Uma "feminista": Camille Claudel

    Autor Mensagem
    Dylan Thomas
    Veterano
    # dez/10


    Camille Claudel


    Uma mulher decide quebrar os laços com sua classe social, com a moral vigente e com as normas de conduta bem aceitas em sua época. Foi considerada louca, internada por 30 anos num hospital psiquiátrico – até sua morte – depois de entregar-se furiosamente a sua arte e a um mau amante, escultor abastado e famoso. Ele, o imperecível Auguste Rodin. Ela, a intuitiva e talentosa escultora Camille Claudel, personagem de filmes, razão de poemas, mulher arrasada, infeliz e mal compreendida. Ingredientes que tornam a sua biografia fascinante aos olhares curiosos. Tudo o que se acrescente como condimento de frescas novidades sobre esta escultora – vitimada mais pela sociedade que pela loucura – exerce, talvez por isso, um encanto hipnótico e avassalador.

    Não se sabe por que cargas d'água uma certa "intelectualidade" sente prazer irresistível pela tragédia moral e exalta como ponto de virtude o sofrimento do artista. Ao que parece, quanto mais estilhaçados melhor; quanto mais dolorido, mais doce (veja-se o caso da pintora mexicana Frida Kallo, que atualmente tem suas obras em altíssimas cotações no mercado de arte). O que importa em Claudel; aliás, o que deveria importar num momento em que se faz a revisão de sua obra, seria destacar o seu alto valor estético, sua ruptura com uma manifestação escultural adormecida e que era já, depois de um certo tempo, construção oficial das formas em Rodin. Deveriam ser exaltadas estas coisas, não sua desgraça.

    Não se pode negar o gênio a Rodin, mas deve-se questionar o quanto de preconceito e de sua postura como inverso de mestre prejudicaram um talento manifesto. Que não era mais florescente apenas, mas que exigia ar e aparecimento: ela, Camille. Ela, que num sopro poderia ser, sim, mais do que ele. E isso lhe era insuportável.

    Camille era pouco conhecida do público. O reconhecimento de seu talento ficava restrito a artistas e intelectuais, mas mesmo entre eles o seu comportamento incomum assumia feições de desvario. Sua família era rica, mas a adolescente apaixonada pela escultura não se deixava ficar entre rapapés, na condição de mulher passiva e obediente, à espera de um marido bem aquinhoado e cordato, largada das coisas impuras da arte. Muito pelo contrário. Desde menina fugia de casa para extrair barro para suas esculturas. A mãe, no entanto, se opunha à ambição de ser artista da pequena Camille. A sociedade francesa, preconceituosa e machista, também colocava muros à sua frente. Ela tentou passar por todos eles. Era mulher, e a escalada se tornava ainda mais difícil. O lance crucial de sua vida ocorreu quando decidiu empregar-se no estúdio do escultor Rodin, com quem pouco tempo depois passa a conviver na condição de amante.

    A união marginal atiçava os comentários. Uma jovem impetuosa e um homem rico, famoso e mais velho, convivendo sem casar oficialmente... Mas o fator determinante para os transtornos que se seguiriam a essa união não partiram exatamente daí. Tratava-se, no fundo, de um embate de natureza artística entre a intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo pelo escultor oficial do governo francês, Auguste Rodin .

    O rompimento entre os dois era a única saída para a sobrevivência criativa da jovem aluna que abalara de forma tão radical o universo artístico de seu mestre. Rodin não admitia as diferenças de potencial criativo entre ele e Camille. Quando a artista percebeu estar sendo usada por Rodin, veio o rompimento.

    Camille ficou só. O irmão Paul Claudel, poeta, viajara para os Estados Unidos e lhe faltava mais esse amparo. Passou a criar obsessivamente; percebia-se, contudo, que perdia a sanidade. O golpe final veio quando, durante uma exposição, não conseguiu vender nenhuma escultura. O fracasso, o álcool, e agora o descrédito, somados às suas muitas decepções, fizeram-na indignar-se a tal ponto que, em dado momento, destrói as peças que havia criado.

    Acaba interna como louca.


    fronte: http://www.artelivre.net/html/artes_plasticas/al_artes_plasticas_camil le_claudel.htm


    Feminista tempestuosa né? Pago um pau pra Isabelle Adjani.




    joaormrt
    Veterano
    # dez/10
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    Lerei...



    ou não

    pulgadopc
    Veterano
    # dez/10
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    nem vo le

    Leucocieetus
    Veterano
    # dez/10
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    Quem liga pra Camille Claudel, o que importa aqui é a Isabelle Adjani. *__*

    Dylan Thomas
    Veterano
    # dez/10
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    Leucocieetus

    hehe concordo. Pena que o vídeo tem conteúdo restrito e não dá pray no OT...

    Puta atriz né?

    Leucocieetus
    Veterano
    # dez/10
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    Dylan Thomas

    Quando eu vi esse filme, muitos anos atrás, eu lembro que fiquei impressionado... pq achei ela muito bonita, a Adjani.

    Dylan Thomas
    Veterano
    # dez/10
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    Leucocieetus

    Ela é (ou era) uma daquelas belezas hipnóticas. Mas o nível de intensidade com que ela interpreta pega o espectador pelo colarinho e só resta ficar babando.

    Tamehiro
    Veterano
    # dez/10
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    Feminista tem que calar a boca e tomar rola quietinha.

    Zandor
    Veterano
    # dez/10
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    RODAAAAAAAAAAAAN!!!!!!!!!!!

    brunohardrocker
    Veterano
    # dez/10
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    mulher arrasada, infeliz e mal compreendida.

    Porque decidiu ser assim.

    J. S. Coltrane
    Veterano
    # dez/10
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    porque "feminista"? Ela não era feminista? Ironia?

    wild.man
    Veterano
    # dez/10
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    Manda um resumo ae.

    Dylan Thomas
    Veterano
    # dez/10
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    J. S. Coltrane

    Tenta domar ela pra vê.

    wild.man

    O que vale é a Isabelle Adjani. Dá uma olhada no vídeo do yutoba pra sacar o lance.

    _Dio
    Veterano
    # dez/10
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    Ela, a intuitiva e talentosa escultora Camille Claudel, personagem de filmes, razão de poemas, mulher arrasada, infeliz e mal compreendida.

    Uma "feminista": Camille Claudel

    Faz sentido...

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