Homens e mulheres não se entendem em assuntos amorosos - Qual a parcela de influência da mídia?

Autor Mensagem
The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10 · Editado por: The Root Of All Evil


Eu sou alienado, vários aqui do fórum também são, por conta disso deixei escapar um ponto muito importante: Tem gente (e muita gente) que é completamente manipulada pela mídia, nos mais variados aspectos, por quê não seriam no aspecto amoroso?

Dei-me conta deste fato quando estava pesquisando ontem sobre Bioquímica de relacionamentos, dai achei um texto de psiquiatria que aborda o aspecto da influência da mídia sobre os relacionamentos, dai separei um trecho pra vocês refletirem (vou grifar as partes mais importantes):

"As mudanças no comportamento amoroso não significam mudanças no sentimento do amor. Os índices crescentes de divórcios e separações, a fugacidade dos relacionamentos, o grande número de pessoas que moram sozinhas, homens e mulheres se casando mais tarde, a diminuição do número de filhos, maior número de famílias mantidas exclusivamente pela mulher (Jablonski, 1998; U. S. Census Bureau, 1998), são constatações que sugerem alguma mudança nas relações amorosas.

Não há dúvidas de que o comportamento amoroso mudou, talvez em decorrência das mudanças ocorridas na sociedade em geral, em decorrência da liberdade sexual ou como conseqüência da crescente preocupação hedonista das pessoas, enfim, a certeza é que o comportamento amoroso atual tem outras características.

O comportamento amoroso sofre também influências da sociedade de consumo, como se vê no excesso de comercialização do amor romântico. Usa-se do amor para vender tudo; de pasta de dentes a jóias, de seguros de vida a cerveja. Não se produzem obras de cinema e novela onde os romances não sejam exaustivamente explorados.

Na mídia, indiferente se ela imita a vida ou vice-versa, especialmente cinema e televisão, o amor costuma ser o tema central da felicidade e, por isso, é presença obrigatória nas grandes produções, quer estejamos na pré-história ou na guerra nas estrelas. Reforçando preconceitos e fornecendo estereótipos, a mídia televisiva, cinematográfica e de imprensa enfatizam uma excessiva preocupação em se obter um relacionamento amoroso como condição primordial para se viver em sociedade.

O amor aparece na conjuntura atual como um bem desejável, uma espécie de roupa indispensável para se viver em sociedade, uma condição de se apresentar socialmente. Se a pessoa não está "amando" alguém, esse insucesso é acompanhado de sentimentos de culpa, baixa da auto-estima, depressão... Veja, por exemplo, seriados como Sex and City.

A procura por um parceiro costuma ser entendida como um destino biologicamente e emocionalmente traçado para o ser humano. Biologicamente atendendo à procriação da espécie e, emocionalmente, em atenção ao prazer que podem obter as pessoas que não querem, não precisam ou não podem mais procriar, mas, não obstante, podem amar.

Apesar desses dois destinos naturais do ser humano, o que pode ser mais bem pensado é a supervalorização desse determinismo bio-emocional, é questionar se estamos mesmos obrigados a esses grilhões platônicos a ponto de se considerar "impossível a pessoa ser feliz sozinha".

Outra peculiaridade da mídia é seu tratamento paradoxal em relação à duração do amor. Se existe nas obras literárias e de cinema um apelo para que o amor ardente ou a paixão desatada e insaciável sejam eternos, sugerindo nos finais felizes das estórias em que fulano ficou com cicrana para sempre e perdidamente apaixonados, por outro lado, nas revistas (femininas, masculinas, para adolescentes), a rotatividade dos relacionamentos é a norma. Sem dúvida, é bem verdade que as pessoas deixam se inspirar pela arte e pela mídia, a qual vende padrões de comportamento amoroso.

Em alguns casos o amor acaba sendo sinônimo de sexo, principalmente para as mulheres. Na ânsia de conquistar um lugar ao sol, ou seja, na afoiteza de ter um "amor" para poder participar da sociedade em igualdade de condições, pode ser que as concessões ao objeto "amado" aumentem muito.

Nesse caso, se houve alguma mudança não foi precisamente do amor, mas sim do sexo. Antes o amor era um sólido pré-requisito para que as mulheres se relacionassem sexualmente, agora algumas tentam segurar um relacionamento permitindo sexo nos primeiros encontros, porque "se ela não ceder ao sexo, a outra o faz".

É assim que o sexo passa a ser o indicador do amor, ou seja, enquanto tiver sexo bom e empolgante, o amor existe. Mas essa falsa idéia não é monopólio das mulheres. Em alguns casais, pode ocorrer de um dos parceiros se queixar de não haver mais sexo, logo, conclui não haver mais amor. Na realidade, o alarme deveria ser disparado quando não há mais beijos calorosos e, é melhor saber; o amor também comporta o sexo, mas não é só o sexo.

Thays Babo e Bernardo Jablonski, psicólogos da PUC-Rio, têm um excelente trabalho intitulado: Folheando o amor contemporâneo nas revistas femininas e masculinas. Aí eles procuram analisar qual é a relação que a mídia pode ter com altos índices de insatisfação nos relacionamentos amorosos, e se ela vende a necessidade de não se estar sozinho.

Os autores constatam que enquanto o foco na imprensa feminina é no sentido de se construir uma relação unindo sexo ao amor, na masculina, busca-se a variedade e excitação, deixando de lado o compromisso ou a constância. Os meios de comunicação veiculam, segundo eles, mensagem de dupla moral, estimulando homens e mulheres a adotarem objetivos de relações francamente distintos, tornando mais difícil um convívio intenso, próximo e íntimo.

Outros estudos (Prusank e Duran, 1997) que incluem revistas masculinas e femininas constataram, por exemplo, que temas como amor, sexo e casamento têm tratamentos diversos na imprensa feminina e masculina. Em ambas, entretanto, predominam artigos voltados para sexo e acusações ao sexo oposto. Nas revistas masculinas, por exemplo, é dito que as mulheres manipulam os relacionamentos usando o sexo e desempenhando papéis de certos estereótipos, nas femininas afirma-se o maior apetite sexual do homem e a superficialidade nos relacionamentos.
"

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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Quem estiver sem paciência, leia os 3 últimos parágrafos apenas.

Codinome Jones
Veterano
# jul/10 · Editado por: Codinome Jones
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cliff notes please


_____

blz

TWT ICE
Veterano
# jul/10
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já parei pra pensar nisso, tem umas mulheres que são assim mesmo, imitam a mulherzinha da novela

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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tem mulheres que são assim, que são assado, tem homens que são assim, outros são assado..

e assim vamos nós..

Ian Anderson
Veterano
# jul/10
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Que loko... por isso leiam revistas cientificas

qew
Veterano
# jul/10
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Acho que falta discernimento nas pessoas.

Uma pessoa que se deixa ser influenciada amorosamente pela midia, mostra total ignorancia para quaisquer outros aspectos de vivencia, ou seja, merece morrer.

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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Acho que falta discernimento

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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qew
Uma pessoa que se deixa ser influenciada amorosamente pela midia, mostra total ignorancia para quaisquer outros aspectos de vivencia, ou seja, merece morrer.

Concordei com tudo!
E frisei os pontos que mais concordo! :)

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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pra mim uma pessoa acha que outra merece morrer merece morrer

qew
Veterano
# jul/10
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The Root Of All Evil

Hahaha

=D

Pena que se levarmos em conta o numero de pessoas que segundo a minha teoria merece morrer, teriamos uma baixa enorme de pessoas. (incluindo pessoas proximas a mim :( )

qew
Veterano
# jul/10
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Codinome Jones

Pra mim uma pessoa que acha que a outra merece morrer pq ela acha que as pessoas devem morrer também merece morrer.

Dogs2
Veterano
# jul/10 · Editado por: Dogs2
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Homens e mulheres não se entendem em assuntos amorosos - Qual a parcela de influência da mídia?

27,436% com margem de erro de cinquenta pontos percentuais.
Para mais, ou para menos.

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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qew
we can do this all day..

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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Codinome Jones
pra mim uma pessoa acha que outra merece morrer merece morrer

Perdoe-me, fui influenciado pela mídia a acreditar nisso:



(não achei cena do filme original, mas vai essa dai mesmo)

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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qew
Pena que se levarmos em conta o numero de pessoas que segundo a minha teoria merece morrer, teriamos uma baixa enorme de pessoas.

No pain, no gain.

Dogs2
Veterano
# jul/10
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Outros estudos (Prusank e Duran, 1997) que incluem revistas masculinas e femininas constataram, por exemplo, que temas como amor, sexo e casamento têm tratamentos diversos na imprensa feminina e masculina. Em ambas, entretanto, predominam artigos voltados para sexo e acusações ao sexo oposto. Nas revistas masculinas, por exemplo, é dito que as mulheres manipulam os relacionamentos usando o sexo e desempenhando papéis de certos estereótipos, nas femininas afirma-se o maior apetite sexual do homem e a superficialidade nos relacionamentos."

causa ou consequência?

TWT ICE
Veterano
# jul/10
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sou a favor de suspender o Dogs2 cada vez que fizer uma piada sem graça, do tipo:


Homens e mulheres não se entendem em assuntos amorosos - Qual a parcela de influência da mídia?

27,436% com margem de erro de cinquenta pontos percentuais.
Para mais, ou para menos.


The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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Dogs2

Eu faço minhas apostas em "causa".

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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Eu faço minhas apostas em "causa".

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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Só eu amo o Dogs2?

Dogs2
Veterano
# jul/10 · Editado por: Dogs2
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TWT ICE
sou a favor de suspender o Dogs2 cada vez que fizer uma piada sem graça, do tipo:
Homens e mulheres não se entendem em assuntos amorosos - Qual a parcela de influência da mídia?
27,436% com margem de erro de cinquenta pontos percentuais.
Para mais, ou para menos.

(2)

The Root Of All Evil
Óunnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn s2s2s2s2s2s2s2s2s2

Eu faço minhas apostas em "causa".

Pois é, isso ainda tá encoberto... eu não tenho certeza mas aposto em consequência, por causa da cultura machista mesmo de antigamente

edit: mas SEM DÚVIDAS a mídia maximiza isso

The Root Of All Evil
Veterano
# jul/10
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Dogs2

Maldita cultura!

Codinome Jones
Veterano
# jul/10 · Editado por: Codinome Jones
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mas aposto em consequência, por causa da cultura machista mesmo de antigamente

isso é a causa da natureza do ser..

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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puta merda, editei 3 vezes.. agora ta certo

brunohardrocker
Veterano
# jul/10
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O que NÃO influencia o homem?

Konrad
Veterano
# jul/10 · Editado por: Konrad
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É um ponto.

Mas é muito difícil deixar claro onde começa a influência, e até que ponto o que se vê nas revistas e mídia em geral é apenas reflexo do comportamento humano.

Colocando de modo simples, a relação de causa e consequência nesse caso é quase que inaferível.

Konrad
Veterano
# jul/10 · Editado por: Konrad
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Aliás, tenho para mim que a banalização do sexo e o esvaziamento do sentido nas relações humanas que se vê e sente por ai é uma reação indireta/inconsciente a séculos de imposição/ religiosa no assunto.

E não é implicância com religião não...

Todos viraram escravos da liberdade.

É mais ou menos o mesmo processo pelo qual passam as artes e alguns setores da sociedade. Havia cânones indisputáveis, não criticáveis, todos os movimentos giravam em torno dele. Caíram os cânones, ficou um esqueleto.

Codinome Jones
Veterano
# jul/10
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Konrad
interessante..

Konrad
Veterano
# jul/10
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The Root Of All Evil
Tem gente (e muita gente) que é completamente manipulada pela mídia, nos mais variados aspectos, por quê não seriam no aspecto amoroso?

Dou aulas para muitas adolescentes. Percebo um padrão de comportamento nelas. De certa forma, nos garotos também, talvez reação ao delas.

E não tenho dúvida de que o que se vê em novelinhas/séries/etc influencia, e muito, esses adolescentes.

Da tintura nas unhas ao que fazem na boite.

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