


Por ser branco, no Brasil, eu não sofro racismo. Mas sofrer injuria/discriminação racial é uma situação hipotética sujeita às penas da lei.

Pigeonsslayer
Membro Novato
# mai/21
· votar


Drinho
Tenho uma percepção de que o racismo é até mais oprimido aqui do que nesses países....

Eu nunca viajei para o exterior, logo não tenho essa experiência para contar. Mas já vi gente contando sobre esse racismo europeu, principalmente contra árabes e africanos. Lembro do caso do Daniel Alves sendo chamado de macaco pelos torcedores espanhóis. Nos Estados Unidos o racismo tbm é forte. Vejo muitos comentários no youtube em que negros são rotulados com generalizações pejorativas como "a selvageria dessa gente". O que tem em comum entre EUA e Europa? Talvez o fato da miscigenação nesses locais não ser parte da cultura, como é aqui no BR. Isso meio que coloca cada um no seu quadrado. É mais fácil perceber o outro como igual quando se tem pelo menos um traço em comum do que quando a divisão étnica é mais pronunciada. Mesmo assim, com certeza nesses lugares tem pessoas brancas que não negam o racismo e se posicionam em contrário. Só tem uma coisa que não dá pra relativizar, racista é gente escrota, não importa o lugar do planeta ou as circunstâncias.

Até concordo com a divida histórica da raça branca para com a raça negra, isso não tem nada a ver com um indivíduo branco e um indivíduo negro em algum momento em qualquer lugar do mundo em uma situação pontual....

Sim, não dá pra negar que casos pontuais do chamado "racismo reverso" existam. Só não tem o mesmo impacto das formas de racismo predominantes nas sociedades ocidentais, como o racismo contra o negro, contra asiáticos ou os judeus. O racismo contra os negros só tem mais visibilidade, eu acho, devido aos processos históricos escravagistas das americas e outras colônias européias. Mas se vc der um salto no mapa, no oriente médio deve ter árabes sofrendo racismo de outros povos árabes, e mesmo no mundo ocidental, quandos e pensa em EUA e Europa, mulçumanos e islamitas sofrem preconceito racial e religioso de uma forma muito mais nítida e contumaz do que por exemplo, os descendentes de árabes que vivem aqui no Brasil.

Saca esse video aqui, sobre os preconceitos e confusões étnicas presentes na história de vida do Tom Morello. No final do video, tem uma fala importante de um psicanalista, que fala sobre injúria racial que já sofreu por, supostamente, ser judeu.





Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


brunohardrocker

Os crimes de Racismo e Injúria não levam em consideração a(s) cores da(s) vitima(s).

ProgVacas
Membro Novato
# mai/21
· votar


Drinho

Eu apenas não entendi como foi, o que evidenciou. Não entrei nesse papo lunático a fundo assim.

Ainda não entendi o que evidenciou o racismo que você sofreu.

Drinho
Veterano
# mai/21
· votar


ProgVacas

estava andando na rua e veio um imigrante africano me vender alguma coisa, falei que não queria e agradeci, mas não fui grosseiro com o cara, falei numa boa.

O cara meteu a mão puxando minha camiseta me chamando em inglês de grandão branquelo questionando o porque eu não ia comprar o artesanato dele, é mole?


Não só racismo, Vacas, sofri ameaça também

brunohardrocker
Veterano
# mai/21
· votar


Drinho

Não levam, porque a lei (para o desespero do politicamente correto) deve seguir princípios isonômicos. Porém, o racismo, historicamente, não acontece contra brancos na nossa sociedade. Na lei, há o crime de racismo e o de injúria racial.

Exemplo: um branco não sofre racismo sistematicamente em nossa sociedade. Mas se, eventualmente, ele for impedido de entrar em um estabelecimento ou ser discriminado de outras formas, em virtude da sua cor, ele está sim amparado pela lei. O que ele não pode afirmar é que sofre de racismo. É uma situação bem específica.

ProgVacas
Membro Novato
# mai/21
· votar


Drinho

Ah, sim, ele te chamou de grandão branquelo... <=[

ProgVacas
Membro Novato
# mai/21
· votar


Drinho
brunohardrocker

Eu não lembro bem a distinção, as razões dessa distinção, mas racismo me parece que é tipificado por um estado de separação. A pessoa preta é impedida de entrar em determinado recinto por causa de sua cor, banheiros para brancos e para pretos, essas coisas.

Só que nos tempos modernos isso acontece de forma velada. A Lei não é eficiente no combate ao racismo, aqui no Brasil e em quase nenhum lugar do mundo.

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


ele te chamou de grandão branquelo... <=[

e ele estava coberto de razão porque eu sou isso ai mesmo....

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


Sim, não dá pra negar que casos pontuais do chamado "racismo reverso" existam.

Eles não são o problema, não tem branco que se ofenda por ser chamado de branquelo, se tem são poucos e os outros fazem graça, tipo eu quando disse que passei por isso. É muito mais fácil e comum o negro se sentir ofendido e com razão.

O problema são os usurpadores da voz do negro que normalmente vivem tão bem como nós (ou melhor), vestindo a cor branca, tratando-os como lixo (demonstrando compaixão) em situações aonde segundo eles o individuo D supostamente deveria ser "indenizado" pelo individuo C pelo que o individuo A fez ao individuo B sei lá quantos anos antes, alimentando um conflito que muitas vezes já poderia estar sendo evitado.

A luta hoje deve ser pela vida em civilização sem que ninguém agrida a ninguém.

O racismo com certeza vai ser extinto e um futuro não muito distante.

Veja o teor absurdo dessa entrevista, compare com condutas racistas do começo dos anos 2000 e compare com hoje, qualquer um percebe a evolução.

entamoeba
Membro Novato
# mai/21 · Editado por: entamoeba
· votar


Drinho
Eu já sofri racismo na cara dura

Não, não sofreu. O episódio que você relatou não foi de racismo. Foi uma agressão, mas não foi racismo.

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


entamoeba

Sim, neste caso foi injúria racial e não racismo, obrigado por corrigir.

Bem jurídico - honra subjetiva
Preconceito - raça, cor, etnia (grandão branquelo)
Vitima única

Lelo Mig
Membro
# mai/21 · Editado por: Lelo Mig
· votar


Drinho

"e ele estava coberto de razão porque eu sou isso ai mesmo...."

Não estou dizendo que é o seu caso, mas é aqui que muito branco (da qual me incluo), as vezes mesmo sem intenção, apenas por falta de empatia, não consegue perceber a diferença.

Não acredito que alguém vá se ofender de ser chamado: "Aí seu grandão preto!" (ou outro equivalente de grandão branquelo)

Mas vai se ofender de ser chamado de "macaco", por exemplo. Percebe a diferença? O racismo não consiste em "falar" a cor, mas sim por querer relacionar a cor a algo pejorativo, ligar a ofensa a cor. Sugerir inferioridade ou que ele faz tal coisa porque é de tal cor.

Há uma certa confusão nisso, os brancos ainda não entendem isso e muita gente acha que isso é mimimi por não compreender.

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


Há uma certa confusão nisso,

Trata-se de honra subjetiva, ficaríamos horas viajando aqui.

Eu fui educado a acreditar que usar a palavra preto para se referir a um negro se tratava de um ato de injúria , como se fosse "nigger" nos EUA.

E na verdade não é, usar este termo está correto.

Preto, Pardo, Amarelo e por aí vai...

-Dan
Veterano
Esse post foi marcado como inapropriado mostrar
O autor recebeu uma advertência por publicar conteúdo contra as regras do fórum.

mai/21

Voces não sentem vergonha de postar num topico com um jumento do nivel do Drinho?

Drinho
Veterano
# mai/21 · Editado por: Drinho
· votar


Lelo Mig

Por exemplo, vamos usar o termo preto.

Imagine que você quer chamar uma pessoa negra na rua para perguntar que horas são:

Bom dia amigo, que horas são?
Com licença, que horas são?
Fala ae preto? Que horas são?

A terceira não te soa extremamente ofensiva?

Para mim soa.

Acho que tem muito de interpretação, contexto e percepção de quem se ofende.

Eu não me ofendo em ser chamado de branquelo, mas eu acredito sim que exista algum negro que se ofenderia por ser chamado de grandão preto.

Lelo Mig
Membro
# mai/21 · Editado por: Lelo Mig
· votar


Drinho

Mas no dia à dia ninguém se refere a mim ou a você com: "Fala aí branco!" Ninguém se refere a sua cor.

Então porque o destaque: "Fala aí preto!"?

Você pode dizer: Ah, mas um dia me chamaram de "branquelo"... 1 dia? Durante toda sua vida? E você ficou ofendidinho? (se não ficou também não esquece disso).

O preto é "chamado de preto", de forma pejorativa e não no sentido de "cor", todos os dias de sua vida. Entende onde quero chegar?

Drinho
Veterano
# mai/21
· votar


Lelo Mig

Sim, acho muito mais provável o negro se ofender exatamente por este motivo que citou.

ProgVacas
Membro Novato
# mai/21
· votar


-Dan

Sinto empatia.

Drinho
Veterano
# mai/21
· votar


ProgVacas

Obrigado, tudo o que uma pessoa precisa é de empatia vindo de você que é referência moral para todos nós.

Principalmente depois de ficar fragilizado após uma demonstração de ódio do Zé Chilique de BH...

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Os bons tempos que antecederam o mimimi