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SuperGeo Veterano |
# mai/12
Refletindo sobre a precariedade da educação pública no Brasil, junto com alguns conceitos do tipo "tudo que é gerido pelo estado é ineficiente" e também que o estado deveria dar igualdade de oportunidade e não de renda, pensei numa reforma de como o ensino é gerido pelo governo.
Seria mais ou menos assim, o estado não seria mais dono de nenhum estabelecimento de ensino. Ele não seria responsável pela estrutura das escolas nem pagaria o salário dos professores. Então só existiriam escolas particulares no Brasil.
O governo porém pagaria a mensalidade dessas instituições privadas de ensino para a população.
Certamente existiriam diferentes tipos de escolas com preços e qualidades diferentes (como um produto de mercado). Então o governo poderia separar as escolas por classes, que seriam como divisões do campeonato brasileiro, de acordo com o nível. E os estudantes seriam como os clubes. Os melhores estudantes de um nível em um ano teriam acesso à uma categoria superior com melhores escolas no ano seguinte. Os piores no caso seriam rebaixados.
A idéia seria que, tal como um time de várzea bem administrado pode ir subindo de pouco em pouco até a primeira divisão, um aluno poderia se dedicar ano a ano e conseguir um ensino de qualidade graças ao próprio esforço. É o conceito de meritocracia aplicado na veia do ensino público.
Tem algumas questões ligadas à viabilidade e implementação de um sistema desses que eu ainda não pensei, pode ser que seja impossível. Mas só queria compartilhar a idéia.
Comentários?
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Black Fire Gato OT 2011 |
# mai/12
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Legal, pena que não faz o menor sentido. Tente ler um pouco das ideias prontas, tem várias por aí, ao invés de tenatr inventar coisas. Recomendo Milton Friedman.
Paz.
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Gui Veterano |
# mai/12
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SuperGeo o Chile já faz algo semelhante.
mas não acho que isso realmente funcione...o lucro passa por cima da qualidade na maioria das vezes.
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SuperGeo Veterano |
# mai/12
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Black Fire Explica um pouco melhor o porque de falar que não faz sentido, pra contribuir com o tópico!
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Black Fire Gato OT 2011 |
# mai/12
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SuperGeo Eu não tenho certeza se eu quero contribuir com o tópico, mas a ideia central de o governo substituir o ensino estatal por subsídios em escolas controladas pela iniciativa privada não tem nenhum problema, na verdade é uma ideia bastante antiga e defendida por muita gente (por mim inclusive), a parte que deixa tudo sem nexo é defender que o governo não controle mais a educação, mas, ao mesmo tempo, permitir que o governo controle instituições privadas regulamentando quais alunos elas devem ou não aceitar.
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SuperGeo Veterano |
# mai/12 · Editado por: SuperGeo
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Black Fire Entendi. Mas aí poderia ser simplesmente que o indivíduo teria direito a uma bolsa do governo, que pagaria as mensalidades uma vez o aluno aceito na instituição de ensino. Essa aprovação ficaria a cargo dos próprios alunos, que deverão preencher os critérios de admissão da instituição de ensino. Então ficaria um sistema de bolsas baseado em desempenho.
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-Dan Veterano
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# mai/12
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Para ilustrar o tópico:
Os últimos números do Ministério da Educação (MEC) revelam que, em 2011, o índice de reprovação na rede pública e privada de ensino médio foi de 13,1% - o maior dos últimos 13 anos. Em 2010, foi de 12,5%. Os alunos reprovados não conseguem ler, escrever e calcular com o mínimo de aptidão, tendo ingressado no ensino médio com nível de conhecimento equivalente ao da 5.ª série do ensino fundamental. O Estado com o maior índice de reprovados foi o Rio Grande do Sul - 20,7% dos alunos. Em segundo lugar aparecem, empatados, Rio de Janeiro e Distrito Federal, com índice de 18,%, seguidos pelo Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%). A rede municipal de ensino médio na região urbana de Belém, no Estado do Pará, foi a que apresentou o maior índice de reprovação do País (62,5%), seguida pela rede federal na zona rural de Mato Grosso do Sul (40,3%). No Estado de São Paulo, o índice pulou de 11% para 15,4%, entre 2010 e 2011. Os Estados com os menores índices de reprovação foram Amazonas (6%), Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%), Paraíba (7,7%) e Rio Grande do Norte (8%). Os indicadores também mostram que 9,6% dos estudantes da rede pública e privada de ensino médio abandonaram a escola - em 2010, a taxa foi de 10,3%; em 2009, ela foi de 11,5%; e em 2008, de 12,8%. Já na rede pública e privada de ensino fundamental, o movimento foi inverso ao do ensino médio. Entre 2010 e 2011, a taxa média de reprovação caiu de 10,3% para 9,6% e o índice de abandono diminuiu de 3,1% para 2,8%, no período. Os Estados com os maiores índices de repetência foram Sergipe (19,5%), Bahia (18,5%), Alagoas (15,2%), Rio Grande do Norte (14,9%) e Rondônia (14,2%). Se forem consideradas apenas as escolas públicas, as redes de ensino fundamental da Bahia e Sergipe foram as que registraram os mais altos índices de reprovação do País - 26,6% e 22,5%, respectivamente. Os Estados com as menores taxas foram Mato Grosso (3,6%), Santa Catarina (4,4%), São Paulo (4,9%), Minas Gerais (7,3%) e Goiás (7,6%). Esses números, que atestam o fracasso da política educacional dos governos Lula e Dilma, foram divulgados na última segunda-feira, pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC. Como não havia nada para comemorar ou para ser explorado politicamente pelo governo na campanha eleitoral deste ano, a divulgação foi feita de maneira muito discreta - evidentemente, para não prejudicar a imagem do ex-ministro Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo. Ao depor na Câmara dos Deputados, em 2007, Haddad afirmou que o ensino médio vivia uma "crise aguda" e reconheceu que as políticas até então adotadas pelo governo federal para estimular os governos estaduais a modernizarem o ensino médio não vinham surtindo efeito. Em 2008, quando integrou um grupo interministerial com o então secretário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, ele pediu ao CNE novas diretrizes curriculares para tentar melhorar a qualidade do ensino médio - o mais problemático de todos os ciclos de ensino. Homologadas no final de março por seu sucessor, essas diretrizes sugerem a adoção de "procedimentos que guardem maior relação com o projeto de vida dos estudantes". A ideia é tornar o ensino médio mais atraente, valorizando a correlação entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Quando as diretrizes foram anunciadas, em meio a mais uma polêmica sobre o desvirtuamento do Exame Nacional do Ensino Médio, por causa das mudanças introduzidas por Haddad nesse mecanismo de avaliação, vários pedagogos afirmaram que elas não eliminarão os gargalos do ensino médio. Para esses pedagogos, as novas diretrizes são mais retóricas do que práticas e estimulam a oferta de um grande número de disciplinas. As taxas de reprovação e abandono no ensino médio divulgadas pelo Inep são mais um sinal de alerta sobre a má qualidade da educação brasileira. E pelas políticas adotadas até agora, dificilmente esse quadro mudará tão cedo.
Os números do ensino médio Editorial O Estado de S.Paulo, 18 de maio de 2012
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Les Guitar Veterano |
# mai/12
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Interessante a questão do ensino público. Eu tinha uma professora que defendia que os mesmos professores que dão aulas em escolas particulares vieram ou ainda lecionam em escolas públicas, portanto a qualidade dos dois seria, em termos de ensino, semelhantes.
Não sei se concordo.
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kiki Moderador |
# mai/12
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Refletindo sobre a precariedade da educação pública no Brasil pra mim a precariedade do ensino publico vem justamente do não investimento. Se o Estado não põe dinheiro na escola pública, como ele vai pagar as escolas privadas pra todos? Se ele consegue pagar escola privada pra todos, por que não investe essa grana na escola pública?
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SuperGeo Veterano |
# mai/12
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kiki Eu acredito que simplesmente depositar um valor na conta bancária verificando o desempenho dos alunos muito mais tranquilo que cuidar dos edifícios e professores de cada canto do Brasil.
Pagar o aluno é uma coisa. Investir, precisa pensar muito, precisa ser feito certo. Deixa essa parte pro mercado e pra iniciativa privada, que vão se preocupar com os métodos de ensino, qualidade dos materiais em sala de aula, etc.
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Gui Veterano |
# mai/12
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No Chile tem algo semelhante. Pesquise.
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tambourine man Veterano |
# mai/12
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SuperGeo
você quis dizer "voucher"?
google sobre esse pótico
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François Quesnay Veterano |
# mai/12
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Deixa essa parte pro mercado e pra iniciativa privada, que vão se preocupar com os métodos de ensino, qualidade dos materiais em sala de aula, etc.
ROFL³²
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snowwhite Veterano |
# mai/12 · Editado por: snowwhite
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Então o governo poderia separar as escolas por classes, que seriam como divisões do campeonato brasileiro, de acordo com o nível. E os estudantes seriam como os clubes. Os melhores estudantes de um nível em um ano teriam acesso à uma categoria superior com melhores escolas no ano seguinte. Os piores no caso seriam rebaixados.
A idéia seria que, tal como um time de várzea bem administrado pode ir subindo de pouco em pouco até a primeira divisão, um aluno poderia se dedicar ano a ano e conseguir um ensino de qualidade graças ao próprio esforço. É o conceito de meritocracia aplicado na veia do ensino público.
SE o Estado parar de cobrar impostos ( que não revertem pra nada que realment e preste), as pessoas poderiam pagar pela escola que quisessem. É muita grana que não vai nem 10% para o ensino público e pior, a qualidade é péssima. Mas não entendo também porque o Estado teria que intervir numa espécie de classificação entre as escolas. Escola mais cara, paga quem pode pagar mais. Escola mais barata, paga quem puder estar nela. Mas pelo menos as pessoas estariam em contato direto com o produto que lhes interessa: a educação com professores melhor pagos, escolas mais bem cuidadas etc e todas as questões referentes à concorrência entre elas. E quanto à meritocracia, bons alunos conseguem ingressar em escolas mais fortes. Se estas escolas estiverem interessadas em ter estes alunos em seus quadros dicentes, poderão oferecer a complementação do valor que ele pode pagar. É de se pensar.
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SuperGeo Veterano |
# mai/12
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François Quesnay mimimi mas aqui em Florianópolis existem duas grandes escolas particulares. Uma, mais tradicional, jesuita, contava com a maioria dos alunos no início, mas os diretores tinham idéias um pouco antiquadas, retrógradas e mantinham os professores por muito tempo.
A outra que começou menor foi investindo ano após ano em material e estrutura melhores e foi cada vez mais atraindo alunos. A cada ano ela contava com a maioria das aprovações no vestibular até abocanhar a maioria das vagas dos bons cursos como medicina por exemplo.
O que aconteceu foi que a escola mais tradicional, vendo a quantidade de matrículas cair até níveis bem críticos decidiu finalmente por mandar embora os professores ruins (tinha professor de física sem ensino superior), contratou bons professores que trabalhavam em cursinhos próprios e investiu em equipamentos modernos na sala de aula.
Enfim, pode não ser sempre mil flores, mas esse exemplo eu vi com meus próprios olhos pois eu estudei nas duas escolas.
Gui Procurei um pouco e achei só uns artigos que comentam o sistema educacional chileno , que cita a desigualdade na educação do país, mesmo tendo o melhor nível da america latina.
Ali eles citam o problema, que os abonos do governo não são suficientes. Então vários estudantes protestam pela educação pública naquele país. E por conta desses protestos foi que saiu que o governo vai aumentar impostos das empresas pra financiar a educação. Bom de fato o Chile é um caso interessante de ser analisado.
snowwhite Se estas escolas estiverem interessadas em ter estes alunos em seus quadros dicentes, poderão oferecer a complementação do valor que ele pode pagar. Francamente eu acho que isso não iria acontecer. Por isso a mãozinha do governo.
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# mai/12
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Vcs escrevem muito. O resumo da ópera, por favor.
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snowwhite Veterano |
# mai/12
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SuperGeo Francamente eu acho que isso não iria acontecer. Por isso a mãozinha do governo.
Mãozinha do governo brasileiro = poder do Estado ao estilo MEC e impostos desviados
As escolas particulares aqui em Porto Alegre todas têm programas de bolsa para bons alunos que não podem pagar. O problema é que não primam muito pela meritocracia, mas sim por algum tipo de protecionismo ( filhos de empregados e colaboradores, por exemplo).
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snowwhite Veterano |
# mai/12
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Wanderer on the Offensive Vcs escrevem muito. O resumo da ópera, por favor.
Infelizmente não há versões de bolso para este assunto.
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Wanderer on the Offensive Veterano |
# mai/12
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snowwhite Preguiça de ler isso tudo só pra participar de um pótico.
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