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Mensagem |
dr. Rey
Membro Novato |
# fev/17 · Editado por: dr. Rey
Alguém aqui já leu?
Trata-se, basicamente, da melhor HQ de todos os tempos. Se, hoje em dia, estão dando Nobel de literatura para o Bob Dylan, então suponho que é apenas uma questão de tempo chegarem no Gaiman.
A história tem uma estrutura bem peculiar. Os principais personagens são 7 entidades abstratas: Sonho, Morte, Desejo, Delírio, Destruição, Desespero e Destino (em inglês, o nome de todos começa com "D", e soa mais eufônico). Cada uma desses entidades é dotada de uma personificação, uma forma humana, mais ou menos como Deus (o Logos) e Cristo (a personificação humana do Logos). E, como cada uma dessas formas reflete um aspecto atemporal da vida, todos consideram-se "irmãos" e parte de uma mesma família, os "Perpétuos", que, como qualquer família, reúnem-se periodicamente.
Sonho é um nobre orgulhoso: heroico e estoico, vingativo e brutal, uma figura tragicamente intransigente. É o protagonista de fato da história. Toda a ação gira em torno dele e se inicia quando ele é, por engano, aprisionado durante um ritual de magia negra por um mortal maluco -- que queria, na verdade, capturar a Morte, para controlá-la e nunca ter de morrer. Após passar décadas preso, ele se solta, se vinga, se recupera de uma depressão e começa a via crúcis que culminará em sua morte e ressurreição uns 60 volumes mais tarde.
Morte é uma roqueira gótica: uma coadjuvante simpática que, quando aparece na história, é geralmente para aliviar o sofrimento de algum mortal ou para dar conselhos a Sonho (ou, uns 60 volumes mais tarde, para acompanhá-lo na passagem).
Desejo é a Angelina Jolie vestida de homem: um ser andrógino, bissexual, maquiavélico e fratricida, que passa metade da história pensando em um jeito de matar Sonho.
Delírio começou como Deleite, uma princesinha de cachinhos dourados, mas se desiludiu com a vida e se transformou em uma punk chapada de LSD, incapaz de articular uma frase normal.
Destruição é um Jesus que não bebeu do cálice e preferiu se aposentar, virar pintor e sair viajando pelo mundo, acompanhado do Viciado em Guaraná.
Desespero é uma velha em fim de carreira: corpo de lutador de sumô, cara de gárgula e voz de dragão. Destino é um monge acorrentado ao livro do Apocalipse. Nem mais, nem menos. Dentre os sete Perpétuos, são os menos relevantes para a história. Por isso, vai apenas um parágrafo para os dois.
E o Neil Gaiman, o autor, é um erudito. O texto é riquíssimo em vocabulário; aprendi mais inglês com Sandman do que com todos os livros que li. Em simbolismo, idem. O enredo está lotado de milhares de metáforas, temas, sub-enredos e, principalmente, referências: da prostituição ritual na Mesopotâmia até Chesterton, passando pelo Genêsis, Orfeu, Satanás (cuja história deu origem até a um spin-off e a uma série ridícula que está na passando na Fox), "Sonho de uma noite de verão", e muitas mais.
Ler Sandman é como ir a um parque de diversões junguiano onde os brinquedos são cada uma das pedrinhas que formam o inconsciente coletivo da civilização.
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Jube
Veterano |
# fev/17
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Muito bom para quem gosta. Um amigo meu fez uma peça sobre Sandman e fez muito sucesso por essas bandas. Me lembro de ter aprendido a fumar com a peça durante o treino do Sonho.
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Insufferable Bear
Membro |
# fev/17
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Eu curto, Sandman é genial mesmo, mas o Gaiman é uma fraude e um hack, e Sandman é a única coisa boa que saiu dele.
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ju.nito
Veterano |
# fev/17
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Nunca li mais li todas as HQs e especiais de Preacher, a historia é foda pra carai.
Recomendo tambem a HQ The boys.
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d.u.n.h.a.
Veterano |
# fev/17
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É bom pra caralho mesmo. Fez parte da minha adolescência, junto com Preacher, Hellblazer e praticamente todas as HQs do Alan Moore.
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d.u.n.h.a.
Veterano |
# fev/17
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Insufferable Bear
Sandman é a única coisa boa que saiu dele.
Porra, eu acho Deuses Americanos bom pra cacete.
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alanis morre7
Membro Novato |
# fev/17
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Ainda não li o primeiro volume nem a prequela. Quando fui comprar as graphic novels na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, eles só tinham os volumes 2 e 3. Eu estava tão ansiosa para finalmente ler alguma coisa do Gaiman que comecei a partir daí mesmo. The Doll's House e Dream Country são muito bons, e eu gostei especialmente das referências a Shakespeare, George Orwell e Mary Shelley, que estão no segundo volume. A maneira como Gaiman consegue criar uma personificação para o sonho, esse elemento tão enigmático e intangível da mente humana, é uma coisa magnífica. E meio assustadora também, mas eu gosto muito desse tipo de história que explora a ideia de controle.
Também é impossível não notar o belíssimo trabalho gráfico, tanto com as ilustrações quanto com a escolha das fontes e da colorimetria. As capas são uma coisa de louco. E cada parte narrada tem uma identidade visual própria que remete a uma atmosfera única, completamente diferente das anteriores, embora tudo esteja conectado à narrativa principal de alguma forma. Você começa lendo e acaba tendo uma experiência quase metafísica, sendo inevitavelmente sugado para o universo espantosamente rico e viciante que é a imaginação desse autor.
Quanto ao prêmio Nobel, eu acho que não faz muita diferença. Bob Dylan nem sequer foi à Suécia para recebê-lo. Sou uma fã inveterada do trabalho dele, mas depois que até Obama ganhou o da paz, eu não confio mais em nenhum Nobel que não seja científico. E acho que o Neil Gaiman não precisa disso.
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-Dan
Veterano
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# fev/17
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Tá na minha lista tem um tempo. Vou de Belas Maldições primeiro.
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One More Red Nightmare
Veterano |
# fev/17
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sounds cool
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Insufferable Bear
Membro |
# fev/17
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d.u.n.h.a.
ok, eu não li esse, mas tudo o que eu li que não era sandman era lixo
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alanis morre7
Membro Novato |
# fev/17
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-Dan
Leia e depois compartilhe com a gente o que você achou.
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daimon blackfire
Membro Novato |
# fev/17
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Já li uns 5 livros do Gaiman. Não sei se acho essas hqs nalgum formato que eu consiga visualizar, mas vou procurar.
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dr. Rey
Membro Novato |
# fev/17
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alanis morre7
A melhor história do "The doll's house" é a do Hob Gadling.
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sallqantay
Veterano |
# fev/17
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HQ
*graphic novel
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d.u.n.h.a.
Veterano |
# fev/17
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HQ
*graphic novel
*gibi
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