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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
É meio engraçado, observar o pessoal da nossa época, em questões de carreira. Depois dos 30 e poucos, ou a pessoa está muito bem, ou muito mal.
Pra quem não conhece o conceito de geração y, basicamente somos uma geração coxinha e individualista cujos pais deram tudo na mão, que sempre teve acesso à tecnologia e internet, e que não dá a mínima pra política. O que são coisas legais, se você parar pra pensar.
Outras coisas legais são a grande variedade de escolha no quesito trampo. Não existe mais muito disso de querer fazer a carreira toda numa empresa só, e as pessoas ficam pulando de um trabalho pro outro, em busca de salários e condições melhores. Tem também um aumento considerável de carreiras "alternativas" e modelos de trabalho meio que copiados de músicos ou artistas, como tatuadores, consultores de estilo, etc etc. "Je vive de bec", diriam os dinossauros, mas esse pessoal está bombando e ganhando dinheiro.
O outro lado, o pessoal que foi seguir o modelo mental dos nossos pais, "faça uma faculdade pra poder ganhar dinheiro", não está tão consistente. Praticamente todos os meus amigos e conhecidos tem esse perfil. Metade desse pessoal está encaminhando para se tornar extremamente bem sucedida, e a outra metade meio que vive na merda.
Entre os que estão bem, alguns que investiram no curso "certo", como medicina ou engenharia (pelo menos até 2016...), e outros que formaram, se decepcionaram com as respectivas carreiras e trataram logo de ir fazer outra coisa. Entre os que estão mal, todos se formaram, não acharam perspectiva interessante na carreira, e estão presos em um mix meio improdutivo entre não fazer nada, estudar pra concursos e seguir a carreira acadêmica. Ah, a geração dos nossos pais era melhorzinha pra fazer essas coisas. De qualquer forma, quem já teve uma fase assim sabe que demanda muita grana e energia pra sair do buraco.
O tenso é que as pessoas gostam de se acomodar. Mudanças de carreira ou de rumo envolvem riscos e muito trabalho e gasto de energia, coisas que a geração Y não gosta. Fora que os riscos são reais. Uma ex namorada estava sacramentando uma mudança de carreira, pela qual já vinha ralando por anos, quando terminou comigo. Da última vez que conversamos, ela me disse que as coisas estavam "indo" e reclamou bastante da vida. Ela embarcou numa mudança arriscada, acreditando que o universo iria cuidar dela. Mas é uma pessoa que não tem sangue no olho e faca no dente pra ganhar dinheiro. Confesso que fiquei com um sorriso por conta dessa notícia esse dia todo. Ah, somos todos uns recalcados. Valeska Popozuda manda um beijinho no ombro pra todos nós.
Mas são situações que refletem bem o que está acontecendo. Pelo que eu vivo e percebo, tenho acreditado que o que leva ao sucesso, na nossa época, é a adaptação. A seleção natural vai cair matando em todo mundo!
Dissertem sobre o darwinismo aplicado à geração que, estupidamente, produziu mais advogados, administradores e jornalistas do que pedreiros e eletricistas.
E ouçam uma música de baladinha nada a ver com o tópico, enquanto isso: http://www.youtube.com/watch?v=CGyEd0aKWZE
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sallqantay Veterano |
# jul/14
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Nadando com os tubarões é nozes
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Drowned Man Veterano |
# jul/14
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Dissertem sobre o darwinismo aplicado à geração que, estupidamente, produziu mais advogados, administradores e jornalistas do que pedreiros e eletricistas.
Mas isso é uma tendência mundial, vide países desenvolvidos.
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
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sallqantay Heheh até ficar do tamanho dos caras convém colar neles e seguirr o fluxo!
Drowned Man É uma característica mundial dessa geração. Isso pq, como eu digo, seguimos o modelo mental dos nossos pais sobre dinheiro, entre muitas outras coisas. Com isso, esse modelo ficou totalmente ultrapassado, e deu nisso.
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_Excelion Veterano |
# jul/14 · Editado por: _Excelion
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em relação a fazer dinheiro, meritocracia falhou.
pode trabalhar o quanto quiser, mas a disparidade capital/salário é tão grande que nunca chegará perto de quem herdou/já tem uma tonelada de capital comandado. Pode colocar seu filho em medicina ou engenharia, ele não fará por ano o que alguém que comande as fortunas já estabelecidas fará. Nem o seu neto que fez direito e virou juiz.
por mais que se busque um emprego estável, tenha sangue nos olhos e faca nos dentes, você não chegará em nada além de classe média alta.
e se o caminho for trabalhar, junte o que puder e transforme seu salário em capital. é o melhor que pode fazer.
Balzac já sabia disso em Père Goriot, lá do meio do século XIX. Houve uma anomalia entre a segunda guerra e anos 80 que fez, pela primeira vez na história acho, trabalho por si só ser um caminho para a glória, como vemos pelos nossos pais. Mas já passou gente
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_Excelion Veterano |
# jul/14 · Editado por: _Excelion
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E na verdade, a tendência é a desigualdade aumentar, uma vez que o retorno do capital só aumenta, de forma que quem já ta no topo, só vai distanciar.
O que, numa economia global que tende a crescimentos entre 1 e 4% ao ano (menor que o crescimento do retorno médio para capital), significa que quem não ta no topo, pode até receber em valores absolutos cada vez mais, mas terá seu poder de consumo, mobilidade social e liberdade (mais dinheiro = mais liberdade) cada vez menores.
De forma bem simples, você pode receber 10mil hoje e daqui a dez anos, no mesmo cargo, 20mil através de correções salariais etc. Mas em termos relativos, você estará recebendo menos e a sua renda, encolhendo. E como você vive no mesmo mundo das pessoas cuja renda está aumentando e compartilha a mesma "economia", cada vez menos você será "alguém".
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brunohardrocker Veterano |
# jul/14
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Mas todo mundo sabe que a tendencia é pai rico, filho coxinha, neto pobre.
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_Excelion Veterano |
# jul/14 · Editado por: _Excelion
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Tudo isso só pra dizer que trabalhar no século XXI não te levará longe, talvez não te leve a lugar nenhum e na maioria dos casos, é empobrecimento (em relação a seus pais/geração anterior)
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_Excelion Veterano |
# jul/14 · Editado por: _Excelion
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brunohardrocker
Tendência na classe média, pois o pai fez seu dinheiro trabalhando, dinheiro que o filho, não tem mais 1/50 da facilidade que o pai teve para fazer pelo mesmo caminho, que hoje não leva mais aonde o pai chegou.
Agora, se o cara for rico, o filho não precisa trabalhar, só deixar o capital trabalhando que a renda vai estar aumentando. Nem o neto, nem o bisneto.
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sallqantay Veterano |
# jul/14
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ir_Excelion
Qual é o link do seu gerador de lero lero pikketty mode?
Mas creio que vc tá certo no geral, a massa de capital acaba dando um backfire
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_Excelion Veterano |
# jul/14
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sallqantay
isso é oldskool, Piketty só botou a conversa na roda novamente (depois da segunda guerra o pessoal ficou meio anestesiado pra isso) e atualizou os dados.
mas, Marx, Malthus e até Balzac já previam isso, cada um do seu jeito.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# jul/14
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_Excelion
É incrível como você repete bem todos os artigos de professores aloprados da USP, tá tentando conseguir uma teta na carreira acadêmica?
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Thiago Livgren que toca mais ou menos Membro Novato |
# jul/14
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Mas creio que vc tá certo no geral, a massa de capital acaba dando um blackfire : O
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
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_Excelion em relação a fazer dinheiro, meritocracia falhou. Discordo. A meritocracia ainda existe mais forte do que nunca, as "regras do jogo" é que mudaram. Como eu disse, não adianta muito ficar num modelo mental de dinheiro que funcionava na década de 80 achando que vai render alguma coisa. Também não adianta muito ficar de mimimi achando que nunca vai alcançar esse ou aquele fulano, todo mundo é capaz de construir patrimônio e cabe a cada um fazer o seu. A meritocracia consiste exatamente em se adaptar e saber o que está tendo "valor de mercado" hoje, na minha opinião.
por mais que se busque um emprego estável, tenha sangue nos olhos e faca nos dentes, você não chegará em nada além de classe média alta.
Aqui vou discordar de você, em pontos. A busca por um emprego estável quase sempre é, necessariamente, antagônica à busca por riquezas. Isso porque o perfil de quem busca a estabilidade é muito mais de quem "joga pra não perder", do que "pra ganhar" Buscam evitar o risco. E, pra quem quer evitar riscos, classe média alta já está ótimo. :D
e se o caminho for trabalhar, junte o que puder e transforme seu salário em capital. é o melhor que pode fazer. Sabedoria aí, fi.
Houve uma anomalia entre a segunda guerra e anos 80 que fez, pela primeira vez na história acho, trabalho por si só ser um caminho para a glória, como vemos pelos nossos pais. Mas já passou gente Concordo. Bem o que eu disse sobre modelo mental atrasado. :D
E na verdade, a tendência é a desigualdade aumentar, uma vez que o retorno do capital só aumenta, de forma que quem já ta no topo, só vai distanciar. (...) De novo, faz o seu e não fica se comparando com os outros, velho. Sempre vai ter um monte de gente que tem mais e um monte que tem menos.
Tudo isso só pra dizer que trabalhar no século XXI não te levará longe, talvez não te leve a lugar nenhum e na maioria dos casos, é empobrecimento (em relação a seus pais/geração anterior)
No sentido clássico da palavra, tipo "arrume um emprego numa grande empresa/no estado e construa sua carreira por lá, provavelmente vai dar nisso, mesmo.
brunohardrocker Mas todo mundo sabe que a tendencia é pai rico, filho coxinha, neto pobre.
Mais ou menos o que o _Excelion falou. Troque "pai rico" por "pai profissional de alto rendimento de classe média alta" que eu vou concordar com você. Se o pai for rico mesmo, desses que foi construindo e aumentando patrimônio, a tendência é que o filho tenha aprendido o suficiente sobre dinheiro pra ir pelo mesmo caminho, até mesmo antes de herdar alguma coisa.
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The Blue Special Guitar Veterano |
# jul/14
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O trabalho de uma forma geral se desvalorizou. Meu avô era caminhoneiro e construiu um patrimônio que, hoje em dia, muito médico não deve conseguir.
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_Excelion Veterano |
# jul/14 · Editado por: _Excelion
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Wanderer on the Offensive
Concordo com as suas ressalvas, por trabalho eu quis dizer carteira assinada etc, não empreendedorismo
Ainda assim, para o empreendedor as coisas estão menos fáceis que outrora, mas fazer o que? C'est le jeu
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Black Fire Gato OT 2011 |
# jul/14
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Meu avô era caminhoneiro e construiu um patrimônio que, hoje em dia, muito médico não deve conseguir.
Até parece que todo caminhoneiro antigamente conseguia um patrimônio bacana, a grande maioria deve ter acabado a vida aposentado com salário mínimo. Não dá pra tirar conclusões baseado em experiência pessoal.
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Drowned Man Veterano |
# jul/14
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Crie patrimômio, invista e pare de mimimi
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Drowned Man Veterano |
# jul/14
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esse é o feeling do tópico?
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
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The Blue Special Guitar Não acho que necessariamente desvalorizou, mas muitas carreiras se valorizam e desvalorizam muito mais rápido que em outras épocas. A capacidade de enxergar isso e, se for o caso, se adaptar e ir mudando é fundamental. O que teve uma desvalorização enorme foram as carreiras tradicionais que exigem curso superior, essas quase todas definharam e continuam em queda livre.
_Excelion Tudo hoje é mais difícil rs. Somos, via de regra, uma geração mais qualificada e mal paga que a dos nossos pais. Além disso, a quantidade de bens de consumo e serviços que utilizamos e pelos quais pagamos é muito maior, o que aumenta as despesas e dificulta um pouco o acúmulo do capital. Outro fator é o preço de mão de obra das coisas mais básicas, que aumentou. Por exemplo hoje uma faxineira 1 vez por semana custa mais caro que uma empregada todo dia custava 15 anos atrás. Um cara que ganhava 10k por mês em 1999 ganhava o equivalente a uns 100 salários mínimos, hoje o mesmo cara ganha 20k o que dá uns 25.
Drowned Man esse é o feeling do tópico? Em partes. Criar patrimônio parece ser o caminho, mas a vibe do tópico é mais sobre o fato de vivermos uma época que exige adaptação e proatividade de uma geração cujas fraquezas notórias são não saber lidar com dinheiro e estar acostumada a ter tudo na mão. É um cenário que eu considero bem interessante.
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sallqantay Veterano |
# jul/14
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o wando é tipo uma cópia tosca do rato, sem o humor do mano de Oz
/o\
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
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sallqantay o wando é tipo uma cópia tosca do rato, sem o humor do mano de Oz
Yep. Super falta de originalidade da minha parte, me interessar por mulheres e dinheiro. :D
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sallqantay Veterano |
# jul/14
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A falta de originalidade não é pelo conteúdo, é pelo estilo
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# jul/14
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O estilo funciona, fi. :D
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