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Sam Keat Veterano |
# ago/10 · Editado por: Sam Keat
Acabei de assistir o Jô, tendo como entrevistado Philipe, um contador de historias, as historias mais insanas que ja escutei, ri pa caralho, e virei leitor do blog dele... deem uma olhada e comente sbre as suas historias
http://www.mundogump.com.br
segue uma de suas historias
Minha mãe, o Freddy Krueger
Quando eu era mais novo, na escola, rolou uma atividade da aula de artes que era fazer um comercial. Os alunos tinham que criar um produto e em seguida, criar uma propaganda para ilustrar o produto.
Lembro que na minha carteira, quando ouvi aquilo, um sonho se criou na minha mente. Era a minha grande chance. Eu faria algo incrível, tão impressionante e realista que deixaria toda a escola, o bairro e talvez até o país boquiaberto. Eu seria descoberto e aclamado como um dos maiores diretores mirins do mundo.s George Lucas e Steven Spielberg pagariam tributos para trabalhar comigo.
Aquela era a chance que eu esperava, para mostrar que não era só um boçal com bigodinho de Cantinflas e ruim de Matemática. Eu me vingaria de todos que riram do meu veto. Eu mostraria a eles o meu valor. Eu seria enfim alguém. O maior diretor de cinema de todos os tempos!
Com desprezo olhei meus amigos se articulando em grupinhos. Pobres mortais.
Olhei ao meu redor e percebi – pela primeira vez com grande satisfação – que ninguém da sala queria fazer o trabalho comigo. Eu estava avulso.
Avulso como eu queria!
Enquanto os meus amigos faziam carros que voavam, prédios submarinos e toda sorte de produtos idiotas e improváveis, eu resolvi criar um produto que fosse factível. Eu sabia que os motoristas de caminhão tomavam remédios para emagrecer, visando o efeito colateral, a insônia desgraçada que os famosos "arrebites" causam. Após pesquisar o cotidiano dos motoristas de caminhão, eu soube que eles dirigiam muitas horas, em uma jornada de trabalho insana, sem descanso. Muitos deles tomavam café com coca-cola, outros mascavam chicletes, tudo para espantar o sono.
Eu vi nesse problema um mercado potencial (que ainda existe) para um chiclete que não deixava a pessoa dormir. Na fórmula, uma série de excitantes do sistema nervoso deixariam a pessoa acordada. Escrevi praticamente uma bula de remédio e submeti ao professor, como uma prévia do que ele poderia esperar.
O professor adorou minha ideia e aprovou o meu produto. Começava então a fase da campanha. O filme, que enfim, me deixaria famoso.
Ao ver que tinha um produto que não deixava a pessoa dormir, eu percebi que o caminho mais fácil seria usar o tio Freddy como garoto propaganda:
freddykruegerp Minha mãe, o Freddy Krueger
Freddy era simpático (à sua própria maneira, claro) e era suficientemente bem humorado-cretino para vender um chiclete à prova de sono. Foi aí que começou a megalomania, o problema de sempre.
Enquanto os meus colegas da turma se contentavam em cartazes de cartolina, e mockups de espuma e isopor, eu resolvi fazer um comercial "de verdade", para a Tv. O meu plano incluía contratar Robert Eglound, e com ele, fazer um video divulgando o meu chiclete.
Após muito trabalho (não existia internet ainda) descobri numa antiga edição de terror da revista SET o endereço de um estúdio em Los Angeles. Eu entrei em contato com o estúdio tentando – olha o grau insano de inocência do demente! – um contato direto com Robert Eglound, o ator que interpretava o Freddy Krueger. É óbvio que esta abordagem não funcionou. Até hoje estou sem respostas deles.
Vendo que o prazo se aproximava, eu busquei ajuda no único lugar que era possível: Em casa mesmo. Por sorte, minha mãe tinha um casaco listrado igual ao do Freddy. As linhas que deveriam ser pretas eram cinza, e um pouco ais estreitas, mas eu pensei que talvez fosse possível resolver isso colocando uma gelatina feita de papel celofane na frente da câmera.
Eu levei uns dois dias construindo a luva. E ficou bastante parecida. Faltava o chapéu.
Vendo meu perrengue, minha mãe saiu comigo pelo Rio de Janeiro em busca de um chapéu para o Freddy. Minha mãe era mestre em apoiar as minhas maluquices. Andamos um dia inteiro pelo centro do Rio e quando achamos... O Chapéu era uma fortuna. Eu tinha uns trocados economizados da merenda. Não dava nem pra uma parcela do chapéu, mas a minha mãe comprou mesmo assim pra me ajudar.
O chapéu que mais parecia com o do Freddy era um modelo PRADA. (pode imaginar a facada que foi?)
Aquilo acabou com TODO o orçamento da minha produção. Meus planos de contratar o dublador oficial do Freddy Krueger no Brasil foram para o ralo. Também não havia dinheiro para conseguir um ator.
O jeito foi convencer a minha mãe a virar o Freddy Krueger.Poucas mães do mundo se prestariam ao que ela fez. Foram seis horas ininterruptas de maquiagem, na qual eu converti minha mãe no monstro da série "A hora do pesadelo".
Para fazer a maquiagem eu usei toneladas de algodão com goma laca. O acabamento foi feito usando base de maquiagem e corantes alimentícios. Infelizmente, não havia câmera digital nesta época, a máquina do meu pai vivia sem filme, e não há registros do resultado, mas eu asseguro a vocês que foi um dos trabalhos de maquiagem mais complexos que eu fiz na vida. Quando nós acabamos, não era mais minha mãe. Era o Freddy! Até hoje, quando me lembro, me impressiono da forma realista que ficou.
Minha mãe amarrou uma espécie de fita sobre os seios, sumindo com eles. Nós fiamos treinando um pouco e olhando de longe, era absolutamente impressionante o resultado. O celofane vermelho na frente da câmera (color correction de pobre) deu certinho como eu queria.
O problema todo era a questão da voz, pois por mais que ela tentasse faz uma voz de Freddy Krueger, tava claro que era a minha mãe, ou no máximo um Freddy Krueger gay.
A solução de última hora foi selecionar trechos aleatórios das falas do monstro no filme. Gravei com meu aparelho de som e montei usando fita cassete. No final, estávamos com frases (que não significavam nada) com a voz do Freddy original.
A ideia era essa. Minha mãe dublaria, e depois eu colocaria uma legenda com o texto do comercial.
Aí veio o problema. Minha mãe não conseguia dublar aquela porra nem pelo cacete. Ela começava bem, mas no meio da frase desatava a errar a mímica e saia a voz quando ela tava de boca fechada, hahaha. Quando ela finalmente acertou, vez um movimento com a luva e uma das garras saiu voando.
E nós fomos assim, filmando continuamente, uma cena atrás da outra, sem claquete (porque eu nem sequer sabia que isso existia) para tentar achar uma versão em que o meu "Freddy" acertasse. Minha mãe foi atriz de teatro, então pra ela não era difícil pegar o jeitão do Freddy. O duro era casar a interpretação dela com o Freddy pré gravado.
Foram umas vinte versões. Em nenhuma a minha mãe conseguia acertar a interpretação do Freddy. Quando ela finalmente pareceu acertar, deu uma puta duma desmunhecada e ficou o um "Freddy Krueger GLS".
O mais hilário era que a cada erro eu gritava: Porraaaaaaaa!
Então era um troço que ficava assim: "Porra! – vai. Porraaaa! – vai, ação! Porraaaa..."
No fim, o chapéu estourou totalmente o orçamento e isso jogou por terra a minha pretensão de editar o vídeo, colocar a legenda e mandar dublar nos estúdios Ebert Richers.
Eu me senti um fracassado completo. O dia da apresentação chegou. Meus amigos estavam com seus cartazes e mockups babacas de espuma... E eu era um idiota que não tinha nada além de um vídeo de um Freddy Krueger gay ejetando navalhas ao som de um "porraaaaaa".
Mas ante o risco de uma nota baixa, levei o vídeo para mostrar ao professor, na tentativa vã de que, ao me ver humilhado, ele tivesse compaixão e me desse uma nota mínima, me deixando de lado na apresentação.Naquele dia, na hora em que bateu o recreio eu fui procurar o professor de artes. Encontrei-o na sala de artes, arrumando tudo.
Pedi licença para ter uma conversa com ele.
Ele veio sério, com cara de que iria ouvir o clássico "o cachorro comeu meu trabalho". Mas eu contei a verdade dos fatos. Era importante pra mim expor meu fracasso previamente para não arriscar a pele em um novo vexame coletivo para toda a escola.
Ao ouvir minhas justificativas para o fracasso, o cara apenas ria. Eu não entendi aquilo. Achei que ele era retardado ou coisa parecida, pois eu estava li, diante dele, contando toda a minha desgraça de não conseguir contratar o ator de Hollywood, tendo que usar a mãe, gastando todo o dinheiro de meses de merenda num chapéu idiota e não podendo editar nem dublar e legendar o material bruto e o babaca apenas ria. E em seguida perguntava: "Você tá falando sério?"
Eu disse que sim. Ele ficou mais sério e disse que queria ver a fita. Meio sem graça eu peguei a fita na mochila e trêmulo, estendi pra ele. Ele guardou e me liberou para voltar ao recreio.
Quando acabou a aula de Geografia da Arquidésia, chegou a hora da aula de artes. Todo mundo empolgado de mostrar seus comerciais. Algumas meninas até ensaiaram um teatrinho tosco lá.
Eu fui, na esperança de que, à aquela altura, o professor me olharia com piedade e conteria sua ânsia de me reprovar.
Logo que eu entrei na sala, dei de cara com um monolito negro no centro da sala de artes. Gelei. O monolito negro era uma pequena caixa com rodas, onde havia uma espécie de gaveta de onde podia se ver um videocassete. E acima, no interior de um compartimento fechado com chave, estava uma enorme TELEVISÃO.
Nunca me senti tão ferrado na vida quanto no dia que me deparei com o monolito de video do professor Jesuíno. Aquilo só poderia significar uma coisa. Algo seria exibido em video para os alunos.
Tentei me acalmar, pensando que talvez alguém tivesse a ideia de gravar seus comerciais de espuma e isopor em casa. Afinal, câmera de VHS era algo caro, mas que muita gente tinha.
O professor nem olhava pra mim. Ele foi chamando e um a um, os grupinhos foram expondo seus comerciais. Tinha de tudo: carro que mudava de cor, avião que virava submarino... Eu fui ganhando confiança quando vi que o professor havia me pulado.
Quando tudo parecia ter terminado... Alguns já até levantavam para sair, o professor mandou todo mundo sentar em roda ao redor do aparelho do professor Jesuíno. E eu comecei a sentir que "a hora do pesadelo" era um nome apropriado para aquele meu projeto.
O professor me chamou lá na frente. Me senti um peixe. Foi como se um anzol invisível agarrasse meu pulmão e me tirasse fora da água. tentando não pensar na situação, me levantei e dei alguns passos vacilantes em direção ao professor.
Ele apontou pra mim e disse ao pessoal: "Olha, turma. Este é o trabalho do Philipe."
Me senti traído. Eu só queria que ele mantivesse aquela desgraça em segredo, mas ao contrário ele expôs para todo mundo ver.
Os alunos se espantaram de ver o making of (não se chamava making of, era a câmera que eu ligava de vez em quando enquanto maquiava minha mãe) e à media em que minha mãe ia tendo a cara coberta de cola, algodão e base de maquiagem, eu vi os olhares ficando cada vez mais arregalados.
Se naquele colégio alguém ainda tinha duvidas da minha sanidade, aquele video acabava com toda e qualquer duvida.
Após a sessão de maquiagem. O professor pausou o video e fez uma mini-entrevista comigo. Perguntou da ideia, perguntou do projeto como um todo. Eu explicava, reticente, aquilo tudo que havia falado para ele antes. Eu disse que queria contratar o ator de Hollywood... Todo mundo ria. Eu dizia que ia fazer a dublagem nos estúdios Ebert Richers. Todo mundo ria. Eu explicava a coisa da luva, do chapéu, do estouro o do orçamento, e todo mundo ria.
Eu não estava entendendo nada, afinal, não vai nada de engraçado naquela merda. Eu queria fazer o troço sério. Quando eu disse que meu plano era mandar pro Steven Spielberg. Aí neguinho já tava chorando de rir.
Eu ri amarelo também, mais para não parecer um babaca do que qualquer outra coisa.
O professor avisou que era para o pessoal prestar atenção e tascou o dedão no play e vimos as vinte versões do comercial que nunca deu certo.
A cada versão, neguinho se escangalhava mais de rir. O "Pooorraaaa" virava um bordão e cada vez que ele surgia, sempre no fim do video, mais a galera ia ao delírio.
No final, eu estava bem sem graça. E todo mundo morrendo de rir. O professor vltou a falar, limpando as lágrimas. Disse que estava feliz, e que não acreditava que alguém fosse levar tão a sério a proposta.
Me devolveu a fita e mandou todo mundo bater palmas. Novamente fiquei sem graça. Eu queria sumir e a porra dos aplausos nunca acabavam.
Cerca de uns cinco anos depois, minha mãe que era psicóloga de uma menina, disse que ela contou na sessão que havia visto um video na escola de um cara que maquiava a cara da mãe dele. Foi assim que descobri que o professor tinha feito uma cópia do meu video e que todo ano passava para os alunos. Se bobear, ele passa isso até hoje.
Quando a paciente contou isso, minha mãe não se conteve e contou que o Freddy Krueger era ela.
Daí uns dias, os pais da menina tiraram ela da "psicóloga", hahahaha. Por que será?
para os prguiçosos pt1
pt2
pt3
pt4
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
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deveria trocar o titulo ¬¬
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Joe Road Veterano |
# ago/10
· votar
Gostei da história =)
O professor avisou que era para o pessoal prestar atenção e tascou o dedão no play e vimos as vinte versões do comercial que nunca deu certo.
A cada versão, neguinho se escangalhava mais de rir. O "Pooorraaaa" virava um bordão e cada vez que ele surgia, sempre no fim do video, mais a galera ia ao delírio.
No final, eu estava bem sem graça. E todo mundo morrendo de rir. O professor vltou a falar, limpando as lágrimas. Disse que estava feliz, e que não acreditava que alguém fosse levar tão a sério a proposta.
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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renansena777 Veterano |
# ago/10
· votar
Daí uns dias, os pais da menina tiraram ela da "psicóloga", hahahaha. Por que será?
so li o final
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
· votar
renansena777 vale a pena ler inteiro serio
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
· votar
OCULTISMO PARTE 1 – O dia em que eu hipnotizei o Popozinho
Leia mais: http://www.mundogump.com.br/category/aventuras/#ixzz0x9PaVWLY
OCULTISMO PARTE 1 – O dia em que eu hipnotizei o Popozinho
Popozinho era o apelido do irmão do... Isso mesmo, Popozão.
Oficialmente o nome dele era Antônio Carlos, mas todo mundo que gostava do cara chamava ele de Popozinho. O Popozinho era um amigão meu que também morava naquele prédio que eu morei, onde eu dei aquela festa e onde eu tive a casa assombrada por fantasmas e onde eu contava casos de assombração para a criançada à meia noite, no playground, junto com aquele meu amigo que morreu e depois apareceu pra mim (conforme combinamos na frente das testemunhas). Aquela foi a primeira vez que eu hipnotizei alguém.
O Popozinho era fã incondicional da banda Faith no More. E paralelamente eu estava vivendo uma situação bastante peculiar na minha vida de psiconerd. E esta situação, ao qual não pretendo dedicar muitos detalhes por motivos alheios à minha vontade, envolviam pesquisas com ocultismo. Inclusive tenho que reconhecer que os fenômenos que vieram a acontecer na minha casa à posteriori tem ligação direta com a minha entrada neste universo de ordens secretas, invocações, espadas e coisas do tipo, que a grande maioria leva na gozação, mas que à vera, ali, in loco, podem fazer até o Kojack se arrepiar.
Então naquela época eu estava estudando um livro de alta de magia do século XIX e no livro um grande mago chamado Papus ensinava alguma coisa sobre hipnose. Na verdade no tempo em que o livro fora escrito, os processos cerebrais envolvidos no ato de hipnotizar não estavam totalmente claros e estes fenômenos, hoje totalmente conhecidos pela ciência ainda estavam na casa do ocultismo. Papus citava aquilo como "magnetismo". Óbvio que o "magnetismo" em questão, não é o mesmo dos ímãs. Era um tipo de "poder" invísível que se acreditava emanar do mago, como um tipo de ecotoplasma, uma força invisível que permitia controlar a vontade alheia.
Então eu estava lendo aquelas coisas, e à medida em que eu me aprofundava nas pesquisas antigas do ocultismo, comecei a ter vontade de experimentá-las. Nesta época eu ainda não havia entrado para a faculdade e portanto não havia ainda estudado hipnose clínica. Pra mim, aquilo ali era só um monte de experiências. Eu desdenhei do desconhecido. Eu não sabia, mas o meu castigo estava vindo a cavalo. (pelo menos nisso eu me identifico com o Paulo Coelho)
Mas o fato é que nós (eu e os meus amigos do prédio) resolvemos que iríamos experimentar o "magnetismo". Ante uma platéia formada por adolescentes, pré adolescentes e uma ou duas crianças, eu convidei o Popô – como o popozinho era chamado entre a gente, para ser a cobaia.
Ele topou na hora.
A experiência foi levada à cabo nos fundos do bloco B. Na parte antiga do playground, onde hoje existe um salão de festas. Seguindo à risca meu livro de magia (já posso imaginar os leitores da IURD se benzendo e dizendo "tá amarrado!") coloquei uma vela na frente do Antônio Carlos, o Popô. A vela tinha que ser posicionada em um ângulo de 45 graus acima da cabeça da cobaia.A função da vela era clara: Criar um ambiente escuro e funcionar como um ponto de luz. A iluminação produzida mais o balançar da chama e o ângulo desconfortável contribuíam para cansar a mente do sujeito, levando-o a um estado de sonambulismo.
Então, após avisar aos meus amigos da assistência que aquilo era coisa séria, que era para que todos se mantivessem em silêncio, (nem precisava avisar nada. Tava todo mundo meio que com cagaço) estabeleceu-se um clima clássico de seriedade e sobriedade.
O ambiente foi escurecido e só a vela se manteve acesa. Eu via o fogo bruxuriante da vela iluminando os rostos das crianças, com olhos arregalados. Eu sei que grande parte daquela galera estava com medo. Sei porque eu também estava. Se por acaso minha experiência de magnetismo não funcionasse, seria vergonhoso. Mas se funcionasse como o livro dizia, seria igualmente assustador.
Colocamos o Antônio Carlos no banco de praça que tinha no play, de frente para a vela. Ele ficou olhando para ela, sem se mover, em uma posição totalmente confortável. Ficou assim por um tempo indefinido, mas que me pareceu -pelo menos nas minhas memórias – uns 40 minutos. Todos já estavam ficando cansados. Foi quando notei que o Popô estava começando a se comportar como dizia o livro. Ele estava ficando com sono...
Iniciei a leitura do capítulo de magnetismo. Gradualmente fui estabelecendo comandos e mais comandos. Popô foi gradualmente ficando mais e mais adormecido. Até que eu fiz o teste do livro. O teste consistia em levantar o braço dele dizendo que o braço estava ficando leve... Muito leve. Cada vez mais leve e... Meu Deus! Ele estava mesmo hipnotizado. O braço do Popô não baixou mais.
Eu olhei satisfeito para o resto da galera. Todos estavam estupefatos com a cena. E então eu pensei... Calma. Mas e se o cara está me ownando? E se ele tá de sacanagem, tipo fingindo?
Então comecei a estabelecer comandos variados. E ele obedecia geral. Isso foi me dando segurança.
Em um determinado momento, o Popô me perguntou:
-Onde que eu estou?
Eu não sabia o que dizer e improvisei: -Você está no camarote do... Faith No More.
A reação do cara me fez crer que não era uma zoação. Ele estava mesmo hipnotizado.
O Popô começou a olhar em volta. Mas de olhos fechados. Alguns meninos da "platéia" começaram a querer rir. Mas eu fiz um sinal e o silêncio voltou.
-Nossa! Que foooda! -Ele dizia. Olhando de um lado para o outro, de olhos fechados. Era como se estivesse dormindo.
E eu continuei: – Tem uma porta ali está vendo?
-Tô.
-Vai até lá.
-Tem alguém aqui comigo. Quem é? – Ele perguntou.
Eu fiquei meio bolado. Achei que ele tava querendo acordar e se referia a galera da "platéia". E então eu disse:
- É o Mike Patton (o cantor da banda.)
-Mike? É você? – Ele perguntou olhando fixamente para a parede. Eu tive medo da situação e respondi como se fosse o cara.
Novamente Popô teve uma reação interessante. Ele começou a conversar como se estivesse mesmo com o cara. Começou a fazer aquelas perguntas de fã... Eu comecei a responder algumas perguntas. E então ele falou:
-Espera aí você está falando em... Português? -Hahaha. Fui ownado pelo cara hipnotizado. Mas eu não deixei a peteca cair:
-Sim, eu estou aprendendo português. Obrigado por visitar nosso camarote. Agora você precisa ir embora que nós vamos ensaiar.
O Popo ainda quis ir ao "ensaio", mas eu "o cantor" não deixei. Seguindo os procedimentos de magnetismo do meu livro, eu gradualmente tirei o Popô do transe e ele acordou como se nada tivesse acontecido. Ele não lembrava de nada e o pessoal ficou muito impressionado pelo fato de que o Popô realmente pensava que não havia acontecido nada além de olhar para uma vela. Quando a gente falava pra ele ele simplesmente dizia que era mentira que era impossível. Ele não acreditava mesmo. ele pensava que a gente tinha combinado de mentir pra ele.
Mas ninguém ali estava mais impressionado do que eu. Apesar de achar interessante o que estava naquele livro – Que veio parar em minhas mãos numa situação bastante incomum e que não cabe contar aqui. – Eu não estava levando muita fé. Quando a coisa funcionou exatamente como o livro descrevia, eu realmente fiquei bolado.
De um certa forma, aquela experiência desencadeou em mim um processo de interesse que eu nem imaginava que teria. Mergulhei com tudo naqueles assuntos.
Em outras situações eu hipnotizei outros amigos. Um deles foi o Raul. No dia do Raul, foi tudo bem parecido com o dia do Popozinho, só que com o Raul eu resolvi ousar. Levei o Raul a um estágio de transe mais profundo. O mais profundo que eu havia conseguido até então. E dali em diante, comecei a brincar com a parada.
Uma das experiências – coitado – foi dizer para o Raul que ele estava levitando. Sem peso. Eu joguei o Raul pra cima (não na vera, mas no universo hipnótico) e ele subiu como um foguete. Deu pra ver na expressão dele que ele estava desfrutando de um grande prazer no início, mas que logo depois se tornou medo. Eu ia dizendo para o Raul que ele estava subindo, subindo, subindo cada vez mais alto. E ele começou a sentir frio. Raul me dizia que sentia muito frio. Que estava acabando o ar.
Eu não tinha idéia do que poderia acontecer e então fiz o Raul cair. A galera foi ao delírio. Todos tentandos e manter em silêncio. O Raul gritava e se sacudia na poltrona, como se realmente estivesse despencando. Imagino que nada cabeça dele era como se aproximar rápido no Google Earth. Pela expressão do cara, devia ser uma das experiências mais aterrorizantes que uma pessoa pode vivenciar.
Meu objetivo era estourar o Raul no chão e ver se ele morreria de verdade (PQp! Olha como eu era mongol!) ou se iria acordar. Mas o pânico do meu amigo foi tamanho que eu não tive coragem. Eu fiz com que ele recuperasse o poder de voar perto do chão. Fiz o Raul voar por alguns lugares bonitos antes de acordá-lo.
Embora a coisa fosse levada a cabo no play como um grande show para a garotada, eu estava usando os meninos do prédio como cobaias dos meus estudos de ocultismo. A experiência com o Raul me deixou intrigado. Eu nao tive coragem de fazer o que pretendia... E se realmente o coração dele parasse? E se ele realmente morresse ali? O que eu ia dizer? Olha a merda que poderia dar!
Então, parei de hipnotizar por alguns dias (até porque depois da hipnose do Raul ficou bem difícil de arrumar cobaias) e resolvi estudar um pouco mais. Meses depois, eu voltei a fazer experiências deste tipo. A mais estranha e constrangedora experiência de hipnose se deu com uma moça. Eu a hipnotizei e meu objetivo era obter a famosa regressão. Eu queria ver se conseguia fazer alguém lembrar de uma vida passada.
O problema é que nada havia me preparado para o que aconteceu.
Ela voltou e estagnou numa determinada idade. Era idade de criança, porque ela falava errado, meio tati-bitati. Por mais que eu tentasse fazer com que ela voltasse ela não voltava. Ela travou ali. E gradualmnete começou a reviver um momento extremamente traumático pra ela. Basicamente, aquela sessão, eu mais assiti do que atuei. A moça voltou a uma idade na infância e reviveu um abuso sexual por parte do pai.
Ela chorava e pedia socorro. Tremia, suava... Se debatia em pleno horror. Eu me senti impotente. Aquele troço ruim de ver e de sentir foi foda. Foi barra pesada. Aquilo mexeu tanto comigo que eu só consegui fazer a moça esquecer tudo que ela viu. Felizmente neste dia, estavam poucas pessoas no play. Nenhuma criança viu aquela cena. E ficou aquela sensação de ter feito uma coisa errada. De ter mexido numa caixa de marimbondos. Eu nunca mais me esqueci daquela noite.
Eu resolvi não fazer mais experiências com meus amigos. Mas não estava disposto a abandonar o ocultismo.
Decidi comprar novos livros. Num sebo, eu descobri alguns livros interessantes. Um deles ensinava controlar algumas coisas, produzir pequenos fenômenos. E havia o que eu considero o pior e mais assustador de todos. Era impresso com linotipo. Este era um livro sem capa. Com páginas amareladas e ressecadas. Comprei por uma mixaria. No livro havia muita coisa escrita em hebraico, anotações apagadas a lápis e outras com caneta de tinta, aquelas canetas antigas de tinteiro. Algumas passagens que me pareciam completamente inócuas estavam sublinhadas.
Eu comecei a seguir o estudo do antigo dono daquele livro. Fosse ele quem fosse. E lá no meio, havia algumas páginas que estavam enrugadas e com marcas marrons. Eu presumi que aquilo fosse sangue antigo. Qualquer um ser humano normal olharia para aquela porra e largaria na hora na primeira lata de lixo. Mas o babaca aqui não. O babaca aqui achou maneiro "comprar um livro sem capa num sebo, cheio de pentagramas, escrituras em hebraico ou coisa do tipo, e com marcas de sangue e invocações em latim". O melhor de tudo era o final do livro. Ele não tinha final. O livro estava apenas despencado, ou seja, era um pedaço de um livro maior. Sendo que as últimas páginas estavam com visíveis marcas de que pegou fogo.
Então eu peguei aquela merda e fiz a pior coisa que eu poderia fazer. Eu comecei a estudar e seguir aquilo. Eu lia fora da ordem -BUUURROOOO! BURRO PRA CARALHO!
E o pior: Eu invoquei uma porra lá que eu nem sabia o que era.
E... Funcionou. (infelizmente)
Esta parte fica para um outro dia.
Leia mais: http://www.mundogump.com.br/category/aventuras/#ixzz0x9PVYx9y Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
· votar
ai postei os videos cambada
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goodhatin Veterano |
# ago/10
· votar
Sam Keat Foda. Confesso que deu até vontade de estudar ocultismo.
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russobass Veterano |
# ago/10
· votar
ahuahauahuahu!! legal as histórias!! muita inspiração para as minhas!! ahuahauahuah!!
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qew Veterano |
# ago/10
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Porra, a do Prof de Artes (unica que eu lí) deu raiva do cara, fdp demais.
Coitado do cara! hauehuaheuaehaueehuahuea
Mas tá certo, investir em seus planos, acho valido. Só errou em envolver a mãe, colocasse uma amigo lá pow.
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Sam Keat Veterano |
# ago/10 · Editado por: Sam Keat
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qew Mas era ela que incentivava pow
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qew Veterano |
# ago/10
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Sam Keat
Mesmo assim, discernimento cabe em qualquer um. No caso, tinha que caber em pelo menos um dos dois.
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Crazy Batera Veterano |
# ago/10 · Editado por: Crazy Batera
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mao gump
http://forum.cifraclub.com.br/forum/11/69934/
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
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goodhatin uehsuhehseuhsuheusueh pensei a mesma coisa eusheuhsuheus
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GOREFESTA Veterano |
# ago/10
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Sam Keat
Philipe, um contador de historias, as historias mais insanas que ja escutei,
Vez ou outra eu leio... a historia do homertits e do motel são fodas
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Sam Keat Veterano |
# ago/10
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GOREFESTA homertits ainda naum li ersrsrsrsrsr
a do motel é muito foda
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Su Sukita Veterano |
# ago/10
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Achei muito bom! Hahaha
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