fabricio92 Veterano |
# fev/11
Em setembro de 1997 em nossa quarta edição a ZeroZen, corajosamente, publicava aquele que seria seu primeiro ZZ-Files: A Maldição de Carlinhos Brown. Iniciando uma exaustiva e bem sucedida excursão aos porões secretos da Internet e do inconsciente coletivo. Esse texto, hoje considerado por alguns como um marco do jornalismo investigativo nacional, revelou-se não só inexoravelmente correto, como conseguiu prever— mas, infelizmente, foi incapaz de evitar— muitas das tragédias das quais Carlinhos Brown seria responsável no futuro.
Com o tempo ficou claro que era preciso atualizar o texto original, pois nesse meio tempo a Maldição de Carlinhos Brown não só não perdeu sua força como cresceu assustadoramente. E obviamente era preciso acrescentar um grande "a gente bem que avisou" para não deixar dúvidas de quem tem farinha no saco e café no bule por aqui.
Para ZeroZen parece óbvio que a fúria de Carlinhos Brown aumentou bastante depois do Rock In Rio 3. De lá para cá Brown causou mais estragos que em todos anos anteriores. A tragédia no Planeta Atlântida em Santa Catarina, onde Brown encerraria o festival e o recente acidente com Herbert Vianna vocalista dos Paralamas do Sucesso, que vitimou a esposa do músico Lucy Vianna, parecem mostrar que Brown perdeu o controle de sua nefasta influência.
Mas se o incauto zerozenauta ainda tem alguma dúvida da força oculta por trás (epa) dessa figura preparamos o mais completo dossiê sobre o assunto, apesar de ainda existirem vários indícios inconclusivos de outras vítimas da Maldição de Brown:
Vamos começar com um dos muitos produtos para os quais Brown emprestou sua imagem, e desta forma, rapidamente, contribuiu para o fracasso do mesmo. Você sabe o que é Cup Noodles? Não? pois graças ao Carlinhos Brown dificilmente vai ficar sabendo. O macarrão instantâneo sabor galinha lançado para concorrer com o Miojo não deu nem para o começo. Não só cometeram o erro gravíssimo de chamar Brown para ser o garoto propaganda, como depois se descobriu que o tal macarrão é feito de material transgênico. Patético. Imaginem o que poderia ter acontecido se Brown fosse chamado para o Fórum Social Mundial em Porto Alegre...
Em 98 algum desavisado, cheio de boas intenções, chamou Carlinhos Brown para ser o apresentador do VMB da MTV. Não só o prêmio perdeu toda sua credibilidade como Brown ainda conseguiu aprontar das suas, durante a entrega do prêmio de melhor grupo de Rap para os Racionais MCs. Quando Mano Brown interrompeu o discurso dos caras e para desfilar uma cantilena sem sentido sobre racismo e acabou sendo xingado pela platéia. Em entrevista sobre o ocorrido mais tarde num programa da MTV ele declarou que ser chamado de filho da puta é bom, pois não nada mais belo que a profissão mais antiga do mundo. Então tá.
Já em 99 por causa de uma dívida de R$ 65 mil, o Bloco Timbalada, criado por Carlinhos Brown, teve sua falência decretada, pelo juiz Angelo Jerônimo e Silva Vita, da 8ª Vara Cível e Comercial de Salvador. O pedido de falência foi feito pela empresa Cereja Alpinista Produções Artísticas que prestou serviços à Timbalada por nove meses, sem receber um centavo. Os sócios do bloco, Brown e Cícero Menezes foram impedidos de deixar a capital baiana sem a autorização da Justiça. Na época Brown declarou estar sendo vítima de uma perseguição, que esse negócio de pagar as contas não podia ser aplicado a uma figura tão genial e importante, como ele se julga ser. Para piorar as coisas irritou o brio da baianada quando disse que sem ele o carnaval da Bahia não existiria. Mas ninguém deu a mínima, pois na Bahia todos santos são fortes e a macumba de Brown não vinga.
Já em novembro de 99 em São Paulo no show Barulho Contra Fome, chamado ao palco pelo Sepultura novamente interrompeu o show e acabou enfurecendo o baixista Paulo Jr. que passou o resto da noite xingando Brown nos bastidores. Não é preciso lembrar que Brown foi uma das principais razões para a saída do vocalista Max Cavallera do grupo. Comprovando mais uma vez sua influência nefasta e destruidora.
Mas não para por aí. Foi manchete do New York Times: futuro da AOL no Brasil é negro. O maior provedor de acesso à Internet do mundo nunca conseguiu se firmar no Brasil. Além de pegar o trem andando e querer janela, escolheu ninguém mais, ninguém menos que Carlinhos Brown para ser garoto propaganda no Brasil. Amargou um prejuízo enorme que culminou com o recolhimento de milhares de CDs de instalação com defeito, que travavam o computador do usuário. Para terem uma idéia depois de dois anos de atuação no Brasil e AOL não está nem entre os 10 maiores provedores de acesso do Brasil. Não aparece nem mesmo entre os 20 sites mais acessados. Um desempenho tão medíocre que nem a mega exposição do Rock In Rio 3 ( que falaremos adiante) conseguiu mudar.
É possível que muito de vocês ainda tenham na memória aquela cena inesquecível. Depois de provocar os ânimos da platéia Brown no auge de seu cinismo declara: "eu sou da paz nada me atinge". Mas a platéia do Rock In Rio que era esperta, trocentos anos de praia sabia que Brown era do mal. E não deixou por menos: uma chuva de garrafas de plástico que varreu o coisa-ruim do palco. Mas Brown não se deu por vencido queria continuar tocando, possivelmente para jogar uma praga na platéia, mas a organização do festival, depois de perceber a grande estultice que tinha feito convidando o músico baiano, não permitiu que ele voltasse ao palco para tocar mais duas músicas que estavam previamente programadas.
Mas a vingança de Brown viria a galope. E se realizaria na edição do Planeta Atlântida 2001 em Santa Catarina. Esse festival de música - o maior do sul do país, que acontece nos dias 30 e 31 de janeiro em Santa Catarina e 6 e 7 de fevereiro no Rio Grande do Sul - e como essa impoluta revista já revelou antes tem a sua própria fama de maldito e já vitimou inúmeros de seus participantes. Pois essa seria a primeira vez que o Bruxo Brown participaria do evento e essa seria também sua primeira apresentação depois do Rock In Rio. Mas o festival foi interrompido antes do seu final. Pois durante o show da "princesa" Lulu Santos as paredes laterais que sustentavam um dos telões caíram sobre um dos fios da rede elétrica, derrubando parte da estrutura de ferro do palco. Os números oficiais falam apenas de 36 feridos. Mas se sabe, por relatos de testemunhas, que esse número é bem maior. Brown seria o último artista a se apresentar nessa noite, que ainda contava com o "vampiro" Humberto Gessinger. Qualquer um mais bem informado e leitor da ZeroZen perceberia que eram forças ocultas demais reunidas num mesmo lugar. A organizadora do evento (RBS produções) devia dar por graças não ter acontecido algo pior, tamanha sua falta de juízo e noção do perigo ao convidar uma figura nauseabunda como Brown para o festival.
Se a produção do Planeta tivesse o mínimo de consideração com o público gaúcho cancelaria o show de Brown na edição do festival no Rio Grande do Sul, neste sábado dia 7. Sabe-se lá o que pode acontecer, agora que Brown perdeu completamente o controle. Qual desígnio obscuro Brown reserva para a audiência gaúcha e ao nosso estado que Caetano Veloso chamou de "a verdadeira Bahia"(?!). Isso não pode acabar bem.
Mas o pior ainda estava por acontecer: o acidente com Herbert Vianna, o elo que faltava na maldição de Carlinhos Brown. A ZeroZen acredite ou não previu a tragédia com o vocalista do Paralamas do Sucesso Herbert Vianna. Em nosso arquivo de agosto de 1997 estava lá para quem quisesse ler: "Apesar da aparente imunidade dos Paralamas ao convívio com Carlinhos Brown (...) acreditamos que o grupo corre um sério perigo de vida. Devia parar de andar de avião, esquecer o mercado latino e viver das glórias do passado."
É triste... mas essa tragédia poderia ter sido evitada se as pessoas começassem a ter mais fé na ZeroZen. Mesmo que os Paralamas tenham se afastado nos últimos anos da presença maligna de Brown e concentrado seus esforços em reconquistar o mercado nacional. Isso não foi o suficiente para vencer a força destruidora da maldição que cerca todos aqueles que cruzam o caminho do músico baiano. Por isso a ZeroZen, que não faz mais do que o seu dever cívico, adverte mais uma vez: Carlinhos Brown é do mal. Carlinhos Brown faz mal a saúde, evite o contágio por meio auditivo e mantenha fora do alcance das crianças. Depois não precisa agradecer.
Considerações Finais:
Segundo o jornalista André Barcinski a ShowBizz que teve Carlinhos Brown e Marisa Monte na capa foi a edição de menor venda da revista em banca. Ainda no mundo editorial: em 96 Brown ganhou destaque numa edição da revista República com uma matéria bajuladora, entrevista, fotos exclusivas e tudo mais. Com uma visão jornalística bisonha como essa não é de estranhar que a revista tenha falido pouco tempo depois. Em 99 teve uma rave (o que Brown tem a ver com esse pessoal da música eletrônica é um mistério), patrocinada pela da Philips da qual Carlinhos seria o anfitrião. A tal rave não chegou a se realizar e a Philips teve que devolver o dinheiro do ingresso amargando aquele prejuízo característico que quem se mete com a Black Magic Brown. Ainda teve um tal programa "Mama África" na Globo que Brown era o anfitrião e foi um completo fracasso. A Globo ficou em quarto lugar no Ibope nesse dia. Na verdade qualquer programa que Brown participa é garantia de fracasso de audiência. Para terem uma idéia uma das primeiras atrações do extinto programa Muvuca da Globo era justamente, adivinha? Carlinhos Brown!
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